Lino Vitti - Príncipe dos Poetas Piracicabanos

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Lino Vitti- Príncipe dos Poetas Piracicabanos

O Príncipe e sua esposa, professora Dorayrthes S. S. Vitti

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Lino Vitti e seus pais

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Lino Vitti e seus vários livros

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60 anos de Poesia


domingo, 18 de abril de 2010

Contribuição Tirolesa ao Município

CONTRIBUIÇÃO TIROLESA AO MUNICÍPIO
LINO VITTI

Ao historiador piracicabano não será licito esquecer de registrar nas páginas da formação desta
comunidade, a existência dos bairros cuja população tem raízes fincadas na imigração trentina,
exatamente de famílias originárias da região do Tirol, do qual o adjetivo pátrio a eles pespegado de "tiroleses".
A maior contribuição histórica nesse sentido devemo-la ao Professor Guilherme Vitti, cujos estudos na busca daquelas origens têm ensejado um conhecimento quase perfeito dos núcleos habitacionais, aspectos físicos e psíquicos dos bairros de Santana, Santa Olímpia e Négri. Este escriba também, através de numerosas crônicas publicadas na seção "Prato do Dia", do Jornal de Piracicaba, teve oportunidade de focalizar em estilo literário, mais do que histórico e informativo, a terra, a gente, a vida, os costumes dos tiroleses piracicabanos, pensando dessa forma haver contribuído com um pouco de seus conhecimentos, na divulgação dessas prósperas comunidades sediadas em território municipal de Piracicaba.


O DIALETO


Até uma dezena ou pouco mais de anos atrás, os trentinos dos mencionados bairros viviam como
que isolados, distantes da vida da urbe, parecendo estar envolvidos num casulo estranho. Apesar de haverem eles sido aquinhoados com um grupo escolar, hoje denominado "Dr. Samuel de Castro Neves", os tiroleses persistiam em falar o dialeto nas conversas entre si e nas famílias, criando-se interessante dualidade de línguas: uma, para uso doméstico; outra, para uso na sala de aula com os professores e pessoas visitantes, isto é, no relacionamento com quem falava o português. Nesse dialogar ou conversar podia-se facilmente perceber o profundo sotaque do dialeto tirolês, ou trentino, mormente nas sílabas anasaladas ou no é com circunflexo, quase sempre proferido como é, aberto. Assim, você, o tirolesinho pronunciava vocé.
Hoje, o dialeto é apenas de uso dos mais velhos dos bairros, já que as gerações sucessivas foram
assimilando mais, e mais o português, passando a ser atualmente de uso corrente. Para que isso
entretanto ocorresse, foi necessária uma assimilação lingüística de mais de cem anos, sucedendo-se, no mínimo, cinco ou seis gerações. Nesse aspecto, fico a pensar como deve ter sido difícil às mestras e mestres do Grupo Escolar "Dr. Samuel de Castro Neves", meter na cabeça da criançada que falava 20 horas o dialeto e apenas 4 o português.


A LAVOURA


Os trentinos dos bairros de Santana, Santa Olímpia e Fazenda Négri começaram sua lavoura
tratando, plantando e colhendo cafezais. O café estava no auge da economia brasileira e as terras ainda cobertas de florestas se prestavam ao trato daquela plantação. A rubiácea se estendia em imensos talhões, ocupando toda a mão de obra dos tiroleses todo o dia e durante o ano todo. Plantava-se, carpia-se, formava-se, colhia -se, peneirava-se, ensacava-se, carregava-se, vendia-se café. O casarão, onde viveram escravos e senhores, tinha ao lado uma enorme construção, onde labutava diuturnamente um beneficio de café. Cheguei a conhecer algumas das máquinas daquelas indústrias. O edifício posto a baixo só está na
lembrança dos mais antigos. É que a indústria e a lavoura cafeeiras tiveram seu declínio, o que obrigou os tiroleses piracicabanos a outros meios de ganhar a vida e sustentar a família. Depois do café, foi tentada a lavoura variada Milho, arroz, feijão, batatinha, algodão. Foram os cereais os mais cultivados. Cada família tinha a sua vaca leiteira, sua horta e o chiqueiro onde vivia sempre um capado no ponto de faca.
Criavam-se galinhas, perus e alguns patos. As terras, entretanto, foram emagrecendo. O húmus absorvido pelas sucessivas safras, já denunciava esgotamento: As lavouras não vicejavam com a mesma imponência de anos atrás. Deu-se então, e com a idade, pretérita de 141 anos mais ou menos, a procura de outro tipo de lavoura: a cana-de-açúcar.


O CICLO CANAVIEIRO


É sabido que a cana-de-açúcar não é muito exigente em matéria de uberdade de solo. Mesmo com poucas chuvas e terras magras, a conhecida gramínea completa seu ciclo vegetativo e chega a render algum lucro ao plantador. Com o esgotamento das terras, ocorrido em virtude dos sucessivos anos de aproveitamento, os lavradores dos bairros tiroleses de Piracicaba se entregaram a cuidar da cana.
Ajudou-os nesse desiderato, a projeção que esse tipo de cultura teve no país, com especial destaque, no Estado de S. Paulo. A proliferação de usinas de açúcar atestam esse crescimento.
A indústria usineira, que em Piracicaba é evidente, encorajou os sitiantes ao plantio de gramínea. De tal sorte que hoje somos vistos como um dos maiores produtores de açúcar e álcool. Em referida indústria e lavoura se insere grande parte da cultura do Município. Santana, Santa Olímpia e Négri não fugiram à regra geral e ao que parece, o ciclo canavieiro se expandiu com rara felicidade por todas as terras municipais, trazendo ao homem que cuida da cana, novas e alentadas esperanças, maior tranqüilidade de trabalho e de vida.
A mecanização agrícola é fator preponderante no enriquecimento do homem do campo
piracicabano, hoje acompanhando de perto a arrancada do progresso e dos confortos materiais. Tem-se a impressão que o ciclo da cana se deu muito bem nos terrenos dos referidos bairros rurais, inclusive tem propiciado um crescimento excelente de moradias, de novas residências, de reformas subs tanciais nas antigas, enfim, há como que um sopro de felicidade pelos lados daqueles munícipes, que têm recebido,
inclusive, todas as atenções dos poderes públicos piracicabanos, cercando-os das obras necessárias à facilidade de vida.


A CULTURA TIROLESA


Graças aos trabalhos dos mais antigos moradores junto aos políticos da cidade (o nome bem mostra que foi assim: "Grupo Dr. Samuel de Castro Neves"), os unidos bairros puderam ver-se presenteados com a sua,primeira Escola Reunida, lá pelos idos de 1923, a família Jorge Vitti, da qual, meu saudoso pai foi o filho mais velho e o primeiro servente da escola, doou o terreno e arrebanhou mão de obra e material para a construção do prédio, um excelente edifício com 4 amplas salas de aula, dois escritórios para a diretoria, um grande pátio para os recreios.
Os filhos dos tiroleses começaram a ter contato com a cultura. Eu, Guilherme Vitti, Mario Vitti, Valter Vitti, Rubens Vitti, Dom Moacyr, bispo de Curitiba, Pe. Artur Vitti, e incontáveis descendentes, netos dos primeiros imigrantes que vieram de Trento, do Tirol. Foi na generosa escola que aprendemos as primeiras letras. Foi lá que tiveram início os meus sonhos. Foi lá que lá que tiveram início as carreiras de muitos que hoje militam em Piracicaba, contribuindo com a sua cultura, seu trabalho, seus conhecimentos para humanizar a vida da cidade.
Este que escreve estas notas, aprendeu no hoje Grupo Escolar "Dr. Samuel de Castro Neves", que iniciou sua atividade com o nome de "Escolas Reunidas de Santana". Quem diria que um dia, o filho do servente José Vitti, ocuparia o cargo de Diretor Geral da Secretaria da Câmara de Piracicaba; escreveria em Jornal da cidade; produziria 3 livros de poesias? 1 Quem cogitaria que 6 primeiro aluno matriculado na Escola Reunida de Santana, Guilherme Vitti, viria a ser o professor de Latim, o historiador do Município e da cidade, o Secretário de Administração da Prefeitura de Piracicaba, o vereador de Piracicaba, o escritor e jornalista de Piracicaba, uma rara inteligência a serviço da cultura piracicabana e nacional? Quem diria mque o mano Valter Vitti que ajudou a gente do sítio a apanhar café, algodão, capinar milho e arrancar
batatinha, iria ser o gerente das Casas Peruam, bucanas, depois o professor, e aposentar-se como Diretor mde Grupo Escolar? Quem diria que Rubens Vitti, que foi quase Padre, chegaria a ocupar o cargo de Diretor Geral da Secretaria da Câmara de Piracicaba, onde se aposentou? Quem diria que o menino Moacyr Vitti, brilharia na carreira sacerdotal e um dia chegaria a bispo de uma das capitais brasileiras, Curitiba? Quem diria que o mano Artur Vitti, o mais moço dos irmãos que frequentaram o seminário de padres, viria a ser vigário de uma Paróquia - Santa Edvirges - do Rio de Janeiro? Quem diria que Jair Vitti, humilde filho de
pedreiro, hoje brilharia como estrela de primeira grandeza no manejo musical, onde é perito no saxofone e que está agora procurando transmitir aos meninos a sua cultura musical e artística? Quem diria que centenas de jovens santanenses, banquistas e negrinos, estariam espalhados por ai, lecionando, trabalhando como técnicos industriais, dando aulas em estabelecimentos de ensino, desenvolvendo mil e uma atividades culturais, industriais, técnicas, religiosas, políticas, sociais e humanas?
Tudo, fruto da modesta escolinha plantada por Samuel Neves ao lado de meu pai. É claro que no relato sucinto que ai fica, há muita coisa ainda a acrescentar, do que pedimos escusas porque o espaço não comporta, e o elevado número de descendentes não mo permite.


SANTANA E O MUNICÍPIO


Se demorou muito aos moradores dos bairros, objeto deste estudo, um contato mais efetivo com a cidade, as obras públicas municipais entretanto não se fizeram esperar. Assim é que hoje eles contam com rede de água e esgoto, assistência tecnológica rural, modernos templos religiosos e melhoramentos de suas estradas. Ultimamente tem-se cogitado o asfaltamento das estradas vicinais que ligam os bairros a rodovias estaduais já asfaltada$, e a prefeitura, como um de seus últimos empreendimentos, tem levado à vila de Santana, o que deverá se estender a Santa Olímpia e Négri, o beneficio das guias e sarjetas. É a presença do Município, é a caracterização da importância que se dá àquelas comunidades progressistas participantes da vida, da história, da cultura, do engrandecimento de Piracicaba.
E graças ao trabalho do Prof. Guilherme Vitti, hoje está estabelecido um intercâmbio históricocultural entre os moradores de Santana, Santa Olímpia e Négri e os tiroleses de Trento, na Itália.
Numerosos munícipes daquelas comunidades já viajaram para as plagas trentinas em visita a parentes. O próprio professor Vitti foi premiado com uma viagem ao Tirol, mais precisamente, a Cortezano, onde vivem descendentes e parentes dos antepassados, o que vai enriquecer ainda mais a sua pesquisa e os seus conhecimentos sobre as tradições, fatos e pessoas trentinos, dando-lhe oportunidade para acrescentar muito neste relato, que por deficiências do autor, deixa de ser completo.



Lino Vitti "Príncipe dos poetas Piracicabanos"

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PRÍNCIPE DOS POETAS DE PIRACICABA

CURRICULUM VITAE
( Síntese de Vida)
NOME – Lino Vitti
IDADE – 08/02/1920
ESTADO CIVIL – Casado, em únicas núpcias, há 56 anos, com a Professora Dorayrthes Silber Schmidt Vitti
FILIAÇÃO – José e Angelina Vitti
NATURALIDADE – Piracicaba, Estado de São Paulo –Brasil
Bairro Santana , Distrito de Vila Rezende
VIDA FAMILIAR
Casamento Civil e Religioso em comunhão de bens, Pai de sete filhos: Ângela Antónia, Dorinha Miriam, Rosa Maria, Fabíola , Lina, Rita de Cássia, Eustáquio.
VIDA PROFISSIONAL
Aposentado como Diretor Administrativo da Câmara de Vereadores de Piracicaba, e como Redator do “Jornal de Piracicaba”. Exerceu atividades no comércio, no Magistério, na lavoura até os l3 anos, na municipalidade local, como bibliotecário, lançador de impostos, protocolista, Secretário Municipal.

VIDA CULTURAL
ESCOLA PRIMÁRIA –
Grupo Escolar “Dr. Samuel de Castro Neves”, Santana, seminarista vocacional ao sacerdócio por seis anos, no Colégio Santa Cruz, da cidade de Rio Claro (SP), onde cursou humanidades, línguas, religião, ciências, matemáticas, música.
CURSOS –
Formou-se Técnico em Contabilidade, lecionou latim, francês, datilografia.

VIDA RELIGIOSA
Católico, Apostólico, Romano, fez curso de religião em seminário dos Padres Estigmatinos, foi organista da Catedral e da Igreja de São Benedito, de Piracicaba, e Congregado Mariano.
VIDA LITERÁRIA
Bafejado por ensinamentos de sábios sacerdotes em colégio de formação religiosa, recebeu extraordinário acervo literário que lhe propiciou enveredar pelo caminho da poesia, da crônica, dos contos, do jornalismo, havendo editado de l959 a 200l sete livros de poesias e contos, com edições em milheiros de volumes, os quais estão aí para satisfazer o gosto daqueles que apreciam a arte literária.
São seus livros : “Abre-te, Sésamo”, l959; “Alma Desnuda”, l988; “A Piracicaba, Minha Terra”, l99l; “Sinfonia Poética”, de parceria com o poeta Frei Timóteo de Porangaba; “Plantando Contos, Colhendo Rimas”, l992; “Sonetos Mais Amados”, l996 e “Antes que as Estrelas brilhem”, 200l. O poeta conta ainda com o prazer de haver composto hinos para diversos municípios, bairros rurais, entidades sociais diversas, continuando a colaborar ainda, após os 83 anos em colunas literárias e com artigos de ordem geral em jornais da terra.
Faz parte da Academia Piracicabana de Letras que lhe outorgou o título honorífico de “PRÍNCIPE DOS POETAS DE PIRACICABA’.
Foi-lhe concedida Pelo Município de Piracicaba, através de sua Secretaria da Ação Cultural, a MEDALHA DE MÉRITO CULTURAL, “ Prof. OLÊNIO DE ARRUDA VEIGA’; é detentor do TROFÉU IMPRENSA, concedido pelo Lions Clube de Piracicaba, centro, e da MEDALHA ITALIANA, concedida pelo governo italiano de Benito Mussolini aos alunos de escolas e seminários de origem daquele país que tivessem se destacado em redação de trabalhos literários escritos na língua de Dante.
O Município de Saltinho, para o qual contribuiu com o Hino dessa comunidade municipal , conferiu-lhe o título de “Cidadão Saltinhense”.

DISCURSO

Por ocasião do lançamento do livro de poesias “Antes que as estrelas brilhem “, pelo poeta Lino Vitti foi proferido o seguinte discursos:

Exmo. Sr. Heitor Gauadenci Jr. dd Secretário da Ação Cultural

Exmo. sr. António Osvaldo Storel. dd. Presidente da Câmara de

Vereadores de Piracicaba

Exmo.sr. Moacyr Camponez do Brasil Sobrinho, dd. Presidente do Instituto Histórico e Geográfico

Exmo,. sr. Henrique Cocenza, dd. Presidente da Academia Piracicabana de Letras

Exmo.. Sr. Ésio Pezzato , anfitrião desta solenidade

Senhoras e Senhores

Pela sétima vez (graças a Deus) em minha vida lítero-poética vejo-me guindado a uma tribuna improvisada (o que é bom porque torna o fato mais popular), para proferir um discurso de agradecimento, ao lado da oferta de um novo livro de versos. É teimosia essa de poetas em desovar sua produção para que mais gente participe de suas tiradas, muitas vezes fora de forma e de ambiente, mas que o poeta não vê porque , ao editar um novo livro está cego pela emoção , como se fosse a vez primeira. Está aí o Ésio Pezzato, responsável por mais esta minha invasão no mundo das letras poéticas, para dizer se não é assim. Para dizer se não sofre também dessa doença feliz de editar livros e mais livros a ponto de perder a conta, já que a esta altura ele não sabe se já está no décimo ou décimo primeiro. E ainda continua batendo dedos de métrica, sabemos lá por quantos anos ainda !

Tenho um ex-colega de seminário, prof. Hildebrando André, aposentado como professor universitário e com o qual mantenho longa e pródiga correspondência, que não se cansa de enaltecer a felicidade de Piracicaba contar com tantos poetas e poetisas. Tem razão ele, pois se apenas dois deles já conseguiram editar l8 livros de poesia, imagine-se as centenas que seriam necessárias para dar um pouco de vazão a essa raridade intelectual que toma conta da minha terra!

Este meu livro vem à lume por obra e arte do prefeito José Machado , seu Secretário da Ação Cultural e de seu zeloso servidor Ésio Pezzato que se entusiasmaram diante da recitação de diversos poemas meus por um grupo de jograis, alunos da UNIMEP, e impressionados decidiram patrocinar a publicação deste livro, pois entenderam que Piracicaba poética merecia conhecer em mais profundidade o seu príncipe da poesia. E aí está, lindo e impecável, entregue às mãos do povo de Piracicaba, que indistintamente de cor, estudos, intelectualização , posses financeiras, categoria de trabalho, com religião ou agnóstico, jovem ou adulto, roceiro ou citadino, aí está, para quiçá, momentos de lazer e sonho. Sonho , sim, porque a poesia é terrivelmente sonhativa , vive no mundo da fantasia, alicerça-se nas bases da emoção e brota do âmago mais profundo do poeta, e para que as filhas de Eva não reclamem, da poetisa também.

Alguém me perguntará? Como é ser poeta? Juro, nunca pensei nisso. Acho que ninguém consegue ser poeta. Já é. Nasce feito, como dizem.

não é verdade Maria Cecilia, Ivana Maria, Ésio Pezzato , Prata Gregolim, Marina Rolim, Valter Vitti, Mario Pires, Saconi, e tutti quanti enfeitam com seus lindos versos as páginas do “ Jornal de Piracicaba, ou da “Tribuna Piracicabana , e assim também esse cacho imenso de livros poéticos que quase semanalmente são dados ao conhecimento e sentimento público de nossa terra ? Tornando-se um privilégio de uma cidade, como disse alhures o supra citado meu colega seminarístico Hildebrando André. ?

Não se suponha que para ser poeta é preciso ter nascido em berço de ouro ou em centros intelectuais de enorme repercussão. Nada disso. Tenho um soneto que define bem esse fato. É assim: “Eu não sou o poeta dos salões / de ondeante, basta e negra cabeleira] não me hás de ver nos olhos alusões / de vigílias, de dor e de canseiras. // Não trago o pensamento em convulsões,/ de candentes imagens, a fogueira. / não sou o gênio que talvez supões/ e não levo acadêmica bandeira.// Distribuo os meus versos em moedas/ que pouco a pouco na tua alma hospedas / - raros , como as esmolas de quem passa. / Mas hei de me sentir feliz um dia/ quando vier alguém render-me graça/ por o fazer ricaço de poesia. // “ . Poetas e poetisas saem do nada , devem trazer o selo ou o bilhete de entrada nesse reino encantado desde o útero materno, embora ouse eu afirmar que a vida é também uma grande mestra , as influências da mentalidade circunvizinha,

o próprio meio ambiente, podem , em circunstâncias outras , plasmar um poeta .

Eu fui plasmado , por exemplo, por entre maravilhas campestres. A roça ou o campo são fantásticos criadores de poesia. Ela anda atapetando por todos os cantos a natureza, as gentes, os animais, os atos e fatos. e a cabeça daqueles com quem ela convive. E o poeta, criador por excelência, se abebera de todas as belezas esparsas pelas colinas, serras, vales e descampados , para transformar tudo em versos e rimas, ou em versos simplesmente, onde pululam , como cabritos silvestres, as figuras literárias, os tropos, as sínteses, as comparações, e todos os anseios que lhe vão no imo da alma. Para satisfação própria e para satisfação dos que convivem com o poeta. E´ por isso que se botardes olhos curiosos sobre meus poemas havereis de tropeçar a todo o momento com um motivo roceiro, pois trago uma alma plasmada pelas belezas rurais de Santana, Santa Olímpia , Fazenda Negri, e especialmente por aquela colina encimada ,no cocuruto, pelo prédio do grupo escolar, onde aprendi a ler e escrever e a poetar.

Peço desculpas por haver-me prolongado um pouco nestas elucubrações poéticas, desobedecendo aos conselhos do amigo Ésio que continua exigindo de mim discursos improvisados, o que seria tão para os ouvintes , que ansiosamente aguardam o momento de bater palmas acabando assim com a verborragia oratória.

Não posso entretanto encerrar esta breve alocução sem deixar consignados meus agradecimentos do fundo do coração ao prefeito José Machado ,ao seu Secretário da Ação Cultural Heitor Gaudenci Junior, ao seu sub-secretário poeta Ésio Pezzato, ao prefaciador Moacyr de Oliveira Camponez do Brasil sobrinho, aos queridos opinadores Maria Cecília Bonachella, Maria Ivana França de Negri, exímias poetisas, prof. Elias Salum e a minha filha Universitária Fabíola Vitti Moro, pela maravilhosa capa, Editores e toda equipe de funcionários , à minha esposa pela sugestão transmitida ao prefeito com relação ao advento desta obra, aos digitadores Nair , minha nora e neto Leonardo, e outros que possa ter esquecido, como é fácil em cachola idosa, - meus agradecimentos repito, pela reunião de esforços e trabalho que tornaram possível o advento de mais um livro de minha lavra.

Obrigado “ em geralmente” como dizem nossos cururueiros, aos que ilustraram com sua arte musical esta solenidade e assim também a todos quantos acharam um tempinho para vir prestigiar-me nesta tarefa de cultura e arte. Levem a certeza de que nada mais desejo do que engrandecer com minha poesia a terra que me viu nascer, a terra que me viu crescer, a terra que me proporcionou oportunidade para chegar a um cargo tão nobre quão dignificante de “Príncipe dos Poetas de Piracicaba”

Meu carinhoso obrigado também aos meios de comunicação, de modo especial “Jornal de Piracicaba”, na pessoa de seu Editor Chefe Joacyr Cury , de “A Tribuna Piracicabana”, na de seu diretor Evaldo Vicente, pela divulgação caprichosa deste evento que afinal nada mais é do que mais uma demonstração da exuberância cultural da Noiva da Colina.

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