Lino Vitti - Príncipe dos Poetas Piracicabanos

Lino Vitti - Príncipe dos Poetas Piracicabanos
Lino Vitti- Príncipe dos Poetas Piracicabanos

O Príncipe e sua esposa, professora Dorayrthes S. S. Vitti

Casamento

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Bodas de Prata

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Lino Vitti e seus pais

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Lino Vitti e seus vários livros

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Bisneta Alice

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BISNETA ALICE

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O Príncipe agradece a visita e os comentários

60 anos de Poesia


domingo, 28 de setembro de 2014

E AS CABRAS PAGAVAM O PATO...



                                                                      Prof. Guilherme Vitti

Tenho, como companheiros diários, centenas de livros manuscritos, com a provecta idade de mais de dois séculos, que ajudam a recordar a vida de tempos idos dos ancestrais de nossa urbe.
Há os que apresentam o modo do comportamento cívico social, religioso e indiferente. Alguns com caligrafia de garranchos quase indecifráveis, outros dignos de admiração por terem sido registrados com penas de gansos, muito mais bem escritos que os dos atuais escrevinhadores, apesar do insuperável progresso da técnica mecânica.
O que atualmente mais me admira é ver trabalhos escritos por mãos femininas, disputando com o homem a feiura caligráfica! Qual não seria o espanto das mestras de outrora, contemplando os arabescos de agora?
No arquivo da Câmara Municipal, chama a atenção o livro com o título – Termos de Arrematação – no qual são lavrados os trabalhos dos fiscais da Câmara, que cuidavam do correto uso dos logradouros públicos, não só do cidadão, como também dos outros usuários. Com a fiscalização continua, porém, as vítimas constantes eram as cabras, bem conhecidas por sua agilidade em saltar muros e cercas.
Veja-se o Termo de Arrematação feito pelo fiscal:
“Aos cinco dias do mês de setembro de 1899, nesta cidade de Piracicaba, compareceu o Fiscal do Norte, e disse que, tendo afixado edital comunicando à praça, de uma cabra apreendida por estar vagando pelas ruas da cidade, realizou-se hoje a referida praça, arrematada por José Di Lelo, pela quantia de cinco mil réis, que entregue foi ao Procurador da Câmara Municipal.
Do que, para constar, lavrou-se o presente Termo, que vai assinado pelo fiscal. Eu, Arthur Vaz, Secretário da Câmara, o escrevi.
O Fiscal do Norte.”

Palavreado simples, sem rodeios. As inocentes cabras eram as buscas diárias dos fiscais, os flanelinhas de outrora.

Curiosamente as primeiras apreensões são de cabras, raros cabritos e um bode, quase sempre arrematadas por 5$000. Só na décima arrematação aparece uma vaca de cor vermelha, arrematada por 95$000, identificada com a marca SG. Quem seria o proprietário?
Seguem-se prisões de cabras, com cores várias, brancas, fuscas, baias, acompanhadas, às vezes, dos cabritinhos, raramente os senhores bodes.
Uma novidade rara. Foram apreendidas quatro caixas com charutos que foram arrematadas por José Gomes Marques, pela importância de 13$200. Houve também objetos de um mascate, com a costumeira falta do pagamento da licença, assim como a compra de duas espingardas de caçadores, caixas com cosméticos e pó de arroz.



segunda-feira, 22 de setembro de 2014

GENTE PRA TUDO



                                                    Jair Vitti

Podemos notar são sempre as mesmas pessoas que frequentam os ambientes, 
seja para ir à igreja, assistir futebol ou frequentar clubes.
Existem as pessoas forrozeiras, outras esportistas, outras que gostam de 

pescaria, praianos, jogadores de baralho, caçadores (mesmo a caça sendo 
proibida), gente que vive dentro de uma oficina fazendo horas extras, 
frequentadores de bares, pessoas que não saem de casa e sabem tudo o que se 
passa no mundo.

Cada um defendendo seu lado, até para ir ao médico existem as pessoas 

certas, estão sempre no pronto socorro por qualquer coisa insignificante e 
muitas vezes tomando o lugar de pessoas que realmente precisam ser 
atendidas.

Outras gostam de ir visitar doentes, velórios, mas não passa daquilo, 

parece que o mundo foi feito desta maneira e o engraçado é que pode fazer 
sol ou chuva os freqüentadores dessas coisas todas estão presentes da mesma 
forma.

Você já imaginou assistir a uma partida de futebol embaixo de chuva ou com 

aquele sol ardente? É preciso ter dom. Certa ocasião tive a oportunidade de 
assistir a partida São Paulo X Palmeiras no Estádio do Pacaembu, o calor 
devia estar em torno de quarenta graus, no término do jogo faltou pouco para 
ir para o hospital de tão mal que me senti. Deus do céu, não sei como os 
torcedores aquentam e se sentem bem em tal ambiente!

Pescar à noite também é outra dose, pernilongos, cobras e outros perigos que 

o rio nos oculta.

Os boêmios então parecem corujas, viajam a noite toda, aqui acolá 

enfrentando os perigos das estradas enquanto outras pessoas às sete horas da 
noite estão dormindo. É muita diferença!

Acreditem se quiser, há pessoas que gostam de ficar doentes e se sentem 

bem quando o médico diz que é doença grave. Outras pessoas ficam felizes de 
estar com o armário cheio de remédio de todos os tipos, outras já 
acostumadas a tomar remédios vão à farmácia por conta própria e se auto 
medicam.

Por incrível que pareça, algumas pessoas quando o médico faz a receita ainda 

perguntam : -Doutor posso tomar outros remédios além desses?

Sem exagero, conheci uma pessoa que tomava seis comprimidos de Melhoral por dia e quando recebia visitas, além de oferecer o cafezinho oferecia também 

um Melhoral.


            Resumindo, existem pessoas pra tudo. 

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Toda Arte XXIV - exposição de arte

(Foto Luiza Libardi)
Dorayrthes Vitti expõe seus quadros no Martha Watts junto com outros alunos da professora Luisa Libardi - Toda Arte XXIV




sábado, 13 de setembro de 2014

OS FRADES CAPUCHINHOS


Lino Vitti


            Os bairros de Santana e Santa Olímpia, em matéria de Fé e de Religião, foram privilegiados. Através de todos os seus anos de existência sempre puderam contar com a presença de um sacerdote missionário, em geral um frade franciscano ou capuchinho, dedicados sacerdotes de tempos idos, pacientes, muito virtuosos e preocupados em distribuir os ensinamentos de Cristo e a palavra evangélica.
            Apesar de os operários do Senhor serem poucos, a população trentino-tirolesa sempre teve a graça de contar quase mensalmente com o enviado de Deus, um frade para rezar-lhe a Santa Missa, confessá-los, realizar batizados e distribuir-lhe a Comunhão. Com o caminhar dos tempos, os atos religiosos e a presença ministerial de um sacerdote foram se tornando mais amiudados, e a par do crescimento populacional, verificou-se um aumento de oportunidades de assistência religiosa, a tal ponto que hoje a comunidade de Santa Olímpia conta com um sacerdote da própria terra que reside entre as famílias, podendo assim proporcionar um significativo aumento de missas, casamentos, comunhões, aprendizado, confissões, e o desenvolvimento de espírito cristão.
            Voltando aos frades capuchinhos, lembro-me neste momento de um velho franciscano, chamado Frei Virgílio, um santo no trabalho e nas virtudes, mas que deixou fama entre os moradores de muita severidade. Não tinha receio de cergastar os costumes, as faltas, as transgressões da religião, e apontá-las nos sermões que eram longos, cheios de incriminações, alusões ao fogo do inferno e aos castigos eternos, que sempre fazia com veemência  e com voz de autoridade no assunto. Muitos não gostavam de Frei Virgílio, não só porque ele não deixava para depois o que tinha a dizer, mas também porque os atos religiosos eram meticulosamente realizados com voz pausada e firme, o que muitas vezes ultrapassava o tempo normal de duração.

            Só os mais idosos do bairro conheceram e tiveram assistência religiosa de Frei Virgílio, que apesar de suas implicações e severidade, era muito estimado e respeitado. Deixou saudade sem dúvida entre os membros das comunidades de Santana e Santa Olímpia e dos bairros circunvizinhos. Deixou também uma esteira de santidade e de trabalho de exuberante formação cristã, que se reflete ainda sobre os descendentes daquelas famílias que conviveram com o brabo Frei Virgílio.

domingo, 7 de setembro de 2014

UM PORTÃO CENTENÁRIO AINDA EM USO


  Prof. Guilherme Vitti


O contrato para a construção do portão principal para o cemitério, existente em outros tempos na Praça Tibiriçá, foi assinado em 1862, por Joaquim da Costa, que se comprometera a fazê-lo com grade toda de ferro, dando a obra concluída e assentada no local próprio, com fecho, no prazo de três meses, pelo preço de 370$000, recebendo em meio da obra uma parte caso fosse preciso, e a outra metade na entrega do trabalho, e, para o cumprimento deste contrato, sujeitava sua pessoa e seus bens e, para firmeza de tudo, o mesmo Presidente da Câmara mandou lavrar este termo de contrato, sendo pela mesma Câmara autorizado para o dito firmo Sr. Presidente, de que, para constar lavrei o presente contrato, termo que o mesmo assinou, o contratante, comigo, Francisco Ferraz de Carvalho, Secretário, que o escrevi.
S. R. Correa – Presidente
Joaquim da Costa

Recebeu em 16 de julho de 1862.
Consta, por informações de tradição, que o
portão em referencia é o mesmo que ainda se encontra em funcionamento no Cemitério da Saudade, fronteiriço à Avenida Independência.
Utinam verum sit'




segunda-feira, 1 de setembro de 2014

LAMENTOS DA ÁGUA



                                                    Jair Vitti

Disse a Água:
“Saio do meio das rochas e matas, vou rolando pelos ribeirões, desemboco nos leitos dos rios, até chegar ao mar, depois, com o calor do Sol e a temperatura, forma-se a vaporização e torno a subir no espaço, formando as nuvens e volto outra vez, fazendo o mesmo percurso até quando Deus quiser.
A minha tristeza é que sou tão útil para a humanidade, mas ninguém tem a mínima consideração por mim e em todos os lugares em que estou, existe vida, tanto é que neste planeta terra, setenta e cinco por cento são formados de água. Dá para entender que sou importante.
Sou tão cristalina rolando no meio das matas e cascatas, mas quando chego à entrada das cidades, começam a me emporcalhar, conforme vou passando vão jogando todas as espécies de lixo e esgoto, sofás, animais mortos, plásticos, entulhos, papelões, enfim tudo o que é sujeira. As indústrias soltam poluentes, principalmente quando acontece a lavagem e milhares de peixes são mortos. É uma lástima.
Acabo de sair das cidades, mal chego ao campo vem a poluição dos agrotóxicos e os restilos das usinas, e o engraçado é que as cidades próximas me cercam com barragens e represando-me com enormes bombas sou transportada a caixas e daí sou obrigada a passar por filtros gigantes para ficar limpa novamente. A partir de então sou usada para beber na cozinha, lavar roupas, quintais, ruas, as donas de casa me desperdiçam, deixam torneiras abertas e de tanto que lavam as janelas e vitrôs em pouco tempo apodrece tudo.
As mocinhas então nem se fala, ficam horas e horas tomando banho de chuveiro. Eu penso comigo mesma prá que tanto desperdício?
Nas piscinas é o lugar onde mais sofro, vejo cada coisa, tenho que ficar presa, aguentando todo tipo de desaforo. Francamente, não vejo a hora que me soltem para seguir meu caminho.
Depois disso tudo torno novamente pela rede de esgoto até o rio com cor de cinza e continuo o meu percurso.
Você imagina, homem civilizado, quanto gasto tem uma prefeitura com o saneamento de água? Se a humanindade fosse inteligente não precisaria tanto; é só usar caixas de decantação eu permaneceria quase limpa e com pouca coisa resolveria o problema.
Tudo bem! Depois de atravessar dezenas de cidades, já contaminada e emporcalhada até com camisinhas, rolando milhares de quilômetros, sou represada, preciso ficar ali à vontade dos homens, obrigada a girar turbinas enormes para gerar eletricidade, só depois de tanto custo consigo seguir meu caminho.
Lá pelos fundos dos sertões penso estar livre e rolar tranqüilamente; mais uma surpresa: milhares de garimpeiros à minha espera, tornam a me poluir com o mercúrio, fuçando com os tratores e mudando o leito do rio, trancando minha passagem. Que horror! Juro por minha vontade nunca mais voltaria fazer este percurso hidroviático, mas faço isso por obediência ao meu Criador. Às vezes tenho vontade de armazenar um dilúvio e arrasar este planeta, mas ainda não tenho ordens para tal. O dia em que Deus me der  permissão, vou agir com todas as minhas forças. Pode aguardar, homem mau.
Assim falou a Água

PRÍNCIPE DOS POETAS DE PIRACICABA

CURRICULUM VITAE
( Síntese de Vida)
NOME – Lino Vitti
IDADE – 08/02/1920
ESTADO CIVIL – Casado, em únicas núpcias, há 56 anos, com a Professora Dorayrthes Silber Schmidt Vitti
FILIAÇÃO – José e Angelina Vitti
NATURALIDADE – Piracicaba, Estado de São Paulo –Brasil
Bairro Santana , Distrito de Vila Rezende
VIDA FAMILIAR
Casamento Civil e Religioso em comunhão de bens, Pai de sete filhos: Ângela Antónia, Dorinha Miriam, Rosa Maria, Fabíola , Lina, Rita de Cássia, Eustáquio.
VIDA PROFISSIONAL
Aposentado como Diretor Administrativo da Câmara de Vereadores de Piracicaba, e como Redator do “Jornal de Piracicaba”. Exerceu atividades no comércio, no Magistério, na lavoura até os l3 anos, na municipalidade local, como bibliotecário, lançador de impostos, protocolista, Secretário Municipal.

VIDA CULTURAL
ESCOLA PRIMÁRIA –
Grupo Escolar “Dr. Samuel de Castro Neves”, Santana, seminarista vocacional ao sacerdócio por seis anos, no Colégio Santa Cruz, da cidade de Rio Claro (SP), onde cursou humanidades, línguas, religião, ciências, matemáticas, música.
CURSOS –
Formou-se Técnico em Contabilidade, lecionou latim, francês, datilografia.

VIDA RELIGIOSA
Católico, Apostólico, Romano, fez curso de religião em seminário dos Padres Estigmatinos, foi organista da Catedral e da Igreja de São Benedito, de Piracicaba, e Congregado Mariano.
VIDA LITERÁRIA
Bafejado por ensinamentos de sábios sacerdotes em colégio de formação religiosa, recebeu extraordinário acervo literário que lhe propiciou enveredar pelo caminho da poesia, da crônica, dos contos, do jornalismo, havendo editado de l959 a 200l sete livros de poesias e contos, com edições em milheiros de volumes, os quais estão aí para satisfazer o gosto daqueles que apreciam a arte literária.
São seus livros : “Abre-te, Sésamo”, l959; “Alma Desnuda”, l988; “A Piracicaba, Minha Terra”, l99l; “Sinfonia Poética”, de parceria com o poeta Frei Timóteo de Porangaba; “Plantando Contos, Colhendo Rimas”, l992; “Sonetos Mais Amados”, l996 e “Antes que as Estrelas brilhem”, 200l. O poeta conta ainda com o prazer de haver composto hinos para diversos municípios, bairros rurais, entidades sociais diversas, continuando a colaborar ainda, após os 83 anos em colunas literárias e com artigos de ordem geral em jornais da terra.
Faz parte da Academia Piracicabana de Letras que lhe outorgou o título honorífico de “PRÍNCIPE DOS POETAS DE PIRACICABA’.
Foi-lhe concedida Pelo Município de Piracicaba, através de sua Secretaria da Ação Cultural, a MEDALHA DE MÉRITO CULTURAL, “ Prof. OLÊNIO DE ARRUDA VEIGA’; é detentor do TROFÉU IMPRENSA, concedido pelo Lions Clube de Piracicaba, centro, e da MEDALHA ITALIANA, concedida pelo governo italiano de Benito Mussolini aos alunos de escolas e seminários de origem daquele país que tivessem se destacado em redação de trabalhos literários escritos na língua de Dante.
O Município de Saltinho, para o qual contribuiu com o Hino dessa comunidade municipal , conferiu-lhe o título de “Cidadão Saltinhense”.

DISCURSO

Por ocasião do lançamento do livro de poesias “Antes que as estrelas brilhem “, pelo poeta Lino Vitti foi proferido o seguinte discursos:

Exmo. Sr. Heitor Gauadenci Jr. dd Secretário da Ação Cultural

Exmo. sr. António Osvaldo Storel. dd. Presidente da Câmara de

Vereadores de Piracicaba

Exmo.sr. Moacyr Camponez do Brasil Sobrinho, dd. Presidente do Instituto Histórico e Geográfico

Exmo,. sr. Henrique Cocenza, dd. Presidente da Academia Piracicabana de Letras

Exmo.. Sr. Ésio Pezzato , anfitrião desta solenidade

Senhoras e Senhores

Pela sétima vez (graças a Deus) em minha vida lítero-poética vejo-me guindado a uma tribuna improvisada (o que é bom porque torna o fato mais popular), para proferir um discurso de agradecimento, ao lado da oferta de um novo livro de versos. É teimosia essa de poetas em desovar sua produção para que mais gente participe de suas tiradas, muitas vezes fora de forma e de ambiente, mas que o poeta não vê porque , ao editar um novo livro está cego pela emoção , como se fosse a vez primeira. Está aí o Ésio Pezzato, responsável por mais esta minha invasão no mundo das letras poéticas, para dizer se não é assim. Para dizer se não sofre também dessa doença feliz de editar livros e mais livros a ponto de perder a conta, já que a esta altura ele não sabe se já está no décimo ou décimo primeiro. E ainda continua batendo dedos de métrica, sabemos lá por quantos anos ainda !

Tenho um ex-colega de seminário, prof. Hildebrando André, aposentado como professor universitário e com o qual mantenho longa e pródiga correspondência, que não se cansa de enaltecer a felicidade de Piracicaba contar com tantos poetas e poetisas. Tem razão ele, pois se apenas dois deles já conseguiram editar l8 livros de poesia, imagine-se as centenas que seriam necessárias para dar um pouco de vazão a essa raridade intelectual que toma conta da minha terra!

Este meu livro vem à lume por obra e arte do prefeito José Machado , seu Secretário da Ação Cultural e de seu zeloso servidor Ésio Pezzato que se entusiasmaram diante da recitação de diversos poemas meus por um grupo de jograis, alunos da UNIMEP, e impressionados decidiram patrocinar a publicação deste livro, pois entenderam que Piracicaba poética merecia conhecer em mais profundidade o seu príncipe da poesia. E aí está, lindo e impecável, entregue às mãos do povo de Piracicaba, que indistintamente de cor, estudos, intelectualização , posses financeiras, categoria de trabalho, com religião ou agnóstico, jovem ou adulto, roceiro ou citadino, aí está, para quiçá, momentos de lazer e sonho. Sonho , sim, porque a poesia é terrivelmente sonhativa , vive no mundo da fantasia, alicerça-se nas bases da emoção e brota do âmago mais profundo do poeta, e para que as filhas de Eva não reclamem, da poetisa também.

Alguém me perguntará? Como é ser poeta? Juro, nunca pensei nisso. Acho que ninguém consegue ser poeta. Já é. Nasce feito, como dizem.

não é verdade Maria Cecilia, Ivana Maria, Ésio Pezzato , Prata Gregolim, Marina Rolim, Valter Vitti, Mario Pires, Saconi, e tutti quanti enfeitam com seus lindos versos as páginas do “ Jornal de Piracicaba, ou da “Tribuna Piracicabana , e assim também esse cacho imenso de livros poéticos que quase semanalmente são dados ao conhecimento e sentimento público de nossa terra ? Tornando-se um privilégio de uma cidade, como disse alhures o supra citado meu colega seminarístico Hildebrando André. ?

Não se suponha que para ser poeta é preciso ter nascido em berço de ouro ou em centros intelectuais de enorme repercussão. Nada disso. Tenho um soneto que define bem esse fato. É assim: “Eu não sou o poeta dos salões / de ondeante, basta e negra cabeleira] não me hás de ver nos olhos alusões / de vigílias, de dor e de canseiras. // Não trago o pensamento em convulsões,/ de candentes imagens, a fogueira. / não sou o gênio que talvez supões/ e não levo acadêmica bandeira.// Distribuo os meus versos em moedas/ que pouco a pouco na tua alma hospedas / - raros , como as esmolas de quem passa. / Mas hei de me sentir feliz um dia/ quando vier alguém render-me graça/ por o fazer ricaço de poesia. // “ . Poetas e poetisas saem do nada , devem trazer o selo ou o bilhete de entrada nesse reino encantado desde o útero materno, embora ouse eu afirmar que a vida é também uma grande mestra , as influências da mentalidade circunvizinha,

o próprio meio ambiente, podem , em circunstâncias outras , plasmar um poeta .

Eu fui plasmado , por exemplo, por entre maravilhas campestres. A roça ou o campo são fantásticos criadores de poesia. Ela anda atapetando por todos os cantos a natureza, as gentes, os animais, os atos e fatos. e a cabeça daqueles com quem ela convive. E o poeta, criador por excelência, se abebera de todas as belezas esparsas pelas colinas, serras, vales e descampados , para transformar tudo em versos e rimas, ou em versos simplesmente, onde pululam , como cabritos silvestres, as figuras literárias, os tropos, as sínteses, as comparações, e todos os anseios que lhe vão no imo da alma. Para satisfação própria e para satisfação dos que convivem com o poeta. E´ por isso que se botardes olhos curiosos sobre meus poemas havereis de tropeçar a todo o momento com um motivo roceiro, pois trago uma alma plasmada pelas belezas rurais de Santana, Santa Olímpia , Fazenda Negri, e especialmente por aquela colina encimada ,no cocuruto, pelo prédio do grupo escolar, onde aprendi a ler e escrever e a poetar.

Peço desculpas por haver-me prolongado um pouco nestas elucubrações poéticas, desobedecendo aos conselhos do amigo Ésio que continua exigindo de mim discursos improvisados, o que seria tão para os ouvintes , que ansiosamente aguardam o momento de bater palmas acabando assim com a verborragia oratória.

Não posso entretanto encerrar esta breve alocução sem deixar consignados meus agradecimentos do fundo do coração ao prefeito José Machado ,ao seu Secretário da Ação Cultural Heitor Gaudenci Junior, ao seu sub-secretário poeta Ésio Pezzato, ao prefaciador Moacyr de Oliveira Camponez do Brasil sobrinho, aos queridos opinadores Maria Cecília Bonachella, Maria Ivana França de Negri, exímias poetisas, prof. Elias Salum e a minha filha Universitária Fabíola Vitti Moro, pela maravilhosa capa, Editores e toda equipe de funcionários , à minha esposa pela sugestão transmitida ao prefeito com relação ao advento desta obra, aos digitadores Nair , minha nora e neto Leonardo, e outros que possa ter esquecido, como é fácil em cachola idosa, - meus agradecimentos repito, pela reunião de esforços e trabalho que tornaram possível o advento de mais um livro de minha lavra.

Obrigado “ em geralmente” como dizem nossos cururueiros, aos que ilustraram com sua arte musical esta solenidade e assim também a todos quantos acharam um tempinho para vir prestigiar-me nesta tarefa de cultura e arte. Levem a certeza de que nada mais desejo do que engrandecer com minha poesia a terra que me viu nascer, a terra que me viu crescer, a terra que me proporcionou oportunidade para chegar a um cargo tão nobre quão dignificante de “Príncipe dos Poetas de Piracicaba”

Meu carinhoso obrigado também aos meios de comunicação, de modo especial “Jornal de Piracicaba”, na pessoa de seu Editor Chefe Joacyr Cury , de “A Tribuna Piracicabana”, na de seu diretor Evaldo Vicente, pela divulgação caprichosa deste evento que afinal nada mais é do que mais uma demonstração da exuberância cultural da Noiva da Colina.

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