Lino Vitti - Príncipe dos Poetas Piracicabanos

Lino Vitti - Príncipe dos Poetas Piracicabanos
Lino Vitti- Príncipe dos Poetas Piracicabanos

O Príncipe e sua esposa, professora Dorayrthes S. S. Vitti

Casamento

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Bodas de Prata

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Lino Vitti e seus pais

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Lino Vitti e seus vários livros

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BISNETA ALICE

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O Príncipe agradece a visita e os comentários

60 anos de Poesia


quarta-feira, 18 de novembro de 2015

MEU AGRADECIMENTO



   ( Quando do recebimento da Medalha de Mérito Cultural em  2013)                                      
    Lino Vitti

                  Em crônica anterior comentei o assunto  “gratidão” . Dizia da necessidade de todos procederem  com a   manifestação desse gesto sempre  que por qualquer motivo  fossem honrados ou dignificados com outro gesto, desde que recebedores de  um benefício, social, moral, espiritual , físico  ou cultural, formas diversas de que a sociedade faz uso para outorgar benefícios dessa ordem.   De qualquer forma ,  o dever de sermos gratos  é uma constante necessidade  humana , para que tudo caminhe nos eixos  e no ordenamento  das relações  entre gente e coisas.
                   Recebi, em dia aprazado de agosto, um Sábado feliz de minha vida, embora o mês, no conceito popular e folclórico, seja  de expectativa contrária,  recebi, repito, uma honraria de parte do Município de Piracicaba, mais precisamente da sua Secretaria da Ação Cultural, concedendo a “Medalha de Mérito Cultura “Prof. Olênio  de Arruda Veiga “, instituída par premiar aqueles cidadãos piracicabanos  que se tenham destacada  na  disseminação  da cultura entre os seus conterrâneos  ou mais amplamente , em áreas superiores, como do Estado ou do País.
                    Confesso-me humildemente surpreendido com a honraria, pois  entendo  que apesar de minha contribuição  à cultura geral de Piracicaba, outros existem  de maior trabalho e projeção dignos de a ela fazer jus, mais do que este singelo servidor da poesia , do jornalismo, da literatura através de crônicas e contos, quiçá com um currículo bem mais avançado  do que este  combativo lutador da cultura desta terra  de inegável memória  artística e  cultural.
                      Foi pois  à sombra de tais idéias que recebi das mãos do prefeito José Machado,  um insigne protetor e incentivador da cultura piracicabana  a medalha  criada para tão  alta finalidade , autoridade máxima do município que se dignou comparecer ao ato  dignificando este  mero cultor da arte literária , de tantos integrantes  entre nós. O que  sem dúvida representa muito e tanto  para quem tem o prazer de servir  a essa distinção que a vida oferece aos que  a ela se dedicam.
                     Ser poeta é um privilégio de poucos. Ser homenageado tendo como motivo  uma intensa divulgação da poesia é outro maior privilégio . Por isso , a alegria  de receber a honraria , em singela festa onde compareceram  pessoas gradas, autoridades eminentes, como o presidente da Câmara de Vereadores, o presidente do Instituto Histórico e Geográfico, o Secretário Municipal da Ação Cultural, o afinado coral  de Santa Olímpia, sob a batuta da  sua competente maestrina, jogral de jovens da UNINEP,  que declamaram, juntamente com  uma excelente declamadora cujo nome me foge à memória de  idoso, várias poesias de minha lavra, não faltando ainda a presença em espírito do Presidente da Academia Piracicabana de Letras e o orador  do IHGP, professor Elias Salum.
               Vejam vocês que se entre gente desse quilate, não seria para Lino Vitti estourar de satisfação e emoção e assim sentir-se, diante de tão alta representatividade, mais digno de receber a ínclita Medalha  de reconhecimento cultural. E mais que tudo, ainda porque  perante  aquela  platéia de eminências, dirigidas pelo anfitrião, meu amigo poeta  Ésio  Pezato ,que desfiou  a síntese da vida  e participação cultural de  Lino Vitti, senti-me elevado  a emoções sem termo , quase arrebentando o coração do  velho.
                Paro por  aqui. Antes, porém, muitíssimo obrigado que só o que sabemos dizer em tais saborosas homenagens.

     

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

POETAS E POETISAS


Lino Vitti

            Meu principado é grande, é generoso, é belo e divino! Há 65 anos, mais ou menos, iniciei meus passos poéticos por esse flóreo caminho da arte do verso e da rima, do ritmo e da estrofe ( ou do verso sem rima, sem ritmo (métrica) e sem estrofe como desejam muitos e muitas). Que senda maravilhosa, alegre, colorida e feliz é essa pela qual palmilham os passos aéreos dos poetas e poetisas!
            A poesia, a verdadeira poesia, não cansa, não arma barraca em meio da jornada da vida, porque o Belo jamais fenece, o caminho não finda nunca, os sonhos prosseguem porque não se desfazem ao vir da crueza lucífera de um sol de verão, ou enregelam à chegada da frigidez hibernal dos anos tardios.
            Não é digno de ser chamado poeta, ou poetisa, aquele que abandona, covardemente, o encanto dessa manifestação inamovível do coração humano. Aquele que cansou de rimar, cansou de versejar, cansou de sonetar. Em questões de poesia não há aposentadoria condigna, não há salário-mínimo aceitável, não há sentar-se à beira de um barranco estradeiro para ver a caravana dos ideais, dos sonhos, dos encantamentos, passarem em demanda daquilo que é eterno, pois eterna é a poesia!
Vejo que Piracicaba é proprietária dessa caravana cultural da poesia, pois imensa é a legião daqueles que se dedicam à arte das musas poéticas. Basta ver quantos e quantos livros por igual número de versejadores, como aves pipilantes, abrem voo por estes céus literários! Vejo eu, por exemplo, quão numerosos livros enfeitam as prateleiras da minha humilde estante, onde pousaram, vindos de inúmeros lançamentos com que nos brindaram poetas e poetisas, parecendo haverem encontrado por estas plagas culturais, - sabiás sonoros de Gonçalvez Dias – o seu laranjal predileto para desfiar seus cantos poéticos e nobres! Estaria me exprimindo bem, caríssimo trinador de versos e rimas, Ésio Pezatto, com os tropos literários aí deixados pela minha velha veia descritiva? Se não, meta você  a cachola artística a funcionar e descubra, formas e figuras mais adequadas a retratar essa plêiade versejante que honra, dignifica, encanta e genializa a nossa terra!
Tão ricos somos de poetas e poetisas (vêem vocês que insisto na aplicação do termo poetisa, porque não admito se denomine uma representante do mundo feminino com um esdrúxulo vocábulo masculino, quando é tão lindo e sonoro o “poetisa”!), tão ricos somos de poetas e poetisas – repito – que nosso diários jornalísticos nos reservam páginas inteiras semanais para a divulgação da poesia piracicabana. Temos até mesmo um mensário, estufado de páginas, do Clube dos Escritores que nos cumula de poesia, doméstica e forasteira, tudo numa demonstração que Piracicaba mantém a tradição encantadora de sustentar a arte intelectual da poesia, tão importante na vida da humanidade que gregos e latinos – povos mais cultos da história – mantinham deuses e deusas protetores e incentivadores dessa sublime manifestação do  espírito.
Ouso afirmar que sem ela – a Poesia -  este escrivinhador não seria nada na vida, pois tudo quanto de bom e indispensável à uma existência condigna e feliz, floresceu provindo desse envolvimento em que me engajaram a beleza das estrofes, das rimas, mormente do Soneto, cultivados com amor e dedicação, entregues com carinho e prazer à leitura e cultura de milhares de pessoas que sentem no âmago de si mesmas, muitas vezes ocultas, outras tantas manifestas, as maravilhas de ler e entender a vida como uma imensa Poesia.

Avante, então, meus súditos poéticos! Nada de esmorecer diante das exigências dos anos e das dificuldades do viver. Relegar os sonhos, esquecer os encantos desse fantástico mundo em que vivem os bardos, não é de espíritos empreendedores e lutadores. Que vençam os poemas, que cantem as estrofes, que tilintem as rimas!   

terça-feira, 3 de novembro de 2015

O DOCE



ALGUMA  CRÔNICA (LXXVIII)


Lino Vitti

       Falar em doce é lembrar  de menino. Esses caretinhas que só  pensam em brinquedos e gulodices são loucos por uma cocada. Mel então nem se fala! Melado , que delícia! Um doce de leite, coisa de dar água na boca! O simples açúcar ao natural, isto é, saído da biquinha da usina, algo estonteante para o paladar do moleque !
      A respeito , tenho algo a contar. Criança da roça, antigamente, só consumia açúcar batido que é o nome que se dava ao produto saído do engenho, tempos em que usina era coisa muito rara pelas bandas da minha terra  natal. As famílias recebiam o açúcar fabricado aí mesmo , no  engenho das próprias, em sacas volumosos  que eram guardadas na despensa, local propício para as furtadelas  da meninada. Em chegando o escurecer, quando os
idosos batiam papo  num local reservado para as tertúlias  crepusculares, os meninos mais afoitos pulavam a janela da despensa , um a um , sacando valentes punhados do saboroso batido e se mandavam a sugá-lo , com sofreguidão, em esconderijo adrede determinado , longe da vista do pessoal todo  distraído em conversar sobre as peripécias do trabalho do dia.
        Outro motivo do consumo doceiro ocorria quando da realização das festas religiosas nas igrejas dos bairro infantis. Ao  longo do caminho  que dava acesso aos povoados, os doceiros da cidade montavam suas mesas  de iguarias dulcíferas, onde  se podiam adquirir , por alguns tostões (devem ser os centavos de hoje) gostosos doces de batata, cocadas brancas ou morenas, pés-de-moleque, pudins, nacos de bolo, e uma infinidade de doçuras de fazer inveja a qualquer paladar.
         Meninos e meninas viviam atormentando os pais , visando angariar os tostões com que matar a vontade  de saborear qualquer doce que fosse  nas banquinhas dispersas à beira  do caminho. Meu saudoso velho  não era fácil no alongamento das moedas, o que   fazia com que Guilherme, Lino, Valter, Artur , de paladar aceso para degustar um pé-de-moleque , ficassem rodeando  os “banqueti”, como em dialeto se chamava a geringonça montada pelos vendedores da cidade. Lembro-me que de olho comprido na parafernália  doceira, em caso de conseguirmos arrancar do pai, os desejados tostões, escolhíamos  dentre  os maravilhosos (ao nosso olhar) espécimes, os mais vistosos e que poderiam ser também os mais gostosos..
           Assim aconteceu.. Com dois tostões no bolso  deliciei-me com  uma cocada, reservando a Segunda moeda  para o final da tarde, algo assim como uma sobremesa, de olho num tubinho de papel recheado de qualquer coisa. E quando “a tarde morria”, julgado asado o momento para a aquisição  do quitute  final , lá me fui, todo lampeiro, à conquista da “mercadoria” desejada, com o último tostão da festa .
             Que tristeza! Que decepção! O secreto canudinho , que a minha fantasia infantil supunha conter algo nunca visto nem saboreado , nada mais era do que  amendoim torrado, por sinal exageradamente  salgado! Uma  droga! Sem outro remédio para a desdita , fui até onde se encontravam Guilherme e Valter , em cujas mãos, num gesto desolado depus os intragáveis amendoins , acompanhados de um  tristonho “en vôt” que traduzido do  dialeto para o português  nada mais quer dizer do  que “você quer “?

              E eu que esperava encontrar no enigmático canudo  uma  dulçorosa  peça melífera para encerrar  mais um dia de festa , das minhas saudosas festas de infância , fui enganado .pela aparência.

PRÍNCIPE DOS POETAS DE PIRACICABA

CURRICULUM VITAE
( Síntese de Vida)
NOME – Lino Vitti
IDADE – 08/02/1920
ESTADO CIVIL – Casado, em únicas núpcias, há 56 anos, com a Professora Dorayrthes Silber Schmidt Vitti
FILIAÇÃO – José e Angelina Vitti
NATURALIDADE – Piracicaba, Estado de São Paulo –Brasil
Bairro Santana , Distrito de Vila Rezende
VIDA FAMILIAR
Casamento Civil e Religioso em comunhão de bens, Pai de sete filhos: Ângela Antónia, Dorinha Miriam, Rosa Maria, Fabíola , Lina, Rita de Cássia, Eustáquio.
VIDA PROFISSIONAL
Aposentado como Diretor Administrativo da Câmara de Vereadores de Piracicaba, e como Redator do “Jornal de Piracicaba”. Exerceu atividades no comércio, no Magistério, na lavoura até os l3 anos, na municipalidade local, como bibliotecário, lançador de impostos, protocolista, Secretário Municipal.

VIDA CULTURAL
ESCOLA PRIMÁRIA –
Grupo Escolar “Dr. Samuel de Castro Neves”, Santana, seminarista vocacional ao sacerdócio por seis anos, no Colégio Santa Cruz, da cidade de Rio Claro (SP), onde cursou humanidades, línguas, religião, ciências, matemáticas, música.
CURSOS –
Formou-se Técnico em Contabilidade, lecionou latim, francês, datilografia.

VIDA RELIGIOSA
Católico, Apostólico, Romano, fez curso de religião em seminário dos Padres Estigmatinos, foi organista da Catedral e da Igreja de São Benedito, de Piracicaba, e Congregado Mariano.
VIDA LITERÁRIA
Bafejado por ensinamentos de sábios sacerdotes em colégio de formação religiosa, recebeu extraordinário acervo literário que lhe propiciou enveredar pelo caminho da poesia, da crônica, dos contos, do jornalismo, havendo editado de l959 a 200l sete livros de poesias e contos, com edições em milheiros de volumes, os quais estão aí para satisfazer o gosto daqueles que apreciam a arte literária.
São seus livros : “Abre-te, Sésamo”, l959; “Alma Desnuda”, l988; “A Piracicaba, Minha Terra”, l99l; “Sinfonia Poética”, de parceria com o poeta Frei Timóteo de Porangaba; “Plantando Contos, Colhendo Rimas”, l992; “Sonetos Mais Amados”, l996 e “Antes que as Estrelas brilhem”, 200l. O poeta conta ainda com o prazer de haver composto hinos para diversos municípios, bairros rurais, entidades sociais diversas, continuando a colaborar ainda, após os 83 anos em colunas literárias e com artigos de ordem geral em jornais da terra.
Faz parte da Academia Piracicabana de Letras que lhe outorgou o título honorífico de “PRÍNCIPE DOS POETAS DE PIRACICABA’.
Foi-lhe concedida Pelo Município de Piracicaba, através de sua Secretaria da Ação Cultural, a MEDALHA DE MÉRITO CULTURAL, “ Prof. OLÊNIO DE ARRUDA VEIGA’; é detentor do TROFÉU IMPRENSA, concedido pelo Lions Clube de Piracicaba, centro, e da MEDALHA ITALIANA, concedida pelo governo italiano de Benito Mussolini aos alunos de escolas e seminários de origem daquele país que tivessem se destacado em redação de trabalhos literários escritos na língua de Dante.
O Município de Saltinho, para o qual contribuiu com o Hino dessa comunidade municipal , conferiu-lhe o título de “Cidadão Saltinhense”.

DISCURSO

Por ocasião do lançamento do livro de poesias “Antes que as estrelas brilhem “, pelo poeta Lino Vitti foi proferido o seguinte discursos:

Exmo. Sr. Heitor Gauadenci Jr. dd Secretário da Ação Cultural

Exmo. sr. António Osvaldo Storel. dd. Presidente da Câmara de

Vereadores de Piracicaba

Exmo.sr. Moacyr Camponez do Brasil Sobrinho, dd. Presidente do Instituto Histórico e Geográfico

Exmo,. sr. Henrique Cocenza, dd. Presidente da Academia Piracicabana de Letras

Exmo.. Sr. Ésio Pezzato , anfitrião desta solenidade

Senhoras e Senhores

Pela sétima vez (graças a Deus) em minha vida lítero-poética vejo-me guindado a uma tribuna improvisada (o que é bom porque torna o fato mais popular), para proferir um discurso de agradecimento, ao lado da oferta de um novo livro de versos. É teimosia essa de poetas em desovar sua produção para que mais gente participe de suas tiradas, muitas vezes fora de forma e de ambiente, mas que o poeta não vê porque , ao editar um novo livro está cego pela emoção , como se fosse a vez primeira. Está aí o Ésio Pezzato, responsável por mais esta minha invasão no mundo das letras poéticas, para dizer se não é assim. Para dizer se não sofre também dessa doença feliz de editar livros e mais livros a ponto de perder a conta, já que a esta altura ele não sabe se já está no décimo ou décimo primeiro. E ainda continua batendo dedos de métrica, sabemos lá por quantos anos ainda !

Tenho um ex-colega de seminário, prof. Hildebrando André, aposentado como professor universitário e com o qual mantenho longa e pródiga correspondência, que não se cansa de enaltecer a felicidade de Piracicaba contar com tantos poetas e poetisas. Tem razão ele, pois se apenas dois deles já conseguiram editar l8 livros de poesia, imagine-se as centenas que seriam necessárias para dar um pouco de vazão a essa raridade intelectual que toma conta da minha terra!

Este meu livro vem à lume por obra e arte do prefeito José Machado , seu Secretário da Ação Cultural e de seu zeloso servidor Ésio Pezzato que se entusiasmaram diante da recitação de diversos poemas meus por um grupo de jograis, alunos da UNIMEP, e impressionados decidiram patrocinar a publicação deste livro, pois entenderam que Piracicaba poética merecia conhecer em mais profundidade o seu príncipe da poesia. E aí está, lindo e impecável, entregue às mãos do povo de Piracicaba, que indistintamente de cor, estudos, intelectualização , posses financeiras, categoria de trabalho, com religião ou agnóstico, jovem ou adulto, roceiro ou citadino, aí está, para quiçá, momentos de lazer e sonho. Sonho , sim, porque a poesia é terrivelmente sonhativa , vive no mundo da fantasia, alicerça-se nas bases da emoção e brota do âmago mais profundo do poeta, e para que as filhas de Eva não reclamem, da poetisa também.

Alguém me perguntará? Como é ser poeta? Juro, nunca pensei nisso. Acho que ninguém consegue ser poeta. Já é. Nasce feito, como dizem.

não é verdade Maria Cecilia, Ivana Maria, Ésio Pezzato , Prata Gregolim, Marina Rolim, Valter Vitti, Mario Pires, Saconi, e tutti quanti enfeitam com seus lindos versos as páginas do “ Jornal de Piracicaba, ou da “Tribuna Piracicabana , e assim também esse cacho imenso de livros poéticos que quase semanalmente são dados ao conhecimento e sentimento público de nossa terra ? Tornando-se um privilégio de uma cidade, como disse alhures o supra citado meu colega seminarístico Hildebrando André. ?

Não se suponha que para ser poeta é preciso ter nascido em berço de ouro ou em centros intelectuais de enorme repercussão. Nada disso. Tenho um soneto que define bem esse fato. É assim: “Eu não sou o poeta dos salões / de ondeante, basta e negra cabeleira] não me hás de ver nos olhos alusões / de vigílias, de dor e de canseiras. // Não trago o pensamento em convulsões,/ de candentes imagens, a fogueira. / não sou o gênio que talvez supões/ e não levo acadêmica bandeira.// Distribuo os meus versos em moedas/ que pouco a pouco na tua alma hospedas / - raros , como as esmolas de quem passa. / Mas hei de me sentir feliz um dia/ quando vier alguém render-me graça/ por o fazer ricaço de poesia. // “ . Poetas e poetisas saem do nada , devem trazer o selo ou o bilhete de entrada nesse reino encantado desde o útero materno, embora ouse eu afirmar que a vida é também uma grande mestra , as influências da mentalidade circunvizinha,

o próprio meio ambiente, podem , em circunstâncias outras , plasmar um poeta .

Eu fui plasmado , por exemplo, por entre maravilhas campestres. A roça ou o campo são fantásticos criadores de poesia. Ela anda atapetando por todos os cantos a natureza, as gentes, os animais, os atos e fatos. e a cabeça daqueles com quem ela convive. E o poeta, criador por excelência, se abebera de todas as belezas esparsas pelas colinas, serras, vales e descampados , para transformar tudo em versos e rimas, ou em versos simplesmente, onde pululam , como cabritos silvestres, as figuras literárias, os tropos, as sínteses, as comparações, e todos os anseios que lhe vão no imo da alma. Para satisfação própria e para satisfação dos que convivem com o poeta. E´ por isso que se botardes olhos curiosos sobre meus poemas havereis de tropeçar a todo o momento com um motivo roceiro, pois trago uma alma plasmada pelas belezas rurais de Santana, Santa Olímpia , Fazenda Negri, e especialmente por aquela colina encimada ,no cocuruto, pelo prédio do grupo escolar, onde aprendi a ler e escrever e a poetar.

Peço desculpas por haver-me prolongado um pouco nestas elucubrações poéticas, desobedecendo aos conselhos do amigo Ésio que continua exigindo de mim discursos improvisados, o que seria tão para os ouvintes , que ansiosamente aguardam o momento de bater palmas acabando assim com a verborragia oratória.

Não posso entretanto encerrar esta breve alocução sem deixar consignados meus agradecimentos do fundo do coração ao prefeito José Machado ,ao seu Secretário da Ação Cultural Heitor Gaudenci Junior, ao seu sub-secretário poeta Ésio Pezzato, ao prefaciador Moacyr de Oliveira Camponez do Brasil sobrinho, aos queridos opinadores Maria Cecília Bonachella, Maria Ivana França de Negri, exímias poetisas, prof. Elias Salum e a minha filha Universitária Fabíola Vitti Moro, pela maravilhosa capa, Editores e toda equipe de funcionários , à minha esposa pela sugestão transmitida ao prefeito com relação ao advento desta obra, aos digitadores Nair , minha nora e neto Leonardo, e outros que possa ter esquecido, como é fácil em cachola idosa, - meus agradecimentos repito, pela reunião de esforços e trabalho que tornaram possível o advento de mais um livro de minha lavra.

Obrigado “ em geralmente” como dizem nossos cururueiros, aos que ilustraram com sua arte musical esta solenidade e assim também a todos quantos acharam um tempinho para vir prestigiar-me nesta tarefa de cultura e arte. Levem a certeza de que nada mais desejo do que engrandecer com minha poesia a terra que me viu nascer, a terra que me viu crescer, a terra que me proporcionou oportunidade para chegar a um cargo tão nobre quão dignificante de “Príncipe dos Poetas de Piracicaba”

Meu carinhoso obrigado também aos meios de comunicação, de modo especial “Jornal de Piracicaba”, na pessoa de seu Editor Chefe Joacyr Cury , de “A Tribuna Piracicabana”, na de seu diretor Evaldo Vicente, pela divulgação caprichosa deste evento que afinal nada mais é do que mais uma demonstração da exuberância cultural da Noiva da Colina.

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