Lino Vitti - Príncipe dos Poetas Piracicabanos

Lino Vitti - Príncipe dos Poetas Piracicabanos
Lino Vitti- Príncipe dos Poetas Piracicabanos

O Príncipe e sua esposa, professora Dorayrthes S. S. Vitti

Casamento

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Bodas de Prata

Bodas de Prata

Lino Vitti e seus pais

Lino Vitti e seus pais

Lino Vitti e seus vários livros

Lino Vitti e seus vários livros
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Bisneta Alice

Bisneta Alice
BISNETA ALICE

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O Príncipe agradece a visita e os comentários

60 anos de Poesia


sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Postais de Natal



AO VEREADOR DR. LUIZ D. DOS REIS
Lino Vitti

Dr. Luiz Reis, médico supimpa
vereador responsável de cada ato.
Consciência de valor , serena, limpa,
esculápio estimado, homem sensato.

Alta montanha de amizade grimpa,
vencendo sempre o ódio e o desacato.
Pelos meandros da lei ele garimpa
para melhor cumprir o seu mandato.

Ao amigo Luiz e familiares
Feliz Natal, muita felicidade,
do céu desçam as luzes estelares.

Desejo-lhe trabalho prá cidade,
também junto a seus ínclitos pares
um mundo imenso de felicidade.

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

BOAS FESTAS, “JORNAL DE PIRACICABA”



Lino Vitti

Ao glorioso “Jornal” a que Piracicaba
com carinho retém como um grande tesouro,
Santo e Feliz Natal, a todos dessa taba,
desçam bênçãos do céu qual chuva feita de ouro.

Um jornal é um lutar sem fim, que não se acaba,
é malhar diariamente o velho ou jovem couro
sobre tudo o que vier, sob tudo o que desaba,
no mundo, delicioso e imenso sorvedouro.

Feliz Ano 2.000! Amigos diretores,
votos e abraços mil aos nobres redatores
e a todos os que aí trabalham com afeto.

Centenário “Jornal”, que os meus votos acolhe,
que o Menino Jesus prá todos vocês olhe
ao lado do saudoso e grande Losso Netto.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Mensagens natalinas



É NATAL, TELMO OTERO
Lino Vitti

Meu caríssimo amigo, Telmo Otero,
Deus lhe pague a mensagem natalina.
Para você e família, Telmo, espero
sejam felizes sob bênção divina.

A vida é um caminhar, lutar severo,
é algo que muitas vezes desatina.
Não importa, porém, se vencer quero
pois querer é uma força que ilumina.

Vamos adiante, assim, iluminados,
esquecendo os percalços já passados
e buscando o que é bom, é belo, é o Bem.

À frente, ao sol dessa felicidade,
cultivando os encantos da verdade,
olhos fitos na estrela de Belém.

domingo, 25 de novembro de 2012

A história se repete sempre




                                   Jair Vitti

    Contos e fatos históricos todos têm um significado e refletem a realidade, análogos às parábolas escritas na Bíblia.
Uma delas conta quando Jesus peregrinava na terra, e pela sua sabedoria e o modo de ser atraia multidões, operava milagres, curava os doentes e sua fama foi se espalhando até chegar aos ouvidos dos políticos da alta sociedade da época. Estes estavam curiosos em conhecê-lo.
Certa ocasião, Jesus estava numa das cidades quando foi convidado por este pessoal da elite para participar de um encontro e palestrar com eles.
Sabemos que nestas reuniões de alto gabarito, quem participava eram os doutores da lei, os escribas, isto é, sempre batendo na mesma tecla, os deputados e senadores e toda sua laia.
Curiosos estavam, para conhecer Jesus, e receavam de estar atrasados com suas idéias em relação à sabedoria de Jesus. O mestre falava às multidões sem embaraço, não gaguejava a qualquer pergunta feita por quem quer que fosse, não é como nos dias de hoje quando um político é entrevistado ou fala ao povo fica enrolando e ninguém entende nada.
Quando estavam todos reunidos e atenciosamente ouvindo o que Jesus dizia, eis que foi interrompido por alguém que disse: “Mestre! Lá fora está um homem querendo entrar. Os que estavam ali presentes murmuraram uns aos outros mas quem é este homem? Será importante igual a nós? Não vamos deixá-lo entrar.
Mas Jesus, quando ouviu, disse: mande-o entrar.
Esse homem era um palhaço.
Admirado de vê-lo exclamaram! Um palhaço? Mas o que é isso? Não vamos deixá-lo entrar e permitir que permaneça entre nós. Jesus calmamente respondeu:
        Por ventura este homem é um mal feitor? Saibam que o palhaço diverte
e faz rir milhares de pessoas, inclusive as crianças ficam felizes ao assisti-lo num picadeiro. E Jesus mandou o palhaço sentar-se, e continuou, Jesus. Vocês,  por acaso, o que fazem? Ao contrário do palhaço, fazem a população chorar com os altos impostos e estelionatos legalizados, criados por vocês, que só pensam em aumentar seus salários, roubam o dinheiro da nação, desviam e gastam as verbas dadas pelo governo em suas fazendas, só pensam em viajar as custas do País, numa mordomia faraônica, trocam de partido constantemente enquanto a população está passando necessidades, vocês não se preocupam em fazer leis que beneficiam o povo, ao contrário, as leis que vocês instituem são só para vocês mesmos e empobrece a cada dia que passa a população.
Depois de ouvirem as palavras de Jesus o que poderiam dizer ou responder aquele pessoal da alta sociedade? O que pode ter acontecido foi um descontentamento e confusão, na certa foram saindo acossando-se uns aos outros e com o pensamento de protesto. No entanto, vejam o que aconteceu com Jesus; foi crucificado porque pregava a verdade e todas aquelas pessoas inteligentes, do passado, que são os filósofos, foram condenados à morte porque importunavam os mandantes da época com suas idéias nítidas. Isto se repete nos dias de hoje quando surge alguém honesto querendo fazer alguma coisa de bom, apontando os erros não só na política mas em todos os setores que visa interesse pessoal, esta pessoa é logo eliminada do poder ou do cargo que exerce.
É, os tempos pouco mudam. 
   

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

ABSURDOS LEGISLATIVOS



Lino Vitti (Diretor da Secretaria da Câmara aposentado)

Não bastassem os inexplicáveis absurdos que soem ser cometidos nas Câmaras Legislativas Altas do país, os legislativos menores, isto é, os que legislam para o Município, nas Câmaras Municipais, estão se dando ao luxo de defender igualmente pavorosas idéias com relação ao seu funcionalismo.
O Governo Central, por exemplo, tem sido ferrenho, inconcebivelmente demolidor, no que diz respeito à categoria funcional sob sua égide administrativa. Há quase dois períodos governamentais que somam oito anos, servidor federal (e estadual de São Paulo, convém destacar) não vê a cor de um mínimo reajuste salarial. Por outro lado, os capítulos constitucionais e legislação competente que dispõem sobre essa importante matéria de um governo, foram arrasados inexoravelmente pela política atual, levando de roldão também a legislação concernente a servidores estaduais e municipais, porque um Congresso amorfo de vontade, dominado por não sei que Planos Econômicos, acabou por sujeitar-se aos desígnios do governo e contribuiu para que o velho e encanecido princípio da autonomia dos Municípios e dos Estados, fosse reduzido à pó. Consequentemente, órfãos dessa autonomia, funcionários estaduais e municipais são alcançados pela tirania devastadora do “não há dinheiro para qualquer aumento”.
Os nossos servidores municipais não ficaram imunes a essa política salarial, desmilinguida cada vez mais pelo “não se dar reajuste”. Até uma pequenina vantagem obtida durante recente administração, qual seja, reajuste quadrimestral de acordo com os índices da inflação apurada, foi sumariamente demolida e anulada pelo prefeito que se despede, e, bisonhamente consentida pela Câmara que vê o sol de seu mandato esconder-se no ocaso, a 31 de dezembro.
Não pára aí, porém o que pode ser considerado absurdos menores. Tenta-se agora (segundo lemos alhures nos jornais da terra) por um competente Vereador, digno de respeito pela sua brilhante atuação legislativa durante duas legislaturas, instituir a contratação política de funcionários do Legislativo para ocuparem cargos de direção de importantes órgãos daquele poder, como Contabilidade e Finanças, Administração, Imprensa, Advocacia.
A nomeação dar-se-ia, ao que deduzo, por indicação dos partidos e seus representantes políticos com assento na Casa. Nada de Concurso Público, como exige a   Constituição, nada de conhecimentos do metier, nada de responsabilidade funcional estatutária. Só indicação política, sem necessidade de demonstração de competência e capacidade para tão importantes funções públicas.
Essa distorção que vem sofrendo o quadro de funcionalismo da Câmara de Vereadores, penso, tenha tido seu início lá bem atrás, quando a presidência do Poder Legislativo era ocupada por um cidadão que entendeu desnecessária a existência do cargo de Diretor Administrativo da Secretaria da Câmara de Vereadores. E assim entendendo, extinguiu o Cargo Efetivo de Diretor, deixando o quadro do funcionalismo da Câmara acéfalo e órfão de direção, e exigindo de Diretores, já aposentados nessa condição funcional, ingresso de Ação na Justiça para resguardo de seus direitos e proventos que pretendia reduzir, inconstitucionalmente.
De então para cá, ao que se pode apurar, instalou-se o trem da alegria legislativa, e onde havia 10 a 15 funcionários, passou-se ao magnífico número atual, de mais de 120. E dessa centena, uns poucos constituem efetivamente o corpo de servidores fixos, concursados e nomeados segundo a Lei e a Constituição. Os demais balançam na gangorra dos temporários, e a cada quatro anos, com a mudança de vereadores reeleitos ou não essa gangorra coloca grande parte deles na rua do desemprego, situação que a ninguém agrada.
Digo que é absurdo o que se quer perpetrar presentemente como absurdo foi o que se perpetrou tempos idos. Primeiro, porque a indicação de servidores do quadro por vereadores temporários só pode gerar situações esdrúxulas, inclusive para o Presidente do Poder Legislativo que é a autoridade constitucional para nomear servidores de qualquer tipo, temporários ou efetivos. Segundo, porque há o perigo de um colapso nas Diretorias dos diversos órgãos, em face das sucessivas mudanças dos titulares, sujeitos à demissão exatamente quando começam a se firmar no exercício das suas importantes funções, procedendo-se então à substituição por novos titulares porque o Vereador de quem recebam confiança, não foi reeleito.
Pelo sim, pelo não, só se pode considerar infeliz a iniciativa aventada, a constituir-se em insanável vício da política mal conduzida.
Com a palavra os próximos Prefeito e Presidente da Câmara.

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

ÁGUA SEM ESGOTO





                                                      Lino Vitti

Ninguém pode ignorar que a água consumida pelos piracicabanos e provinda do rio que bordeja a cidade recebia ao longo do seu percurso nada mais nada mesmo que o esgoto de 40 a 50 cidades, obrigando-nos a insano trabalho e especial, tecnologia para que a administração municipal pudesse oferecer à população uma água quanto mais possível própria para o consumo, inclusive em condições biológicas e sanitárias adequadas para tanto.
Quem pode esquecer a histórica luta dos órgãos públicos responsáveis contra a desastrosa poluição mantida por esse rosário de cidades à montante de Piracicaba, do lançamento famoso e perigoso restilo, da luta terrível do serviço de captação e distribuição do indispensável líquido para servir condignamente os piracicabanos? Quem pode esquecer as batalhas de prefeitos e vereadores, de jornais e rádios locais, de instituições e líderes populares, engajados numa luta comum e importantíssima para alijar desta célula brasileira a malvada poluição?
Dezenas de anos martelando, dezenas de anos pedindo, dezenas de anos atestando, dezenas de anos mostrando o mal, dezenas de anos inventando maneiras e formas de acabar com aquela ignorância de se emporcalhar, com esgotos domésticos e industriais, as águas que tínhamos de forçosamente consumir, parecem ter chegado ao fim.
“Parecem”, digo eu, fundamentando este trabalho jornalístico em notícias divulgadas pelos jornais da cidade, segundo as quais o Serviço Municipal de Águas e Esgotos, teria conseguido (que maravilha!) acabar com a dependência do consumo das águas doentes e dificilmente recuperáveis do rio Piracicaba, passando esta cidade e povoados rurais a receber em suas casas, não mais as águas problemáticas do velho e agonizante rio, mas do seu maior afluente, o Corumbataí.
“Cem por cento”, diz a notícia! Todo o abastecimento se fará então através desse rio, cujo curso não receberia tanta porcaria poluidora como aquele que foi histórico e importante na vida deste povo, transformado em esgoto a céu aberto pela incompetência, maldade, ignorância e safadeza do próprio homem.
Oxalá, os anjos e nós piracicabanos, digamos “Amém”.
Que assim seja! Aplausos a esses heróis administrativos que não esmoreceram até a vitória final!
Parabéns a essa imprensa lutadora que não descansou um momento sequer sendo afinal premiada em sua luta por esse quase inacreditável acontecimento: abastecimento de água cem por cento pelo rio Corumbataí, esquecendo-se evidentemente daquele feito até hoje pelo Piracicaba ao qual, mentalidades tacanhas não souberam dar valor, e ao qual administradores perversos atiraram a esse vergonhoso estado de poluição, destruidora e fatídica.
Há 20, 30 ou mais anos lembro haver-me também engajado nessa guerra anticívica e antipatriótica da poluição do rio Piracicaba.
Sinto-me porém um derrotado, como o devem sentir-se todos aqueles que se empenharam também nessa terrível contenda contra forças, igualmente empenhados em sentido contrário. É verdade! Ao invés de se limpar o Piracicaba das imundícies poluidoras, como era o objetivo de quanto participaram da utopia de despoluí-lo, tivemos que ensarilhar armas, abandonar o Piracicaba à própria sorte, e partir rumo ao Corumbataí que, dizem, nos fornecerá 100% de água sem sujidades e sem poluição!
É preciso porém muito alerta, muita capacidade administrativa, muito olho fiscalizador sob a nova fonte abastecedora. Por que? Porque os homens são incorrigíveis, são maus, e poderão em sua faina de ganâncias e impatriotismo ou, desrespeito a direitos humanos de ter água potável para matar a sede de milhões, poderão, repito, ignorar, como o fizeram os destruidores do Piracicaba, que os 300.000 piracicabanos dependem, a partir de agora, do generoso afluente. E dar-se então ao maldito luxo de jogar esgoto, venenos, lixos e agrotóxicos na mais nova fonte de abastecimento deste povo que sofreu heroicamente durante anos sem conta da perversidade daqueles que não titubearam matar um rio tão belo, histórico, e importante como o Piracicaba.                
     

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

AGONIA VESPERAL



Lino Vitti

Estranho observador quantas vezes me ponho
a contemplar a tarde iluminada e grata!
Faço a meditação colorida de um sonho.
talvez um sonho bom que engrandece e arrebata.

Do mirante infinito a mim mesmo proponho
amar esse morrer, essa angústia que mata.
Bancar a estupidez de um poeta bisonho
para cantar então essa do caricata.

Tomo a luz, beijo o céu, a natureza geme.
Quem canta doce assim no recesso cambiante?
Por que a folhagem toda está medrosa e treme?

Sublima-se o universo: o imenso, o excelso, o ovante,
veste o burel da noite, e reza baixo, e freme,
e assiste à extrema unção da tarde agonizante.

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

CONTRASTES



Lino Vitti

Carregas no teu rosto o mais real retrato
do que na alma te vai e o coração detém.
Da profundez do olhar brota a luz do recato,
quando não, muita dor e lágrimas se vêem.

Hoje ouves: meu amor; depois, traidor e ingrato.
Ao lado, a solidão, a tortura, ninguém!
A quem a tua voz era um chilreio grato
agora é surda e má, é um poço de desdém.

Por que tudo há de ser assim feroz, chocante?
Por que imagens de um rosto estranhamente acenam
convites e repulsa em gestos contrastantes?

A face que sorri, os olhos que se alienam
ocultam muita vez algo desconcertante:
a língua que maldiz, os lábios que condenam.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

VIVÊNCIA



Lino Vitti

De repente faz sol na tua roça,
ouves o canto lírico das aves.
Ao teu redor a vida em flor remoça,
os ruídos são flébeis e suaves.

Estás contente e o coração esboça
vogar por mares como vão as naves,
embora ruja a tempestade grossa,
embora lutas dolorosas traves.

Como é bom quando assim a gente a aceita
com suas glórias, o seu sol, o mundo,
com tudo quanto é mal que nos espreita!

Sigamos nesse encanto vagabundo,
não temamos entrar a porta estreita,
nem a fatalidade do segundo.

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

CREPUSCULAR SANGRENTO


Lino Vitti

A carícia da brisa embala o fim do dia
enquanto o lavrador depõe a enxada pobre.
E o poente é tão rico em festa de ouro nobre,
sucumbindo, afinal, das trevas na apatia.

Contraste visionário! A noite à luz encobre,
o homem do campo crê, num Deus ele confia,
embora dentro da alma, em fúria, a nostalgia
de tristura e pavor o coração lhe cobre.

É assim o entardecer. Às vezes tão bonito,
outras tantas deixa o homem vago e aflito
impingindo-lhe um cego e profundo terror!

Penso até, quando o sol diz adeus e se esconde
que a natureza em dor e angústia ao céu responde
com afagos de brisa e sangreiras de amor.

terça-feira, 6 de novembro de 2012

NA TEIA




Lino Vitti

Há de chegar o dia-desenlace
daquele último olhar quase apagado
em que o mundo vai dar-me o ingrato passe
para adentrar o além mistificado.

Eu gostaria, entanto, não findasse
da existência este fato malogrado.
Nem nunca apresentar lívida face
aos olhos de quem amo – grato fado.

Contudo é inexorável me sujeite
a essa fatalidade que acompanha
do viver o mais santo e ideal deleite.

Não há como fugir da morte à sanha :
- a vida é promissória sem aceite,
- é presa de gulosa e fera aranha.

domingo, 4 de novembro de 2012

SONETO




Lino Vitti

Dois quartetos rimados a capricho,
dois tercetos de aprimorada rima,
e está pronto o famoso e grande “bicho”
do soneto que o mundo tanto estima.

Da montanha brutal ao carrapicho,
do verme ao astro que o infinito encima;
do ouro da mina ao caminhão do lixo,
tudo o que ao mundo anima e desanima,

é trançado um quarteto a outro quarteto,
em tudo o que de unido e de disperso,
na pequenina jóia de um terceto.

E na corrente azul do último verso,
há o momento supremo do soneto,
há a síntese a abarcar todo o universo.

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

A MEU PAI (Escrito quando ainda vivo)



Lino Vitti

Lado a lado, meu pai, nas andanças da vida,
mãos dadas com carinho e com grandioso amor.
Umas vezes a estrada é uma senda florida,
outras muitas, porém, tem espinhos e dor.

Em você, caro pai, encontrei nesta lida,
mil sonhos a cumprir, de luz um resplendor.
A todos conduziu – com nossa mãe querida –
a um porto bem seguro, a um porto salvador.

Que a idade não lhe seja um peso doloroso,
antes uma alegria, anseio realizado,
uma vitória em meio a este mar proceloso.

Eu lhe desejo , pai, tão extremoso e amado,
que o proteja o bom Deus, que é grande e poderoso,
que o conserve, feliz, por muito ao nosso lado.

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

CHOVER



Lino Vitti

Choram as nuvens chuvas benfazejas
quais lágrimas gostosas do infinito.
Nem sempre são as chuvas que desejas,
nem sempre chora o céu um pranto aflito.

Às vezes lança o céu luzes andejas
apunhalando o espaço como um grito,
indo ferir as torres das igrejas
o risco de um relâmpago maldito.

Almas também, quais céus à dor sujeitos,
recebem do destino chuva triste
como aquelas que a natureza chove.

Ambos os prantos são cabais, perfeitos :
um, diz-me que no espaço a dor existe,
outro, que o pranto em nós a dor remove.

PRÍNCIPE DOS POETAS DE PIRACICABA

CURRICULUM VITAE
( Síntese de Vida)
NOME – Lino Vitti
IDADE – 08/02/1920
ESTADO CIVIL – Casado, em únicas núpcias, há 56 anos, com a Professora Dorayrthes Silber Schmidt Vitti
FILIAÇÃO – José e Angelina Vitti
NATURALIDADE – Piracicaba, Estado de São Paulo –Brasil
Bairro Santana , Distrito de Vila Rezende
VIDA FAMILIAR
Casamento Civil e Religioso em comunhão de bens, Pai de sete filhos: Ângela Antónia, Dorinha Miriam, Rosa Maria, Fabíola , Lina, Rita de Cássia, Eustáquio.
VIDA PROFISSIONAL
Aposentado como Diretor Administrativo da Câmara de Vereadores de Piracicaba, e como Redator do “Jornal de Piracicaba”. Exerceu atividades no comércio, no Magistério, na lavoura até os l3 anos, na municipalidade local, como bibliotecário, lançador de impostos, protocolista, Secretário Municipal.

VIDA CULTURAL
ESCOLA PRIMÁRIA –
Grupo Escolar “Dr. Samuel de Castro Neves”, Santana, seminarista vocacional ao sacerdócio por seis anos, no Colégio Santa Cruz, da cidade de Rio Claro (SP), onde cursou humanidades, línguas, religião, ciências, matemáticas, música.
CURSOS –
Formou-se Técnico em Contabilidade, lecionou latim, francês, datilografia.

VIDA RELIGIOSA
Católico, Apostólico, Romano, fez curso de religião em seminário dos Padres Estigmatinos, foi organista da Catedral e da Igreja de São Benedito, de Piracicaba, e Congregado Mariano.
VIDA LITERÁRIA
Bafejado por ensinamentos de sábios sacerdotes em colégio de formação religiosa, recebeu extraordinário acervo literário que lhe propiciou enveredar pelo caminho da poesia, da crônica, dos contos, do jornalismo, havendo editado de l959 a 200l sete livros de poesias e contos, com edições em milheiros de volumes, os quais estão aí para satisfazer o gosto daqueles que apreciam a arte literária.
São seus livros : “Abre-te, Sésamo”, l959; “Alma Desnuda”, l988; “A Piracicaba, Minha Terra”, l99l; “Sinfonia Poética”, de parceria com o poeta Frei Timóteo de Porangaba; “Plantando Contos, Colhendo Rimas”, l992; “Sonetos Mais Amados”, l996 e “Antes que as Estrelas brilhem”, 200l. O poeta conta ainda com o prazer de haver composto hinos para diversos municípios, bairros rurais, entidades sociais diversas, continuando a colaborar ainda, após os 83 anos em colunas literárias e com artigos de ordem geral em jornais da terra.
Faz parte da Academia Piracicabana de Letras que lhe outorgou o título honorífico de “PRÍNCIPE DOS POETAS DE PIRACICABA’.
Foi-lhe concedida Pelo Município de Piracicaba, através de sua Secretaria da Ação Cultural, a MEDALHA DE MÉRITO CULTURAL, “ Prof. OLÊNIO DE ARRUDA VEIGA’; é detentor do TROFÉU IMPRENSA, concedido pelo Lions Clube de Piracicaba, centro, e da MEDALHA ITALIANA, concedida pelo governo italiano de Benito Mussolini aos alunos de escolas e seminários de origem daquele país que tivessem se destacado em redação de trabalhos literários escritos na língua de Dante.
O Município de Saltinho, para o qual contribuiu com o Hino dessa comunidade municipal , conferiu-lhe o título de “Cidadão Saltinhense”.

DISCURSO

Por ocasião do lançamento do livro de poesias “Antes que as estrelas brilhem “, pelo poeta Lino Vitti foi proferido o seguinte discursos:

Exmo. Sr. Heitor Gauadenci Jr. dd Secretário da Ação Cultural

Exmo. sr. António Osvaldo Storel. dd. Presidente da Câmara de

Vereadores de Piracicaba

Exmo.sr. Moacyr Camponez do Brasil Sobrinho, dd. Presidente do Instituto Histórico e Geográfico

Exmo,. sr. Henrique Cocenza, dd. Presidente da Academia Piracicabana de Letras

Exmo.. Sr. Ésio Pezzato , anfitrião desta solenidade

Senhoras e Senhores

Pela sétima vez (graças a Deus) em minha vida lítero-poética vejo-me guindado a uma tribuna improvisada (o que é bom porque torna o fato mais popular), para proferir um discurso de agradecimento, ao lado da oferta de um novo livro de versos. É teimosia essa de poetas em desovar sua produção para que mais gente participe de suas tiradas, muitas vezes fora de forma e de ambiente, mas que o poeta não vê porque , ao editar um novo livro está cego pela emoção , como se fosse a vez primeira. Está aí o Ésio Pezzato, responsável por mais esta minha invasão no mundo das letras poéticas, para dizer se não é assim. Para dizer se não sofre também dessa doença feliz de editar livros e mais livros a ponto de perder a conta, já que a esta altura ele não sabe se já está no décimo ou décimo primeiro. E ainda continua batendo dedos de métrica, sabemos lá por quantos anos ainda !

Tenho um ex-colega de seminário, prof. Hildebrando André, aposentado como professor universitário e com o qual mantenho longa e pródiga correspondência, que não se cansa de enaltecer a felicidade de Piracicaba contar com tantos poetas e poetisas. Tem razão ele, pois se apenas dois deles já conseguiram editar l8 livros de poesia, imagine-se as centenas que seriam necessárias para dar um pouco de vazão a essa raridade intelectual que toma conta da minha terra!

Este meu livro vem à lume por obra e arte do prefeito José Machado , seu Secretário da Ação Cultural e de seu zeloso servidor Ésio Pezzato que se entusiasmaram diante da recitação de diversos poemas meus por um grupo de jograis, alunos da UNIMEP, e impressionados decidiram patrocinar a publicação deste livro, pois entenderam que Piracicaba poética merecia conhecer em mais profundidade o seu príncipe da poesia. E aí está, lindo e impecável, entregue às mãos do povo de Piracicaba, que indistintamente de cor, estudos, intelectualização , posses financeiras, categoria de trabalho, com religião ou agnóstico, jovem ou adulto, roceiro ou citadino, aí está, para quiçá, momentos de lazer e sonho. Sonho , sim, porque a poesia é terrivelmente sonhativa , vive no mundo da fantasia, alicerça-se nas bases da emoção e brota do âmago mais profundo do poeta, e para que as filhas de Eva não reclamem, da poetisa também.

Alguém me perguntará? Como é ser poeta? Juro, nunca pensei nisso. Acho que ninguém consegue ser poeta. Já é. Nasce feito, como dizem.

não é verdade Maria Cecilia, Ivana Maria, Ésio Pezzato , Prata Gregolim, Marina Rolim, Valter Vitti, Mario Pires, Saconi, e tutti quanti enfeitam com seus lindos versos as páginas do “ Jornal de Piracicaba, ou da “Tribuna Piracicabana , e assim também esse cacho imenso de livros poéticos que quase semanalmente são dados ao conhecimento e sentimento público de nossa terra ? Tornando-se um privilégio de uma cidade, como disse alhures o supra citado meu colega seminarístico Hildebrando André. ?

Não se suponha que para ser poeta é preciso ter nascido em berço de ouro ou em centros intelectuais de enorme repercussão. Nada disso. Tenho um soneto que define bem esse fato. É assim: “Eu não sou o poeta dos salões / de ondeante, basta e negra cabeleira] não me hás de ver nos olhos alusões / de vigílias, de dor e de canseiras. // Não trago o pensamento em convulsões,/ de candentes imagens, a fogueira. / não sou o gênio que talvez supões/ e não levo acadêmica bandeira.// Distribuo os meus versos em moedas/ que pouco a pouco na tua alma hospedas / - raros , como as esmolas de quem passa. / Mas hei de me sentir feliz um dia/ quando vier alguém render-me graça/ por o fazer ricaço de poesia. // “ . Poetas e poetisas saem do nada , devem trazer o selo ou o bilhete de entrada nesse reino encantado desde o útero materno, embora ouse eu afirmar que a vida é também uma grande mestra , as influências da mentalidade circunvizinha,

o próprio meio ambiente, podem , em circunstâncias outras , plasmar um poeta .

Eu fui plasmado , por exemplo, por entre maravilhas campestres. A roça ou o campo são fantásticos criadores de poesia. Ela anda atapetando por todos os cantos a natureza, as gentes, os animais, os atos e fatos. e a cabeça daqueles com quem ela convive. E o poeta, criador por excelência, se abebera de todas as belezas esparsas pelas colinas, serras, vales e descampados , para transformar tudo em versos e rimas, ou em versos simplesmente, onde pululam , como cabritos silvestres, as figuras literárias, os tropos, as sínteses, as comparações, e todos os anseios que lhe vão no imo da alma. Para satisfação própria e para satisfação dos que convivem com o poeta. E´ por isso que se botardes olhos curiosos sobre meus poemas havereis de tropeçar a todo o momento com um motivo roceiro, pois trago uma alma plasmada pelas belezas rurais de Santana, Santa Olímpia , Fazenda Negri, e especialmente por aquela colina encimada ,no cocuruto, pelo prédio do grupo escolar, onde aprendi a ler e escrever e a poetar.

Peço desculpas por haver-me prolongado um pouco nestas elucubrações poéticas, desobedecendo aos conselhos do amigo Ésio que continua exigindo de mim discursos improvisados, o que seria tão para os ouvintes , que ansiosamente aguardam o momento de bater palmas acabando assim com a verborragia oratória.

Não posso entretanto encerrar esta breve alocução sem deixar consignados meus agradecimentos do fundo do coração ao prefeito José Machado ,ao seu Secretário da Ação Cultural Heitor Gaudenci Junior, ao seu sub-secretário poeta Ésio Pezzato, ao prefaciador Moacyr de Oliveira Camponez do Brasil sobrinho, aos queridos opinadores Maria Cecília Bonachella, Maria Ivana França de Negri, exímias poetisas, prof. Elias Salum e a minha filha Universitária Fabíola Vitti Moro, pela maravilhosa capa, Editores e toda equipe de funcionários , à minha esposa pela sugestão transmitida ao prefeito com relação ao advento desta obra, aos digitadores Nair , minha nora e neto Leonardo, e outros que possa ter esquecido, como é fácil em cachola idosa, - meus agradecimentos repito, pela reunião de esforços e trabalho que tornaram possível o advento de mais um livro de minha lavra.

Obrigado “ em geralmente” como dizem nossos cururueiros, aos que ilustraram com sua arte musical esta solenidade e assim também a todos quantos acharam um tempinho para vir prestigiar-me nesta tarefa de cultura e arte. Levem a certeza de que nada mais desejo do que engrandecer com minha poesia a terra que me viu nascer, a terra que me viu crescer, a terra que me proporcionou oportunidade para chegar a um cargo tão nobre quão dignificante de “Príncipe dos Poetas de Piracicaba”

Meu carinhoso obrigado também aos meios de comunicação, de modo especial “Jornal de Piracicaba”, na pessoa de seu Editor Chefe Joacyr Cury , de “A Tribuna Piracicabana”, na de seu diretor Evaldo Vicente, pela divulgação caprichosa deste evento que afinal nada mais é do que mais uma demonstração da exuberância cultural da Noiva da Colina.

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