Lino Vitti - Príncipe dos Poetas Piracicabanos

Lino Vitti - Príncipe dos Poetas Piracicabanos
Lino Vitti- Príncipe dos Poetas Piracicabanos

O Príncipe e sua esposa, professora Dorayrthes S. S. Vitti

Casamento

Casamento

Bodas de Prata

Bodas de Prata

Lino Vitti e seus pais

Lino Vitti e seus pais

Lino Vitti e seus vários livros

Lino Vitti e seus vários livros
Lino Vitti e seus vários livros

Bisneta Alice

Bisneta Alice
BISNETA ALICE

Seguidores

.

O Príncipe agradece a visita e os comentários

60 anos de Poesia


domingo, 29 de março de 2015

"TENHO SEDE"


Lino Vitti

Encimam o título desta crônica palavras divinas. Palavras proferidas no momento mais triste e significativo da história do mundo, da história da Fé, da história da humanidade. Cristo, Filho de Deus, crucificado por aqueles de quem fora o próprio Criador, quase sem forças para fazer ouvir-se-lhe a voz, brada angustiado: “tenho sede”. Em outras palavras: preciso beber, dêem-me água. E os soldados não lhe deram água, mas fel.
O grande contra-senso! Um Deus, autor do universo e de tudo quanto no universo vive, vegeta, sensível ou insensível, a pedir água – água que lhe é negada porque o homem se julga senhor de tudo, inclusive de uma cuia do valioso líquido a ser estendida ao moribundo no ponto culminante de sua morte.
A água é criatura de Deus! Quando o mundo era o caos a voz de Jeová disse: “separemos as terras das águas”. E elas formaram os oceanos, formaram os rios, formaram os ribeiros, formaram os lagos, formaram as fontes, formaram as correntes que circulam nos sub-solo e as nuvens que presenteiam o mundo com a grandeza das águas pluviais. Onde não há água, domina o deserto, de onde a vida foge porque a água é vida e sem ela comanda a morte.
A ciência a chama de H20. Como quer que a chamem, como quer que a denominem, ela é a alegria, ela é o frescor, ela é a beleza, ela é o prazer, ela é o amor , ela é, como disse, a vida.
É alegria porque o mundo animal e vegetal, sorri diante de uma fonte borbulhante cujos lábios a sugam e cujo frescor lhes mitiga o ardor da sede: ela é beleza porque encanta aos que a buscam: ela é prazer, porque nada mais delicioso do que um copo de água para aquele que necessita dessedentar-se; ela é amor, porque foi um gesto de amor divino que nô-la deixou à disposição a qualquer hora e em qualquer necessidade; ela é vida, sim, é vida, porque onde falta a água surge a morte e a destruição.
O homem, entretanto, é o eterno contraditor de tudo quanto lhe deu de presente o amor divino. E costuma sempre emporcalhar com sua ignorância e maus instintos, as grandezas que se lhe foram oferecidas e cujo uso lhe é livre e soberano. É o que está fazendo hoje a criatura, quando desconsidera o valor do prêmio santo da água e a destina para fins ignóbeis, ou a suja com seus elementos venenosos, desumanos, condenáveis e impiedosos. Os rios, as fontes, os oceanos, nada escapa ao processo destruidor da poluição humana. Basta olhar, mesmo que de relance, para os crimes que se cometem contra as torrentes líquidas da terra, do país, do universo, tudo engendrado pelo próprio homem a quem cabe, antes que mais nada, fazer exatamente o contrário, isto é, preservar, defender, tornar cada vez melhor, a fonte de onde extrai a água para seu viver, para o viver de suas famílias, de seus conterrâneos, dos homens, mulheres e crianças do mundo inteiro.
Essa é uma verdade facilmente demonstrável. Basta apenas ver o rio Piracicaba, que até há pouco tempo nos ofereceu suas águas para matar a sede e servir de uso a toda uma comunidade. Que fizeram dele? Um esgoto infeliz e doloroso que ao vir do inverno, quando as chuvas generosas escasseiam se transforma em leito de pedras sujo e fétido. Piracicaba, cujo serviço de abastecimento é um dos melhores, senão o melhor do país, e quiçá do mundo, vive a desdita de ver a água que consome, submetida a caríssimos processos de tratamento para poder ao menos ser aproveitada pela população, porque se lançam em seu seio, milhares de toneladas de esgoto humano, industrial e agrícola. As autoridades e o órgão responsável, partem para outra fonte abastecedora. Mas que ocorre? O homem, sempre o homem, lá aparece com a sua maldade e inconsciência para conspurcar mais uma vez as águas da nova fonte, com venenos industriais e agrícolas. E as consequências sabem-nas todas quais são.
Meus irmãos. Não foi para isso que Deus nos doou esse prêmio de vida. Não foi para o sofrimento que se criaram e abriram os mares, os rios, as fontes, os lagos. Foi para que vivesse a humanidade melhor e mais feliz. E só poderíamos hoje dizer, bem alto e com toda a alegria da alma: “Obrigado, Criador, pela água que nos deste!”

segunda-feira, 23 de março de 2015

JUDAS


Lino Vitti


Pálido, a cabeleira em desalinho,
Olhar de desespero, frio e agudo,
Aproxima-se Judas, de mansinho,
E oscula o Mestre:- "Mestre, eu te saúdo".

E a pedra, e o inseto, e a planta, e a flor, e o espinho;
Jerusalém, a terra, o espaço. . . tudo
Horrorizou-se estupefato e mudo
Ante a hediondez de beijo tão mesquinho.

Mas Jesus, o "Agnus Dei" humilde e quieto,
A transbordar de compaixão e afeto
Pondo na face um resplendor celeste,

Deixa pousar o seu olhar sagrado
Sobre o olhar do traidor envergonhado
E. diz-lhe ainda:- "Amigo, a que vieste?!".


terça-feira, 17 de março de 2015

QUEM PASSOU PELA VIDA E NÃO FOI MOÇO



 Lino Vitti

Devagar vou cortando o meu deserto,
Meu árido deserto de amargura.
Ziguezagueio sem ter caminho certo,
Sem os lábios molhar em fonte pura.

Se eu tombar e me vires encoberto
Pela areia cruel dessa planura,
Ao menos tu, não temas chegar perto
E por ali me dares sepultura.

Vê se encontras um oásis de palmares
Por onde desça a luz do azul do espaço,
Depõe nele meu corpo em frio fosso.

Coloca numa cruz em fundo traço
Este lema: "Aqui jaz, com seus penares,

         Quem passou pela vida sem ser moço".

sexta-feira, 13 de março de 2015

Eu e a Poesia - 14 de Março Dia Nacional da Poesia


Meus primeiros versos, escritos a medo, pois o seminário religioso não admitia alunos poetas porque a poesia de nada servia para a vida sacerdotal, foram de cunho religioso e dedicados a Nossa Senhora. Não os guardei, mas lembro perfeitamente que agradaram a um clérigo poeta vindo de outra congregação de religiosos para a dos Padres Estigmatinos, e que vaticinou-me: o senhor vai ser um poeta de verdade.
Profecia cumprida. Há mais de 60 anos assumi o grato dever de poetar, publicando meus sonetos e poemas nos jornais, revistas e semanários da terra piracicabana, cuja conseqüência foi a edição de 7 livros de poesia e contos, distribuídos aos milheiros ao povo de Piracicaba e, ao que sei, aprovados por ele, tanto que a Academia Piracicabana de Letras me honrou com o significativo título de “Príncipe dos Poetas Piracicabanos”. Guardo-o com carinho, com alegria, como troféu e prêmio maravilhoso aos meus longos e felizes anos dedicados à arte escrita e rimada dos Bilacs, dos Raimundos Correia, dos Guilhermes de Almeida, dos Gustavos Teixeira, dos Franciscos Lagreca, das Marinas Tricânicos e de outros mais que dignificam a poesia desta, chamada que foi, de Atenas Paulista.
O professor universitário de literatura de São Paulo, Hildebrando de André, meu companheiro de seminário no Colégio Santa Cruz de Rio Claro, em correspondência trocada entre nós, afirmou sempre que Piracicaba era uma terra privilegiada, uma terra de poetas verdadeiros, um santuário de poesia – dizia ele – que tem a graça de contar com a cooperação feliz dos seus jornais matutinos, semanários, ou revistas, aqueles oferecendo semanalmente uma página de sua edição à poesia dos seus poetas, como podemos ver na sexta-feira, em A Tribuna e aos sábados no Jornal de Piracicaba, a cargo dos escritores Ivana Maria F. de Negri e Ludovico Silva.
Poucos têm a felicidade de ver seus poemas e ou sonetos publicados durante seis décadas para mais, por isso me julgo honrado pelos nossos jornais, dignificado pelos leitores da minha terra, realizado na arte dos versos, estrofes e rimas, graças à compreensão dos diretores, editores, paginadores, distribuidores, leitores e todos quantos trabalham para nos entregar a cada manhã, um nobre jornal como o Jornal de Piracicaba, a Tribuna de Piracicaba e o semanário Folha Cidade, todos acolhedores incontestes de minhas elucubrações poéticas de mais de 60 anos.
E diante de tão flagrante acolhida, diante do respeito que em Piracicaba a Poesia merece, diante da proliferação da arte que dignificou poetas como Dante, Shakespeare, Victor Hugo, Olavo Bilac, Gustavo Teixeira, Vicente de Carvalho, Guilherme de Almeida, Camões, e uma infinidade de nomes gloriosos e reais poetas, eu me curvo em dar graças a Deus, Poeta Criador do Universo, do Homem e do Amor, por haver premiado o mundo de Poesia e Poetas, e agradecer igualmente aos poetas do mundo e do universo por terem aprendido a Poesia de Deus, e por lhe darem continuidade até a consumação dos séculos, com tanta dedicação e tanto carinho como merece essa graça de Deus.
A Poesia é a história dos povos, escrita em estrofes, em versos, em baladas, em sonetos, em poemas, em rimas. Numa linguagem sublimada, figurada, sintetizada, onde falam mais a alma e o coração do que as datas, os fatos, as personalidades, a ciência. Ser poeta é ser beija-flor: sugar o mel da vida, ao librar das asas sempre no espaço e sem tocar o desencanto do solo. É sonhar que se é angelical e não ser nunca envolvido pelo pó. Ser beija-flor, cujos beijos pousam sobre qualquer tipo de flor, sem olhar para a cor, sem olhar para as alturas em que ela bebe a luz do sol, buscando sempre o dulçor melífluo que se esconde no âmago de cada uma delas. Ser poeta é isso: buscar sempre o que é belo, cantar sempre as harmonias das coisas e da vida, ter os pés na terra, mas o olhar nas alturas do infinito. Poesia há de ser alegre, pois se for triste não será poesia, será dor.
São mais de 60 anos que poetizo. São mais de 60 anos que me sinto feliz, pois a minha poesia rendeu frutos, foi lida, foi julgada, foi amada. Haja vista que se tempos atrás os poetas eram raros como os diamantes, hoje eles florescem como seara e a poesia deles espalha um perfume de beleza, de sonhos, de encantamento.
Graças a Deus, a picada que tentei abrir está transformada em caminho florido.

terça-feira, 10 de março de 2015

PERDULÁRIO



Lino Vitti

Gastei meus dias a buscar no sonho
a razão do viver - inutilmente.
O resultado foi: sofrer medonho,
desilusão atroz e persistente.

Foi esse: de falar continuamente
de tristeza nos versos que componho.
Foi esse: de possuir alma que sente
toda ausência daquilo que é risonho.

Não importa porém. Se fores moço
e sentires em ti, mesmo em esboço,
os afagos de um sonho intenso e doce,

vá, malbarata os dias na quimera
como se fosse sempre primavera,
como se a vida um longo sonho fosse.




quinta-feira, 5 de março de 2015

MULHER


Lino Vitti*
(à minha esposa Dorayrthes)

Consorte, companheira, esposa, com que termos
Melhor pincelaria o teu vivo retrato?
Somos tolos, eu sei, somos uns estafermos,
Somos homens banais, estúpidos de fato!

Bastaria dizer: mulher, para sabermos
O que é virtude, amor, sonho e recato.
Sem ela a vida é escura, andamos pelos ermos,
Somos pobre viajor perdido em ínvio mato.

Mulher, mulher da gente, a gente diz que é minha,
É palavra que a exprime em toda a plenitude
E a põe no coração feita única rainha.

Mulher é o que diz  tudo: encantos e virtude,
Dizer: “minha mulher” então nos avizinha
Do êxtase divinal da excelsa beatitude.


                        * Príncipe dos Poetas Piracicabanos

PRÍNCIPE DOS POETAS DE PIRACICABA

CURRICULUM VITAE
( Síntese de Vida)
NOME – Lino Vitti
IDADE – 08/02/1920
ESTADO CIVIL – Casado, em únicas núpcias, há 56 anos, com a Professora Dorayrthes Silber Schmidt Vitti
FILIAÇÃO – José e Angelina Vitti
NATURALIDADE – Piracicaba, Estado de São Paulo –Brasil
Bairro Santana , Distrito de Vila Rezende
VIDA FAMILIAR
Casamento Civil e Religioso em comunhão de bens, Pai de sete filhos: Ângela Antónia, Dorinha Miriam, Rosa Maria, Fabíola , Lina, Rita de Cássia, Eustáquio.
VIDA PROFISSIONAL
Aposentado como Diretor Administrativo da Câmara de Vereadores de Piracicaba, e como Redator do “Jornal de Piracicaba”. Exerceu atividades no comércio, no Magistério, na lavoura até os l3 anos, na municipalidade local, como bibliotecário, lançador de impostos, protocolista, Secretário Municipal.

VIDA CULTURAL
ESCOLA PRIMÁRIA –
Grupo Escolar “Dr. Samuel de Castro Neves”, Santana, seminarista vocacional ao sacerdócio por seis anos, no Colégio Santa Cruz, da cidade de Rio Claro (SP), onde cursou humanidades, línguas, religião, ciências, matemáticas, música.
CURSOS –
Formou-se Técnico em Contabilidade, lecionou latim, francês, datilografia.

VIDA RELIGIOSA
Católico, Apostólico, Romano, fez curso de religião em seminário dos Padres Estigmatinos, foi organista da Catedral e da Igreja de São Benedito, de Piracicaba, e Congregado Mariano.
VIDA LITERÁRIA
Bafejado por ensinamentos de sábios sacerdotes em colégio de formação religiosa, recebeu extraordinário acervo literário que lhe propiciou enveredar pelo caminho da poesia, da crônica, dos contos, do jornalismo, havendo editado de l959 a 200l sete livros de poesias e contos, com edições em milheiros de volumes, os quais estão aí para satisfazer o gosto daqueles que apreciam a arte literária.
São seus livros : “Abre-te, Sésamo”, l959; “Alma Desnuda”, l988; “A Piracicaba, Minha Terra”, l99l; “Sinfonia Poética”, de parceria com o poeta Frei Timóteo de Porangaba; “Plantando Contos, Colhendo Rimas”, l992; “Sonetos Mais Amados”, l996 e “Antes que as Estrelas brilhem”, 200l. O poeta conta ainda com o prazer de haver composto hinos para diversos municípios, bairros rurais, entidades sociais diversas, continuando a colaborar ainda, após os 83 anos em colunas literárias e com artigos de ordem geral em jornais da terra.
Faz parte da Academia Piracicabana de Letras que lhe outorgou o título honorífico de “PRÍNCIPE DOS POETAS DE PIRACICABA’.
Foi-lhe concedida Pelo Município de Piracicaba, através de sua Secretaria da Ação Cultural, a MEDALHA DE MÉRITO CULTURAL, “ Prof. OLÊNIO DE ARRUDA VEIGA’; é detentor do TROFÉU IMPRENSA, concedido pelo Lions Clube de Piracicaba, centro, e da MEDALHA ITALIANA, concedida pelo governo italiano de Benito Mussolini aos alunos de escolas e seminários de origem daquele país que tivessem se destacado em redação de trabalhos literários escritos na língua de Dante.
O Município de Saltinho, para o qual contribuiu com o Hino dessa comunidade municipal , conferiu-lhe o título de “Cidadão Saltinhense”.

DISCURSO

Por ocasião do lançamento do livro de poesias “Antes que as estrelas brilhem “, pelo poeta Lino Vitti foi proferido o seguinte discursos:

Exmo. Sr. Heitor Gauadenci Jr. dd Secretário da Ação Cultural

Exmo. sr. António Osvaldo Storel. dd. Presidente da Câmara de

Vereadores de Piracicaba

Exmo.sr. Moacyr Camponez do Brasil Sobrinho, dd. Presidente do Instituto Histórico e Geográfico

Exmo,. sr. Henrique Cocenza, dd. Presidente da Academia Piracicabana de Letras

Exmo.. Sr. Ésio Pezzato , anfitrião desta solenidade

Senhoras e Senhores

Pela sétima vez (graças a Deus) em minha vida lítero-poética vejo-me guindado a uma tribuna improvisada (o que é bom porque torna o fato mais popular), para proferir um discurso de agradecimento, ao lado da oferta de um novo livro de versos. É teimosia essa de poetas em desovar sua produção para que mais gente participe de suas tiradas, muitas vezes fora de forma e de ambiente, mas que o poeta não vê porque , ao editar um novo livro está cego pela emoção , como se fosse a vez primeira. Está aí o Ésio Pezzato, responsável por mais esta minha invasão no mundo das letras poéticas, para dizer se não é assim. Para dizer se não sofre também dessa doença feliz de editar livros e mais livros a ponto de perder a conta, já que a esta altura ele não sabe se já está no décimo ou décimo primeiro. E ainda continua batendo dedos de métrica, sabemos lá por quantos anos ainda !

Tenho um ex-colega de seminário, prof. Hildebrando André, aposentado como professor universitário e com o qual mantenho longa e pródiga correspondência, que não se cansa de enaltecer a felicidade de Piracicaba contar com tantos poetas e poetisas. Tem razão ele, pois se apenas dois deles já conseguiram editar l8 livros de poesia, imagine-se as centenas que seriam necessárias para dar um pouco de vazão a essa raridade intelectual que toma conta da minha terra!

Este meu livro vem à lume por obra e arte do prefeito José Machado , seu Secretário da Ação Cultural e de seu zeloso servidor Ésio Pezzato que se entusiasmaram diante da recitação de diversos poemas meus por um grupo de jograis, alunos da UNIMEP, e impressionados decidiram patrocinar a publicação deste livro, pois entenderam que Piracicaba poética merecia conhecer em mais profundidade o seu príncipe da poesia. E aí está, lindo e impecável, entregue às mãos do povo de Piracicaba, que indistintamente de cor, estudos, intelectualização , posses financeiras, categoria de trabalho, com religião ou agnóstico, jovem ou adulto, roceiro ou citadino, aí está, para quiçá, momentos de lazer e sonho. Sonho , sim, porque a poesia é terrivelmente sonhativa , vive no mundo da fantasia, alicerça-se nas bases da emoção e brota do âmago mais profundo do poeta, e para que as filhas de Eva não reclamem, da poetisa também.

Alguém me perguntará? Como é ser poeta? Juro, nunca pensei nisso. Acho que ninguém consegue ser poeta. Já é. Nasce feito, como dizem.

não é verdade Maria Cecilia, Ivana Maria, Ésio Pezzato , Prata Gregolim, Marina Rolim, Valter Vitti, Mario Pires, Saconi, e tutti quanti enfeitam com seus lindos versos as páginas do “ Jornal de Piracicaba, ou da “Tribuna Piracicabana , e assim também esse cacho imenso de livros poéticos que quase semanalmente são dados ao conhecimento e sentimento público de nossa terra ? Tornando-se um privilégio de uma cidade, como disse alhures o supra citado meu colega seminarístico Hildebrando André. ?

Não se suponha que para ser poeta é preciso ter nascido em berço de ouro ou em centros intelectuais de enorme repercussão. Nada disso. Tenho um soneto que define bem esse fato. É assim: “Eu não sou o poeta dos salões / de ondeante, basta e negra cabeleira] não me hás de ver nos olhos alusões / de vigílias, de dor e de canseiras. // Não trago o pensamento em convulsões,/ de candentes imagens, a fogueira. / não sou o gênio que talvez supões/ e não levo acadêmica bandeira.// Distribuo os meus versos em moedas/ que pouco a pouco na tua alma hospedas / - raros , como as esmolas de quem passa. / Mas hei de me sentir feliz um dia/ quando vier alguém render-me graça/ por o fazer ricaço de poesia. // “ . Poetas e poetisas saem do nada , devem trazer o selo ou o bilhete de entrada nesse reino encantado desde o útero materno, embora ouse eu afirmar que a vida é também uma grande mestra , as influências da mentalidade circunvizinha,

o próprio meio ambiente, podem , em circunstâncias outras , plasmar um poeta .

Eu fui plasmado , por exemplo, por entre maravilhas campestres. A roça ou o campo são fantásticos criadores de poesia. Ela anda atapetando por todos os cantos a natureza, as gentes, os animais, os atos e fatos. e a cabeça daqueles com quem ela convive. E o poeta, criador por excelência, se abebera de todas as belezas esparsas pelas colinas, serras, vales e descampados , para transformar tudo em versos e rimas, ou em versos simplesmente, onde pululam , como cabritos silvestres, as figuras literárias, os tropos, as sínteses, as comparações, e todos os anseios que lhe vão no imo da alma. Para satisfação própria e para satisfação dos que convivem com o poeta. E´ por isso que se botardes olhos curiosos sobre meus poemas havereis de tropeçar a todo o momento com um motivo roceiro, pois trago uma alma plasmada pelas belezas rurais de Santana, Santa Olímpia , Fazenda Negri, e especialmente por aquela colina encimada ,no cocuruto, pelo prédio do grupo escolar, onde aprendi a ler e escrever e a poetar.

Peço desculpas por haver-me prolongado um pouco nestas elucubrações poéticas, desobedecendo aos conselhos do amigo Ésio que continua exigindo de mim discursos improvisados, o que seria tão para os ouvintes , que ansiosamente aguardam o momento de bater palmas acabando assim com a verborragia oratória.

Não posso entretanto encerrar esta breve alocução sem deixar consignados meus agradecimentos do fundo do coração ao prefeito José Machado ,ao seu Secretário da Ação Cultural Heitor Gaudenci Junior, ao seu sub-secretário poeta Ésio Pezzato, ao prefaciador Moacyr de Oliveira Camponez do Brasil sobrinho, aos queridos opinadores Maria Cecília Bonachella, Maria Ivana França de Negri, exímias poetisas, prof. Elias Salum e a minha filha Universitária Fabíola Vitti Moro, pela maravilhosa capa, Editores e toda equipe de funcionários , à minha esposa pela sugestão transmitida ao prefeito com relação ao advento desta obra, aos digitadores Nair , minha nora e neto Leonardo, e outros que possa ter esquecido, como é fácil em cachola idosa, - meus agradecimentos repito, pela reunião de esforços e trabalho que tornaram possível o advento de mais um livro de minha lavra.

Obrigado “ em geralmente” como dizem nossos cururueiros, aos que ilustraram com sua arte musical esta solenidade e assim também a todos quantos acharam um tempinho para vir prestigiar-me nesta tarefa de cultura e arte. Levem a certeza de que nada mais desejo do que engrandecer com minha poesia a terra que me viu nascer, a terra que me viu crescer, a terra que me proporcionou oportunidade para chegar a um cargo tão nobre quão dignificante de “Príncipe dos Poetas de Piracicaba”

Meu carinhoso obrigado também aos meios de comunicação, de modo especial “Jornal de Piracicaba”, na pessoa de seu Editor Chefe Joacyr Cury , de “A Tribuna Piracicabana”, na de seu diretor Evaldo Vicente, pela divulgação caprichosa deste evento que afinal nada mais é do que mais uma demonstração da exuberância cultural da Noiva da Colina.

.



Animais - Graphics, Graficos e Glitters Para Orkut