Lino Vitti - Príncipe dos Poetas Piracicabanos

Lino Vitti - Príncipe dos Poetas Piracicabanos
Lino Vitti- Príncipe dos Poetas Piracicabanos

O Príncipe e sua esposa, professora Dorayrthes S. S. Vitti

Casamento

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Bodas de Prata

Bodas de Prata

Lino Vitti e seus pais

Lino Vitti e seus pais

Lino Vitti e seus vários livros

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Bisneta Alice

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BISNETA ALICE

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O Príncipe agradece a visita e os comentários

60 anos de Poesia


sexta-feira, 30 de setembro de 2011

ROSEIRAS

Roseiras de Lino Vitti

Lino Vitti

Tantos anos depois, sem ilusões, eu venho
trazer-lhe esta braçada ingênua de roseiras.
Cave, solenemente, o chão e com empenho
aplique-se a criar mais rosas jardineiras.

Em breve florirão, lindas, como desenho
de um divino pintor de telas condoreiras.
Galhos frágeis serão transformados em lenho
e as rosas sorrirão coradas e faceiras.

Jardineiros da vida, andamos entretidos
quase sempre a plantar ou podar verdes ramos,
cultivando jardins de sonhos coloridos.

Nesse gracioso afã a que nos entregamos
nem notamos o abrir dos botões mais queridos
das roseiras do amor que em nossa alma plantamos.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

COSMOFONIA





Lino Vitti

Quando vem a manhã clarineteando a vida,
quando a tarde se esvai e em ulos se transmuda,
escuta-se do mundo a grande voz sentida
que às vezes se avoluma , às vezes se aveluda.

É a fala universal dos altos transmitida,
tem ares siderais, atrás de Deus se escuda.
Em rimas o poeta a ela dá guarida
e cores, o pintor; e a ciência a quer e estuda.

Donde vem o mistério augusto desse diálogo
entre a vida e o Criador, num manifesto análogo,
rezando a Divindade os esplendores seus?

De mãos postas, mortais, a esse rumor que cresce:
é a oração da montanha, é da floresta a prece,
que a voz da natureza é a voz do próprio Deus!

terça-feira, 27 de setembro de 2011

CURRICULUM VITAE


Lino Vitti

A minha vida de infância
foi entre roças e matas.
As flores por toda a estância
tinham perfume e fragrância,
tinham as cores mais gratas.

Sonhava naqueles dias
que o mundo fosse encantado,
que houvesse sempre alegrias,
que apenas houvesse orgias
como na vida hei sonhado.

De manhãzinha na roça
o passaredo acordava.
Vinha de alguma palhoça
uma voz sisuda e grossa
do patrão que levantava.

Eu lembro que no poleiro
um galo madrugador
cantava todo lampeiro,
ele era o rei do terreiro,
de outros galos, o terror.

O sol subia esquentando
plantas, paisagens, estradas;
No céu azulado , em bando,
as maritacas passando
gritavam desesperadas.

Que lindas tardes havia
naquele tempo de então,
pois sempre o findar do dia
em tristeza e nostalgia
terminava em solidão.

Às vezes porém, no escuro
do imenso céu infinito
surgia o luar tão puro,
redondo, imenso, maduro!
Que espetáculo bonito!

Chovia luz pela roça
como uma doce oração,
despertando em cada choça
um violão que a noite adoça,
chorando em cada bordão.

Era um violão muito triste
prá despertar a saudade...
Saudade no que consiste?
Acaso saudade existe?
É um sonho ou é realidade?

E quando a noite se estende
toda de estrelas repleta,
parece que o céu acende
e todo em luz se distende
e a gente vira poeta.

Tudo era simples na vida,
tudo era belo na roça,
na minha infância querida,
tenho saudade sentida
que inteira de mim se apossa

A vida não volta atrás,
ela não volta jamais.
Por isso andemos em paz,
assim todo o mundo faz
pois somos todos iguais.

O amor na roça é sincero ,
do fundo do coração.
Se o homem diz eu te quero
a moça não tem lero-lero,
dificilmente diz não.

Como é lindo ao luar
ver os casais namorando!
Como eles sabem se amar
deixando os olhos falar
e os lábios só murmurando!

domingo, 25 de setembro de 2011

DA ROÇA AO ARCEBISPADO



Lino Vitti

Deus tem muitas e valiosas maneiras de convocar aqueles que forem de sua Vontade para a vida religiosa. Não há país, não há cidade, não há lugar abastado ou pobre, não há família religiosa, ou categoria social, onde a voz de Deus não chegue, não convide, não se faça ouvir. O chamado para o sacerdócio é misterioso mas perfeitamente audível por aquele a quem for dirigido.
Quando em férias com a família na casa de um tio na roça, conheci um menininho, pobre, mas inteligente e que tinha o hábito de oferecer-me, em troca de alguma moeda, as cabeças miúdas de alho colhido pelo seu pai e que sobravam da escolha feita dentre as arrobas de graúdas que seriam vendidas e em parte reservadas para consumo doméstico.
Com o andar dos anos, Moacir ( como se chamava), cresceu, frequentou a escola do bairro e foi diplomado, demonstrando sua inteligência e possibilidades culturais, ao lado dos ensinamentos cristãos recebidos dos pais e vizinhos (minha avó e meus tios) e acalentando no seu íntimo os primeiros lampejos da vocação sacerdotal, confirmada logo mais com o ingresso no Seminário religioso do Colégio Santa Cruz, dos Padres Estigmatinos, em Rio Claro. Moacir Vitti, foi modelo de vocação e concluídos os estudos ginasiais, o noviciado e o período de professo, que antecede a ordenação sacerdotal, foi consagrado padre. Suas qualidades religiosas e culturais, levaram-no logo, logo, para o sacerdócio, sendo ordenado e rezando na igreja de infância, no Bairro Santana, sua Primeira Missa, para alegria de seus pais, de seus parentes, de seus amigos e deste que admirou profundamente ver o ex-menininho, ex-vendedor de alho, galgar os degraus do altar para o seu primeiro, importante e valoroso ato sacerdotal.
A Fé, o Amor a Deus, o profundo conhecimento religioso, a dedicação para salvar as almas, levaram o Padre Moacir Vitti ao conhecimento das altas autoridades religiosas que não tiveram dúvidas em elevá-lo a Bispo, desenvolvendo belo e feliz trabalho sacerdotal na capital do Paraná, Curitiba, em Piracicaba, voltando como arcebispo para aquela capital, onde semeou exemplos de trabalho religioso, trabalhou intensamente pela Religião de Cristo, dignificando a grande categoria religiosa a que pertence e sendo profundamente amado por aqueles que vivem sob a égide de seu ministério sacerdotal.
Está aí um modelo de amor à Fé e ao cristianismo, uma mostra divina de como se pode ser, mesmo que de origem humilde e roceira, um vitorioso e importante ministro de Deus, alcançar pináculos ministeriais e cristãos, ensinar a religião que Cristo nos deixou, da qual é um representante generoso, capaz, dedicado e feliz.Eu me sinto orgulhoso e certamente também o povo do bairro de infância e os piraciabanos pela vida de dedicação à Religião Católica, Apostólica, Romana, do Arcebispo Dom Moacir, pela sua gloriosa carreira sacerdócio-ministerial, pois me mostra, sem rebuços, como é generosa a Vontade de Deus e como, para ser padre, bispo, arcebispo ou outra categoria religiosa de gabarito, não é preciso ter aquele status social tanto desejado pelo homem e pela sociedade a que pertence.
“Deo Gratias”.

sábado, 24 de setembro de 2011

VAGALUME



Lino Vitti

Pirilampo é você, fugaz felicidade,
rabiscando de luz a escuridão noturna.
A noite, como a vida, é cheia de impiedade,
tem mistérios ferais como tétrica furna;

Você teima, porém, piscando sem maldade,
perdido no negror da noite taciturna,
fazer da tua luz algo de realidade,
lanterninha a luzir, irrequieta e soturna.

Felicidade é assim: são síncopes brilhantes,
instante que se acende e apaga de imediato,
uma ilusão de brilho em risos esvoaçantes.

Ser feliz é tal qual vagalume do mato:
é ver que aquela luz feita de mil instantes
não é mais que um fugir veloz e caricato.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

DIVINA ILUSÃO


Lino Vitti

Desejos ancestrais, anseios de alma jovem,
fantástico viajar por países do verso;
ter um cofre genial de sonhos que comovem
e ofertá-lo, de graça, em estrelas disperso;

Ver o agônico ocaso em sangreiras imerso,
amar, silentemente, as nuvens quando chovem
e o silêncio com quê muitas vezes converso,
e essa legião sem fim de seres que se movem!

É a poesia da vida, o infinito tesouro,
rimas tamborilando o magnífico esteta,
cada estrofe é uma luz, broslando o mundo de ouro.

Que ao menos desse afã reste ao pobre profeta,
- a esperança final de um lindo ancoradouro,
- a ilusão divinal de haver sido um poeta.

sábado, 17 de setembro de 2011

O MITO DA PAZ


Lino Vitti


Paz! Que seria a Paz? Por que a Paz? Donde vem e para onde vai a paz? Não sei, você não sabe, ninguém sabe. É o mistério que teve início com a criação do homem, num momento de suma sabedoria e bondade de Deus Criador. “Fiat homo”, deve ter dito Ele, ou melhor, “Façamos o Homem à nossa imagem e semelhança” E como primeiro oleiro divino e eterno do mundo, plasmou Adão depois de haver-lhe feito o simulacro no barro e dar-lhe o Seu Sopro de vida.
Deus porém achou Adão solitário e extraindo uma costela da Sua Criatura, deu-lhe uma companheira: a primeira mulher- Eva.
O primeiro casal do mundo, ao contrário do que acontece hoje, vivia em paz, amava-se, orava, agradecia ao Seu Criador, desfrutava das delicias do Éden, na mais divinal harmonia, ate que surgiu o primeiro inimigo da Paz – o capeta. Enquanto, debaixo da macieira, Adão Eva, num idílio de felicidade celestial, contemplavam as belezas do Paraíso, o inventor do ódio e da desgraça, surge e com as mãos demoníacas apanhou da árvore da Vida do Bem e do Mal, a maçã fatídica que Eva aceitou e comeu e, como nela estava o germe do Mal, foi contaminada pelo pecado de desobediência a Deus, motivo que O obrigou a condenar ao desterro terreno os primeiros pais da humanidade.
Estava rompida a Paz, estava criada a guerra, estava instalado o império do ódio, estava quebrada a tranquilidade cujos efeitos até hoje perduram, pois a humanidade, infelizmente, herdou tudo quanto de Mal recebeu daquele gesto de Eva, desobedecendo a Deus e ouvindo o demoníaco sussurro do capeta.
A História humana é repleta de guerras, revoltas, revoluções, desavenças, ódios, e de tudo quanto possa haver para empurrar para longe e destruir a paz. Quando havia apenas algumas pessoas neste universo deu-se a tragédia primeira da dissolução da Paz quando Caim, num gesto de inveja e vingança assassinou seu irmão , único então, Abel.
Com isso a Paz sofreu seu primeiro tapa e de então para a consumação dos séculos, ela continua apunhalada e perseguida pelos ódios e desforras, pelos tempos afora, em guerras fratricidas, em condenações injustas, em crimes tenebrosos, num ateísmo desenfreado, num esquecimento terrível de que viemos das mesmas mãos divinas que edificaram o homem de barro e lhe deram uma alma semelhante à sua divindade.
Basta dar uma olhada sincera para ver que a Paz ainda está longe de ser colocada no altar de honras e dignidades humanas. As nações ainda não compreenderam que sem ela – a divina Paz – perdem-se cada vez mais no lodaçal das desavenças, na desgraça das incompreensões, no esterco doloroso das guerras e ódios infernais.
Verificamos, tristonha e infelizmente, que a Paz continua a ser um Mito, a pedir compreensão, entendimento, justiça e amor, abençoados por Aquele que a deu gratuitamente ao primeiro homem e primeira mulher.
Para que possamos, sem peias humanas, dizer: “Deo gratias”.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

INVERSÃO DE VALORES


Lino Vitti

Por haver sido criado à imagem e semelhança de seu próprio Criador, o Homem “roubou-Lhe” – é claro com Sua Divina permissão – uma série de valores morais, intelectuais, físicos e religiosos, com eles tornando mais preciosa e mais próxima de Deus a sua humilde personalidade. São valores morais, por exemplo, a fé, a consciência, o entendimento, o amor, a esperança, a pureza, a justiça, o arrependimento; são valores intelectuais: a compreensão, a inteligência; são valores físicos, outrossim: a beleza, a saúde, a perfeição corporal, a estatura; são valores religiosos: a fé, a esperança, a caridade, o amor, a justiça, a amizade. Desse rol sublime de valores, vão-se criando e deduzindo outros que tornam a vida mais digna, mais próxima de uma eternidade merecida e propiciando ao homem a suprema doação de ser feliz, antes e depois de prestar contas ao seu Criador.
O que andei escrevinhando por aí acima seria o ideal aspirado e praticado pela criatura a quem foi dado o universo e a possibilidade (desde que desejada e tentada), desde que submetida à aprovação Daquele que nos presenteou com o prêmio da vida e a escolha do Céu ou de Inferno. Nada mais do que a isso se resume a existência humana: tornar-se um eterno morador da infinita felicidade celestial ou estúpido condenado aos infernos demoníacos com que são premiados os maus e teimosos pecadores da terra.
É esse o infalível dilema a que somos colocados ao vir ao mundo: ser feliz eternamente ou ser eternamente infeliz. Tudo dependerá de como nos comportaremos durante os fugidios dias de nossa vida terrena, de nossa passagem por este mundo complicado, ilusório e colocado à nossa disposição para a melhor escolha que entendermos fazer.
Os caminhos para se chegar a uma eternidade feliz ou condenável são muitos, repletos de desvios e encruzilhadas, ensolarados ou chuvosos, alegres ou tristonhos, abençoados ou repudiados por Deus, dependentes sempre de nossa própria escolha, pois todos eles, retos ou em ziguezagues, alcançam o mesmo destino traçado por nós mesmos durantes os breves anos de vida com que somos aquinhoados.
Para nossa escolha, acertada ou condenada, Deus ou o Criador da vida, nos deu a liberdade, dirigida por uma bússola infalível chamada consciência, estando pois nas mãos e na capacidade e vontade direcional de cada um assumir o leme da nau da vida, rumo à felicidade ou condenação eternas.
A vida inteira somos levados a escolher valores que se dividem em bons e maus, que levam ao prêmio ou ao castigo de uma eternidade feliz ou infeliz, dependendo apenas daquele em cuja frente vai guiando a bússola do Bem ou do Mal.
Ah! o homem! Esse bípede implume, como diz uma velha expressão literária, como sabe facilmente transformar os valores de bons em maus, de celestiais em infernais, de sublimes em rasteiros, numa inversão tenebrosa daquilo que recebeu do Criador, destinando-os a
motivos de condenação! Apesar dos caminhos generosos e divinais do moral, a criatura se compraz em seguir por atalhos que não levam a Deus, mas certamente ao inimigo Dele e da humanidade.
É tão fácil ser mau!!!

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

EXCELSIOR


Lino Vitti

Como seria bom se a estrada que palmilho
de flores marginais além se perlongasse!
Se os pássaros, aos mil, cantassem o estribilho
do seu canto feliz me olhando face a face!

Se um perfume jogral – da mata doce filho –
comigo, passo a passo, em ondas caminhasse!
Que esse brilho de sol, que esse cósmico brilho,
sem nunca noite haver, comigo partilhasse!

Como seria santa a vida que sonhamos,
como seria azul o caminho da vida,
aos beijos do astro - rei, trilando os gaturamos!

Tais aves, esse olor, essa estrada florida
são miragens, porém, que jamais alcançamos,
pois sempre se ergue adiante uma íngreme subida!

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

A PÁTRIA ESTÁ CONFUSA, A NAÇÃO AGONIZA




Lino Vitti

Recebeu-te, Colombo, a Terra da Esperança,
Pedro Álvares Cabral, num gesto soberano,
contigo formulou a mais grata Aliança
despertou o Brasil além do azul oceano.

Era a Terra feliz, o Futuro - Criança,
um orgulho a surgir do mais sonhado arcano.
O Progresso acenou, a riqueza, a abastança,
- Vela imensa da Fé, aberta a todo o pano - .

Foi inútil, parece a grandiosa aventura,
o sopro divinal da valorosa brisa
que as caravelas trouxe ao Porto da Fartura.

Esfomeada, sem paz, sem sonhos, sem baliza,
numa tristeza atroz que a machuca e tortura
a Pátria está confusa e a Nação agoniza.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

HINO À USINA

Usina Tamandupá - foto de Luiz Henrique Branca
 LinoVitti

Aos primeiros albores da aurora
principia da Usina o labor.
Trabalhar, produzir, hora a hora,
foice, enxada, podão e trator.

Chaminés fumegantes no espaço,
operário irmanado ao patrão.
As turbinas, o fogo, o melaço,
o ouro branco em feliz profusão.

Estribilho

Usina, riqueza imensa,
açúcar, valor sem par.
A pátria, sonhando pensa,
a Usina pensa, a sonhar.

O álcool jorra, genial combustível,
que o Brasil neste solo plantou.
Uma força soberba, invencível,
que a lavoura da cana gerou.

Na extensão das fazendas a herança
verde –loura de mil canaviais;
é um porvir de risonha esperança,
é o futuro a crescer sempre mais.

Estribilho

Usina, riqueza imensa,
açúcar, valor sem par.
A pátria, sonhando, pensa,
a Usina pensa, a sonhar.

sábado, 3 de setembro de 2011

HINO DO BAIRRO SANTA OLÍMPIA



foto de Helio Antunes do Nascimento
 Lino Vitti

(Musicalizado por Jair Vitti)
I
Sob o amparo da Virgem Maria,
Mãe excelsa, sublime mulher !
Santa Olímpia – trabalho e porfia,
povo altivo que sabe o que quer.

Vocações religiosas que falam,
da Família reduto exemplar !
Nobre gente a que os sonhos embalam,
sob o lema – cantar, trabalhar.

Estribilho

Santa Olímpia , terra santa,
cuja origem é imortal
A paisagem vibra e canta,
louva a Deus de par em par.

II

Tens no azul no teu céu a promessa
de uma vida futura eternal.
Nada há que teus passos impeça,
não há sombras de Dor e de Mal.

Prossigamos cantando este hino,
ao bater do filial coração .
Eis a frente um brilhante destino,
irmanando Trabalho e Oração.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

DÚVIDAS


Lino Vitti

Vive-se a caminhar – peregrinos que somos –
em desertos de areia a fulgir causticantes.
Não sabemos sequer e nem sequer supomos
que os homens não são mais que tristes caminhantes.

À frente sempre existe arquejando de pomos
uma árvore enganosa em mil frutos cambiantes.
A cada passo a dor, a cada passo assomos
corações a tremer feridos e arquejantes.

Para onde vamos nós? Que porto nos espera?
Sempre Inverno por que? Por que não Primavera?
Por que viver assim sem luz e sem guarida?

É terrível sonhar sem fé, sem esperança.
Sem saber até quando a vida a gente alcança,
sem saber onde e quando a Morte espreita a Vida.

PRÍNCIPE DOS POETAS DE PIRACICABA

CURRICULUM VITAE
( Síntese de Vida)
NOME – Lino Vitti
IDADE – 08/02/1920
ESTADO CIVIL – Casado, em únicas núpcias, há 56 anos, com a Professora Dorayrthes Silber Schmidt Vitti
FILIAÇÃO – José e Angelina Vitti
NATURALIDADE – Piracicaba, Estado de São Paulo –Brasil
Bairro Santana , Distrito de Vila Rezende
VIDA FAMILIAR
Casamento Civil e Religioso em comunhão de bens, Pai de sete filhos: Ângela Antónia, Dorinha Miriam, Rosa Maria, Fabíola , Lina, Rita de Cássia, Eustáquio.
VIDA PROFISSIONAL
Aposentado como Diretor Administrativo da Câmara de Vereadores de Piracicaba, e como Redator do “Jornal de Piracicaba”. Exerceu atividades no comércio, no Magistério, na lavoura até os l3 anos, na municipalidade local, como bibliotecário, lançador de impostos, protocolista, Secretário Municipal.

VIDA CULTURAL
ESCOLA PRIMÁRIA –
Grupo Escolar “Dr. Samuel de Castro Neves”, Santana, seminarista vocacional ao sacerdócio por seis anos, no Colégio Santa Cruz, da cidade de Rio Claro (SP), onde cursou humanidades, línguas, religião, ciências, matemáticas, música.
CURSOS –
Formou-se Técnico em Contabilidade, lecionou latim, francês, datilografia.

VIDA RELIGIOSA
Católico, Apostólico, Romano, fez curso de religião em seminário dos Padres Estigmatinos, foi organista da Catedral e da Igreja de São Benedito, de Piracicaba, e Congregado Mariano.
VIDA LITERÁRIA
Bafejado por ensinamentos de sábios sacerdotes em colégio de formação religiosa, recebeu extraordinário acervo literário que lhe propiciou enveredar pelo caminho da poesia, da crônica, dos contos, do jornalismo, havendo editado de l959 a 200l sete livros de poesias e contos, com edições em milheiros de volumes, os quais estão aí para satisfazer o gosto daqueles que apreciam a arte literária.
São seus livros : “Abre-te, Sésamo”, l959; “Alma Desnuda”, l988; “A Piracicaba, Minha Terra”, l99l; “Sinfonia Poética”, de parceria com o poeta Frei Timóteo de Porangaba; “Plantando Contos, Colhendo Rimas”, l992; “Sonetos Mais Amados”, l996 e “Antes que as Estrelas brilhem”, 200l. O poeta conta ainda com o prazer de haver composto hinos para diversos municípios, bairros rurais, entidades sociais diversas, continuando a colaborar ainda, após os 83 anos em colunas literárias e com artigos de ordem geral em jornais da terra.
Faz parte da Academia Piracicabana de Letras que lhe outorgou o título honorífico de “PRÍNCIPE DOS POETAS DE PIRACICABA’.
Foi-lhe concedida Pelo Município de Piracicaba, através de sua Secretaria da Ação Cultural, a MEDALHA DE MÉRITO CULTURAL, “ Prof. OLÊNIO DE ARRUDA VEIGA’; é detentor do TROFÉU IMPRENSA, concedido pelo Lions Clube de Piracicaba, centro, e da MEDALHA ITALIANA, concedida pelo governo italiano de Benito Mussolini aos alunos de escolas e seminários de origem daquele país que tivessem se destacado em redação de trabalhos literários escritos na língua de Dante.
O Município de Saltinho, para o qual contribuiu com o Hino dessa comunidade municipal , conferiu-lhe o título de “Cidadão Saltinhense”.

DISCURSO

Por ocasião do lançamento do livro de poesias “Antes que as estrelas brilhem “, pelo poeta Lino Vitti foi proferido o seguinte discursos:

Exmo. Sr. Heitor Gauadenci Jr. dd Secretário da Ação Cultural

Exmo. sr. António Osvaldo Storel. dd. Presidente da Câmara de

Vereadores de Piracicaba

Exmo.sr. Moacyr Camponez do Brasil Sobrinho, dd. Presidente do Instituto Histórico e Geográfico

Exmo,. sr. Henrique Cocenza, dd. Presidente da Academia Piracicabana de Letras

Exmo.. Sr. Ésio Pezzato , anfitrião desta solenidade

Senhoras e Senhores

Pela sétima vez (graças a Deus) em minha vida lítero-poética vejo-me guindado a uma tribuna improvisada (o que é bom porque torna o fato mais popular), para proferir um discurso de agradecimento, ao lado da oferta de um novo livro de versos. É teimosia essa de poetas em desovar sua produção para que mais gente participe de suas tiradas, muitas vezes fora de forma e de ambiente, mas que o poeta não vê porque , ao editar um novo livro está cego pela emoção , como se fosse a vez primeira. Está aí o Ésio Pezzato, responsável por mais esta minha invasão no mundo das letras poéticas, para dizer se não é assim. Para dizer se não sofre também dessa doença feliz de editar livros e mais livros a ponto de perder a conta, já que a esta altura ele não sabe se já está no décimo ou décimo primeiro. E ainda continua batendo dedos de métrica, sabemos lá por quantos anos ainda !

Tenho um ex-colega de seminário, prof. Hildebrando André, aposentado como professor universitário e com o qual mantenho longa e pródiga correspondência, que não se cansa de enaltecer a felicidade de Piracicaba contar com tantos poetas e poetisas. Tem razão ele, pois se apenas dois deles já conseguiram editar l8 livros de poesia, imagine-se as centenas que seriam necessárias para dar um pouco de vazão a essa raridade intelectual que toma conta da minha terra!

Este meu livro vem à lume por obra e arte do prefeito José Machado , seu Secretário da Ação Cultural e de seu zeloso servidor Ésio Pezzato que se entusiasmaram diante da recitação de diversos poemas meus por um grupo de jograis, alunos da UNIMEP, e impressionados decidiram patrocinar a publicação deste livro, pois entenderam que Piracicaba poética merecia conhecer em mais profundidade o seu príncipe da poesia. E aí está, lindo e impecável, entregue às mãos do povo de Piracicaba, que indistintamente de cor, estudos, intelectualização , posses financeiras, categoria de trabalho, com religião ou agnóstico, jovem ou adulto, roceiro ou citadino, aí está, para quiçá, momentos de lazer e sonho. Sonho , sim, porque a poesia é terrivelmente sonhativa , vive no mundo da fantasia, alicerça-se nas bases da emoção e brota do âmago mais profundo do poeta, e para que as filhas de Eva não reclamem, da poetisa também.

Alguém me perguntará? Como é ser poeta? Juro, nunca pensei nisso. Acho que ninguém consegue ser poeta. Já é. Nasce feito, como dizem.

não é verdade Maria Cecilia, Ivana Maria, Ésio Pezzato , Prata Gregolim, Marina Rolim, Valter Vitti, Mario Pires, Saconi, e tutti quanti enfeitam com seus lindos versos as páginas do “ Jornal de Piracicaba, ou da “Tribuna Piracicabana , e assim também esse cacho imenso de livros poéticos que quase semanalmente são dados ao conhecimento e sentimento público de nossa terra ? Tornando-se um privilégio de uma cidade, como disse alhures o supra citado meu colega seminarístico Hildebrando André. ?

Não se suponha que para ser poeta é preciso ter nascido em berço de ouro ou em centros intelectuais de enorme repercussão. Nada disso. Tenho um soneto que define bem esse fato. É assim: “Eu não sou o poeta dos salões / de ondeante, basta e negra cabeleira] não me hás de ver nos olhos alusões / de vigílias, de dor e de canseiras. // Não trago o pensamento em convulsões,/ de candentes imagens, a fogueira. / não sou o gênio que talvez supões/ e não levo acadêmica bandeira.// Distribuo os meus versos em moedas/ que pouco a pouco na tua alma hospedas / - raros , como as esmolas de quem passa. / Mas hei de me sentir feliz um dia/ quando vier alguém render-me graça/ por o fazer ricaço de poesia. // “ . Poetas e poetisas saem do nada , devem trazer o selo ou o bilhete de entrada nesse reino encantado desde o útero materno, embora ouse eu afirmar que a vida é também uma grande mestra , as influências da mentalidade circunvizinha,

o próprio meio ambiente, podem , em circunstâncias outras , plasmar um poeta .

Eu fui plasmado , por exemplo, por entre maravilhas campestres. A roça ou o campo são fantásticos criadores de poesia. Ela anda atapetando por todos os cantos a natureza, as gentes, os animais, os atos e fatos. e a cabeça daqueles com quem ela convive. E o poeta, criador por excelência, se abebera de todas as belezas esparsas pelas colinas, serras, vales e descampados , para transformar tudo em versos e rimas, ou em versos simplesmente, onde pululam , como cabritos silvestres, as figuras literárias, os tropos, as sínteses, as comparações, e todos os anseios que lhe vão no imo da alma. Para satisfação própria e para satisfação dos que convivem com o poeta. E´ por isso que se botardes olhos curiosos sobre meus poemas havereis de tropeçar a todo o momento com um motivo roceiro, pois trago uma alma plasmada pelas belezas rurais de Santana, Santa Olímpia , Fazenda Negri, e especialmente por aquela colina encimada ,no cocuruto, pelo prédio do grupo escolar, onde aprendi a ler e escrever e a poetar.

Peço desculpas por haver-me prolongado um pouco nestas elucubrações poéticas, desobedecendo aos conselhos do amigo Ésio que continua exigindo de mim discursos improvisados, o que seria tão para os ouvintes , que ansiosamente aguardam o momento de bater palmas acabando assim com a verborragia oratória.

Não posso entretanto encerrar esta breve alocução sem deixar consignados meus agradecimentos do fundo do coração ao prefeito José Machado ,ao seu Secretário da Ação Cultural Heitor Gaudenci Junior, ao seu sub-secretário poeta Ésio Pezzato, ao prefaciador Moacyr de Oliveira Camponez do Brasil sobrinho, aos queridos opinadores Maria Cecília Bonachella, Maria Ivana França de Negri, exímias poetisas, prof. Elias Salum e a minha filha Universitária Fabíola Vitti Moro, pela maravilhosa capa, Editores e toda equipe de funcionários , à minha esposa pela sugestão transmitida ao prefeito com relação ao advento desta obra, aos digitadores Nair , minha nora e neto Leonardo, e outros que possa ter esquecido, como é fácil em cachola idosa, - meus agradecimentos repito, pela reunião de esforços e trabalho que tornaram possível o advento de mais um livro de minha lavra.

Obrigado “ em geralmente” como dizem nossos cururueiros, aos que ilustraram com sua arte musical esta solenidade e assim também a todos quantos acharam um tempinho para vir prestigiar-me nesta tarefa de cultura e arte. Levem a certeza de que nada mais desejo do que engrandecer com minha poesia a terra que me viu nascer, a terra que me viu crescer, a terra que me proporcionou oportunidade para chegar a um cargo tão nobre quão dignificante de “Príncipe dos Poetas de Piracicaba”

Meu carinhoso obrigado também aos meios de comunicação, de modo especial “Jornal de Piracicaba”, na pessoa de seu Editor Chefe Joacyr Cury , de “A Tribuna Piracicabana”, na de seu diretor Evaldo Vicente, pela divulgação caprichosa deste evento que afinal nada mais é do que mais uma demonstração da exuberância cultural da Noiva da Colina.

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