Lino Vitti - Príncipe dos Poetas Piracicabanos

Lino Vitti - Príncipe dos Poetas Piracicabanos
Lino Vitti- Príncipe dos Poetas Piracicabanos

O Príncipe e sua esposa, professora Dorayrthes S. S. Vitti

Casamento

Casamento

Bodas de Prata

Bodas de Prata

Lino Vitti e seus pais

Lino Vitti e seus pais

Lino Vitti e seus vários livros

Lino Vitti e seus vários livros
Lino Vitti e seus vários livros

Bisneta Alice

Bisneta Alice
BISNETA ALICE

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O Príncipe agradece a visita e os comentários

60 anos de Poesia


domingo, 28 de fevereiro de 2010

Comemoração do aniversário de 90 anos

de muitas lutas, conquistas, momentos alegres e tristes, entremeados de muita Poesia!
O Príncipe dos Poetas assoprando as velinhas do bolo
Com a esposa DorayrthesRecebendo a sagrada comunhão

Familiares que vieram trazer seu abraço carinhoso

Homenagem aos 90 anos

NONAGENÁRIO LINO VITTI
Elda Nympha Cobra Silveira

Majestade, sua ALMA DESNUDA quando escreve seus SONETOS MAIS AMADOS.
É toda uma SINFONIA POÉTICA, mesmo quando espera ANTES QUE AS ESTRELAS BRILHEM, porque sempre vai PLANTANDO CONTOS E COLHENDO RIMAS como se um portal esperasse sua voz dizer:- ABRE-TE SÉZAMO .
É preciso mesmo SER POETA calcando CICATRIZES sem ser preciso CHORAR nem deixar o FIM DE SEMANA passar, inspirado em S.Francisco de Assis, esboça NADA ALÉM DE UM SORRISO.

sábado, 27 de fevereiro de 2010

HOMOFOBIA



HOMOFOBIA

Enquanto a mocidade se enfatua
No tumulto das festas e do gozo,
Mais eu fujo do estrépito da rua
Em busca do silêncio e do repouso.

E quase odeio esse vozear ruidoso
Que pela praça ondula e tumultua.
Prefiro um quarto a sós mas que possua
A quietude do estudo laborioso.

Sou assim. Tenho um gênio que destoa,
Diverso de qualquer outra pessoa,
Que se esquiva de toda a multidão.

Todavia, eu também sinto e padeço,
Alegro-me, soluço, lembro e esqueço,
E tenho, a palpitar, um coração. . .


Lino Vitti "Príncipe dos poetas Piracicabanos"

DOMINGO


DOMINGO
Lino Vitti

Logo cedo repiques para a missa
Diafaneidade ambiente de cristal.
Sob a janela uma roseira viça
Rescendendo um olor sentimental.

Sol quente. Meio-dia tropical.
Refeições. lndolências. Que preguiça!
Nuvens (roupa de espuma alva e maciça)
Tomam anil na concha celestial.

Sentem-se frêmitos de luz nas células,
Fere os olhares um faiscar de pérolas
Que sobe das calçadas e paredes.

Vêm-me, não sei porque, fora de senso,
Vagos desejos de me achar suspenso
Por sobre um mundo intérmino de redes.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

ILUSÃO


ILUSÃO
Lino Vitti

Perguntais-me se existe essa preciosa,
Decantada e auroral felicidade,
Coisa tênue, indecisa, vaporosa,
Inventada por gente sem piedade.

Respondo: acaso a colorida rosa
Com todo seu encanto e majestade,
Dando ao canteiro a veste portentosa,
Vive, feliz, sua simplicidade?

Se quereis procurar a fugitiva
No céu, na terra, em toda a natureza,
Como se fora alguma coisa viva,

Não sejais tolos, não percais a vida,
Porque ela é toda dor e malvadeza
E com a ilusão está comprometida.

Ave, Lino! Francisco de Assis Ferraz de Mello

AVE, LINO!
Francisco de Assis Ferraz de Mello

Conheci um mocinho louro
Lá pelos anos quarenta
Já compunha versos de ouro
Com soberba vestimenta

Pois esse mocinho louro,
Hoje um artista completo,
Possui o maior tesouro:
O que vem da alma e do intelecto

E eu, um humilde escravo
Do seu reino sem limite,
Oferto este poema ignavo
Ao Principe Lino Vitti

Carrocinha Fatal

CARROCINHA FATAL
Lino Vitti

Tristonha, assustadora, barulhenta,
Como um monstro de sonhos do passado,
Eis surge a carrocinha que atormenta
A vida do cãozinho abandonado.

Chicote, laço, rede em cor cinzenta,
Homens rudes, de rosto amargurado,
Correm, gritam, bravejam e o cão, coitado,
Gane, chora e fugir da rede tenta.

Como pode existir tão desumano,
Gesto tão condenável, tão insano,
Gerador de tão tétrica maldade?

Como pode de um cão o ingrato dono
Deixá-lo na desgraça, no abandono,
Ao léu da dor, de insólita orfandade?

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

A FLOR E A PEDRA



A FLOR E A PEDRA
Lino Vitti
(Príncipe dos Poetas Piracicabanos)

Dentre os destroços pétreos do Comurba
- Prédio que foi o orgulho de uma praça -
Ao olhar de curiosa e ignota turba
Que, tristemente, junto dela passa;

Como estranha visão que nos conturba
Pondo um pouco de amor essa desgraça,
Um contraste que choca e que perturba,
Que de saudade e dor nossa alma enlaça ;

Dentre a ruína trágica da rocha,
A palidez de um lírio desabrocha
Como uma estrela em meio à escuridão.

Galante, caprichosa, a flor sorria:
- ante o pranto era um riso de alegria,
- diante da morte era ressurreição.

O AMOR

O AMOR
Lino Vitti (Príncipe dos Poetas Piracicabanos)

Saíste a procurá-lo com denodo
por larga estrada ou por sombrio atalho.
Nessa tarefa te espinhaste todo,
nela empregaste todo o teu trabalho

Correste de um engodo a outro engodo
do prazer não deixaste um só retalho.
e andando sobre flores, sobre lodo,
tentaste conseguir seu agasalho


Perseguiste miragens, nada mais,
O amor é bolha cintilante e oca,
atroz mistério ainda a desvendar.

Não corras, não te esfalfes, pois jamais
apanharás essa falena louca,
que está sempre a fugir, sempre a voar.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

SORRISOS


SORRISOS
Lino Vitti

Sorri o bebê saudável, quando o rosto
maternal se desenha à sua frente.
É a aurora contemplando o dia posto,
é a alvorada entre os braços do poente.

Sorri o noivo, feliz e bem disposto
ao oscular da noiva a face ardente.
De quem se vai sorriso tem o gosto
do fel que dói como a espinhar a gente.

Sorriso generoso é o da velhice,
Estalado é o sorrir da peraltice
E, dos encontros, é sinal de glória.

Há um sorriso, porém, que aos demais vence
porque é bom, porque é puro e nos convence:
é o sorriso final de uma vitória.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Improviso - Esio Pezzato

IMPROVISO
(para os 90 anos do Lino Vitti, meu Eterno Príncipe)
Esio Antonio Pezzato

Um Príncipe completa noventa anos!
É glória da Poesia brasileira!
Glória maior dos piracicabanos!
É glória desta Terra canavieira!

Lino Vitti em seus dotes soberanos,
É tão soberbo quanto o Mestre Vieira!
Seus sonetos estão em outros planos,
Louvando Deus e a Humanidade inteira!

Mil parabéns, oh, Príncipe Poeta!
Neste improviso vai a alma dileta
Do aluno que te segue os passos!

E que através de toda a Eternidade,
Seja a Poesia raios de verdade
A iluminar os siderais Espaços!

Príncipe dos Poetas - Ivana Maria França de Negri

Príncipe dos Poetas
Ivana Maria França de Negri

(poesia publicada por ocasião da homenagem pela distinção -Medalha de Mérito Cultural Olênio de Arruda Veiga)

No reino da Poesia
vejo um príncipe a cavalgar
seu níveo corcel alado,
rompendo nuvens,
singrando mares.


Nesse mundo virtual
tempo não existe.
Nada é real,
só o sonho persiste.


De quimeras vive o poeta,
é rei, guru e profeta.
Mercador de ilusões,
mensageiro da beleza,
puro esteta da natureza.

Quando a voz de um poeta se cala,
seu poema adquire vida,
cria asas e por si fala.

Criancinha sem lar


CRIANCINHA SEM LAR
Lino Vitti


"Por que choras assim e tanto gritas,
Pobre criancinha, ao frio da calçada?
Teu pai e tua mãe, almas aflitas,
Te procurem talvez; volta à morada.

Volta, volta e verás quantas bonitos
Cousas te esperam. Já tão avançada
Vai a tarde friorenta. Já infinitas
Caem as sombras da altura enregelada".

Enxugando no punho o pranto quente
Respondeu-me a coitada tristemente:
"- Eu não tenho ninguém, vivo sòzinha...

Sou como ela ". . . E, a apontar com o dedito,
Mostrou-me nos abismos do infinito,
Tiritante de frio, uma estrelinha. . .

Fratricídio

FRATRICÍDIO
Lino Vitti


Manhãzinha. No fundo da floresta
Tudo são pios e canções diurnas.
O sol-bom-dia é todo uma só festa
De lanças de ouro a cotucar as furnas.

No bojo de uma fronde a que noturnas
Sonolências a sombra ainda empresta,
Súbito em árias longas e soturnas
O poeta-sabiá se manifesta.

Mas. . . pum! retumba um tiro, tomba o artista,
O matinal declamador expira,
Sucumbe, a chumbo, o mísero sabiá.

E o assassino feroz e fatalista?
- Não pasmeis! Foi um seu irmão de lira,
Foi um poeta, foi um seu xará.


segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

RECORDAR

RECORDAR

Recordar é beber um pouco de passado
Da taça transbordante e enorme das saudades.
E' novamente andar onde se tem andado,
Viver o que se foi, viver outras idades.

Recordar. . . Ter presente ao espírito extasiado
A paisagem natal com minuciosidades.
Sentir o palpitar de um coração ao lado
Num tumulto de dor, num tropel de ansiedades.

Recordar. . . Um adeus a tudo o que se deixa,
E partir, afogando o pranto numa queixa,
Desfiar, desfiar um rosário só de ais...

Recordar... Confundir no âmago do peito
O amargor e a alegria de um sonho imperfeito. . .
Recordar. . . Recordar somente, e nada mais. . .


Lino Vitti "Príncipe dos poetas Piracicabanos"

Tristeza Crepuscular

TRISTEZA CREPUSCULAR

Entardece no sítio. Das tigueras
Sobe um piar angustioso de nambus.
E o sol, triste pintor de sombra e luz,
Tinge de ouro a pobreza das taperas.

Ciciando, uma touceira de bambus
Contar, parece, a história de outras eras.
E as copas, recolhidas em capuz,
São velhas monjas, quietos e severas.

Acentuam-se as sombras. Muge um touro
Pela maguada imensidão dos campos
Junto ao frescor de oculto bebedouro.

Escurece. Dos soutos e espessuras
Saem enxames de inquietos pirilampos,
Caem enxames de estrelas das alturas.







Lino Vitti "Príncipe dos Poetas Piracicabanos"

O PRANTO

O PRANTO
Lino Vitti

Verter pranto abundante, às vêzes, que vergonha!
Mas as lágrimas sendo a linguagem da dor
Nada as detém; e é em vão, é inútil se lhes oponha
A força de um abafo enorme, sofredor.

Jorram. Serão talvez, uma ilusão tristonha
De um coração ferido aos pés de um findo amor.
Serão adeus, talvez; serão de alma que sonha
Os castelos de sol desfeitos com fragor. . .

Por que ter pêjo quando a noite também chora,
Se o orvalho em pranto cai das pupilas da aurora,
Se as estrelas também são lágrimas de luz?!

Oh ! como é bom chorar esse pranto que é esmola,
Que desafogo o peito, e reanima, e consola,
E que apenas num gesto a alma inteira traduz!

ESTRELAS

E S T R E L A S
Lino Vitti


Estrelas!
Sarampo luminoso do céu
Que é a epiderme da noite tropical.
Estrelas!
Suor dourado escorrendo na face da treva
Que está ardente de febre, ou, frígida de agonia!

Estrelas!
Milagre de rinoná ofuscante, chovendo
No deserto do espaço!
Cristais rutilantes de getas sanguíneas
Gotejando da ferida crepuscular
Que um monte assassino pouco antes
Rasgou na tarde, corri uma punhalada no horizonte,
Círios acesos que os anjos trouxeram a braçadas.
Para velar o dia defunto que o monte assassinou
Entocaiado na dubiedade do crepúsculo.

Estrelas,
Letras de ouro na página do céu
Onde as três Ave-Marias põem uma reticência de
ansiedade
Depois que o olhar releu embevecido
O poema divino do Cruzeiro
E o romance fabuloso da Via-Látea


Estrelas!
Desejos íntimos de almas sofredoras
Que, não achando, na terra, um coração
Onde se depositar, como num cálice,
(E o coração é um cálice atulhado de hóstias de dor)
Subiram para o céu, cristalizados,
E, hóstias, ficaram luzindo na eterna elevação
Do Sacrifício noturno.
Rosários férvidos de orações balbuciadas, baixinho,,
No recesso espiritual dos conventos;
Tremulados nos lábios da velhice,
Espiralados das boquinhas inocentes das crianças.
Preces esperando sua vez prá entrar no céu.

Estrelas!
Versos inquietos de poetas incógnitos
Que bebem poesia na taça lírica da noite.
Borrifos incendiados do repuxo das constelações.
Dilúvio de vagalumes do infinito
Que sonhei, em pequerrucho, tantas vezes acariciar
Com as mãozinhas gulosas
Nessa mania angelical de pedir das crianças.
Estrelas,
Sonhos de românticos batráquios e libélulas
No céu fundo e invertido das lagoas cismadoras
Onde há encantamentos de palácios de fadas
E há estrelas soltas a vagalumear.

Estrelas!
Estrelas, sarampo do espaço!
Estrelas, suor das alturas!
Estrelas, maná luminoso!
Estrelas, gotas de sangue!
Estrelas, círios dos anjos!
Estrelas, escritas na noite!
Estrelas, hóstias!
Estrelas, preces!
Estrelas, versos!
Estrelas, borrifos!
Estrelas, vagalumes!
Estrelas, estrelas! Eu quisera
ter um coração grande como a noite
Para abrigar-vos todas dentro dele!

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Criança

C R I A N Ç A
Lino Vitti – príncipe da poesia piracicabana

Não haveria sonhos e esperança,
Seria a vida esquálido deserto,
Não houvesse a beleza da criança,
Que esperanças e sonhos traz tão perto.

Seu divino sorriso o céu alcança,
Em seu cândido olhar mora decerto
Uma luz que é do amor doce bonança,
Um aceno a mostrar o rumo certo.

É necessário pois comemoremos
Com carinhos sem fim, santos e extremos,
O desabotoar da humana vida.

A criança é uma flor que desabrocha,
Num lago, num jardim,sobre uma rocha,
Entre os anjos por Deus foi escolhida.

Lares

L A R E S
Lino Vitti

Lar, uma palavrinha de nada (três letras apenas), mas quanta coisa, quantos bons e felizes pensamentos, quanto cristianismo, quanto amor, quanta felicidade ou quanto trabalho estão contidos no pequenino vocábulo LAR. Existem outras palavras para dizer a mesma coisa, como casa, moradia, habitação, família, mas nenhuma guarda consigo tanto carinho, tanto significado, tanta beleza humana como o simples Lar!
Ao proferi-la logo vem à mente um santuário de amor, um ninho de felicidade, um cantinho especial do mundo, um pedacinho de céu, onde reinam a alegria, a comunhão de sonhos e esperanças, um lugar onde há paz, há carinho, há encantos, há religião. Nesse ponto especial do universo a vida é vivida na realidade e com todos os seus anseios de felicidade.
Há numerosos tipos de lar, dentre os quais muitos mostram tristezas, desencantos, decepções. Nos lares felizes pais, filhos, genros,noras, netos, e todos os familiares formam um corpo só, desfrutando todos das luzes santas que vêm de Deus, abraçando-se todos num abraço de amor imenso, sorridentes, felizes, generosos, trabalhadores e unidos na prece e na tranqüilidade. Estão longe ou inexistem nesses lares a discórdia, o ódio, a desavença.
Ao contrário, quantas amarguras vicejam nos lares infelizes, de onde desertaram os sorrisos, as orações, a comunhão de trabalho, a beleza da companhia. Ao invés do rumor das gargalhadas de prazer da vida, há o silencio da tristeza, da desunião, dos rostos carrancudos, cada qual por si, dando lugar às dores sentimentais . Pais e filhos não se entendem, mães e filhas não comungam dos mesmo ideais de beleza e juventude. O ambiente é carregado, há como que um ar de explosão, desencontram-se as conversas e os ideais queimam-se em fumaça.
A vida entretanto é a grande mestra e sempre tem algo a nos ensinar. Mesmo sobre o Lar. Vem-me e a todos nós o exemplo de um casal de mansas rolas (rolinhas em nosso linguajar) que já por diversos anos escolheram um caramanchão do meu quintal feito de trepadeiras, floridas de quando em quando. As avesitas constroem ali por entre a folhagem densa o seu ninho, digo mesmo, o seu lar. Sim porque lar de pássaros , ninho é. Contemplo-as desde a sua dedicação na escolha do lugar apropriado, durante todos os dias em que se empenham para ir buscar não sei onde gravetos, folhas secas, palhas, e até penas. Dias seguidos, pacientemente, carinhosamente, revezando-se na tarefa construtiva,o casal de pássaros trabalha, diria que do surgir ao se esconder do sol, numa labuta amorosa, até que o seu lar esteja pronto e adequado a receber os ovículos. E um deles, por l5 a 20 dias, choca sem abandonar por um minuto o lar de seus filhotes e sem deixar o ninho até que os seus “meninos” já estejam empenados e aptos a voar. Admiráveis são a constância, a presença, a dedicação das avesitas, modelo sem dúvida para muitos casais que abandonam seus filhos ao léu da sorte, deixando-os sofrer as necessidades mais prementes da infância, sem ligar para aqueles serzinhos inocentes e incapazes ainda de viver a própria vida.
Ah! Quantos casais por aí deveriam olhar para o exemplo da natureza, como o das rolas que nidificam no caramanchão do meu quintal, amorosas, dedicadas, felizes acompanhantes e felizes mãe e pai de seus pequerruchos até quando sejam capazes de viver, se defender, vencer as exigências da vida e caminhar sozinhos pelas ínvias estradas do mundo.
E temos ainda o Lar da Eternidade. Só que este é preciso conquistá-lo com virtude, oração e Fé.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

"FIAT AMOR"

“FIAT AMOR” *
Lino Vitti


Ao “fiat lux” criador resplandece o universo,
sobre o primevo caos a noite no alto brilha.
O infinito anilou, tudo é novo e diverso,
e o mundo, sorridente, é imensa maravilha.

A desordem se foi: a desordem que é filha
do terrífico mal pelo mundo disperso.
O passaredo, ao sol, os cânticos dedilha
e a poesia do mundo explode verso a verso.

“Façamos, diz Jeová, uma bela criatura
que governe e ame o céu, da terra ame o esplendor,
que perpetue a vida e à vida dê estrutura.”

A criatura, porém, se fez desobediência;
sob o atônito olhar da Suprema Sapiência
num “fiat lux” feliz criou o próprio Amor.

* “Que se faça o amor”

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Velhos Amores


VELHOS AMORES
Lino Vitti

Amo a luz, amo o sol, amo o dia que esplende
Na aleluia global do azulado infinito;
O mundo que desperta ao acender ardente
Da manhã caprichosa e altiva como um grito.

Das aves o cantar generoso e bendito
Também tem meu amor, mais intenso e fremente.
Tudo vejo vibrar qual divino conflito,
A cada amanhecer de Deus, gratuitamente.

Um novo dia é a vida a dar continuidade
Aos sonhos, à esperança, ao encanto, à saudade,
Que a cada instante nasce, e vibra, e diviniza.

Mas o amor, como tudo, igualmente envelhece
Como tudo ele nasce, ele vive e fenece...
E se é tão belo o amor, por que não se eterniza?

Amanhecer na Roça - in Folha Cidade

AMANHECER NA ROÇA
Lino Vitti


- Sim senhor, seu cronista de meia tigela...Escrever sobre o nascer do sol
na roça???!!! Não tem assunto, é? Tanta coisa por aí, pedindo a pena (ou melhor ) o teclado do instrumento escrevinhador de hoje, e o Sr. Cronista querendo nos impingir um nascer do dia na roça!!! Desista, amigo, e recolha o bico redator para o arquivo de seu computador, e arquivo morto, bem entendido...
O leitor falou...
Fala, agora, depois dessa justa paulada o redator impertérito que há mais de 60 anos assumiu a difícil, mas grata tarefa de tirar do bestunto, desde os dias jovens até estes dias rústicos da velhice, crônicas e mais crônicas sobre assuntos e mais assuntos, numa incrível empreitada de agradar talvez a alguns amigos (como Losso Netto, Octaviano de Assis e Sebastião Ferraz(todos saudosos )) e ao hoje vivo(e como!) Paulo Camolesi, diretor desta morada de Fé, de Arte, de Cultura, de Amor a Deus e ao homem, como classifico o Folha Cidade), gente boa que confiou em mim e na minha maneira de dizer as coisas em seus valorosos jornais que caminham com a vida e a sabedoria desta Piracicaba,
É isso aí, querido leitor, que me faz continuar dizendo as coisas de uma forma que talvez agrade a algum(s), e satisfaça à exigência de uma imprensa popular e amada do povo.
- Mas, e o amanhecer na roça, onde fica, quererá saber algum outro leitor que se dá ao trabalho e prazer de me acompanhar?
- Ah!, sim. Vamos lá
“Amanhecer todo mundo sabe o que é, a menos que não tenha olhos para ver, nem mente para se encantar. É esse longo momento em que o sol caminha generosamente pelo azul do céu, depois de botar a esfera, cálida e imensa, para fora da prisão do horizonte noturno,iniciando a caminhada celestial com sua imensidade luminosa, vivificando o mundo, alegrando a natureza, convidando-nos para o trabalho e para a vida, para os sonhos e para as esperanças, para o amor a Deus e ao próximo, para dispor das horas iluminadas do dia conforme a vontade e necessidade de cada um.
E como o amanhecer traz felicidade!!! Antes de espiar a terra com sua luz, o astro-rei costuma enfeitar o horizonte com a grandeza de suas luminosidades, como se fora uma vitória sobre a escuridão que se vai e um convite para o dia que desperta, colocando às vezes, um cortinado de nuvenzinhas rubras para recebê-lo com a pompa que merece. Depois de sorrir para o mundo, inicia sua caminhada e convida a tudo e a todos para acompanhá-lo, pois é mais um dia de vida, mais um dia de felicidade que ele nos traz. E as aves, os animais, as famílias, a natureza,tudo se encanta e canta, como se fora um hino imenso das coisas e do homem para com aquele sol estuante e amoroso. Cada vir do sol, cada vir do amanhecer, mais se incendeia o amor pela vida, é por isso que os pássaros cantam, os animais vozeiam, as brisas afagam, o homem se atarefa e o lufa-lufa do universo ressuscita e brilha de felicidade.
Seria assim e isso o amanhecer? Caríssimo leitor, se não acertei, me desculpe e mande sua cartinha para o diretor Paulo pedindo a troca de cronista por um melhor, pois há tantos por aí bem mais cronistas do que o sr. Lino Vitti. Obrigadão, pela generosa atenção e ciao, ou melhor, até a próxima, se Deus quiser e o preocupado diretor não obedecer à sua sugestão. Mas não é nada, não. Vamos concluir como sempre com um soneto de minha lavra. É o “Fiat Lux” – faça-se a Luz”, em vernáculo.

LUX COELI
(Luz do Céu )


Há uma infinita luz no azulado infinito,
Como se fora o olhar de Deus à pobre Terra.
Quem sabe um luminoso e silencioso grito
Do universo sem fim que outro universo encerra?!

No fantástico espaço em que eu mesmo me agito,
Há constante, feroz, terrível e ampla guerra.
Sombra e luz sempre estão em insólito atrito,
Que tanto me entristece, e me assombra, e me aterra.

Há, porém, uma luz, vinda do céu decerto,
Que os tempos atravessa - é oásis no deserto –
É força e convicção, é beleza infinita.

É a Fé que o céu da vida iluminando aquece,
Das almas é o farol, do mundo é a imensa prece,
É a luz que vem de Deus generosa e bendita.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Triste realidade - Professor Walter Vitti

TRISTE REALIDADE
professor Walter Vitti

Chora com razão, a natureza,
Cerceada que foi, sua realeza.
Destruindo-se suas matas verdejantes,
Secando então, suas cascatas borbulhantes.

Chora a flora com tristeza,
Extinguindo-se sua beleza.
Foram-se, as flores multicores,
E com elas, os enigmáticos olores.

Chora a fauna exuberante
Afugentando-se seus animais.
A onça e o macaco, veremos jamais.
E o colibri, com seu voar arfante.

Nada que o possa deter,
O homo sapiens, e o seu poder.
Com o fogo, a tudo queimar,
E a serra e o machado, a manusear.

Eu e a Poesia

EU E A POESIA
Lino Vittti

Meus primeiros versos, escritos a medo, pois o seminário religioso não admitia alunos poetas porque a poesia de nada servia para a vida sacerdotal, foram de cunho religioso e dedicados a Nossa Senhora. Não os guardei, mas lembro perfeitamente que agradaram a um clérigo poeta vindo de outra congregação de religiosos para a dos Padres Estigmatinos, e que vaticinou-me: o senhor vai ser um poeta de verdade.
Profecia cumprida. Há mais de 60 anos assumi o grato dever de poetar, publicando meus sonetos e poemas nos jornais, revistas e semanários da terra piracicabana, cuja conseqüência foi a edição de 7 livros de poesia e contos, distribuídos aos milheiros ao povo de Piracicaba e, ao que sei, aprovados por ele, tanto que a Academia Piracicabana de Letras me honrou com o significativo título de “Príncipe dos Poetas Piracicabanos”. Guardo-o com carinho, com alegria, como troféu e prêmio maravilhoso aos meus longos e felizes anos dedicados à arte escrita e rimada dos Bilacs, dos Raimundos Correia, dos Guilhermes de Almeida, dos Gustavos Teixeira, dos Franciscos Lagreca, das Marinas Tricânicos e de outros mais que dignificam a poesia desta, chamada que foi, de Atenas Paulista.
O professor universitário de literatura de São Paulo, Hildebrando de André, meu companheiro de seminário no Colégio Santa Cruz de Rio Claro, em correspondência trocada entre nós, afirmou sempre que Piracicaba era uma terra privilegiada, uma terra de poetas verdadeiros, um santuário de poesia – dizia ele – que tem a graça de contar com a cooperação feliz dos seus jornais matutinos, semanários, ou revistas, aqueles oferecendo semanalmente uma página de sua edição à poesia dos seus poetas, como podemos ver na sexta-feira, em A Tribuna e aos sábados no Jornal de Piracicaba, a cargo dos escritores Ivana Maria F. de Negri e Ludovico Silva.
Poucos têm a felicidade de ver seus poemas e ou sonetos publicados durante seis décadas para mais, por isso me julgo honrado pelos nossos jornais, dignificado pelos leitores da minha terra, realizado na arte dos versos, estrofes e rimas, graças à compreensão dos diretores, editores, paginadores, distribuidores, leitores e todos quantos trabalham para nos entregar a cada manhã, um nobre jornal como o Jornal de Piracicaba, a Tribuna de Piracicaba e o semanário Folha Cidade, todos acolhedores incontestes de minhas elucubrações poéticas de mais de 60 anos.
E diante de tão flagrante acolhida, diante do respeito que em Piracicaba a Poesia merece, diante da proliferação da arte que dignificou poetas como Dante, Shakespeare, Victor Hugo, Olavo Bilac, Gustavo Teixeira, Vicente de Carvalho, Guilherme de Almeida, Camões, e uma infinidade de nomes gloriosos e reais poetas, eu me curvo em dar graças a Deus, Poeta Criador do Universo, do Homem e do Amor, por haver premiado o mundo de Poesia e Poetas, e agradecer igualmente aos poetas do mundo e do universo por terem aprendido a Poesia de Deus, e por lhe darem continuidade até a consumação dos séculos, com tanta dedicação e tanto carinho como merece essa graça de Deus.
A Poesia é a história dos povos, escrita em estrofes, em versos, em baladas, em sonetos, em poemas, em rimas. Numa linguagem sublimada, figurada, sintetizada, onde falam mais a alma e o coração do que as datas, os fatos, as personalidades, a ciência. Ser poeta é ser beija-flor: sugar o mel da vida, ao librar das asas sempre no espaço e sem tocar o desencanto do solo. É sonhar que se é angelical e não ser nunca envolvido pelo pó. Ser beija-flor, cujos beijos pousam sobre qualquer tipo de flor, sem olhar para a cor, sem olhar para as alturas em que ela bebe a luz do sol, buscando sempre o dulçor melífluo que se esconde no âmago de cada uma delas. Ser poeta é isso: buscar sempre o que é belo, cantar sempre as harmonias das coisas e da vida, ter os pés na terra, mas o olhar nas alturas do infinito. Poesia há de ser alegre, pois se for triste não será poesia, será dor.
São mais de 60 anos que poetizo. São mais de 60 anos que me sinto feliz, pois a minha poesia rendeu frutos, foi lida, foi julgada, foi amada. Haja vista que se tempos atrás os poetas eram raros como os diamantes, hoje eles florescem como seara e a poesia deles espalha um perfume de beleza, de sonhos, de encantamento.
Graças a Deus, a picada que tentei abrir está transformada em caminho florido.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Uma rosa, uma flor

UMA ROSA, UMA FLOR
Lino Vitti (Príncipe dos Poetas de Piracicaba)

Uma rosa, uma flor, um milagre da vida,
qual sorriso infantil, iluminando o mundo.
O orvalho a beija ao vir da aurora colorida
e a luz a quer com seu olhar santo e profundo.

Rouba-lhe o grato olor a aragem comovida,
do pássaro o trinar melodioso e jucundo.
E do inteiro jardim ela é a flor mais querida,
tem-lhe inveja até mesmo o verme feio e imundo.

Entretanto é uma pena a beleza infinita,
dessa rosa que tanto amamos e queremos,
porque o mistério a envolve em seu tristonho véu,

Pois a vida feliz de uma rosa bonita
dura um momento só, logo não mais a vemos,
porque ela vai morar no amplo jardim do céu.

Chegamos a um novo fim?

CHEGAMOS A UM NOVO FIM?
Lino Vitti

Muitos crêem no fim do mundo, muitos não crêem, embora a sua realidade esteja prevista nos evangelhos e textos bíblicos, com a ressalva feita por Deus de que não será pelo dilúvio de águas, despejadas do céu durante 40 dias e 40 noites, não deverá existir novamente a arca salvadora, nem o Noé construtor e dirigente dela, atopetada de familiares e de casais de todos os animais e aves então criados. Não deverá haver novos pássaros em busca do raminho denunciador, nem um Arará em cujas encostas encalhou a nave carregando os últimos seres humanos que a misericórdia divina entendeu salvar, para recompor a humanidade. Uma nova humanidade, aliás, expungida do pecado e dos vícios a que haviam chegado os filhos de Adão e Eva.
O homem e a mulher e seus descendentes haviam alcançado ao máximo da devassidão e o Criador, aborrecido decerto com a criatura pecadora, decidiu em sua onipotência, eliminar o que tão digna e divinamente criara, mas preservando aquele varão exemplar e seus familiares, para que nova e mais pura descendência viesse povoar a terra, depois de havê-la lavado e purificado com as águas lustrais do batismo diluviano.
E assim foi. Noé e seus filhos repovoaram a Terra com seu exemplo de amor a Deus e à sua obra universal. Restaurou-a e tornou-a agradável aos olhos do Criador. Até quando, porém? Lá se vão milhares de anos e tudo pareceu transcorrer segundo os desígnios de Deus, conhecendo, amando e cumprindo seus mandamentos, cada qual preservado uma vida condigna e digna da graça e da misericórdia do Senhor.
Os séculos, entretanto, têm como sua deferência progredir, criar, inventar, modificar, melhorar, ou, ao contrário, piorar a vida, a história, as religiões, os costumes, transformando a beleza divina da vida em malversações humanas, o que quer dizer, afastar-se de Deus, abandonar a Fé, pecar, transformando o santuário da vida em lupanar de desejos imorais, em ofensas à divindade, em fuga dos deveres e da oração, retornando àquele clima de devassidão que já povoou a Terra e provocou as iras do Senhor.
O que vemos e ao que assistimos hoje, é algo a demonstrar que Deus está descontente, que a humanidade está retornando aos caminhos do ateísmo, do pecado, do abandono da religião, e ingressando pelos caminhos tortuosos dos tempos idos, numa demonstração de que o homem continua ingrato, devasso, desarvorado da fé, fugindo cada vez mais dos ensinamentos, mandamentos, favores divinos e se emporcalhar nos lodaçais de uma vida esquecida de Deus, de consciência desatrelada dos conhecimentos e cumprimentos religiosos, de uma vida feita de imoralidades, integrada numa devassidão sem termos .
Não sei possa ser verdadeiro, mas para este tolo poeta e bisonho escrevinhador, todas as desgraças que o mundo hoje mostra, muitas e terríveis, evidenciam que Deus não está contente e que tudo de mal que acontece pode ser sinal desse descontentamento, rumo a novos dilúvios, por água ou por fogo, segundo os desígnios do descontentamento da divindade suprema e justa. Terremotos, inundações, fogo lavrando sem piedade, guerras, desamor, injustiças, horrores de todos os feitios, que serão senão avisos divinos de que a humanidade está caminhando por ínvios atalhos da imoralidade e da falta de crença na sua Eterna Divindade?
Dá o que pensar, sem dúvida.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Bolhas de sabão


BOLHAS DE SABÃO

(Dedico à bisneta Alice e à Mariana, neta da poetisa Ivana) 05/08/2006

Ao descampado sol da manhã clara e santa
A menina, ao pulsar feliz do coração,
Sorridente se põe, à luz que tanto a encanta,
A oferecer à brisa as bolhas de sabão.

Irisadas de sol e de sonhos se vão
Pelo infinito azul (e tão azul que espanta!)
Conduzindo quiçá consigo uma ilusão,..
(Neste mundo a ilusão é sempre tanta, tanta! )

Não importa porém porque a felicidade
Da meninice está nessa bolha que invade
A bailar, a bailar, colorida e risonha,

O infinito azulado... E com ela a esperança
Do mundo encantador de uma feliz criança
Que com a bolha vai, e dança, e ama, e sonha.

POETA


POETA
Lino Vitti

Quem busca essa magia encantadora,
como suma, sublime, eterna meta,
voz divinal de divinal cantora?
- O Poeta.

Quem rima os sonhos e a sonhar encanta
majestoso e feliz, querido esteta,
que a vida embala quando em versos canta?
- O Poeta.

Quem se emociona ante uma flor e chora
diante da dor de muita vida inquieta
E se extasia quando o dia cora?
- O Poeta.

Quem ouve a fonte a murmurar sozinha
qual solitária e triste anacoreta,
em solidão que se compara à minha?
- O Poeta.

Quem ama um céu a rebrilhar de estrelas
e a lua enorme, pálida. indiscreta,
e fica a namorá-las, fica a vê-las?
- O Poeta.

Quem acha encantos e murmura é linda
mesmo quando é terrível e abjeta,
a imagem que ao olhar não é bem vinda ?
-O Poeta.

Quem vai os prantos que sufocam almas
onde a tristeza soturnal vegeta,
enxugar com carinhos e mil calmas ?
- O Poeta.

Quem segue os passos da felicidade
- busca incessante, divinal coleta -
como se fora uma real verdade?
- O Poeta.

Quem canta a glória, quem vitória canta,
e o amor que tanto o coração afeta,
é ele, é ele que, a sorrir, espanta ?
- É o Poeta.

É ele, é ele, essa figura imensa,
pináculo do sonho, eterno esteta,
que rima, fala, rima e fala e pensa...
- É o Poeta.
INSENSATEZ
Lino Vitti
(Príncipe dos Poetas Piracicabanos)

Gostarias, eu sei, que o mundo vicejasse
Feliz, como é feliz um pássaro da roça.
Que a riqueza a teus pés, gloriosa, se ajoelhasse
E pudesse dizer: o mundo, a glória é nossa.

Gostarias de ver a luz que se alvoroça
Para invadir o céu, mal o dia clareasse.
Almoçar muito bem, como o glutão almoça,
Ver o espelho mostrar-te a saúde na face.

Como querer, porém, todo o bem, toda a glória
Se carregas uma alma estulta e merencórea,
Se enxergas, ao redor, a estupidez humana?

Tudo o que o mundo tem de belo e apetecível,
É transformado em dor, em mal, em sonho horrível
Graças à insensatez que dos homens emana?

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

O casamento

O CASAMENTO
Dorayrtes S.S. Vitti

José e Maria, vamos chamá-los assim, conheceram-se numa festa. Ela de vestido rosa, com flores suaves. O rosto, belíssimo, com sorrisos envolventes, uma deusa.
O rapaz, bem vestido não lhe tirava os olhos embevecidos com tanta beleza. Aquele encantamento Foi o começo do namoro que durou um ano. Época maravilhosa aquela! De mãos dadas seguiam com a cabeça cheia de projetos e sonhos.
Afinal chegou o dia mais importante para aquele casal que iria diante do altar, jurar a Deus e aos homens seu eterno amor.
O Amor é dom de Deus que demonstrou aos homens o seu imenso amor dando-se em sacrifício por eles. Maria e José, diante do altar, prometeram amor eterno, assim, foi durante a vida inteira.
noiva foi a mais bela da temporada em seu vestido branco, esvoaçante, e diáfano fazia lembrar um anjo com a coroa brilhante sobre seus longos cabelos.
Ele, em seu terno branco, empertigado e sério, era um príncipe dos contos de fadas.
Os convidados cochichavam elogiando a beleza do par dizendo : aí está um casal destinado a viver junto para sempre.
Festas, doces, bolos, bebidas, flores, luzes, tudo a que tiveram direito na lua-de-mel na praia.Vejamos o que acontece dois anos depois.
Nasceu o primeiro bebê para alegria dos pais, dos avôs e tios (as) encantados com aquele ser tão pequeno e frágil. Ele se tornaria o herdeiro da família.
Maria envolveu com o maior desvelo para com o bebê – o seu segundo amor – já que José era o primeiro.
Nasceu, logo depois, o segundo filho e desta vez uma menina, rechonchuda, com as faces coradas, cabelinhos louros como os da mãe.
O serviço da casa, com dois filhos, tornou-se pesado para Maria que corria o dia todo com fraldas, mamadeiras e papinhas. Mesmo assim, não se descuidava das roupas do José que trabalhava no escritório e precisava estar sempre impecável.
Aí começou ao drama do casal. Maria ficou desleixada, consigo mesma. Nem se lembrava qual foi a última vista ao cabeleireiro ou à costureira. Não achava um tempo para tomar banho e lavar os cabelos com xampus. Seu banho de demorado passou a um banho rápido com um pedaço de sabonete.
No escritório, José trabalhava com secretárias elegantes, em seus saltos altos e sempre alegres e perfumadas...
Preciso dizer o que aconteceu? Deduzam vocês mesmos.
Certo dia José chegou tarde em casa e pensou:
- Onde está aquela deusa maravilhosa, alegre e sorridente, com quem me casei?
No primeiro ano de casados ela o esperava com um grande sorriso e com um jantarzinho à luz das velas Agora, ao vê-lo chegar dizia simplesmente: o jantar está no forno.
Atentam bem, meninas casadoiras: os filhos são bênçãos de Deus, são anjinhos precisando dos pais. Devem ser bem cuidados. A casa precisa estar limpa e em ordem. Pensem bem: a mulher inteligente acha sempre um tempinho para ela.
Maria foi limpar o espelho da sala e o que viu a assustou: eu não sou essa aí. Este susto valeu-lhe uma lição. Desse dia em diante acabou o tempo para ela. Voltou a ser aquela deusa de outrora. Ganhou experiência e bom senso.José chegou à tarde e espantou-se ao ver a mesa posta com 4 pratos , para eles e as crianças, um vasinho no centro com um botão de rosas, sorriu e lágrimas rolaram de seus olhos.
Lembrem-se porém; o casamento não será para sempre, se não houver amor, amizade, perdão, fidelidade e participação dos dois: marido e esposa.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

As duas borboletas


AS DUAS BORBOLETAS
Lino Vitti

(Meu Deus, meu Deus, são duas borboletas -C. Abrei)

Um sol genuinamente brasileiro
tropicalmente luminoso e imenso
borrifou, caprichoso, o campo inteiro,
e as flores bebem luz num hausto intenso.

As borboletas voando em galhofeiro
bando, bebem-lhe o mel e o incenso...
Mas uma é tão azul, azul, que penso
ter voado de dentro de um tinteiro

E é essa justamente que a menina
borboleteando em vão, rica de gosto
tenta apanhar, e corre, e desatina...

Mas a outra, asas mais leves, mais fugaces,
vai pôr-lhe um beijo rápido no rosto
supondo sejam flores suas faces.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Velhice, o que é isso?

VELHICE: O QUE É ISSO?
Lino Vitti – Decano da imprensa

Veja bem, o possível leitor, que surgem, de imediato, nas linhas do título desta quiçá milionésima crônica minha, dois vocábulos significativos sobre o tema pretensamente abordado por mim: velhice e decano.
Ser velho não é curvar-se bisonhamente ao peso dos muitos anos. Não é reclamar do vazio físico, social, espiritual, humano enfim, com que a vida contempla os que ultrapassam os 80. Não é deitar no leito do nada fazer aguardando a hora de partir para a eternidade. Não é locupletar consultórios médicos ou hospitalares com visitas constantes e nem sempre necessárias , na tentativa inútil de repelir para longe aquilo que é próprio de todos os mortais, feitos de carne e ossos que o tempo se compraz em achacar e destruir. Não é encastoar-se numa torre de isolamento, renegando tantas coisas belas e boas que a vida costuma oferecer a qualquer um de nós, mesmo que a companhia dos anos seja numerosa e desagradável. Não é ainda – ser velho - renunciar aos amores familiares, aos sonhos gostosos, aos anseios de vencer, aos desejos de divertir-se, às possibilidades de conquistar novas amizades, novos relacionamentos, novos conhecimentos artísticos, científicos; de renunciar à leitura de livros, jornais, revistas; de deixar de sentar-se diante da tevê para assistir disputas esportivas, novelas glamorosas, noticiário nacional e internacional, filmes novos e antigos; e por último, diria, ser velho não é jamais jogar a vontade de lado, no lixo, e deixar de escrever crônicas, artigos, romances, poesia, pintar, transmitir novas teorias, novos princípios políticos, participar da vida institucional do país e acompanhar tudo quanto em outras nações acontece...
Isto seria não ser um velho legal, e o contrário disso, seria, logicamente, SER VELHO. Prematuramente, desnecessariamente SER VELHO!
A velhice – a boa velhice – deve ser amada, como um dom divino, como um prêmio da vida, como um valor inarredável da existência, como um modelo que deve permanecer no seio da sociedade, para ser imitado, para ser guardado, para ser cultuado. E às crianças, aos jovens, aos adultos e aos outros velhos, de qualquer sexo ou condição humana, cumpre ver com olhos de ouro aqueles a quem o tempo elegeu para viver muitos anos, aqueles que vêem o horizonte do ocaso já bem próximo, iluminado como um convite a ser seguido, serenamente, à espera da noite sem fim e da eternidade .

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

NOSSA SENHORA

NOSSA SENHORA
Lino Vitti

Se contemplas o céu em noite recamada
a grandeza verás das estrelas fulgentes.
São todas corações a palpitar, frementes,
à espera milenar de outra alma, sua amada.

Tão longínquas se vêm, mas tão pertinho as sentes,
quase as prendes na mão em desejos alçada.
Uma brilha porém tão bela e destacada,
um astro a reluzir fulgurações ridentes.

“Stela Matutina” enfeita o céu risonho,
simboliza oração, divindade, almo sonho,
a cintilar tão alto em luzes se alcandora.

E lembra, ao contemplar-lhe o mais sublime brilho
Aquela que nos trouxe um Deus feito Seu Filho
– Estrela da Manhã, Virgem Nossa Senhora.


Ser ou não ser poeta, eis a questão

SER OU NÃO SER POETA
Lino Vitti

Dizia o teatrólogo inglês: ser ou não ser, eis a questão. Peço-lhe permissão entretanto para acrescentar à sua célebre frase o substantivo poeta e assim dizer: ser ou não ser poeta, eis a questão. È, porque no mundo a alternativa é essa: ou se é ou não se é poeta, porque não há meio termo, metade poeta; metade, não.
A poesia integra o homem, nasce com ele, vive-lhe pespegada na alma, muitas vezes se manifesta, se corporifica, se materializa em palavras e aí temos o poeta, a dizer poesia – essa borboleta colorida e esvoaçante que sai do casulo da sua inteligência criadora , voa feliz, voa brilhante, voa inquieta e linda pousando em cada pessoa, para deixar-lhe o perfume de um verso, de uma estrofe, de uma rima, de um poema.
E porque a poesia é divina e eterna, ela vem dos arcanos do céu, traz melodias angélicas, vem sonorizada pela bênção de Deus, e o poeta se torna assim um mensageiro entre o celestial e o terreno, trazendo do alto infinito para o chão em que rasteja o homem a paradisíaca mensagem da poesia . Ora, vinda dessa fonte sublime a poesia há de integrar, como acima disse, no ser humano, profunda, bela, alegre, maravilhosa, consoladora, pois traz de origem todas essas generosas qualidades e sequiosa é sempre de embelezar a vida, dignificar o homem, iluminar as mentes, espalhar a aleluia dos sentimentos nobres e cordiais. Por isso, ela é musical, ela canta, ela é feita de hinos, ela é sinfonia, ela é luz .
O universo é o grande poema do Criador. Quando Ele criou o mundo e o homem e a mulher, estava decerto escrevendo esse poema sublime que é a vida, que é o céu, que é a terra, que é o homem, que são as aves, que são os animais, que são as águas, que são as montanhas, que são as chuvas, que são, os rios, que são as florestas, que são os amores, que são a Fé, a Esperança e a Caridade .
E como colaborador dessa obra fantástica e bela, Deus criou o poeta, deu-lhe a beleza das rimas, o encanto das estrofes, o esplendor do verso, a glória do poema . E o poeta não decepcionou o Poeta Maior que o presenteou . E como bom filho, fez da vida uma doce poesia, fez dos sonhos um perene prazer, cantou, cantou, desde o inseto ao elefante, desde a planície à montanha, em água e fogo, em rimas ou sem rimas, florindo e frutificando, ora a sorrir, ora em lágrimas, ora feliz ora sofredor. E chamou a todos os seus amigos do universo a participarem de sua poesia, a beberem dessa taça transbordante de encantos e idéias, a se saciarem com o belo, com o maravilhoso, com a felicidade, a ventura e a aventura. E o poeta se fez representante do Grande Poeta Criador, e passou a espalhar pelo mundo, em forma de estrofe, de poema, de poesia enfim, todas as belezas do Céu e da Terra, pois que Céu e Terra são a poesia com que Deus os premiou .
Piracicaba é feliz , pois o Sábio e Eterno Poeta Criador lhe enviou
muitos poetas e poetisas, para que seja levada à glória da imortalidade pelo amor azul da Poesia . Tanto a engrandeceu que hoje é um reino que até “príncipe” tem, e que nesta grandiosa oportunidade e nesta feliz data, se prevalece destas linhas para consignar a todos os parabéns e felicitar Piracicaba por ser um berço de poetas e poetisas , dignos de representarem o Poeta Eternal que fez esse Poema épico e glorioso do Universo.

Amizades - Dorayrthes Vitti

Amizades
Dorayrthes S.S. Vitti


Sentada no banco, sob meu caramanchão, aspirando o perfume das flores do jardim, observava o céu azul onde nuvens brancas passavam, ora firmes como flocos de lá, ora desfazendo-se vagarosamente.Meu pensamento voou longe, bem longe, tão distante trazendo lembranças de quem passou pela minha vida.Amigas de infância tive muitas, Companheiras dos brinquedos e das aulas escolares.Vieram as companheiras mais velhas compartilhando das horas boas e más, horas de tristezas e alegrias. Aconselhando-se, confortando-se e até chorando juntas.Ainda tenho muitas amigas da minha idade e por incrível que pareça outras mais jovens. Digo sempre : adoro estar no meio das jovens senhoras trocando experiências de vida, eu já idosa e elas na flor da juventude com idéias das quais eu também já tive.Outro dia mesmo fomos a um chá da tarde e nos deliciamos na sombra das árvores. Esquecemos dos maridos, dos filhos, dos problemas da casa. Foi delicioso, um luxo.Já tivemos um grupo que se reunia em casa de uma e de outra. Que saudade, Du! Será possível fazer isso de novo?Muitas amigas já se foram junto a Deus, outras continuam neste mundo. De todas que já partiram, tenho certeza estarão gozando da felicidade eterna. Duas delas foram muito especiais. Amigas das quais jamais me esquecerei e se Deus me ajudar espero estar um dia com elas no Paraíso.Foram verdadeiras heroínas. Maravilhosas, lindas, anjos escolhidos por Deus para nos deixar exemplos e sabedoria. Não consigo deixar de dizer os seus nomes: Mabel e Olívia, recebam minhas homenagens e afeto.Deixemos de tristezas e falemos de coisas mais amenas.Sete amigas ainda meninas brincavam juntas em nossa casa, no quintal e nas calçadas (naquele tempo ainda podia). Já jovens continuaram a participar de festas, cinema, matinês, carnaval e até namoriscos.Assim passaram junto com o tempo. Hoje, adultas, casaram e cada qual tomou o seu rumo. Outras casaram, tiveram filhos, hoje já adolescentes.Continuam um grupo de lindas mães que nem parecem casadas e mais jovens do que são.Essa amizade que dura 40 anos continua ainda hoje. Reúnem-se quando podem numa gostosa tarde e parecem um bando de papagaios rindo e falando.Sinto-me orgulhosa dessas jovens.(Para mim são sempre jovens) porque dela fazem parte minhas duas filhas queridas: Lina e Rita.Fica aqui minha homenagem a: Leni, Iana, Liliam, Sandra, Rita, Lina e Bernardete.

DOMINGO




Domingo

"Ao preclaro poeta Ésio Pezatto"

Olho o mundo através da geometria
da quadrada janela deste ninho
onde fico teclando noite e dia,
para achar dos meus sonhos o caminho.

Contemplo o azul do céu! É tão sozinho
esse infinito astral... é teimosia
ser tão anil assim ; quase adivinho
que é aí que a eterna vida principia.

Quem sabe ele também vê que é Domingo,
e porque sou poeta choramingo
e me ponho silente entre mil cismas.

Poeta Ésio Pezatto, grande amigo,
acontece também isso contigo?
Diante de um céu azul também te abismas?

Lino Vitti, “o príncipe”
Do meu santuário de poesia receba improviso

POETA PARA SEMPRE



POETA PARA SEMPRE

Pelo “príncipe” Lino Vitti

E quando da poesia a vela azul enfuno
pelo oceano sem fim que dentro de mim guardo
vou à praia do sonho e todo felizardo
me encontro com quem diz ser meu sincero aluno.

Ésio António Pezatto – um grande e nobre bardo-
um poeta de escol (o mar é às vezes bruno)
do qual tanta poesia e tanta arte reuno
só para lhe dizer “que enorme e lindo fardo!”

Que enorme e lindo fardo a um só tempo levamos,
por sobre o largo oceano em versos carregamos
em busca do auroral reinado que presido!

Já não és mais aluno, és diplomado poeta
a cantar, a cantar – das musas um profeta –
que nunca há de cair nas sombras ou no olvido.



Lino Vitti "Príncipe dos poetas Piracicabanos"

PARAÍSO DA VIDA







PARAÍSO DA VIDA


Senhor, certo até Vós minha alma vai,
Ao julgamento do eternal Juízo
Para ajoelhar-se diante de Deus Pai
E receber ou não Seu Paraíso.

Mansão de Luz que pouco e mal diviso,
Prêmio final a quem dizeis: amai.
Supremo Anseio, Divinal Sorriso,
Poderoso, Magnífico, Adonai!

É tão grande do Céu a Potestade,
Tão gloriosa dos bons a Eternidade,
Tão divina essa laurea apetecida,

Que eu Vos peço, Senhor, nessa hora augusta
Seja a Vossa Grandeza, Eterna e Justa,
Dando-me em paga minha própria vida!








Lino Vitti "Príncipe dos poetas Piracicabanos"

O FIM, O FIM, O FIM...





O FIM, O FIM, O FIM...

Vejo perto o final do ano, vejo
a vida se esvair tristonhamente,
contrariando demais o meu desejo
de viver uma vida... eternamente.

E dize-me, poeta, por que a gente
vive os dias qual fossem um realejo?
Repetem-se, repetem-se, friamente,
num pobre e doloroso e feio harpejo?

O fim, o fim, o fim, isto é o que eu ouço,
preso a um fundo e soturno calabouço,
prisioneiro de tudo o que não quero!!!

Que val da vida o sonho mal sonhado?
Que val no amor das ilusões o brado?...
Na resposta, poeta, sê sincero...


Lino Vitti "Príncipe dos poetas Piracicabanos"

POETANDO...



Poetando...


Renuncio à poesia, renuncio
A rimar, a cantar, a ser poeta.
Que vá tudo rolar junto co´o rio,
Com sua mistura fétida e abjeta.

De que valeu tanto trabalho esteta?!!
Tanto calor - se agora sinto frio?
Bem dizem que ninguém se fez profeta
Na terra que o poeta nascer viu.

Bobagem minha gente, foi perdido
Todo o tempo em rimas consumido,
Tantos versos e rimas empregados.

Numa só coisa os poetas são felizes:??
Colocam os seus cínicos narizes
Em tudo aquilo a que não são chamados.



Lino Vitti "Príncipe dos poetas Piracicabanos"

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

POR QUE ÉS POETA?


POR QUE ÉS POETA?

Por que és poeta, meu amigo e minha amiga,
Todos vós que rimais ou não rimais a vida?
Ora dizem que amais a poesia antiga,
Ora a nova, dizeis, é muito mais querida.

Aquela há sempre alguém que a invoque, a chame, a siga,
Embora muita vez seja a outra a preferida.
Aos poetas, porém, nada existe que obriga
Ser hoje, ou ontem ser...Só poesia é exigida.

O tempo nada vale, a alma pois do poeta
É eterna, canta o belo e sonha noite e dia,
Seja em clássico dita, ou rimada em moderno.

Ser poeta é viver num reino onde a beleza
Sempre teve o valor, todo o encanto e realeza
Que lhe fazem da vida um sonho longo e eterno.


Lino Vitti "Príncipe dos poetas Piracicabanos"

TALITA



TALITA
"Ofereço à irmãzinha dela, Mariana, aos avós Ivana
e Cássio e aos felizes pais"

Veio com a Primavera - a aguardada Talita,
Flor que é, flor sonhada em meio a tantas flores!
Trouxe o divino olor de uma vida bonita,
Personificação de dois santos amores .

Nova vida que vem, emanação bendita
Da luz que vem do céu – sublimes resplendores!
Que à humanidade, sempre ansiosa, triste, aflita,
A receba a sorrir, a cantar mil louvores.

Talita, como poeta e amigo da família,
Me comovo ante a humana e excelsa maravilha
De uma vida feliz , risonha, pequenina,

Que vem tornar mais belo, e doce, e venturoso
O sonho divinal de um casal amoroso,
Como bênção de Deus, qual dádiva divina.



Lino Vitti "Príncipe dos poetas Piracicabanos"

BATIZADO DE MARIANA



BATIZADO DE MARIANA



"O Batismo é a Graça que identifica o ser humano como filho de Deus"


Desce um anjo do Céu trazendo a Luz Divina
Que de Deus Salvador docemente dimana
E com ela coroa, e com ela ilumina
A inocência infantil da querida Mariana.

É a força celestial que o Senhor determina
Para envolver de amor, de paz, a alma humana
Pois é na água lustral do batismo que mina
A graça, a santidade, a vida soberana.

Assim , feliz Mariana, a pia batismal
É porta com que Deus convida seus diletos,
Poder para enfrentar as agruras do mal.

Neste dia especial que a cerquem os afetos
Dos teus amados pais, cujo amor é eternal,
E de felicidade estão hoje repletos
.




Lino Vitti "Príncipe dos poetas Piracicabanos"

BENVINDA, MARIANA


BENVINDA, MARIANA


Raiou a luz da vida, o amor chegou chorando,
Para amanhã sorrir às belezas do mundo.
O botão se fez flor ao sol luzente e brando,
O céu é mais azul, mais santo e mais profundo.

Esperar foi tão bom! Ás vezes semeando
Surpresas divinais, doce anseio jocundo!
Que sublime é o surgir de uma aurora chegando,
Para alguém ser feliz, segundo por segundo!

E não encontrará jamais os tolos medos
Pois anjos te guiarão por caminhos divinos,
Serás sempre feliz ao lado dos brinquedos.

Teus pezinhos , Mariana, hoje tão pequeninos,
E os olhitos ainda a buscar mil segredos,
Te levarão, eu sei, ao melhor dos destinos.



Lino Vitti "Príncipe dos poetas Piracicabanos"

Meus noventa anos!


MEUS NOVENTA ANOS!
Lino Vitti

São raros os felizardos que alcançam, abençoados por Deus e pela vida, aos generosos e apreciados 90 anos de idade, lúcidos, dotados de uma visão feliz, dando para trincar almoço e jantar sem problemas, com possibilidades de ler 4 jornais diários, caminhar, passear de carro levado pelos filhos ou netos, ao lado de uma amada esposa octogenária, enfim vivendo ainda com todos os direitos e atuações advindos de uma vida memorável e repleta de atos e fatos que perlustram os anos.
Incluo-me entre esses felizes viventes humanos. Observo porém que tenho dois dias de aniversário: um, a dezesseis de janeiro, segundo aquela que me gerou e me trouxe ao mundo; outro, segundo registro do cartório de Vila Rezende, marcado em 8 de fevereiro de 1920. Explico: naqueles longínquos tempos, os que nasciam na roça, eram registrados oficialmente semanas depois ou até meses, quando o pai ou algum parente cioso em prestar favores, vinham à cidade para outros fins, aproveitando a oportunidade para passar no cartório do Mario Telles, da Vila Rezende ou dos Godoys aqui na cidade, e oficializar o nascimento. E nem sempre colocavam a data exata, daí o qui-pró-quó.
Pelo sim, pelo não, estou nos noventa anos, e me sinto uma pessoa grata a quem o Criador concedeu vida longa, sem os traumas que em geral acompanham os que desfrutam de idade avançada.
Alguém, entretanto, poderá perguntar se valeu a pena atingir a provecta idade, e ser agraciado por alguma felicidade por isso? Digo que sim, pois correndo os olhos pelos idos de vida, verifico que muito coisa de útil, de valioso, de importante, de necessário, de social, de religioso, de sonhado, de esperado, de realizado, enfim. Verifico que servi quanto pude e me permitiram as forças humanas à sociedade onde vivi, à terra onde nasci, à Fé que os pais me transmitiram, à cultura onde me envolvi, realizando sonhos e realidades, distribuindo os talentos de cultura com que Deus me dotou, criando uma família numerosa, servindo por mais de 40 anos ao povo de Piracicaba, como servidor municipal (Diretor da Secretaria da Câmara de Vereadores),escrevendo(até hoje) prosa e versos para os jornais da terra, dando instrução superior a todos os meus sete descendentes, todos engajados em altos postos da sociedade, unido em matrimônio a uma única esposa (Professora Dorayrthes S. Schmidt Vitti), praticando a mesma religião católica, herdada dos pais e da família) respeitando a sociedade e seus lídimos princípios, preservando a própria família unida e amada, vivendo a felicidade de quem faz o bem e cumpre a vontade de Deus.
Acho assim, devem outros concordar comigo, que vivi muito bem meus 90 anos, e (sem balofo orgulho) digo quiçá, possa ser imitada e melhorada muito por quem vem caminhando atrás. Quem sabe até ela poderá servir de um apagado modelo, o que me traria felicidade e prazer.

PRÍNCIPE DOS POETAS DE PIRACICABA

CURRICULUM VITAE
( Síntese de Vida)
NOME – Lino Vitti
IDADE – 08/02/1920
ESTADO CIVIL – Casado, em únicas núpcias, há 56 anos, com a Professora Dorayrthes Silber Schmidt Vitti
FILIAÇÃO – José e Angelina Vitti
NATURALIDADE – Piracicaba, Estado de São Paulo –Brasil
Bairro Santana , Distrito de Vila Rezende
VIDA FAMILIAR
Casamento Civil e Religioso em comunhão de bens, Pai de sete filhos: Ângela Antónia, Dorinha Miriam, Rosa Maria, Fabíola , Lina, Rita de Cássia, Eustáquio.
VIDA PROFISSIONAL
Aposentado como Diretor Administrativo da Câmara de Vereadores de Piracicaba, e como Redator do “Jornal de Piracicaba”. Exerceu atividades no comércio, no Magistério, na lavoura até os l3 anos, na municipalidade local, como bibliotecário, lançador de impostos, protocolista, Secretário Municipal.

VIDA CULTURAL
ESCOLA PRIMÁRIA –
Grupo Escolar “Dr. Samuel de Castro Neves”, Santana, seminarista vocacional ao sacerdócio por seis anos, no Colégio Santa Cruz, da cidade de Rio Claro (SP), onde cursou humanidades, línguas, religião, ciências, matemáticas, música.
CURSOS –
Formou-se Técnico em Contabilidade, lecionou latim, francês, datilografia.

VIDA RELIGIOSA
Católico, Apostólico, Romano, fez curso de religião em seminário dos Padres Estigmatinos, foi organista da Catedral e da Igreja de São Benedito, de Piracicaba, e Congregado Mariano.
VIDA LITERÁRIA
Bafejado por ensinamentos de sábios sacerdotes em colégio de formação religiosa, recebeu extraordinário acervo literário que lhe propiciou enveredar pelo caminho da poesia, da crônica, dos contos, do jornalismo, havendo editado de l959 a 200l sete livros de poesias e contos, com edições em milheiros de volumes, os quais estão aí para satisfazer o gosto daqueles que apreciam a arte literária.
São seus livros : “Abre-te, Sésamo”, l959; “Alma Desnuda”, l988; “A Piracicaba, Minha Terra”, l99l; “Sinfonia Poética”, de parceria com o poeta Frei Timóteo de Porangaba; “Plantando Contos, Colhendo Rimas”, l992; “Sonetos Mais Amados”, l996 e “Antes que as Estrelas brilhem”, 200l. O poeta conta ainda com o prazer de haver composto hinos para diversos municípios, bairros rurais, entidades sociais diversas, continuando a colaborar ainda, após os 83 anos em colunas literárias e com artigos de ordem geral em jornais da terra.
Faz parte da Academia Piracicabana de Letras que lhe outorgou o título honorífico de “PRÍNCIPE DOS POETAS DE PIRACICABA’.
Foi-lhe concedida Pelo Município de Piracicaba, através de sua Secretaria da Ação Cultural, a MEDALHA DE MÉRITO CULTURAL, “ Prof. OLÊNIO DE ARRUDA VEIGA’; é detentor do TROFÉU IMPRENSA, concedido pelo Lions Clube de Piracicaba, centro, e da MEDALHA ITALIANA, concedida pelo governo italiano de Benito Mussolini aos alunos de escolas e seminários de origem daquele país que tivessem se destacado em redação de trabalhos literários escritos na língua de Dante.
O Município de Saltinho, para o qual contribuiu com o Hino dessa comunidade municipal , conferiu-lhe o título de “Cidadão Saltinhense”.

DISCURSO

Por ocasião do lançamento do livro de poesias “Antes que as estrelas brilhem “, pelo poeta Lino Vitti foi proferido o seguinte discursos:

Exmo. Sr. Heitor Gauadenci Jr. dd Secretário da Ação Cultural

Exmo. sr. António Osvaldo Storel. dd. Presidente da Câmara de

Vereadores de Piracicaba

Exmo.sr. Moacyr Camponez do Brasil Sobrinho, dd. Presidente do Instituto Histórico e Geográfico

Exmo,. sr. Henrique Cocenza, dd. Presidente da Academia Piracicabana de Letras

Exmo.. Sr. Ésio Pezzato , anfitrião desta solenidade

Senhoras e Senhores

Pela sétima vez (graças a Deus) em minha vida lítero-poética vejo-me guindado a uma tribuna improvisada (o que é bom porque torna o fato mais popular), para proferir um discurso de agradecimento, ao lado da oferta de um novo livro de versos. É teimosia essa de poetas em desovar sua produção para que mais gente participe de suas tiradas, muitas vezes fora de forma e de ambiente, mas que o poeta não vê porque , ao editar um novo livro está cego pela emoção , como se fosse a vez primeira. Está aí o Ésio Pezzato, responsável por mais esta minha invasão no mundo das letras poéticas, para dizer se não é assim. Para dizer se não sofre também dessa doença feliz de editar livros e mais livros a ponto de perder a conta, já que a esta altura ele não sabe se já está no décimo ou décimo primeiro. E ainda continua batendo dedos de métrica, sabemos lá por quantos anos ainda !

Tenho um ex-colega de seminário, prof. Hildebrando André, aposentado como professor universitário e com o qual mantenho longa e pródiga correspondência, que não se cansa de enaltecer a felicidade de Piracicaba contar com tantos poetas e poetisas. Tem razão ele, pois se apenas dois deles já conseguiram editar l8 livros de poesia, imagine-se as centenas que seriam necessárias para dar um pouco de vazão a essa raridade intelectual que toma conta da minha terra!

Este meu livro vem à lume por obra e arte do prefeito José Machado , seu Secretário da Ação Cultural e de seu zeloso servidor Ésio Pezzato que se entusiasmaram diante da recitação de diversos poemas meus por um grupo de jograis, alunos da UNIMEP, e impressionados decidiram patrocinar a publicação deste livro, pois entenderam que Piracicaba poética merecia conhecer em mais profundidade o seu príncipe da poesia. E aí está, lindo e impecável, entregue às mãos do povo de Piracicaba, que indistintamente de cor, estudos, intelectualização , posses financeiras, categoria de trabalho, com religião ou agnóstico, jovem ou adulto, roceiro ou citadino, aí está, para quiçá, momentos de lazer e sonho. Sonho , sim, porque a poesia é terrivelmente sonhativa , vive no mundo da fantasia, alicerça-se nas bases da emoção e brota do âmago mais profundo do poeta, e para que as filhas de Eva não reclamem, da poetisa também.

Alguém me perguntará? Como é ser poeta? Juro, nunca pensei nisso. Acho que ninguém consegue ser poeta. Já é. Nasce feito, como dizem.

não é verdade Maria Cecilia, Ivana Maria, Ésio Pezzato , Prata Gregolim, Marina Rolim, Valter Vitti, Mario Pires, Saconi, e tutti quanti enfeitam com seus lindos versos as páginas do “ Jornal de Piracicaba, ou da “Tribuna Piracicabana , e assim também esse cacho imenso de livros poéticos que quase semanalmente são dados ao conhecimento e sentimento público de nossa terra ? Tornando-se um privilégio de uma cidade, como disse alhures o supra citado meu colega seminarístico Hildebrando André. ?

Não se suponha que para ser poeta é preciso ter nascido em berço de ouro ou em centros intelectuais de enorme repercussão. Nada disso. Tenho um soneto que define bem esse fato. É assim: “Eu não sou o poeta dos salões / de ondeante, basta e negra cabeleira] não me hás de ver nos olhos alusões / de vigílias, de dor e de canseiras. // Não trago o pensamento em convulsões,/ de candentes imagens, a fogueira. / não sou o gênio que talvez supões/ e não levo acadêmica bandeira.// Distribuo os meus versos em moedas/ que pouco a pouco na tua alma hospedas / - raros , como as esmolas de quem passa. / Mas hei de me sentir feliz um dia/ quando vier alguém render-me graça/ por o fazer ricaço de poesia. // “ . Poetas e poetisas saem do nada , devem trazer o selo ou o bilhete de entrada nesse reino encantado desde o útero materno, embora ouse eu afirmar que a vida é também uma grande mestra , as influências da mentalidade circunvizinha,

o próprio meio ambiente, podem , em circunstâncias outras , plasmar um poeta .

Eu fui plasmado , por exemplo, por entre maravilhas campestres. A roça ou o campo são fantásticos criadores de poesia. Ela anda atapetando por todos os cantos a natureza, as gentes, os animais, os atos e fatos. e a cabeça daqueles com quem ela convive. E o poeta, criador por excelência, se abebera de todas as belezas esparsas pelas colinas, serras, vales e descampados , para transformar tudo em versos e rimas, ou em versos simplesmente, onde pululam , como cabritos silvestres, as figuras literárias, os tropos, as sínteses, as comparações, e todos os anseios que lhe vão no imo da alma. Para satisfação própria e para satisfação dos que convivem com o poeta. E´ por isso que se botardes olhos curiosos sobre meus poemas havereis de tropeçar a todo o momento com um motivo roceiro, pois trago uma alma plasmada pelas belezas rurais de Santana, Santa Olímpia , Fazenda Negri, e especialmente por aquela colina encimada ,no cocuruto, pelo prédio do grupo escolar, onde aprendi a ler e escrever e a poetar.

Peço desculpas por haver-me prolongado um pouco nestas elucubrações poéticas, desobedecendo aos conselhos do amigo Ésio que continua exigindo de mim discursos improvisados, o que seria tão para os ouvintes , que ansiosamente aguardam o momento de bater palmas acabando assim com a verborragia oratória.

Não posso entretanto encerrar esta breve alocução sem deixar consignados meus agradecimentos do fundo do coração ao prefeito José Machado ,ao seu Secretário da Ação Cultural Heitor Gaudenci Junior, ao seu sub-secretário poeta Ésio Pezzato, ao prefaciador Moacyr de Oliveira Camponez do Brasil sobrinho, aos queridos opinadores Maria Cecília Bonachella, Maria Ivana França de Negri, exímias poetisas, prof. Elias Salum e a minha filha Universitária Fabíola Vitti Moro, pela maravilhosa capa, Editores e toda equipe de funcionários , à minha esposa pela sugestão transmitida ao prefeito com relação ao advento desta obra, aos digitadores Nair , minha nora e neto Leonardo, e outros que possa ter esquecido, como é fácil em cachola idosa, - meus agradecimentos repito, pela reunião de esforços e trabalho que tornaram possível o advento de mais um livro de minha lavra.

Obrigado “ em geralmente” como dizem nossos cururueiros, aos que ilustraram com sua arte musical esta solenidade e assim também a todos quantos acharam um tempinho para vir prestigiar-me nesta tarefa de cultura e arte. Levem a certeza de que nada mais desejo do que engrandecer com minha poesia a terra que me viu nascer, a terra que me viu crescer, a terra que me proporcionou oportunidade para chegar a um cargo tão nobre quão dignificante de “Príncipe dos Poetas de Piracicaba”

Meu carinhoso obrigado também aos meios de comunicação, de modo especial “Jornal de Piracicaba”, na pessoa de seu Editor Chefe Joacyr Cury , de “A Tribuna Piracicabana”, na de seu diretor Evaldo Vicente, pela divulgação caprichosa deste evento que afinal nada mais é do que mais uma demonstração da exuberância cultural da Noiva da Colina.

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