Lino Vitti - Príncipe dos Poetas Piracicabanos

Lino Vitti - Príncipe dos Poetas Piracicabanos
Lino Vitti- Príncipe dos Poetas Piracicabanos

O Príncipe e sua esposa, professora Dorayrthes S. S. Vitti

Casamento

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Bodas de Prata

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Lino Vitti e seus pais

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Lino Vitti e seus vários livros

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Bisneta Alice

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O Príncipe agradece a visita e os comentários

60 anos de Poesia


domingo, 31 de março de 2013

DO MEU ESCRITÓRIO



Lino Vitti

Pela janela do escritório espio
a primavera que aos sorrisos anda
ponde flores por tudo: na varanda:
vizinha, nos quintais, à beira-rio.

Entre as copas de um verde luzidio
bole uma aragem aromal e branda.
No mar do espaço – plágio de navio –
erra uma nuvem floconosa e panda.

Por onde quer que corra o olhar ansioso
em motivos de júbilos esbarra
deixando na alma um bem-estar gostoso.

Porém certa tristeza me quebranta
se, repentinamente, uma cigarra
sob a carícia do sol, magoada, canta.

quarta-feira, 27 de março de 2013

PROFESSOR VALTER VITTI



                                               Lino Vitti

                A vida de mestre escolar, ou professor primário, não é fácil. Sabem-no aqueles que cuidam de abrir as luzes do saber às cabecinhas infantis – aquele que chamamos de professor primário, mas que na realidade é o desbravador inicial do ensino, aquele que abre  as portas para o futuro, aquele que nivela os montes e os vales da educação. Ninguém chegará a qualquer coisa se não houver antes recebido o bilhete do saber, escrito por aquele idealista mestre-escola, que transmite as letras e a tabuada, com ternura e carinho, como se cada aluno fosse seu filho,
                Faz pouco a educação municipal recebeu mais uma nova escola, com inauguração a 22 de março, cuja denominação  dignifica o professor primário, com o nome certo e honroso de Professor Valter Vitti, piracicabano originário do bairro de Santana, filho de José e Angelina Vitti, dedicado a distribuir os primeiros lampejos educacionais pelo Brasil afora, o que fez durante mais de 35 anos com amor e coragem, pois são essas duas virtudes que convivem com o mestre-escola, sempre e em todo o lugar.
                Valter nasceu na roça. Fez  primeiros estudos no Grupo Escolar de Santa Ana, hoje, “dr. Samuel Neves”. Teve excelentes mestres que lhe incutiram na alma o amor ao estudo e à cultura, tanto assim que ao terminar o curso  primário ingressou no Seminário dos Padres Estigmatinos, da cidade de Rio Claro, vocacionado para a vida sacerdotal, onde fez curso ginasial. Todavia, como em geral ocorre, deixou os estudos seminarísticos e retornou aos pagos infantis, onde por alguns anos trabalhou como homem da roça, do que o pai José Vitti não gostava, pois era seu intento que os  filhos recebessem instrução mais aprimorada possível. Assim Valter foi encaminhado aos estudos de professor, onde se diplomou  e, por concurso, ingressou na carreira.
                Entretanto não parecia estar satisfeito porque sua personalidade cultural exigia mais e mais. Faz novos cursos superiores  e parte para ensinar as cabecinhas infantis de longínquas regiões do Estado . Depois avançando mais na senda da cultura foi nomeado Diretor de Grupo, onde se aposentou e hoje recebe o justo e carinhoso prêmio de sua participação no ensino do país: o nome dignificando um estabelecimento escolar de sua terra.  
                Quem não se lembra, depois de chegado à idade adulta; daquela professorinha ou professor carinhoso, martelando horas e horas, dias e dias, anos e anos, seus ensinamentos àquele mundo de cabecinhas curiosas e sequiosas de saber, deixando durante anos e anos uma esteira de luz  e cultura a ilustrar o futuro da sociedade e do país, formando cidadãos dignos e sábios, moldados pelos ensinamentos do mestre-escola?  Quem não sente saudade daquela voz  que diariamente incutia em cada criança um pouco mais de cultura, formando um povo instruído e preparado para ser uma nação condigna de participar das demais nações que ilustram o mundo? Quem não sente vontade de voltar na vida para reencontrar o seu professor ou a sua professora
 E dizer-lhe de joelhos: 
                “Deus lhe pague”, “Deus lhe pague”.
                É o que  Professor Valter dirá aos que o honraram e dignificaram com o seu nome numa escola, pois foi nas salas de aula que  deixou sua vida e seu coração.                

O SABIÁ


Lino Vitti

A medalha sonâmbula da lua
Engasta-se no peplo do infinito,
Quando, subitamente, acorda aflito
O canto de um sabiá de minha rua.

Gorjeio, não. . . mas doloroso grito
Que na amplidão da noite se insinua.
Seresteiro a chorar a mágoa crua
Que lhe enfuna a garganta de precito.

Tito Schipa, Caruso, Chico Viola,
Desfiando da cela da gaiola
Serenata de sonhos ao luar!

Gino Becchi tupi, eu te suplico,
Bota um cadeado de ouro nesse bico,
Pois teus solos, sabiá, são de matar.

domingo, 24 de março de 2013

REBELIÃO DE INSTINTOS OU SUGESTÃO DE UMA FOLHA


Lino Vitti

O caso é que Lupércio (ele detestava o próprio nome) abrira os olhos azuis num humilde quarto de humilde casa da roça, arrancado do berço maternal, onde vivera nove
meses prisioneiro de um útero fértil, um útero forte, responsável pela gestação de nada menos que dez rebentos entre varões e mulheres. Uma barriga maternal pródiga, cristã, exuberante, em cujas profundidades criadoras jamais se ousara meterem-se ferros e bisturis, senão que apenas as longas e nervosas mãos da tradicional parteira das redondezas. Partos perfeitos, criaturas perfeitas.
Lupércio não poderia ser exceção. Berrou com toda a valentia, custou a arrefecer os vagidos do contato com o mundo que o aguardava, e prometia, pouco depois enrolado, esticadinho, naquela panaria limpa e branca com que as mães do sítio apertam em longa e larga faixa o tiritante corpinho do mal-nascido, prometia, repito, crescer forte, bonito e corajoso, como aliás, almejam todos os pais e mães que assim seja.
E cresceu, virou menino, descambou para a adolescência. A meninice viveu-a, poderse- ia dizer, como a vivem todos os meninos da roça, no que se pode chamar de ambiente doméstico e circundante. Não porém, a sua personalidade em botão. Desde muito cedo, Lupércio, saudável de corpo, e muito mais de espírito, ouvia bem de perto o ulular da caterva de instintos. Eram labaredas que lhe subiam dos pés, pelas pernas, pelo tórax, pelas mãos, pela cabeça, rumo ao cérebro, onde se formavam fantasias imensas, onde vinham se estadear fantasmas sexuais. Não eram poucas as vezes em que o pré-adolescente se perdia a contemplar aves, animais, domésticos e selvagens, se unirem para o ato da procriação natural. Aquilo lhe transmitia um calor aos olhos, algo que queimava o corpo de alto a baixo, numa ânsia de imitar, de fazer. E no âmago de sua cabeça efervescente as figuras das companheirinhas de escola, das vizinhas, até de jovens e moças de muito mais idade, vinham amiúde se apresentar. Sonhando com o mistério que um dia se lhe poderia desvendar.
O adolescente da roça, sabem os sociólogos e os sexólogos, tem multiplicados
exuberantemente seus instintos. Em toda a parte, se lhe oferecem oportunidades para
fantasiar mais e mais, aguardando com ansiedade o dia, a hora de poder fazer o que fazem os animais domésticos e selvagens, dando assim vazão a essa força colossal e indomável, que lhe queima o corpo e lhe atrapalha a alma, com mal compreendidas necessidades biológicas, na busca de um alívio físico e espiritual que ainda não sabe bem como há de conquistar e conseguir.
O estado da adolescência é terrível. O moço sente, vê, debate-se com os instintos, mas não há como enfrentar toda essa pujança sem ferir pruridos de consciência, da fé, de família, do mundo. Parecia a Lupércio que todo o universo lhe apontava o dedo condenatório: não pode, não deve.
****
Um dia (que dias tremendos há na vida!) o adolescente Lupércio viu-se metido num coletivo urbano, ao lado de desgastada mala lotada de roupas, cobertas, lençóis, um par de tênis barato, escova de dentes, sabonete de coco. Partia. Dezessete anos. A desconhecida vida de um internato religioso. Até quando? O que haveria de vir? Lupércio lembrava-se apenas de engolir o nó da garganta e enxugar, com as mãos, um tanto às escondidas, as dificilmente escondidas lágrimas.
Seria o fim? Não sabia. Poderia sim, ser o fim daquela maravilhosa vida de infância na roça, onde ficavam as árvores, os pássaros, as colinas, os colegas, amigos e companheirinhas, as chuvaradas, as noites estreladas, os luares românticos, as plantações, as caçadas, as colheitas, o terço em família, a felicidade de uma infância despreocupada e feliz, aivada de surtos e sustos de instintos em ebulição.
****
O Internato! Casarão terrível a engolir adolescências para forjar, na disciplina e no estudo, as incógnitas personalidades de amanhã! Lupércio espichou os olhos, ainda a relampejar paisagens silvestres e roceiras, por aquelas paredes acima um, dois, três, quatro pavimentos. As janelas em fileira indiana pareciam dizer-lhe “lascsiate ogni speranza o voi che intrate”. Atrás daquele portal e daquelas janelas misteriosas que decerto jamais viriam a ser ocupadas por aqueles que adentravam o internato, em gestos de espiar a rua e o mundo, devia existir um outro mundo, completamente diverso e estranho do vivido até então pelo jovem aspirante ao sacerdócio.
Se ao deixar os pagos natais já se lhe derrocaram, anos de vida, já entendia como perdidos atos, gestos e pessoas daquele seu trecho feliz de vida, o que não lhe deveria caraminholar a cabecinha ainda mal estruturada para mudança tão brusca, a visão daquele edifício imenso, coalhado de mistérios, físicos e psíquicos, onde deveria colocar seus pés, para um contrastante modo do viver, no seio de uma família estranha que não aquela deixada nos cafundós do sítio!?
O convite daqueles portais era inexorável. Era um convite para mudar um destino! E transpostos os umbrais atrás dos quais se lhe enclausuraria esse mesmo destino, Lupércio sentiu um frio pelo corpo. Reagia-se-lhe a alma adolescente naquela manifestação física capaz de dizer-lhe: “esqueça tudo o que ficou para trás! Esqueça a infância, as brincadeiras, os colegas e as coleguinhas, a mãe, o pai, os irmãos, as paisagens, os divertimentos, a vida roceira enfim. Deixe que sangre a hemorragia da saudade incurável, que os perseguirá pelos dias afora”.
****
E assim se fez, porque assim estava escrito na página do destino! Deram-lhe uma caminha de solteiro, um banquinho titubeante para criado-mudo, um 1avatório imenso, longo e cheirando a todos os sabonetes.
Uma gaveta fixa numa estante à moda de guarda-roupa coletivo, cobertas simples pouco adequadas à intempéries de um dormitório metido no sótão do grande prédio. Os preparativos para as suas noites eram rápidos e repetitivos. Dormir era uma exigência disciplinar. E no dia seguinte, mal o dia tingia de rubro o horizonte, uma sineta tenebrosa, insensível, dramatizava o despertar daquela legião de adolescentes e jovens. E se iniciava um ritual vídeo-tape de um e de outro dia, com longas horas de estudo, infindáveis horas de aula, caínhas horas de recreio e muitas horas de silêncio e oração.
Todo programa ritmado e repetitivo não conseguira arrefecer na alma e no corpo do adolescente aspirante, as exigências dos instintos. Passava noites em briga com eles. De
um lado a escalada cada vez mais apressada e forte do sexo exigente, de outro, a palavra dos mestres e instrutores, condenando sumariamente aquela força incontestável e indefensável que lhe energizava o corpo. E a luta se travava intensa entre a ordem e a disciplina, o pecado e o prazer. Noites mal dormidas, lembranças longínquas da infância, remorsos e escrúpulos, o prêmio do céu e o castigo do inferno, aí presentes como um pêndulo fantástico a tocar para frente as horas, os dias, os anos.
Os instintos, cada vez mais contundentes, cresciam. Os deveres e obrigações cresciam também. De tal sorte que a luta era tremenda, travada na solidão das horas noturnas ou nas longas horas dos silêncios dos estudos e dos recreios.
****
E os anos foram somando batalhas com derrotas e vitórias quiçá. Aproximava-se o dia fatal da decisão vocacional. Lupércio temia a sua chegada, pois sabia que as forças dos instintos superavam de muito as forças vocacionais. As lutas haviam sido muitas e muitas as derrotas. Como esperar agora o advento de um auxílio tão forte capaz de levá-lo a esquartejar, com a espada de luz da coragem e da valentia adolescentes, o inimigo há tantos anos enfrentado e nunca, ou quase nunca vencido!?
****
O acaso decide. O acaso socorre em muitas oportunidades aqueles que não enxergam mais uma saída para a solução de graves e íntimos problemas. Lupércio topara, casualmente, com esse personagem, do qual se engendraria uma solução para aquela longa e ingrata batalha dos instintos rebelados, dos instinto exigentes, dos instintos que querem o que querem, dos instintos que lutam aos extremos para fazer valer sua vitalidade, sua presença no homem, seu destino de elemento continuador de espécie.
O pátio do internato onde alunos dos mais variados cursos e oriundos das mais variadas localidades, esparramava-se amplo e sombreado por figueiras frondosas. Sob elas reuniam-se grupos de estudantes. E as árvores como que ouviam as conversas, os diálogos, os debates, os cochichos entre aquelas bocas controladas e presas a uma disciplina rígida.
Foi quando uma grande folha, amarelecida, despencou do alto de copa e caiu, dançando,
entre os debatedores, passando rente ao rosto de Lupércio. Um relâmpago de pensamento cruzou-se-lhe no cérebro e a boca murmurou:
- Ei, colegas, essa folha rolante é bem a imagem da minha vocação, do meu destino.
Amarela e ressequida, levada pela brisa, é como a sinto dentro de mim.
Poucas palavras, significativas palavras. O diretor de alunos ouviu-as e guardou-as para com elas traçar o destino daquele lutador de instintos, de importantes instintos humanos. E no recesso da cela convocara o indigitado aspirante e qual fora um raio terrível, Lupércio ouviu:
- Então estás como a folha esvoaçante da figueira? Não queres mais ficar preso na fronde deste internato, onde se cuida das coisas de Deus, com vontade e amor, dedicação e empenho? Segue pois o trajeto da folha amarelecida que é andar de rastros no pó do chão... voltarás para teus pagos, onde a consciência estará mais livre para essa luta de instintos que dizes sustentar a tantos anos...”
O ultimato superior fatalizava-lhe o destino. Tinha a força de quebrar, como dinamite, aqueles muros altos e intransponíveis que lhe cerceavam os passos para a talvez
aparente liberdade do mundo, onde supunha o aguardariam todas as liberdades corporais e instintivas, transformá-las em armas para derribar ao pó o demônio daquela força profunda que lhe vivia a atormentar os dias e as noites, o interior e o exterior da personalidade.
Aguardava-o um diverso retorno, depois muitos anos, àquele trecho da existência de onde partira, sob o impacto de uma luta infrene, entre espírito e carne, entre virtude e pecado.
E a ordem, o mandamento, partira não de um fato de enorme poder sobre o destino das pessoas, sobre o seu próprio destino, mas de apenas um minúsculo e inédito acontecimento trivial de uma folha de figueira, balouçante, despregada do galho da árvore mãe, combalida e em agonia vegetal, rumo ao ignóbil destino de morrer de rastros na frialidade e indiferença do solo.
Quantas folhas, no mundo, se despedem da fronde, esvoaçam por instantes entre o  azul e a terra, rolam pela areia, apodrecem ao vir primeira chuva, viram solo, sem que ninguém, sem que olhar algum, lhes dediquem qualquer atenção, lhes sirvam de modelo de vida, de solução vocacional, de diretriz para quem quer que seja! Ignoram-nas simplesmente! E aquela, aquela estranha mas significativa folha de figueira a amarelecer,
por que haveria de aparecer em seu caminho, como se fora uma folha viva, inteligente, mensageira, escrevendo na lousa dos acontecimentos pessoais de um brigar mourejante de instintos, o que era preciso fazer, qual o caminho a seguir daquele átimo de tempo em diante?
Qual o dedo milagroso que apertara o pedúnculo vegetal daquela folha entre milhões de folhas de figueira, para num exato instante, inesperado mas valioso, ditar novo rumo para uma alma em cujo seio se desenrolava, surda, oculta, dolorosa, uma batalha que só neste momento viria a lume?
E depois de meio século de vida, quando a arte exigiu do seu personagem uma história a contar?

sexta-feira, 22 de março de 2013

QUADRAS AO CRUCIFIXO



            Lino Vitti -Príncipe dos Poetas Piracicabanos

Nessa efígie, Senhor, depomos nossos sonhos
            Alçamos, nessa Cruz, esperanças e amor.
            Tuas bênçãos envia e dos males medonhos
            Afasta a maldição e a desgraça, Senhor.
           
            Instrumento de um Deus crucificado e morto,
            De símbolo do amor e de crença és fanal.
            Traz, pois, aos que aqui estão teu sublime conforto,
            Assista-nos de cima o mais santo sinal.

            Crucifixo de Deus entronizado agora          
            Olhando com amor os teus filhos mortais
            Esse gesto de Fé nos descortina a aurora
            Com que vencer o Mal e Inimigos ferais.

            Sob o níveo esplendor de uma branca parede
            Teu brilho divinal é força para nós.
            E essa Cruz onde um Deus sofreu dores e sede       
            Nos fale desse trono em santa e ínclita voz.

quarta-feira, 20 de março de 2013

A PAINEIRA


Lino Vitti

Dominando a baixada, sobranceira,
- A copa feita imenso cogumelo -
Que soberbo espetáculo é a paineira
Que espetáculo sempre novo e belo!

Antes, verde, ondulante - uma bandeira!
Depois - ímã de flores que o cuitelo,
E a abelha, e a borboleta galhofeira,
Vêm sugar em alígero duelo.

Outro dia, despindo essa roupagem
Arrebenta em bolotas cor de neve,
- Que prato de pipocas, formidando!

Mas, agora, reparem, como a aragem
É um moleque ladrão, travesso e leve,
Que o sorvete da paina vai roubando.

domingo, 17 de março de 2013

O DESEMPREGADO


 Lino Vitti

Já manhã velha acorda estremunhado,
- O desconsolo a lhe nimbar o rosto,
- Barba inculta, cabelo decomposto,
O pobre do rapaz desempregado.

Levanta e lá se vai até o sol posto,
Buscando, perquirindo, todo lado. . .
- Via-crucis de engano e de desgosto,
- Calvário todo dia renovado!

Entra porta, sai porta, sobe escada,
Desce escada - e a resposta martelante: -
"Meu caro amigo, - já não temos vaga".

Trabalho, nestes tempos, que maçada!
- Foge de quem o busca a todo instante,
- E a quem o tem, barbaramente esmaga!

quarta-feira, 13 de março de 2013

O POETA



Lino Vitti – Príncipe dos Poetas Piracicabanos


Quando o enxergam passar, passos pequenos,
A face magra, quieto, entristecido,
Lançando, às vezes, no ar, mudos acenos
Em gestos de abraçar o indefinido;

Quando o enxergam passar (e o seu ouvido
Não atende aos insultos dos terrenos)
Todos, num quase acento comovido,
Dizem: "Deve ser louco, mais ou menos".

Um dia (nem eu sei como se deu)
Conversamos. Contou-me todo o seu
Viver cheio de angústias e revezes.

É poeta. . . arrependo-me dizê-lo,
Pois eu sei que dirão, agora, ao vê-lo:
"Poeta?. . . então é louco duas vezes!"

sábado, 9 de março de 2013

A JURITI


Lino Vitti
Ao Dr. Pedro Krahenbuhl

No recesso da mata brasileira,
A embalar-se na curva de um cipó,
- Alma da solidão, da capoeira,
Tristonhamente gemedora e só;

A juriti soluça a tarde inteiro
Graves soluços de amargura e dó. . .
E nem sei porque, embora não o queira,
Lembro os gemidos de um soturno Jó.

Mas alguém sob as sombras, qual felino,
Aproxima-se de arma engatilhada. . .
(Oh! pobre juriti, é findo o teu destino!)

Aponta. . . e oh! surpresa, morre o tiro
Nos dedos do gatilho... o camarada
Quem sabe, tinha lido Casemiro!

quinta-feira, 7 de março de 2013

Como o Príncipe vê a Mulher



Lino Vitti – Príncipe dos Poetas Piracicabanos

A Mulher! Afinal, no que a mulher consiste?
É um demônio divino ou um divino pecado?
É o amor, é a beleza, é uma figura triste,
o contraste de o quanto a vida tem gerado?

Um capricho do Amor? Um Amor que resiste
ao terrível poder de amar e ser amado!
É um ventre gerador que o próprio Deus assiste
e se realiza a vida em gesto sublimado.

Mulher! "O elix culpa" a velha Bíblia acusa
porque os lábios levou a maçã pecadora
e desde então virou santa felicidade.

Mulher! Anjo, capeta, inspiradora, musa,
teu passado de amor é a fonte salvadora.
Teu seio gerou Deus - a mesma Eternidade!

segunda-feira, 4 de março de 2013

SAUDADE



          Lino Vitti

Hora em que o coração depressa bate,
Trava combate, mudamente trava;
E de sob as cinzas surgem de repente
Sombras que a mente no íntimo guardava.

Vêm todas empoadas,
Longas, desmesuradas;
Que caminhos terão elas andado?!
Vêm pelos corredores intermináveis
Do castelo encantado
Da saudade;
Trazem braçadas de recordações. . .

Terna saudade desse tempo lindo
Que vai fugindo e que não volta mais.
Infância - lago azul por entre flores
Policolores de infantis ideais.

Terna saudade! Entardecer de mato
Leve desmaio de um beijar de outono.
E cisma a mente num gostoso anseio
Num devaneio doce de abandono.

Terna saudade! Esfacelando mágoas
Fogem as águas dos natais riachos
Das margens quietas exibindo olores
Despencam flores em ridentes cachos.
Terna saudade! O laranjal fremindo,
Brisas fugindo ao lhe afagar a fronde.
Angústias magas de um sabiá que sonha!
Ave tristonha donde vieste?. . . Donde?!

Terna saudade. . . Repicar de sinos;
Magoados hinos na distância enorme
Morrem aos poucos. . . mas por que se cala
Por que não fala mais a torre? - Dorme. . .

Por que se expande essa penumbra incerta?
Por que deserta se desdobra a serra?
Por que das cousas agoniza a alma,
Que dúbia calma esse mistério encerra?

Passado,
País encantado
Que desejamos sempre rever,
Guardando cousas que lá ficaram
Mas que trouxemos e se irmanaram
Em comunhão perene com o nosso ser!

Saudade! A estância pequenina e quieta
Onde nascemos e que existe ainda
Já velhinha, porém, quase caída. . .
Ah! se ela visse de novo o seu menino
Depois de tantos anos,
Depois que conheceu o rol dos desenganos,
De certo não haveria de negar-lhe
Um pouco mais daquela extinta felicidade.
O quintal, o pomar, lá em baixo o rio,
Tudo numa aquarela da memória. . .
Dias de sol noites de lua,
Talvez campinas, talvez montanhas,
A escola, os mestres, os companheiros. . .
Ah! quanta cousa, quanta cousa. . . quanta!
Tudo se foi. . . E que nos resta agora?
- Essa doçura que devora,
- Saudade que quebranta!

Saudade. . . A igreja toda refulgindo,
A criançada de  branco, em procissão. . .
O dia mais feliz e mais belo da infância -
A festa da primeira Comunhão.
Momento de ventura inapagável,
De candura e inocência a transbordar
Do pequenino e palpitante coração.

Saudade. . . Lamurienta serenata
Povoando de lamúrias o sertão.
Sumindo além no fundo do estradão
Sob o frio palor da lua de prata...
Violões e flautas a gemer tristonhos
No silêncio da triste solidão;
Vozes levando para região dos sonhos
O caboclo que adora o seu violão.
Eco saudoso a se perder chorando
Na amplidão.


Saudade. . . Um coração que foi amado
Por uma chama viva e fulgurante
Ardeu juntinho de outro coração. . .
Mas, coitado,
Bufou, raivoso, o vento da ilusão
Que, apagando-lhe o fogo causticante,
Deixou apenas na alma soluçante,
Um pouquinho de cinzas e de pranto.
E destruiu assim sem compaixão
Uma vida feliz, cheia de encanto.

Saudade. . . Entes queridos
Já há longos anos desaparecidos
Do nosso olhar.
Mas que não deixam, de quando em quando,
De, silenciosos, nos visitar. ..
De vir sentar-se ao nosso lado
Nas horas longas de melancolia;
De suplicar-nos durante a prece
O consolo de uma Ave-Maria.

Saudade. . . Anjo da Guarda de quem parte
E a estranhas terras vai pedir morada.
Companheira das noites de suspiros
Com o qual o exilado a dor reparte
Visão consoladora e amargurada
Do último porto que ficou atrás. . .
Adeus. . . e enquanto tudo foi sumindo
Em longínqua e nostálgica miragem
Só ela o acompanhou na sua viagem.
Saudade. . . Sedutora e oculta fonte
Que, sedentos andamos a buscar.
Cuja água deliciosa, se tragada,
Mais vontade em nós deixa de a tragar.
Água que tem uma virtude maga
Que quanto mais se bebe e mais se traga
Mais abrasa e provoca mais ardor.
Água melíflua, saborosa e clara,
Que, bebida, depois nos põe nos lábios
Mais intenso amargor. . .

Saudade riso, saudade pranto,
Saudade alívio, saudade dor.
Saudade prece, saudade canto,
Saudade sonho, saudade amor!

sábado, 2 de março de 2013

RELÓGIO DE TORRE



Lino Vitti 
Sobranceiro à cidade, o campanário,
- Braço em riste a apontar para o Infinito,
Traz no pulso o relógio solitário,
Onde há o rolar dos séculos escrito.

Quantas vezes os seus ponteiros fito,
- Tirano atroz e cínico do horário,
- Ladrão das horas de prazer bendito,
- Das do sofrer, mui pródigo,ao contrário!

Fria pupila que jamais se fecha
Dia e noite a espionar sobre a cidade
Do seu esguio pedestal em flecha.

Tens, relógio, o mais triste dos destinos:
- Cortando a vida em nacos pequeninos,
- Em segundos picando a Eternidade!

PRÍNCIPE DOS POETAS DE PIRACICABA

CURRICULUM VITAE
( Síntese de Vida)
NOME – Lino Vitti
IDADE – 08/02/1920
ESTADO CIVIL – Casado, em únicas núpcias, há 56 anos, com a Professora Dorayrthes Silber Schmidt Vitti
FILIAÇÃO – José e Angelina Vitti
NATURALIDADE – Piracicaba, Estado de São Paulo –Brasil
Bairro Santana , Distrito de Vila Rezende
VIDA FAMILIAR
Casamento Civil e Religioso em comunhão de bens, Pai de sete filhos: Ângela Antónia, Dorinha Miriam, Rosa Maria, Fabíola , Lina, Rita de Cássia, Eustáquio.
VIDA PROFISSIONAL
Aposentado como Diretor Administrativo da Câmara de Vereadores de Piracicaba, e como Redator do “Jornal de Piracicaba”. Exerceu atividades no comércio, no Magistério, na lavoura até os l3 anos, na municipalidade local, como bibliotecário, lançador de impostos, protocolista, Secretário Municipal.

VIDA CULTURAL
ESCOLA PRIMÁRIA –
Grupo Escolar “Dr. Samuel de Castro Neves”, Santana, seminarista vocacional ao sacerdócio por seis anos, no Colégio Santa Cruz, da cidade de Rio Claro (SP), onde cursou humanidades, línguas, religião, ciências, matemáticas, música.
CURSOS –
Formou-se Técnico em Contabilidade, lecionou latim, francês, datilografia.

VIDA RELIGIOSA
Católico, Apostólico, Romano, fez curso de religião em seminário dos Padres Estigmatinos, foi organista da Catedral e da Igreja de São Benedito, de Piracicaba, e Congregado Mariano.
VIDA LITERÁRIA
Bafejado por ensinamentos de sábios sacerdotes em colégio de formação religiosa, recebeu extraordinário acervo literário que lhe propiciou enveredar pelo caminho da poesia, da crônica, dos contos, do jornalismo, havendo editado de l959 a 200l sete livros de poesias e contos, com edições em milheiros de volumes, os quais estão aí para satisfazer o gosto daqueles que apreciam a arte literária.
São seus livros : “Abre-te, Sésamo”, l959; “Alma Desnuda”, l988; “A Piracicaba, Minha Terra”, l99l; “Sinfonia Poética”, de parceria com o poeta Frei Timóteo de Porangaba; “Plantando Contos, Colhendo Rimas”, l992; “Sonetos Mais Amados”, l996 e “Antes que as Estrelas brilhem”, 200l. O poeta conta ainda com o prazer de haver composto hinos para diversos municípios, bairros rurais, entidades sociais diversas, continuando a colaborar ainda, após os 83 anos em colunas literárias e com artigos de ordem geral em jornais da terra.
Faz parte da Academia Piracicabana de Letras que lhe outorgou o título honorífico de “PRÍNCIPE DOS POETAS DE PIRACICABA’.
Foi-lhe concedida Pelo Município de Piracicaba, através de sua Secretaria da Ação Cultural, a MEDALHA DE MÉRITO CULTURAL, “ Prof. OLÊNIO DE ARRUDA VEIGA’; é detentor do TROFÉU IMPRENSA, concedido pelo Lions Clube de Piracicaba, centro, e da MEDALHA ITALIANA, concedida pelo governo italiano de Benito Mussolini aos alunos de escolas e seminários de origem daquele país que tivessem se destacado em redação de trabalhos literários escritos na língua de Dante.
O Município de Saltinho, para o qual contribuiu com o Hino dessa comunidade municipal , conferiu-lhe o título de “Cidadão Saltinhense”.

DISCURSO

Por ocasião do lançamento do livro de poesias “Antes que as estrelas brilhem “, pelo poeta Lino Vitti foi proferido o seguinte discursos:

Exmo. Sr. Heitor Gauadenci Jr. dd Secretário da Ação Cultural

Exmo. sr. António Osvaldo Storel. dd. Presidente da Câmara de

Vereadores de Piracicaba

Exmo.sr. Moacyr Camponez do Brasil Sobrinho, dd. Presidente do Instituto Histórico e Geográfico

Exmo,. sr. Henrique Cocenza, dd. Presidente da Academia Piracicabana de Letras

Exmo.. Sr. Ésio Pezzato , anfitrião desta solenidade

Senhoras e Senhores

Pela sétima vez (graças a Deus) em minha vida lítero-poética vejo-me guindado a uma tribuna improvisada (o que é bom porque torna o fato mais popular), para proferir um discurso de agradecimento, ao lado da oferta de um novo livro de versos. É teimosia essa de poetas em desovar sua produção para que mais gente participe de suas tiradas, muitas vezes fora de forma e de ambiente, mas que o poeta não vê porque , ao editar um novo livro está cego pela emoção , como se fosse a vez primeira. Está aí o Ésio Pezzato, responsável por mais esta minha invasão no mundo das letras poéticas, para dizer se não é assim. Para dizer se não sofre também dessa doença feliz de editar livros e mais livros a ponto de perder a conta, já que a esta altura ele não sabe se já está no décimo ou décimo primeiro. E ainda continua batendo dedos de métrica, sabemos lá por quantos anos ainda !

Tenho um ex-colega de seminário, prof. Hildebrando André, aposentado como professor universitário e com o qual mantenho longa e pródiga correspondência, que não se cansa de enaltecer a felicidade de Piracicaba contar com tantos poetas e poetisas. Tem razão ele, pois se apenas dois deles já conseguiram editar l8 livros de poesia, imagine-se as centenas que seriam necessárias para dar um pouco de vazão a essa raridade intelectual que toma conta da minha terra!

Este meu livro vem à lume por obra e arte do prefeito José Machado , seu Secretário da Ação Cultural e de seu zeloso servidor Ésio Pezzato que se entusiasmaram diante da recitação de diversos poemas meus por um grupo de jograis, alunos da UNIMEP, e impressionados decidiram patrocinar a publicação deste livro, pois entenderam que Piracicaba poética merecia conhecer em mais profundidade o seu príncipe da poesia. E aí está, lindo e impecável, entregue às mãos do povo de Piracicaba, que indistintamente de cor, estudos, intelectualização , posses financeiras, categoria de trabalho, com religião ou agnóstico, jovem ou adulto, roceiro ou citadino, aí está, para quiçá, momentos de lazer e sonho. Sonho , sim, porque a poesia é terrivelmente sonhativa , vive no mundo da fantasia, alicerça-se nas bases da emoção e brota do âmago mais profundo do poeta, e para que as filhas de Eva não reclamem, da poetisa também.

Alguém me perguntará? Como é ser poeta? Juro, nunca pensei nisso. Acho que ninguém consegue ser poeta. Já é. Nasce feito, como dizem.

não é verdade Maria Cecilia, Ivana Maria, Ésio Pezzato , Prata Gregolim, Marina Rolim, Valter Vitti, Mario Pires, Saconi, e tutti quanti enfeitam com seus lindos versos as páginas do “ Jornal de Piracicaba, ou da “Tribuna Piracicabana , e assim também esse cacho imenso de livros poéticos que quase semanalmente são dados ao conhecimento e sentimento público de nossa terra ? Tornando-se um privilégio de uma cidade, como disse alhures o supra citado meu colega seminarístico Hildebrando André. ?

Não se suponha que para ser poeta é preciso ter nascido em berço de ouro ou em centros intelectuais de enorme repercussão. Nada disso. Tenho um soneto que define bem esse fato. É assim: “Eu não sou o poeta dos salões / de ondeante, basta e negra cabeleira] não me hás de ver nos olhos alusões / de vigílias, de dor e de canseiras. // Não trago o pensamento em convulsões,/ de candentes imagens, a fogueira. / não sou o gênio que talvez supões/ e não levo acadêmica bandeira.// Distribuo os meus versos em moedas/ que pouco a pouco na tua alma hospedas / - raros , como as esmolas de quem passa. / Mas hei de me sentir feliz um dia/ quando vier alguém render-me graça/ por o fazer ricaço de poesia. // “ . Poetas e poetisas saem do nada , devem trazer o selo ou o bilhete de entrada nesse reino encantado desde o útero materno, embora ouse eu afirmar que a vida é também uma grande mestra , as influências da mentalidade circunvizinha,

o próprio meio ambiente, podem , em circunstâncias outras , plasmar um poeta .

Eu fui plasmado , por exemplo, por entre maravilhas campestres. A roça ou o campo são fantásticos criadores de poesia. Ela anda atapetando por todos os cantos a natureza, as gentes, os animais, os atos e fatos. e a cabeça daqueles com quem ela convive. E o poeta, criador por excelência, se abebera de todas as belezas esparsas pelas colinas, serras, vales e descampados , para transformar tudo em versos e rimas, ou em versos simplesmente, onde pululam , como cabritos silvestres, as figuras literárias, os tropos, as sínteses, as comparações, e todos os anseios que lhe vão no imo da alma. Para satisfação própria e para satisfação dos que convivem com o poeta. E´ por isso que se botardes olhos curiosos sobre meus poemas havereis de tropeçar a todo o momento com um motivo roceiro, pois trago uma alma plasmada pelas belezas rurais de Santana, Santa Olímpia , Fazenda Negri, e especialmente por aquela colina encimada ,no cocuruto, pelo prédio do grupo escolar, onde aprendi a ler e escrever e a poetar.

Peço desculpas por haver-me prolongado um pouco nestas elucubrações poéticas, desobedecendo aos conselhos do amigo Ésio que continua exigindo de mim discursos improvisados, o que seria tão para os ouvintes , que ansiosamente aguardam o momento de bater palmas acabando assim com a verborragia oratória.

Não posso entretanto encerrar esta breve alocução sem deixar consignados meus agradecimentos do fundo do coração ao prefeito José Machado ,ao seu Secretário da Ação Cultural Heitor Gaudenci Junior, ao seu sub-secretário poeta Ésio Pezzato, ao prefaciador Moacyr de Oliveira Camponez do Brasil sobrinho, aos queridos opinadores Maria Cecília Bonachella, Maria Ivana França de Negri, exímias poetisas, prof. Elias Salum e a minha filha Universitária Fabíola Vitti Moro, pela maravilhosa capa, Editores e toda equipe de funcionários , à minha esposa pela sugestão transmitida ao prefeito com relação ao advento desta obra, aos digitadores Nair , minha nora e neto Leonardo, e outros que possa ter esquecido, como é fácil em cachola idosa, - meus agradecimentos repito, pela reunião de esforços e trabalho que tornaram possível o advento de mais um livro de minha lavra.

Obrigado “ em geralmente” como dizem nossos cururueiros, aos que ilustraram com sua arte musical esta solenidade e assim também a todos quantos acharam um tempinho para vir prestigiar-me nesta tarefa de cultura e arte. Levem a certeza de que nada mais desejo do que engrandecer com minha poesia a terra que me viu nascer, a terra que me viu crescer, a terra que me proporcionou oportunidade para chegar a um cargo tão nobre quão dignificante de “Príncipe dos Poetas de Piracicaba”

Meu carinhoso obrigado também aos meios de comunicação, de modo especial “Jornal de Piracicaba”, na pessoa de seu Editor Chefe Joacyr Cury , de “A Tribuna Piracicabana”, na de seu diretor Evaldo Vicente, pela divulgação caprichosa deste evento que afinal nada mais é do que mais uma demonstração da exuberância cultural da Noiva da Colina.

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