Lino Vitti - Príncipe dos Poetas Piracicabanos

Lino Vitti - Príncipe dos Poetas Piracicabanos
Lino Vitti- Príncipe dos Poetas Piracicabanos

O Príncipe e sua esposa, professora Dorayrthes S. S. Vitti

Casamento

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Bodas de Prata

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Lino Vitti e seus pais

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Lino Vitti e seus vários livros

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Bisneta Alice

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BISNETA ALICE

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O Príncipe agradece a visita e os comentários

60 anos de Poesia


quarta-feira, 30 de junho de 2010

A CIENTISTA DORINHA VITTI

A CIENTISTA DORINHA VITTI

Lino Vitti



“Gazeta de Piracicaba”, dedicada aos superiores objetivos de divulgar as boas e importantes notícias que ocorrem nesta feliz terra piracicabana, editou há dias, com destaque merecido, o fato de uma piracicabana – Dorinha Miriam, S.S. Vitti, filha de Lino e Dorayrthes Vitti, haver feito o lançamento de um livro cientifico, tratando da atenção que se deve dar à alimentação dos animais domésticos, para que sejam realmente motivo de prazer e convivam familiarmente com os seus proprietários, vizinhos e amigos. Intitula-se: Utilização e Recomendações de Cálcio e Fósforo em Animais Domésticos”. Entenda-se assim que esses animais devem ter saúde e conviver felizes com quem os criam e sustêm.
Dorinha Miriam, funcionária do Cena, onde é aposentada, é diplomada em Ciências Biológicas, pela UNESP e tem sido enviada pelo Cena, por muitas vezes, para representá-lo em conferências, conclaves, reuniões, congressos na Inglaterra, onde se saiu com louvores pelos seus trabalhos científicos e pela sua feliz representatividade.
De tudo e como justificando seu amor aos animais domésticos resultou a edição desse livro, pela instituição científica Gabi, daquele país que soube aquilatar toda a importância e profundidade prática da obra de Dorinha, daí o patrocínio por ela dado e a divulgação universal da importante matéria tratada em suas páginas pela cientista piracicabana.
Não só os pais , colegas e amigos de Dorinha devem se orgulhar desse feito científico-cultural, mas todos os piracicabanos e brasileiros, pois é honroso e dignificante evento de tal porte das ciências sobre animais, hoje em dia considerados “membros” das familias que os acolhem e os mantém, como insistia São Francisco, dizendo que os animais são nossos irmãos.
Como orgulhoso pai da cientista piracicabana digo muito obrigado Gazeta, pelo amplo e generoso noticiário. Deus lhe pague.

A CIENTISTA DA FAMÍLIA


A CIENTISTA DA FAMILIA
Dorayrthes S..S.Vitti

Nunca pensei que aquela menina, minha segunda filha, a quem, eu e meu esposo Lino Vitti, demos o nome suave de Dorinha Mirian, pudesse alcançar um tão elevado nome de cientista. Sim, depois de uma infância, em que apareceram todas as doencinhas próprias da idade, mas que não atrapalharam em nada a vontade dela de estudar, formou-se em Ciências Biológicas, na Faculdade da UNESP em Rio Claro.
E prosseguindo em seus anseios cientificos, acabou se diplomando naquele estabelecimento, sendo, mediante demonstração de sua cultura nesse amplo campo de atividades, recebida como funcionária do CENA, onde passou a cuidar da alimentação, cientificamente dosada, de animais domésticos, chegando a aposentar-se no cargo. Mas não perdeu tempo: durante todo o seu tempo de trabalho e depois dele, Dorinha continuou a estudar e durante o seu tempo de trabalho o Cena a enviava para representá-lo em conclaves científicos na Inglaterra, onde aperfeiçoou seus estudos e teve oportunidade de escrever, em inglês, o livro que ora vem ao lume, inclusive arrumar um “namorado”, Richard Kennedy, com quem hoje é casada.
Pelo sim, pelo não, é uma piracicabana que brinda o universo da ciência com o livro “UTILIZAÇÃO E RECOMENDAÇÕES DE FÓSFORO E CALCIO NOS ANIMAIS DOMÉSTICOS” que promete ser recebido com aplauso geral e universal do mundo cientifico.
Á minha querida filha “cientista”, os parabéns. Valeram o esforço e trabalho de seus pais, propiciando-lhe meios e dedicação para chegar aos altos degraus a que chegou.
Obrigado. É o orgulho de seus pais e de todos os seus irmão e irmãs.

A FILHA CIENTISTA

A FILHA CIENTISTA
Lino Vitti


Nestes últimos dias o velho Lino Vitti, que dá graças a Deus por lhe conceder , aos 90 anos, a lucidez necessária para redigir alguma coisa, foi surpreendido com belas notícias sobre sua filha Dorinha Mirian S.S.Vitti, pesquisadora de Energia Nuclear do Cena de Piracicaba. Ela acaba de editar um livro cientifico sobre nutrição animal, na qual é especialista, objeto de seu trabalho no Cena(USP) e ciência sobre que se dedicou durante mais de 30 anos naquele Centro.
O livro é escrito em inglês clássico, contém imensidade de material sobre o importante e universal assunto, graças ao interesse e trabalho cientifico da editora Cabi da Inglaterra, onde Dorinha é conhecida por conferências e publicações lá realizadas, acabando inclusive por casar com o cientista inglês Richard Kennedy, residindo nesta cidade no setor Cidade Jardim.
Para o pai de Dorinha, príncipe dos poetas Lino Vitti, e sua mãe professora Dorayrthes S.S.Vitti, o evento causou a maior alegria e acredito que para toda Piracicaba cultural é motivo de grande satisfação igualmente pois é Piracicaba, é o Cena, é a piracicabana que voam alto na divulgação daquilo que ensina e faz o instituto científico chamado Cena, no campo da atividade que ingressou recentemente no mundo das ciências internacionais, nacionais e desta terra, ao lado feliz do outro centro científico e de renome por todo o mundo, a piracicabana – a ESALQ.
É gente nossa que mostra ao velho e novo mundo o que se faz aqui em matéria de ciência e saber, como se participa na divulgação dos modernos ensinamentos e formação cultural nos mais elevados escaninhos científicos do universo.
Por isso, Lino Vitti e Dorayrthes, cujos sete filhos (as) são todos formados em Escolas Superiores do ensino brasileiro, estão felizes com o trabalho de Dorinha, dão-lhe um abraço de gratidão e se cotizam com os piracicabanos no orgulho justo e glorioso pelo evento.

terça-feira, 29 de junho de 2010

Do meu escritório


DO MEU ESCRITÓRIO
Lino Vitti

Pela janela do escritório espio
a primavera que aos sorrisos anda
pondo flores por tudo: na varanda:
vizinha, nos quintais, à beira-rio.

Entre as copas de um verde luzidio
bole uma aragem aromal e branda.
No mar do espaço – plágio de navio –
erra uma nuvem floconosa e panda.

Por onde quer que corra o olhar ansioso
em motivos de júbilos esbarra
deixando na alma um bem-estar gostoso.

Porém certa tristeza me quebranta
se, repentinamente, uma cigarra
sob a carícia do sol, magoada, canta.

domingo, 27 de junho de 2010

Verde Selvagem


VERDE SELVAGEM
Lino Vitti

A perspicácia de um olhar que avança
descobre sempre na distância além,
o selvático verde da esperança
que só no azul da serra se detém.

É a virgem flora, é a capoeira mansa,
o pasto dentre cercas qual refém,
a cor verde domina e tudo alcança
afagada de brisas em vaivém.

Sinto-me verde da cabeça aos pés,
o meu olhar desse verdor se apossa
e bebe-o, da paisagem através.

Sublimação que ri, que encanta e adoça!
Natureza de Deus, dize o que és,
que o milagre floral da verde roça.

sábado, 26 de junho de 2010

BOI


B O I
Lino Vitti

No princípio era o boi, liberar e pacífico
sob o guante da canga, à chuva e ao sol ardente
qual vivo monumento histórico e magnífico
regando com suor a terra ardida e quente.

Trabalho inominado, humilde, inespecífico,
Que a vida todavia acolhe, aceita e sente.
boi santo, boi amor, boi nobre, boi mirífico,
não há quem como tu tanta fadiga aguente.

A charrua, a carroça, a magoante cangalha,
as toras ancestrais de inédita batalha
em que bancaste herói primeiro, altivo e mestre.

Figura exponencial de olhar úmido e grande
Glorificando a roça e cuja fama expande
a grandeza feraz de tudo o que é campestre.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

PECADO


PECADO
Lino Vitti

Fê-lo Deus este mundo imensamente belo,
um tesouro de vida encantado e feliz.
Encanto divinal – do rochedo ao cuitelo –
felicidade o fez, dono de seu nariz.

Era bom, E o Homem disse : “Eu me rebelo,
rejeito essa beleza e essa força motriz”,
leiloando, fatalmente, a golpes de martelo,
a grandeza de Deus ...Estúpido e infeliz!

Hoje pagamos nós, em doses cavalares,
a imensidão do mal e do macro despeito,
impondo-nos viver debaixo aos próprios lares.

E assistimos, assim, ao divino direito
pesando sobre nós uma vida de azares
e a tristeza feral de um mundo já desfeito.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Rosas


R O S A S
Lino Vitti

Rainha do jardim, rainha sem perfume,
a roseira é porém festival colorido.
Na grandeza floral do porte ela resume
o encanto de quem reina um mundo florescido.

Se à noite fordes ver como um velho costume
a imagem do jardim silente e adormecido,
não deveis estranhar o aspeto que ele assume,
nem o débil rumor que alcança o vosso ouvido.

As rosas, atentai, conversam em surdina,
os cravos e os jasmins em flórea bebedeira
dialogam ao luar. Um grilo desatina!

E quando, de manhã, o imenso sol se esgueira
vem encontrar, sorrindo em glória matutina,
o florido dossel da galante roseira.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Vão-se as folhas, vêm as flores


VÃO-SE AS FOLHAS, VÊM AS FLORES
Lino Vitti

Na calçada em frente à minha residência frondejam algumas árvores: três sibipirunas e dois ipês, altivas, verdejantes todas, mas que uma vez ao ano, duas delas mudam totalmente de aspecto, permanecendo as demais iguais ao de sempre, isto é, enfolhadas, verdes, servindo de morada aos barulhentos bem-te-vis que com seu canto estridente saúdam o amanhecer com toda a alegria que receberam do Criador.
Vamos escrever entretanto só dos ipês, os belos exemplares arbóreos, como todos sabem, ora exibindo uma copa verde e frondosa, outras, recobrindo-se de uma florada total que ocupa inteiramente os galhos e a própria árvore. Uma maravilha inigualável, intensa, generosamente colorida e espetacular que uma vez por ano se transmuda completamente, passando a desvertir-se da copa verde, para a copa roxa, amarela, ou branca.
O espetáculo dessa mudança folhácea para floral acontece nos meses de junho e julho, no tempo de Inverno, e parece que o ipê se veste e desveste porque talvez o cobertor de flores seja um meio de enfrentar e vencer o frio da estação.
Da janela observo a transmutação. Os dias amanhecem frígidos e enevoados desmanchando a beleza do sol e do seu calor.O ipê então se vinga. Primeiramente resolve descartar-se da folhagem e vai jogando ao chão, uma a uma, durante dias e noites todas as folhas de sua umbela verde. Lembram lágrimas despencadas e tristes, mas não é isso não, porque o pranto verdolengo dura poucos dias a folhagem sabe que haverá uma ressurreição encantada e não demorará muito a árvore tristonha e desnuda iniciará vida nova, a vida da florada que chega trazendo as cores a enfeitarem com alegria os galhos esguios que pareciam secos e mortos.
A tristonha transmutação é passageira e dura poucos dias.E como por um mágica vegetal, o ipê, logo, logo, se abotoa de ponta a ponta de seus galhos desnudos, com o milagre das flores, intensamente coloridas, joviais, alegres. O espetáculo é pujante, generoso, altivo e inesquecível. È como se uma grande nuvem houvesse descido do céu para cobrir-lhe a galharia com os luzores do crepúsculo ou do amanhecer, roubando-lhes as luminosidades para dar de presente à árvore e alegrar a vista daqueles que passam ou a contemplam do quadrado de uma janela.
Passam-se dias em que o ipê atraiu os beija-flores e as mariquitas com o mel de sua florada trazida do céu. E principia a tristeza, principia o desencanto do espetáculo, porque aquela imensidade de flores se transforma em pranto e cada flor lembra uma lágrima a tombar das alturas para a indignidade do chão que parece não apreciar a beleza infinita de um ipê florido. Ano virá entretanto e tudo voltará da mesma forma, pois a beleza e a majestade do ipê florido não pode jamais desaparecer da visão humana, como obra divina que é e será para sempre.

Por entre frondes


POR ENTRE FRONDES
(Um momento vivido em meio a uma floresta)
Lino Vitti

Exuberância verde da floresta,
macro-grandiosidade do arvoredo,
lá no alto disputando, testa a testa,
o azul e o sol em vegetal brinquedo.

Fantástica visão que o cosmos gesta,
que se contempla embasbacado e a medo.
É uma glória em que Deus se manifesta,
é, do futuro Céu, santo arremedo.

No coração da mata se apequena
o ente humano qual diminuto inseto,
cessa o orgulho e a vontade faz-se amena.

É um templo sob cujo imenso teto
o atribulado espírito serena
e se abre num broquel de amor e afeto.

terça-feira, 22 de junho de 2010

A Voz das Brisas

A VOZ DAS BRISAS
Lino Vitti

Gira o tempo qual giram as birutas
tangidas pelo vento inquieto e bravo.
Muitas horas de calma, outras de luta,
hoje fel, amanhã gostoso favo..

Por momentos, das lágrimas escravo,
traduzindo incertezas e labutas.
Logo mais sob a dor de um desagravo;
a seguir, faces límpidas e enxutas.

Passa o destino, brincalhão ou rude,
passa o bem, passa o mal, passa a virtude,
como as brisas da tarde vão passando.

O sonho muitas vezes envelhece,
a vida não é mais o que parece,
morrem os ideais em louco bando..

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Nossa Senhora




NOSSA SENHORA
Lino Vitti

Se contemplas o céu em noite recamada
a grandeza verás das estrelas fulgentes.
São todas corações a palpitar, frementes,
à espera milenar de outra alma, sua amada.

Tão longínquas se vêm, mas tão pertinho as sentes,
quase as prendes na mão em desejos alçada.
Uma brilha porém tão bela e destacada,
um astro a reluzir fulgurações ridentes.

“Stela Matutina” enfeita o céu risonho,
simboliza oração, divindade, almo sonho,
a cintilar tão alto em luzes se alcandora.

E lembra, ao contemplar-lhe o mais sublime brilho
Aquela que nos trouxe um Deus feito Seu Filho
Estrela da Manhã, Virgem Nossa Senhora.


O que está escrito aí é um soneto, uma composição poética, de apenas catorze versos
(linhas), resumindo entretanto uma das maiores homenagens que se podem prestar a um assunto ou a uma personagem, quer do mundo religioso, quer do mundo laico.
Como podem verificar os estimadíssimos leitores deste feliz e importante semanário sócio-cristão, a figura que desejei homenagear no soneto é nada mais, nada menos do que a Mãe de Cristo Salvador.
Eu sei que Nossa Senhora merece não apenas 14 versos, mas milhares, um poema dos mais extensos e profundos, do tamanho de sua dignidade e missão de que o Pai Eterno a incumbiu de exercer na Terra, qual seja, a Mãe Daquele que ao mundo veio para abrir o caminho da salvação e felicidade eternas.
Nossa Senhora é a mulher marcada com o signo da Redenção humana para livrá-la das garras do Pecado, pois por Ela é que do Céu se dignou baixar à Terra o Cristo, o Filho do próprio Deus, Soberano, Eterno, Pai. E para quê ?
Ora, sabemos todos, sabem-no até os pequenos de espírito, que o a Humanidade, por força da desobediência pecaminosa de Adão e Eva, primeiros seres criados diretamente por Deus, fora condenada à perdição eterna, pois infinito foi o pecado cometido pelos nossos primeiros pais. Pecado que exigia uma condenação infinita.
Como então sair-se de tal enrascada praticada pela gula infeliz de Eva, que seduziu o seu companheiro de Éden a comer da maçã proibida, levando-o a uma condenação conjunta, perdendo a inocência divinal e celestial, cometendo aquele pecado com sabor de eternidade? Como salvar a humanidade ingrata que haveria de vir, povoar o mundo, viver, multiplicar-se, cuidar do universo? Como obter o perdão infinito do Criador, infinitamente ofendido pela desobediência infeliz de nossos pais edênicos?
Bem Deus é Deus. E o problema criado pela ingratidão do primeiro casal foi solucionado pela sabedoria infinita. Só seu Filho, seu único e como Ele eterno e infinito, poderia servir de embaixador da salvação humana. Assim mandou-o à Terra, para ser Homem, e como Homem e como Deus Filho, ser condenado à morte ignominiosa da Cruz, escolhendo para essa divinal transformação a Virgem Maria, em cujo seio , por ação do Espírito Santo, a Terceira Pessoa da Trindade Santíssima Pai, Filho e Espírito Santo, o Salvador se encarnou, nasceu e com quem viveu até os 33 anos, quando mais uma vez o Homem se levanta contra Deus e condena, e crucifica, e entrega à Morte, Aquele que é o Filho de Deus.
Em tudo isso, em toda essa obra divina de arrependimento e perdão, de descida e retorno ao Céu, de morte e ressurreição, foi sublime a presença de Nossa Senhora. Sublime, divinal, oportuna, e feliz , pois foi ela o elo de ligação entre a Terra e o Céu, foi graças à sua participação infinita que a humanidade pôde respirar novamente os ares da felicidade eterna, graças ao seu “Sim” ao anjo, enviado por Deus que a escolheu para ser participante da Salvação Eterna. Foi Ela que livrou o mundo das garras de Satanás, o Pai do Pecado e da Morte Eterna.
Por tudo isso então Ela merece as homenagens e a gratidão de todos nós. Que acham vocês?!

domingo, 20 de junho de 2010

Focinho

FOCINHO
Lino Vitti

Focinho! Identidade do animal. Focinho!
É assim que Deus lho deu naquele mesmo instante
Em que o universo fez tão belo e tão novinho,
Cada qual com seu corpo e o seu feliz semblante.

“Este é o burro, este é o cão, este o lobo ululante,
Este é o homem - o rei - façamos com carinho
Um rosto igual aos mais, focinho semelhante,
É tão belo- diz Deus - ter um lindo focinho.”

Nele é que alma animal se mostra e identifica,
Ora em pranto, ora em riso, encanta e glorifica,
Agradece ou condena, até perdoa e ama.

E através dele vem, num suspiro profundo,
Todo o amor que se espalha e se vive no mundo,
Que do focinho sai como divina chama.

sábado, 19 de junho de 2010

A velha praça


Praça José Bonifácio - foto de Tom Benites


A VELHA PRAÇA
Lino Vitti

Digo “velha” porque ela não mais existe. É uma referência apenas para que o leitor saiba de antemão que não vamos falar da Praça Nova, aquela que roubou o lugar da outra, mas não lhe roubou a beleza, a imponência, a figura expressiva de um jardim lindo e valioso, trazendo todas essas coisas para o presente, para as gerações que vêem uma praça reduzida à sua expressão mais simples, sem nada que faça recordar aquilo que, no tempo e por obra do homem, desapareceu.
Eu conheci, usufruí, amei e trago, inteiro, na recordação aquele pedaço central de Piracicaba, que oficialmente era Praça José Bonifácio, mas todo mundo dizia o Jardim, pois era isso mesmo que havia lá para o povo ver, para o povo desfrutar,para o povo usar à vontade, cruzar pelos extremos, pois lhe haviam dado ruelas carinhosas que adentravam de um lado ou de suas extremidades e conduziam os passos para ver o âmago florido, o laguinho com seu repuxozinho incansável, os bancos felizes por acolherem idosos , crianças, casais e solitários cidadãos, com a ternura de um colo, para ver peixinhos vermelhos, rosas imensas de variadas cores, copas altaneiras por onde a brisa passava tocando seu violino, palmeiras imperiais furando o azul do infinito, namoros sem fim coroados de amor e felicidade, invejada por quantos passavam, e especialmente, por uma felicidade surpreendente de ouvir sinfonias saudosas, marchas, polcas, hinos, modinhas, enviados aos ouvidos de todos por uma banda, dona inconteste de um coreto colaborador de todo aquele passear, olhar, divertir, namorar, conversar, brincar, ouvir.
Sobretudo, o jardim velho da Praça José Bonifácio se transformara em confidente de casamentos . Ele reservava as suas laterais externas, confundidas com o passeio das calçadas, como conselheiro do amor. As moças casadoiras, como um rio movediço de rostos, olhares, pernas,braços, vestes, em passo lento, caminhavam em direção contrária à dos moços sequiosos de encontrar a futura mulher de seus sonhos. E nesse trafegar, a maior tarefa cabia ao olhar especulativo rumo a outros olhares que vinham em direção oposta e sempre dava certo , nesse cruzamento de gratas intenções, chocar-se o amor de uma para outro. Estabelecia-se assim o início desse elo, ou melhor desse novelo do amor, que em geral acabava ao pé do altar , sob a bênção do “conjugo vobis” do vigário. Ah! bendito quadrar de jardim! A quantos casais deste a felicidade! A quantos casais veio o amor verdadeiro por culpa daquele andar,andar, inversamente, horas seguidas, noites imemoriais!
Hoje, parece, tudo morreu. Inclusive a felicidade e o amor, a ternura, a visão das frondes balouçantes, as sinfonias do coreto, o “quadrar” namorador, as crianças a brincar, os velhos a bater papo, homens a travar negócios, palmeiras a perfurar o azul, frondes a ciciar violinos, caminho certo dos olhares inquirindo corações! Hoje, os veículos assustadores cruzam as vielas com seus pneus chiantes e suas buzinas pavorosas. O amor abandonou os canteiros de flores e as frondes do arvoredo. O que se adivinha naquela praça que ali está é apenas uma visão de saudade de algo muito bom que ficou para trás, derretido pelo tempo, pelo progresso e pela insensibilidade humana.
Impressiona-me a perturbadora mania de hoje com relação a tudo quanto foi passado, em qualquer campo de atividade. Procura-se soterrá-lo, esquecê-lo, apagá-lo, como se nele não se escondessem valores culturais, sociais, humanos, religiosos, passíveis de serem mostrados o conservados, como modelares e aproveitáveis pelo presente ou pelo futuro.
Quando sabemos que o construído pelo homem no passado, o inventado pelo homem ontem, o delineado nos tempos idos, são alicerces sobre que repousa o a ser construído, o a ser inventado, o a ser delineados, reservados pelo amanhã.
Perguntem a um idoso ou a uma idosa, a alguém que teve a felicidade de ver e aproveitar-se do “Jardim do Centro”, onde encontrou aquela ou aquele que lhe trouxe a felicidade na argola de uma aliança. E tereis certeza de que foi lá, naquele “quadrar”, à escassa iluminação e sob as frondes do basto arvoredo do”Jardim”, no cruzar de um olhar muito significativo que o bom e o belo da vida apareceram, ao som da charanga do coreto e ao sorrir,bem no alto, das palmeiras imperiais.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Que tal esta Fábula?

QUE TAL ESTA FÁBULA?
Lino Vitti

De novo (dirão os caros leitores) nos levam para a historiazinha das velhíssimas fábulas, tão antigas como o mundo, certamente superadas pelo tempo e pelos motivos de vida hodierna. E eu, responsável por estas, em geral, desconexas linhas, me penitencio diante da reclamação justa e cabível, pois não são raras as vezes que procuro impingir goela abaixo da leitura dos amigos deste importante semanário, uma ou outra dessas já barbudas fábulas. Para mim acho que as fábulas não envelheceram e elas podem muito bem ser entendidas, apreciadas e aplicadas na atualidade, de vez que o homem interiormente não muda com o tempo. O que disseram, escreveram, comentaram Esopo, Phedro, La Fontaine e outros mais, serve perfeitamente para os nossos tempos, quando o mundo está cheio de lobos e cordeiros, serpentes e tolos, asnos e raposas, rãs e aves, cães e urubus, tal e qual os havia ao tempo dos geniais fabulistas.
Vejam esta pequenina fábula que fui buscar no livro de Phedro, uma preciosidade guardada pelo mano António que também lidou com elas no seu tempo de seminário dos Irmãos Maristas, e por mim mesmo passada para o vernáculo: é a de n. 72 e sob o título “O ASNO E A LIRA. Um asno, no campo, viu uma lira deitada no chão relvoso. Chegou-se a ela e tentou tocar suas cordas com as grandes unhas. Tocadas por elas, começaram a soar.- Bela coisa, disse o burro, mas, por Hércules, tive má sorte porque sou ignorante na arte. Se fosse encontrada por alguém mais hábil poderia ferir os ouvidos com divinas melodias. ( Moral da fábula que encerra sempre o texto de qualquer delas). É ASSIM QUE MUITAS VEZES SE PERDEM OS GRANDES GÊNIOS.”
Percebe-se no fundo, que o azêmola se considerava um gênio que perdia a oportunidade de exibir toda a sua cultura de conhecimentos musicais, numa hora em que poderia fazê-lo, entretanto impossível se tornava, devido ao tamanho das unhas (casco).
Mutatis mutandi, ou em português, uma coisa pela outra, a humanidade guarda em seu seio muitos “burros”,como aquele, que pretendem ser gênios e tocar uma harpa com seus enormes dedos, cheios de incapacidade, para mostrar aos outros que é aquilo que estes não conseguem ver: a sua sapiência, a sua arte, o seu trabalho, a sua cultura, a sua genialidade, longe de corresponderem ao que intenta demonstrar.
E aí poderiam dizer como o burrico: “bela coisa, mas tive má sorte porque sou ignorante na arte. Se fosse encontrada por alguém mais hábil poderia ferir os ouvidos com divinais melodias”.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Diante de um dia de sol e de azul

DIANTE DE UM DIA DE SOL E DE AZUL
Lino Vitti

É, meu caro editor de Folha Cidade! Que faço eu com todo esse esplendor luminoso que me adentra a janela voltada para o poente, enviado pelo astro produtor de tanta energia fulgurante, a que convencionamos chamar de SOL? Você que há tantos anos lida, sobre tudo e sobre todos na imprensa, teria um vasilhame devidamente imenso para que possa eu aprisionar toda essa glória solar que de lá, do infinito, acha graça em chegar até mim? Você teria uma sugestão capaz de me dizer que força infinita deu a essa bola de futebol de luz a felicidade de vir correr, dia a dia, a amplidão celestial que nos cobre? Digo bola de futebol, porque sei que você entende, quiçá muito mais do que muitos entendidos por aí, dessa geringonça redonda que vemos jogada por chuteiras laboriosas, ganha-pão de muitos, dia e noite, pelos gramados verdes desse imenso Brasil e desse imenso mundo, onde a bola de ar, êmula da boa de fogo do céu, apraz ser chutada contra o pobre solitário que fica sob os três paus em forma de retângulo? Editor Paulo, será que o céu é um campo de futebol, gramado de azul e o sol, uma bola descomunal recheada de luz?
Olho, contemplo, estudo, adoro esse personagem que nos traz o dia, que empurra para o nada as trevas, que aviventa o mundo, que beija as plantas, que aquenta os telhados, que acaricia os pássaros, que ilumina as superfícies dos lagos, rios e oceanos, que fica todo vermelho por ter de se esconder atrás da linha do horizonte, quem sabe de tristeza, quem sabe de vergonha, quem sabe por se esforçar demais para não nos abandonar às mãos da noite negra e insensível. Você reparou Paulo, como é triste o final da tarde, naquela hora em que o Sol gostaria de ficar mais um pouco, mas qual, nada pode fazer, e ninguém, nem poetas, nem escritores podem ir em seu socorro. É fatal a vitória da noite sobre uma coisa tão enorme com é o dia.
Diante de tantas luminosidades que vejo pela janela amiga, percebo que a alma fica imensa, quer poetar, quer cantar, que dizer tantas coisas boas , mas é tão limitada nossa capacidade de dizer, de escrever, de poetar, que o teclado digitante fica inerme, fracassa, se apequena tanto que nada mais consegue do que algumas frases ocas e desengonçadas, como as que vou perfilando acima e abaixo.
É difícil, mesmo para um velho e traquejado cronista, descrever o que vai lá pelo céu a fora, de luz e de azul, de infinita graça e maravilhosa dispersão de sol, beijocando os telhados vermelhos ( de pudor, sem dúvida) por sentirem o calor amoroso de tanta luz e tanto amor solar. Ah! Quem me emprestaria a veemência, a cultura, a capacidade, as palavras, as frases, o estilo adequados, para transmitir a vocês, caríssimos leitores, o que vejo, o que sinto, o que gostaria de dizer, diante destas maravilhosas horas do dia, de um dia de inverno, a que o sol não ligou, a que as neblinas não tentaram enevoar, um dia de soberania solar, próprio para o homem se recolher em espírito e meditar na grandeza do universo, na imensidade do sol, no infinito do azul.
Ao lado porém desses pensamentos, digamos poéticos, outros nos acodem à mente, outros que vão se inserir na grandeza daquele céu azul e daquele sol sem limites. Seriam pensamentos voltados para o Criador deste Universo sem fim, onde viajam pela eternidade afora, todos os astros, todas as estrelas, todas as cores do infinito, este mesmo planeta em que nascemos, vivemos e morremos, ao menos enquanto a ciência astronáutica consiga nos dizer com exatidão se por essas distâncias anos-luz além, mais planetas existem povoados, abrigando outros nossos semelhantes extra-terrenos e com os quais não se passarão séculos, sem que tenhamos entrado em contato com eles e com eles continuemos a exaltar o Universo divinamente criado e mantido.
Eu me empolgo e me assusto a um só tempo, diante dessas grandezas como o sol e o céu azul, porque por mais que queira nunca chegarei, nem chegareis vós, a compreender por quais motivos tiveram existência, senão que para glorificar o Todo Poderoso que com elas presenteou o Homem, para que este fosse mais agradecido e mais feliz. Decerto nem todos se embasbacarão, como o tolo do poeta, frente a um dia de sol e de azul, de um céu estrelado ou iluminado pela lâmpada solitária e maravilhosa da Lua cheia, diante de um ipê florido ou um pássaro canoro, diante de uma aragem refrescante ou da montanha que galga as alturas. Eu teimo em escrever poeticamente, na esperança de que talvez consiga despertar em mais alguém, mesmo um que seja, esse sentimento de admiração pela natureza, pelo homem, pela divindade.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Prato do Dia

http://www.tribunatp.com.br/modules/publisher/item.php?itemid=1336
“PRATO DIA” E ETC.
Lino Vitti

Mexeram comigo, com a minha sensibilidade, com a minha mania escrevinhante, com meu passado jornalístico, com a minha saudade. Há de se entender portanto que me vejo na contingência inarredável de responder, ou melhor acrescentar algumas palavras ao trabalho do escritor, jurista e articulista exímio, dr. Olênio Sacconi, autor dessa coisa recordativa, na página 2 do JP, da edição de domingo, dia 6.
O estimadíssimo colaborador cometeu o crime de chacoalhar o ontem e mencionar-me como autor por muitos anos de uma crônica, de invenção de Losso Netto, redação, inicialmente, de Nelson Barreiro, saudoso Tuca, e continuada anos a dentro por mim que, com honra e felicidade, tentei substituir o querido editor da página policial do JP.
Dos meus 25 anos de Redator do Jornal de Piracicaba, a responsabilidade da crônica O Prato do Dia, foram os melhores, pois tinha certeza inconteste de que era lido, apreciado, comentado e guardado na memória pela legião de leitores, de modo especial, pelo incentivo do Diretor Losso Netto que, diariamente - me confidenciou certa vez - lia em primeiro lugar, antes mesmo dos próprios editoriais, a saudosa crônica. Isso, Sacconi amigo, que deve ter herdado as qualidades articulísticas do progenitor Eugênio, é o que foi você mexer, trazendo à tona dos tempos uma tempestade de emoções e recordações. Não sei se devo lhe agradecer ou puxar as orelhas, pois a saudade, dizem os caboclos, mata e eu não sei me defender das lancetadas dessa coisa que só tem nome em nosso idioma.
Vou acrescentar, ou melhor, repetir nestas linhas, o que aconteceu depois da morte tristonha do “Prato do Dia”. Muitos leitores conhecidos e desconhecidos por mim, depois de l5 ou mais anos da extinção da crônica me encontravam na rua, em consultórios, em atos cívicos ou religiosos, em reuniões de toda sorte, e ao me saberem autor da inesquecível crônica, se achegavam e, como que a exigir, perguntavam: “Seu Vitti por que acabou o Prato do Dia?”. “Seu Vitti, quando vai voltar o Prato do Dia? “Como gostava do “O Prato do Dia”. E por aí, num desfile de manifestações de velhos leitores do JP.
Afinal de que tratava esse tal de Prato do Dia: De tudo e de todos. De todos os assuntos do dia-a-dia. Da vida e da morte, do Bem e do Mal, das alegrias e tristezas, do silêncio e dos rumores, da natureza e do homem, de cultura, de poesia, de história, de tudo quanto acontecia no perpassar dos dias de uma cidade e dos sempre esquecidos homens e amores do campo. Era assim como uma imensa câmera cinematográfica, filmando tudo quanto pudesse ocorrer à vista do redator da crônica.
Poetas, cronistas, jornalistas, escritores e todos quantos lidam com as maravilhas da escrita, sentem-se felizes quando recebem de leitores manifestações como as que deixei acima. Não é assim, nobre Olênio Sacconi? Por isso, obrigadão pelas saudosas referências, pois sei que lia O Prato do Dia. E que maior honra do que ter um brilhante e valoroso escritor e advogado como leitor?

terça-feira, 15 de junho de 2010

Copa do Mundo 2010


COPA DO MUNDO 2010

Lino Vitti


32 nações, apenas um anseio:

Campeão de Futebol do universo esportivo!!!

Anseio que palpita, é sangue, é o torneio

É o mundo a palpitar, é o esporte imenso, vivo.


E cada coração mais forte bate, altivo,

E torce, torce, pois de amor ele está cheio.

A bola é nada mais que um sonho privativo

A viver, a brincar, dos craques em permeio.


Jogadores, torcida, uma só alma coesa

Aos encantos, às glorias, à perenal beleza

Que imortaliza o ardor do futebol mundial.


Que da luta incruenta e feliz dessa Copa,

África e Ásia e Américas e Europa

Encontrem afinal a Paz universal



Aí está um soneto sobre a Copa do Mundo de Futebol Profissional, em plena realização em campos da velha África, no qual vão as impressões do poeta que assiste, graças a Deus, desde 1938, até hoje, a esse evento que reúne a nata de futebol de todas as nações onde floresce essa modalidade universal esportiva. Felizmente e por graça ainda de Deus consigo lembrar, aos 90 aninhos, o nome dos jogadores das seleções, titular e reserva, de então. Aqui está o nome dos craques como eram citados pelas rádios da época e que ofereço aos jovens, adultos e idosos de hoje, estes talvez capazes de recordar também os heróis futebolísticos de saudosa memória: Walter e Batatais, goleiros: Domingos, Florindo, Machado e Jau, zagueiros; Afonsinho, Zezé, Brandão, Brito, Argemiro, trio do meio campo; Luizinho, Lopes, Romeu Leônidas, Niginho, Perácio, Patesko, Tim e Hércules, artilharia responsável pelos tiros às redes adversárias. No jogo decisivo daquela copa – Brasil e Itália – os brasileiros foram prejudicados por um pênalti, com a bola fora do campo, que teria sido cometido por Domingos da Guia, no famoso centro-atacante italiano Piola. E se a memória não me erra ficamos nós em segundo lugar.Um certame esportivo com esse insere no mundo profundas e evidentes conotações. Destaque-se aquele em que o caráter geral da competição amplia as relações de conhecimento, amizade, intercâmbio social e político entre os povos do mundo inteiro, ao lado daquelas conseqüências culturais, geográficas, comerciais, industriais, esportivas e até políticas de vez que a imprensa, o rádio, a televisão que mundialmente participam em larga escala do evento, levam-no aos mais recônditos locais do universo; á história dos povos, os relacionamentos de comércio, as possibilidades de tratados, as condições de vida de cada nação participante, a cultura universal de cada país, as expectativas de crescimento social e econômico de cada nação, tudo quanto é de melhor pode resultar desse certame esportivo de que participam de cada quatro anos, mais e novas seleções.Enquanto se vê, se pratica, se joga o futebol dos povos de todo o mundo, é possível e certo que se esqueçam as guerras, que se aplainem os entendimentos, que se realizem os anseios de amizade e crescimento, que os políticos e governantes se dêem as mãos, que a Fé e as religiões aprendam a rezar pela almejada vitória, que o exemplo de querer vencer incentive os jovens e as crianças a pensar em algo melhor quanto ao lutar por idealismos e aspirações humanos. Sem dúvida é um mês de torcida, cada qual por sua gloriosa seleção de homens artistas, no trato da pelota de couro com os pés, pois tocá-la com as mãos (exceto o goleiro) é proibido. E estou pensando dizer, para encerrar, que o torneio em evidência neste dias de junho e julho, é um modelo de obediência, pois todos os que dela participam dão exemplo da virtude, quando um simples apito de um cidadão que dirige a contenda no tablado verde do gramado, aponta com seu peculiar assobio o erro a ser castigado e corrigido.E aí ficam as palavras de quem vê o certame mundial, não como uma “briga”, mas qual se fora o mais belo, longo, importante e disputado poema, rimando estranhamento GOL com VITÓRIA.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Vida de cão

VIDA DE CÃO
Lino Vitti

Sarnento, descascado, mal cheiroso:
Era a vida daquele cão tristonho
Ao léu de um mundo vil e caprichoso,
Sem dono, sem amigos!... Que medonho!!!

Pelas ruas, sozinho e silencioso,
A relembrar, quiçá, passado sonho.
Oh! triste cão, meu preito doloroso
A teus pés – se assim pode – ora deponho.

Mas um dia, alma boa e carinhosa
Condoeu-se e abraçou-te com carinho,
Curou-te os males todos que vivias.

Hoje és um novo cão, de alma formosa;
Mudou-se aquele triste e atroz caminho,
Voltaram os amores e alegrias.

domingo, 13 de junho de 2010

A flor (poema escrito em 1935)


A F L O R

(Escrita por Lino Vitti, em segredo, na sala de estudos do Colégio Santa Cruz, nos felizes dias do ano de l935 e chegada até mim graças a um caderno do Padre Jacó Stênico, que guardo como recordação e como coisas das mais preciosas)

Nasceu dum regato à margem
pequenina , sem igual.
cresceu, abriu-se orgulhosa
sem padecer algum mal.

Passaram semanas, meses,
qual dia primaveril
vivendo a bela florzinha
por entre alegrias mil.

Do sol recebia os raios
da lua doce beijar.
Das auras, leve sorriso,
das aves, meigo cantar.

Das águas calmas, serenas
ouvia o doce correr
por entre a copa dos pinhos
da pomba o triste gemer.


Do beija-flor recebia
o leve beijo também.
Sugar o mel do sei seio
a borboleta lá vem.

Nas tardes doces calmosas
em que o sol tristonho descia
a flor com sua corola
aos céus sereno sorria.

Nas belas tarde tranqüilas
em que a lua resplandecia
a flor com o lindo seu cálix
o doce orvalho sorvia.

Passaram-se longos dias
chegara a flor a murchar
subiram, correndo, as águas
levaram-na para o mar.

E lá que fez a florzinha
naquele mundo de água?
Chorou, chorou, coitadinha,
as suas dores e mágoas.

Assim somos nós na vida
quando menos esperamos
eis então que a toda brida
vem a morte arrebatar-nos.

sábado, 12 de junho de 2010

Ninhos e Lares

NINHOS E LARES
Lino Vitti

O quintal de minha casa é fonte de inspiração. Muitas vezes me tem proporcionado assunto para estas inumeráveis crônicas que há mais de 60 anos, são aceitas pelos matutinos ou semanários da cidade das escolas, e, acredito, generosamente lidas por quem gosta de literatura, poesia, e de todo o tipo da arte escrita.
Graças ao capricho da professora Dorayrtes que há mais de 60 anos também suporta minhas elucubrações poéticas e minha mania de escrever, o quintal tem de tudo, e sempre está enfeitado por um tipo de flor, constituindo-se em atrativo de passarinhos que não pensam duas vezes em construirem seus ninhos por entre as frondes das trepadeiras e do frondoso caramanchão.
Especial menção merecem os bicos-de-lacre porque a construção de seu ninho é uma obra de arte da engenharia avícola. É uma espécie de palaciozinho dotado de entrada e corredorzinho, com o que os danadinhos vedam possíveis assaltos de outros semelhantes, como bente-vis e pardais que são os carrascos das avesitas e soem destruir-lhes os ninhos e papar-lhes os ovitos ou os filhotinhos recém-nascidos .
A construção da moradia dos bicos-de-lacre não é facil, ao que pude constatar durante horas de espionagem do trabalho das pequenas aves, indo e vindo, não sei para onde, em busca de material especial pois não é qualquer fio de capim ou graveto que pode servir para aquele lar caprichado e diferente dos demais, como por exemplo, do das rolinhas, nada mais do que umas palhas catadas ao léu e colocadas em forma de pratinho, sem muita engenharia ou trabalho.
Aprendi dessas lições de avezinhas que entre os homens há também muitas diferenças na construção e na ocupação do lar. Uns, ou melhor, muitos, no topo dos arranha-céus quase alcançam as nuvens; outros, mostram toda arte e engenharia humanas, enquanto a maioria se satisfaz com uma casa normal, de construção sem muitas indagações da arte construtiva, sem muito luxo, assim como acontece entre o ninho do bicos-de-lacre e a rolinhas de meu quintal…
Embora toda a diferença entre um lar e outro, posso dizer que a felicidade tanto costuma morar no arranha-céus em riste para o infinito, quanto na casinha da favela, fabricada com toda a humildade e sem muitos luxos. È que as famílias, em sua variedade social, ou são ricas ou são pobres, e a casa de cada qual mostra o que é. Não quero com isso dizendo, diminuir o status social do bico-de-lacre ou criticar a falta de iniciativa das rolas preguiçosas, mas apenas mostrar que tanto entre homens quanto entre outros viventes, aves ou animais, exitem acentuadas diferenças.
Estamos diante de dois mundos, cujas diferenças se notam no universo humano quanto no universo avícola, embora se deva levar em consideração a diversidade de inteligência de um e de outro mundo, mas não o amor e a dedicação de cada qual deles na construção de um lar onde se passa vida e se constitui a família, seja a do homem, seja a das avesitas.
O que nada impede ao poeta e escrevinhador bisonho deitar filosofia sobre este ou aquele, flagrar os momentos felizes, tanto para o homem quanto para o pássaro, empenhados e dedicados em construir uma casa (ou um ninho),para abrigar a felicidade de uma família, quer humana, quer avícola.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Sentimento


SENTIMENTO
Prof. Walter Vitti

Sentimento é algo imanente
Que atinge o ser vivente;
Manifestação de tristeza
Mas também, de beleza.

Sentimento de imensa dor
Foi sentido por Nosso Senhor.
Sentimento de grande pesar
Ente querido a morte nos levar.

Sentimento de enorme paixão
- o amor- invadindo o coração.
Sentimento de ódio e tristeza,
Ao homem destruindo a natureza.

Sentimento de conformação
Quando é negada a razão.
Sentimento de muito prazerUma boa notícia receber.

Vá embora, felicidade!


VÁ EMBORA, FELICIDADE !
Lino Vitti


No âmago da carne, dentro da pele louca
vegeta a vida em ânsias desmedidas.
Para tanta pletora a alma é pouca,
desvio fúnebre da linha reta.
Abraço-me na sistólica tortura
do querer ser, do querer viver.
Hipérboles de sonhos,
tripudiar dos eventos
da tolice dos obstáculos,
das barreiras antológicas !
Faltam-me pés andejos,
falta-me cérebro desejoso,
falta-me uma luz qualquer
que me diga os caminhos
que amanhã se deslindam à frente.
Sob a pele maluca
do âmago da carne,
todos os caminhos findam...
“Havia uma pedra no meio do caminho ...”
Ri, felicidade, irônica
perversidade da vida. Ri.
Esta massa – sangue e tecidos –
que estruturam as personalidades
não a quer, felicidade !
Vá, vá, fogo fátuo, corre
pelas ínvias veredas sepulcrais.
O âmago da minha carne,
dentro da pele louca, não a quer,
nem vê-la, quanto mais ficar com você !

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Contribuição Tirolesa ao Município

(Vale do Tirol- Itália)

CONTRIBUIÇÃO TIROLESA AO MUNICÍPIO
LINO VITTI

Ao historiador piracicabano não será licito esquecer de registrar nas páginas da formação desta
comunidade, a existência dos bairros cuja população tem raízes fincadas na imigração trentina,
exatamente de famílias originárias da região do Tirol, do qual o adjetivo pátrio a eles pespegado de
"tiroleses".
A maior contribuição histórica nesse sentido devemo-la ao Professor Guilherme Vitti, cujos estudos
na busca daquelas origens têm ensejado um conhecimento quase perfeito dos núcleos habitacionais,
aspectos físicos e psíquicos dos bairros de Santana, Santa Olímpia e Négri. Este escriba também, através
de numerosas crônicas publicadas na seção "Prato do Dia", do Jornal de Piracicaba, teve oportunidade de
focalizar em estilo literário, mais do que histórico e informativo, a terra, a gente, a vida, os costumes dos
tiroleses piracicabanos, pensando dessa forma haver contribuído com um pouco de seus conhecime ntos,
na divulgação dessas prósperas comunidades sediadas em território municipal de Piracicaba.

O DIALETO

Até uma dezena ou pouco mais de anos atrás, os trentinos dos mencionados bairros viviam como
que isolados, distantes da vida da urbe, parecendo estar envolvidos num casulo estranho. Apesar de
haverem eles sido aquinhoados com um grupo escolar, hoje denominado "Dr. Samuel de Castro Neves",
os tiroleses persistiam em falar o dialeto nas conversas entre si e nas famílias, criando-se interessante
dualidade de línguas: uma, para uso doméstico; outra, para uso na sala de aula com os professores e
pessoas visitantes, isto é, no relacionamento com quem falava o português. Nesse dialogar ou conversar
podia-se facilmente perceber o profundo sotaque do dialeto tirolês, ou trentino, mormente nas sílabas
anasaladas ou no é com circunflexo, quase sempre proferido como é, aberto. Assim, você, o tirolesinho
pronunciava vocé.
Hoje, o dialeto é apenas de uso dos mais velhos dos bairros, já que as gerações sucessivas foram
assimilando mais, e mais o português, passando a ser atualmente de uso corrente. Para que isso
entretanto ocorresse, foi necessária uma assimilação lingüística de mais de cem anos, sucedendo-se, no
mínimo, cinco ou seis gerações. Nesse aspecto, fico a pensar como deve ter sido difícil às mestras e
mestres do Grupo Escolar "Dr. Samuel de Castro Neves", meter na cabeça da criançada que falava 20
horas o dialeto e apenas 4 o português.

A LAVOURA

Os trentinos dos bairros de Santana, Santa Olímpia e Fazenda Négri começaram sua lavoura
tratando, plantando e colhendo cafezais. O café estava no auge da economia brasileira e as terras ainda
cobertas de florestas se prestavam ao trato daquela plantação. A rubiácea se estendia em imensos talhões,
ocupando toda a mão de obra dos tiroleses todo o dia e durante o ano todo. Plantava-se, carpia-se,
formava-se, colhia -se, peneirava-se, ensacava-se, carregava-se, vendia-se café. O casarão, onde viveram
escravos e senhores, tinha ao lado uma enorme construção, onde labutava diuturnamente um beneficio de
café. Cheguei a conhecer algumas das máquinas daquelas indústrias. O edifício posto a baixo só está na
lembrança dos mais antigos. É que a indústria e a lavoura cafeeiras tiveram seu declínio, o que obrigou os
tiroleses piracicabanos a outros meios de ganhar a vida e sustentar a família. Depois do café, foi tentada a
lavoura variada Milho, arroz, feijão, batatinha, algodão. Foram os cereais os mais cultivados. Cada família
tinha a sua vaca leiteira, sua horta e o chiqueiro onde vivia sempre um capado no ponto de faca.
Criavam-se galinhas, perus e alguns patos.
As terras, entretanto, foram emagrecendo. O húmus absorvido pelas sucessivas safras, já
denunciava esgotamento: As lavouras não vicejavam com a mesma imponência de anos atrás. Deu-se
então, e com a idade, pretérita de 141 anos mais ou menos, a procura de outro tipo de lavoura: a
cana-de-açúcar.

O CICLO CANAVIEIRO

É sabido que a cana-de-açúcar não é muito exigente em matéria de uberdade de solo. Mesmo com
poucas chuvas e terras magras, a conhecida gramínea completa seu ciclo vegetativo e chega a render
algum lucro ao plantador. Com o esgotamento das terras, ocorrido em virtude dos sucessivos anos de
aproveitamento, os lavradores dos bairros tiroleses de Piracicaba se entregaram a cuidar da cana.
Ajudou-os nesse desiderato, a projeção que esse tipo de cultura teve no país, com especial destaque, no.
Estado de S. Paulo. A proliferação de usinas de açúcar atestam esse crescimento.
A indústria usineira, que em Piracicaba é evidente, encorajou os sitiantes ao plantio de gramínea. De
tal sorte que hoje somos vistos como um dos maiores produtores de açúcar e álcool. Em referida indústria
e lavoura se insere grande parte da cultura do Município. Santana, Santa Olímpia e Négri não fugiram à
regra geral e ao que parece, o ciclo canavieiro se expandiu com rara felicidade por todas as terras
municipais, trazendo ao homem que cuida da cana, novas e alentadas esperanças, maior tranqüilidade de
trabalho e de vida.
A mecanização agrícola é fator preponderante no enriquecimento do homem do campo
piracicabano, hoje acompanhando de perto a arrancada do progresso e dos confortos materiais. Tem-se a
impressão que o ciclo da cana se deu muito bem nos terrenos dos referidos bairros rurais, inclusive tem
propiciado um crescimento excelente de moradias, de novas residências, de reformas subs tanciais nas
antigas, enfim, há como que um sopro de felicidade pelos lados daqueles munícipes, que têm recebido,
inclusive, todas as atenções dos poderes públicos piracicabanos, cercando-os das obras necessárias à
facilidade de vida.

A CULTURA TIROLESA

Graças aos trabalhos dos mais antigos moradores junto aos políticos da cidade (o nome bem mostra
que foi assim: "Grupo Dr. Samuel de Castro Neves"), os unidos bairros puderam ver-se presenteados com
a sua,primeira Escola Reunida, lá pelos idos de 1923, a família Jorge Vitti, da qual, meu saudoso pai foi o
filho mais velho e o primeiro servente da escola, doou o terreno e arrebanhou mão de obra e material para
a construção do prédio, um excelente edifício com 4 amplas salas de aula, dois escritórios para a diretoria,
um grande pátio para os recreios.
Os filhos dos tiroleses começaram a ter contato com a cultura. Eu, Guilherme Vitti, Mario Vitti, Valter
Vitti, Rubens Vitti, Dom Moacyr, bispo de Curitiba, Pe. Artur Vitti, e incontáveis descendentes, netos dos
primeiros imigrantes que vieram de Trento, do Tirol. Foi na generosa escola que aprendemos as primeiras
letras. Foi lá que tiveram início os meus sonhos. Foi lá que lá que tiveram início as carreiras de muitos que
hoje militam em Piracicaba, contribuindo com a sua cultura, seu trabalho, seus conhecimentos para
humanizar a vida da cidade.
Este que escreve estas notas, aprendeu no hoje Grupo Escolar "Dr. Samuel de Castro Neves", que
iniciou sua atividade com o nome de "Escolas Reunidas de Santana". Quem diria que um dia, o filho do
servente José Vitti, ocuparia o cargo de Diretor Geral da Secretaria da Câmara de Piracicaba; escreveria
em Jornal da cidade; produziria 3 livros de poesias? 1 Quem cogitaria que 6 primeiro aluno matriculado na
Escola Reunida de Santana, Guilherme Vitti, viria a ser o professor de Latim, o historiador do Município e
dá-Cidade, o Secretário de Administração da Prefeitura de Piracicaba, o vereador de Piracicaba, o escritor
e jornalista de Piracicaba, uma rara inteligência a serviço da cultura piracicabana e nacional? Quem diria
que o mano Valter Vitti que ajudou a gente do sítio a apanhar café, algodão, capinar milho e arrancar
batatinha, iria ser o gerente das Casas Peruam, bucanas, depois o professor, e aposentar-se como Diretor
de Grupo Escolar? Quem diria que Rubens Vitti, que foi quase Padre, chegaria a ocupar o cargo de Diretor
Geral da Secretaria da Câmara de Piracicaba, onde se aposentou? Quem diria que o menino Moacyr Vitti,
brilharia na carreira sacerdotal e um dia chegaria a bispo de uma das capitais brasileiras, Curitiba? Quem
diria que o mano Artur Vitti, o mais moço dos irmãos que freqüentaram o seminário de padres, viria a ser
vigário de uma Paróquia - Santa Edvirges - do Rio de Janeiro? Quem diria que Jair Vitti, humilde filho de
pedreiro, hoje brilharia como estrela de primeira grandeza no manejo musical, onde é perito no saxofone e
que está agora procurando transmitir aos meninos a sua cultura musical e artística? Quem diria que
centenas de jovens santanenses, banquistas e negrinos, estariam espalhados por ai, lecionando,
trabalhando como técnicos industriais, dando aulas em estabelecimentos de ensino, desenvolvendo mil e
uma atividades culturais, industriais, técnicas, religiosas, políticas, sociais e humanas?
Tudo, fruto da modesta escolinha plantada por Samuel Neves ao lado de meu pai. É claro que no relato
sucinto que ai fica, há muita coisa ainda a acrescentar, do que pedimos escusas porque o espaço não
comporta, e o elevado número de des cendentes não mo permite.

SANTANA E O MUNICÍPIO

Se demorou muito aos moradores dos bairros, objeto deste estudo, um contato mais efetivo com a
cidade, as obras públicas municipais entretanto não se fizeram esperar. Assim é que hoje eles contam
com rede de água e esgoto, assistência tecnológica rural, modernos templos religiosos e melhoramentos
de suas estradas. Ultimamente tem-se cogitado o asfaltamento das estradas vicinais que ligam os bairros
a rodovias estaduais já asfaltada$, e a prefeitura, como um de seus últimos empreendimentos, tem levado
à vila de Santana, o que deverá se estender a Santa Olímpia e Négri, o beneficio das guias e sarjetas. É a
presença do Município, é a caracterização da importância que se dá àquelas comunidades progressistas
participantes da vida, da história, da cultura, do engrandecimento de Piracicaba.
E graças ao trabalho do Prof. Guilherme Vitti, hoje está estabelecido um intercâmbio históricocultural
entre os moradores de Santana, Santa Olímpia e Négri e os tiroleses de Trento, na Itália.
Numerosos munícipes daquelas comunidades já viajaram para as plagas trentinas em visita a paren tes. O
próprio professor Vitti foi premiado com uma viagem ao Tirol, mais precisamente, a Cortezano, onde vivem
descendentes e parentes dos antepassados, o que vai enriquecer ainda mais a sua pesquisa e os seus
conhecimentos sobre as tradições, fatos e pessoas trentinos, dando-lhe oportunidade para acrescentar
muito neste relato, que por deficiências do autor, deixa de ser completo.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Cosmofonia

COSMOFONIA: MÚSICA DO UNIVERSO
Lino Vitti

É preciso ter ouvidos perfeitos, é preciso ter alma que saiba ouvir, é preciso dedicar todo o coração para escutar a sinfonia do universo. É preciso esquecer todos os demais rumores para entender a música do mundo, uma orquestra infinita que saúda quem sabe dar ouvidos à essa ópera que povoa de extremo a extremo a vida, o homem. Decerto o distinto leitor fica intrigado com a minha afirmativa, mas se os amigos fiéis a estas já cansativas crônicas (creio), se interessarem para ouvir a sinfonia do universo, precisa apenas acreditar que ela existe, é infinda, é bela, é generosa pois alimenta a alma e enobrece o coração. Ao Universo, obra de Deus Criador, não poderia faltar a música, porque manifestação celestial e divina, porque ela é angélica, é música dos eleitos, dos que sabem ouvir a Deus e à natureza, dos que amam as belezas criadas, de modo especial as sonoridades musicais que encantam o despertar do dia, que solenizam o entardecer e descem em luz na escuridão da noite, com o brilho do luar ou das estrelas, vozes silenciosas que cantam os hinos da beleza luminosa e encantada que povoa a noite. Se há música ao despedir do dia, com mais razão ela soa ao despontar da aurora, naquele instante sublime em que o majestoso Sol distribui o ouro da luz, que é a música luminosa, é a luz que canta, é a luz sinfonia. Não pára aí todavia o espetáculo musical. Sob a batuta do mestre dia, as aves trinam, porfiam seus hinos, sinfonizam o universo, e o homem e a vida aplaudem aquele coral de trinados, é a partitura da ópera divina que vem da floresta, sobe das várzeas, povoa as searas, tudo composto pelo Criador desde o momento em que decidiu criar o mundo e com ele a sinfonia da sua beleza e dos seus encantos. Do céu e de todos os quadrantes universais os ventos e as brisas tocam seus violinos, suas trombetas, seus órgãos, e se unem às vezes aos furacões e às tempestades que são os musicais compostos pelo Beethowen criador, como se foram nonas sinfonias vindas dos horizontes do teatro universal, fortes e sumamente sonoras, a ponto de apavorar o homem. Há ainda a música das águas que sobe do cantar das ondas oceânicas, marulha ao sincopar das praias, estribilha ao choque dos rochedos e muitas vezes assustam os nautas com seus acordes violentos, enquanto cá na terra, as águas dos rios, dos regatos, das fontes, musicalizam o mundo com as suas notas generosas, simples, sonoras, em hinos de alegrar, de ciciar, de poetizar a vida. Existe ainda a sinfonia do trabalho. É música sublime, é música que traz felicidade, é a música de todos nós que necessitamos de ganhar o que com sustentar--nos e dar continuidade ao mundo. Paremos um pouco frente a uma oficina, a uma indústria, a uma usina, a qualquer local onde rumorejam os trabalhadores, cantores que são da ópera do trabalho. E haveremos de ouvir sem dúvida essa orquestra de labor, de riqueza, de felicidade por encontrar o palco de onde espalhar para o universo essa feliz sinfonia, que alegra os lares, que apraz a todos. E para encerrar estas rápidas considerações um soneto dizendo mais alguma coisa sobre o grandioso assunto:

COSMOFONIA
Lino Vitti

Quando vem a manhã clarineteando a vida,
Quando a tarde se esvai e em ulos se transmuda,
Escuta-se do mundo a grande voz sentida
Que às vezes se avoluma, às vezes, se aveluda:

É a fala universal dos altos transmitida,
Tem ares siderais, atrás de Deus se escuda
Em rimas o poeta a ela dá guarida,
E cores, o pintor, e a ciência a quer e estuda.

Donde vem o mistério augusto desse diálogo,
Entre a vida e o Criador, um manifesto análogo,
Rezando a divindade os resplendores seus?

De mãos postas, mortais, a esse rumor que cresce,
É a oração da montanha, é da floresta a prece,
Que a voz da natureza é a voz do próprio Deus.

Irmãos em Cristo

IRMÃOS EM CRISTO
Lino Vitti

Tu és negro...E eu sou branco...Entanto diz-me a vida
Que nós somos irmãos que irmãos nós todos somos.
Uma origem somente, e divina, e subida
E de uma árvore só, somos os mesmos pomos.

“Fiat homo”, o Criador comanda em voz erguida
da divindade eterna em sublimais assomos.
Que a humanidade seja então única, e santa, e unida,
Como abraçados são da fruta os doces gomos.

Preto, e branco, e vermelho, e amarelo, que todos
Sem orgulho, ou inveja, ou ciúmes, ou apodos,
Sem ódio e sem violência, irmão amando irmão.

Esperanças iguais, iguais sonhos vivendo...
Sou branco, tu és preto; eu porém estou vendo
Que têm a mesma cor nossa alma e coração.

A Tortura de um Sonho Esmagado e Desfeito

A TORTURA DE UM SONHO ESMAGADO E DESFEITO
Lino Vitti

As virtudes, o amor, os sonhos, a amizade
deveriam florir no jardim da alma humana.
perfumar - nos a vida ao fugir da vaidade,
que destrói, sacrifica, estulta e desumana.

Ser gente nada custa, e querer quem não há-de?
Quem deseja ser mau ? Compôr a caravana
do bando malfeitor que cultua a maldade
e passa, qual tufão, diabólica e prussiana ?

Odeiam-se as nações, os homens como fera
odeiam-se também, renegam o direito
de viver lado a lado em longa primavera!

E a humanidade assiste, ao retumbar do peito,
a triste destruição da mais santa quimera
e a tortura de um sonho esmagado e desfeito!

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Pulsar


PULSAR
Lino Vitti

Pulsa o grande universo em convulsões telúricas,
em vascas infernais e maremotos pulsa.
O enfermo pulsa em dor, pulsa em febres purpúricas,
e a humanidade inteira, em pulsações, convulsa.

Pulsa o seio da terra emanações sulfúricas
quando louco vulcão terrível lava expulsa.
São espasmos fatais as dores glicosúricas
no pulsar infeliz que deprime e compulsa.

Mais dorido e maior do que o pulsar do mundo
a ocorrer a cada hora, a vir cada segundo,
sem nunca reduzir seu bater exigente,

motivo de sofrer, força que abate a fé,
nesse pulsar tremendo e irreprimível é
o angustioso pulsar de um coração ardente.

domingo, 6 de junho de 2010

BICO DE LACRE




BICO DE LACRE

Lino Vitti - Príncipe dos Poetas Piracicabanos
Ao poeta-maior Esio

Escapo de matança e de massacre,
Livre das grades férreas da prisão,
É o mansinho e feliz bico-de-lacre
Ao qual Esio entregou o coração.

Unidos um ao outro, como lacre,
Onde um vai outro vai em doce união.
A nenhum se permite simulacre
O amor, amor, amor... dedicação.

Tudo é sublime, tudo felicidade
E nada tisnará essa amizade
Entre o pequeno pássaro e o poeta.

Alegria de uma ave pequenita,
Jamais há de sentir a atroz desdita
Do abandono ou da dor que desafeta.
Nota do Príncipe: Soneto criado após visita da "Sissi" e do Esio-Poeta

Despertar


DESPERTAR
Lino Vitti

Aurora – espada – luz decapitando a terra -
banho de vida nova e canto de criação.
Eis a mão de Jeová que abençoa e se eleva
como um hino de amor, como um beijo de unção.

É o cosmos que desperta em convulsão primeva,
é a grandeza de um mundo em viva convulsão.
É a mesma essa manhã que, um dia, Adão e Eva
viram resplandecer, tão virgem, na amplidão.

A cada amanhecer, esplendoroso e grande,
o deus - sol ressuscita, abre os braços, se expande
em cósmicas manhãs de eternos sucederes.

Dia a dia o universo assiste a essa batalha :
do amanhecer que é luz, da noite – que é mortalha,
de um pouco do morrer e reviver dos seres !

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Sob o Piscante Olhar do Infinito Estrelado

SOB O PISCANTE OLHAR DO INFINITO ESTRELADO
Lino Vitti

Tão logo o fogaréu do ocaso desvanece
e a noite, - negra dama - a passeio se vai,
a impressão fantasmal que se tem mais parece
de ribalta teatral a cortina que cai.

Sucumbe toda a vida, é o mundo que adormece,
tudo vasqueja em dor, agoniza e decai.
De joelhos sempre há alguém murmurando uma prece
sente-se que o universo apequena e contrai.

Humilha-te, alma humana, ante noite que clama
com sua voz soturna, e profunda, qual brado
que pelo espaço além em trevas se derrama.

Levanta o rosto em pranto e saudoso, e alquebrado,
pois existe lá no alto um Ser que muito te ama
sob o piscante olhar do infinito estrelado.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Viver


VIVER
Lino Vitti

É tão belo viver, sonhar é tão divino,
quando o mundo é sorriso, e amar é tão sublime !
Ouça o canto da vida igual ao som de um hino,
como é santo o perdão que enobrece e redime !

Viver e ser feliz, eis o nobre destino,
de quem ama o trabalho e não se entrega ao crime.
Que o teu passo jamais te leve ao desatino,
atira para traz tudo o que dói e oprime.

Nem sempre, todavia, a estrada segue em flores
nem sempre se ouve o canto alegre da avezinha
ou brilha grande sol em cálidos fulgores.

É preciso atentar para o mal que caminha
sem nunca se esquecer dos fantasmas traidores
do prazer que se vai, e a dor que se avizinha.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Olhares

OLHARES
Lino Vitti

Abrem-se olhos sociais, abrem-se olhos maternos,
e olhos onde a vaidade exibe o seu orgulho.
Muitos vemos se abrindo em fogos como infernos,
sequiosos por encher apenas o bandulho.

Outros olham, porém, carinhosos e ternos
quais pombinhas de amor em empírico arrulho.
Muitos trazem a dor de múltiplos invernos,
aqueles há que são do crime atros entulhos.

Enquanto a vida leva em seu bojo os abrolhos
variados e fatais de tantos tristes olhos,
mesclados outro tanto a olhos que são aurora,

numa estulta, e feroz, e insana indiferença,
num mundo doloroso, estúpido e sem crença,
a humanidade geme, agoniza, estertora.

terça-feira, 1 de junho de 2010

CONVITE


CIRCOLO TRENTINO DI PIRACICABA
CNPJ - 96.511.423/0001-45
Fundado em 21 de Abril de 1987

Silvério Vitti
Presidente


16º Jantar Italiano
23 Anos do Circolo Trentino di Piracicaba


Data: 31/07/2010
Horário: 20:00 horas
Local: Salão de festas de Santana
Animação: Banda Nostalgia e grupos de Dança.....

Cardápio : 1º Prato – CANEDERLI
2º Prato – CRAUTI, FRANGO, ARROZ,
POLENTA E SOBREMESA

Sócios : R$ 25,00 Não Sócios R$ 30,00 Bebidas a parte


Adquira seu convite na sede do Circolo ou pelo fone (19) 3425-0302.


Bom jantar a todos!


Abraços,


Silvério Vitti
Presidente

Roberta Forti
Secretária

Circolo Trentino di Piracicaba
Rua São Benjamim, 20 - B. Santana
Piracicaba/SP - 13411-500
Fone / Fax: (19) 3425-0302

PRÍNCIPE DOS POETAS DE PIRACICABA

CURRICULUM VITAE
( Síntese de Vida)
NOME – Lino Vitti
IDADE – 08/02/1920
ESTADO CIVIL – Casado, em únicas núpcias, há 56 anos, com a Professora Dorayrthes Silber Schmidt Vitti
FILIAÇÃO – José e Angelina Vitti
NATURALIDADE – Piracicaba, Estado de São Paulo –Brasil
Bairro Santana , Distrito de Vila Rezende
VIDA FAMILIAR
Casamento Civil e Religioso em comunhão de bens, Pai de sete filhos: Ângela Antónia, Dorinha Miriam, Rosa Maria, Fabíola , Lina, Rita de Cássia, Eustáquio.
VIDA PROFISSIONAL
Aposentado como Diretor Administrativo da Câmara de Vereadores de Piracicaba, e como Redator do “Jornal de Piracicaba”. Exerceu atividades no comércio, no Magistério, na lavoura até os l3 anos, na municipalidade local, como bibliotecário, lançador de impostos, protocolista, Secretário Municipal.

VIDA CULTURAL
ESCOLA PRIMÁRIA –
Grupo Escolar “Dr. Samuel de Castro Neves”, Santana, seminarista vocacional ao sacerdócio por seis anos, no Colégio Santa Cruz, da cidade de Rio Claro (SP), onde cursou humanidades, línguas, religião, ciências, matemáticas, música.
CURSOS –
Formou-se Técnico em Contabilidade, lecionou latim, francês, datilografia.

VIDA RELIGIOSA
Católico, Apostólico, Romano, fez curso de religião em seminário dos Padres Estigmatinos, foi organista da Catedral e da Igreja de São Benedito, de Piracicaba, e Congregado Mariano.
VIDA LITERÁRIA
Bafejado por ensinamentos de sábios sacerdotes em colégio de formação religiosa, recebeu extraordinário acervo literário que lhe propiciou enveredar pelo caminho da poesia, da crônica, dos contos, do jornalismo, havendo editado de l959 a 200l sete livros de poesias e contos, com edições em milheiros de volumes, os quais estão aí para satisfazer o gosto daqueles que apreciam a arte literária.
São seus livros : “Abre-te, Sésamo”, l959; “Alma Desnuda”, l988; “A Piracicaba, Minha Terra”, l99l; “Sinfonia Poética”, de parceria com o poeta Frei Timóteo de Porangaba; “Plantando Contos, Colhendo Rimas”, l992; “Sonetos Mais Amados”, l996 e “Antes que as Estrelas brilhem”, 200l. O poeta conta ainda com o prazer de haver composto hinos para diversos municípios, bairros rurais, entidades sociais diversas, continuando a colaborar ainda, após os 83 anos em colunas literárias e com artigos de ordem geral em jornais da terra.
Faz parte da Academia Piracicabana de Letras que lhe outorgou o título honorífico de “PRÍNCIPE DOS POETAS DE PIRACICABA’.
Foi-lhe concedida Pelo Município de Piracicaba, através de sua Secretaria da Ação Cultural, a MEDALHA DE MÉRITO CULTURAL, “ Prof. OLÊNIO DE ARRUDA VEIGA’; é detentor do TROFÉU IMPRENSA, concedido pelo Lions Clube de Piracicaba, centro, e da MEDALHA ITALIANA, concedida pelo governo italiano de Benito Mussolini aos alunos de escolas e seminários de origem daquele país que tivessem se destacado em redação de trabalhos literários escritos na língua de Dante.
O Município de Saltinho, para o qual contribuiu com o Hino dessa comunidade municipal , conferiu-lhe o título de “Cidadão Saltinhense”.

DISCURSO

Por ocasião do lançamento do livro de poesias “Antes que as estrelas brilhem “, pelo poeta Lino Vitti foi proferido o seguinte discursos:

Exmo. Sr. Heitor Gauadenci Jr. dd Secretário da Ação Cultural

Exmo. sr. António Osvaldo Storel. dd. Presidente da Câmara de

Vereadores de Piracicaba

Exmo.sr. Moacyr Camponez do Brasil Sobrinho, dd. Presidente do Instituto Histórico e Geográfico

Exmo,. sr. Henrique Cocenza, dd. Presidente da Academia Piracicabana de Letras

Exmo.. Sr. Ésio Pezzato , anfitrião desta solenidade

Senhoras e Senhores

Pela sétima vez (graças a Deus) em minha vida lítero-poética vejo-me guindado a uma tribuna improvisada (o que é bom porque torna o fato mais popular), para proferir um discurso de agradecimento, ao lado da oferta de um novo livro de versos. É teimosia essa de poetas em desovar sua produção para que mais gente participe de suas tiradas, muitas vezes fora de forma e de ambiente, mas que o poeta não vê porque , ao editar um novo livro está cego pela emoção , como se fosse a vez primeira. Está aí o Ésio Pezzato, responsável por mais esta minha invasão no mundo das letras poéticas, para dizer se não é assim. Para dizer se não sofre também dessa doença feliz de editar livros e mais livros a ponto de perder a conta, já que a esta altura ele não sabe se já está no décimo ou décimo primeiro. E ainda continua batendo dedos de métrica, sabemos lá por quantos anos ainda !

Tenho um ex-colega de seminário, prof. Hildebrando André, aposentado como professor universitário e com o qual mantenho longa e pródiga correspondência, que não se cansa de enaltecer a felicidade de Piracicaba contar com tantos poetas e poetisas. Tem razão ele, pois se apenas dois deles já conseguiram editar l8 livros de poesia, imagine-se as centenas que seriam necessárias para dar um pouco de vazão a essa raridade intelectual que toma conta da minha terra!

Este meu livro vem à lume por obra e arte do prefeito José Machado , seu Secretário da Ação Cultural e de seu zeloso servidor Ésio Pezzato que se entusiasmaram diante da recitação de diversos poemas meus por um grupo de jograis, alunos da UNIMEP, e impressionados decidiram patrocinar a publicação deste livro, pois entenderam que Piracicaba poética merecia conhecer em mais profundidade o seu príncipe da poesia. E aí está, lindo e impecável, entregue às mãos do povo de Piracicaba, que indistintamente de cor, estudos, intelectualização , posses financeiras, categoria de trabalho, com religião ou agnóstico, jovem ou adulto, roceiro ou citadino, aí está, para quiçá, momentos de lazer e sonho. Sonho , sim, porque a poesia é terrivelmente sonhativa , vive no mundo da fantasia, alicerça-se nas bases da emoção e brota do âmago mais profundo do poeta, e para que as filhas de Eva não reclamem, da poetisa também.

Alguém me perguntará? Como é ser poeta? Juro, nunca pensei nisso. Acho que ninguém consegue ser poeta. Já é. Nasce feito, como dizem.

não é verdade Maria Cecilia, Ivana Maria, Ésio Pezzato , Prata Gregolim, Marina Rolim, Valter Vitti, Mario Pires, Saconi, e tutti quanti enfeitam com seus lindos versos as páginas do “ Jornal de Piracicaba, ou da “Tribuna Piracicabana , e assim também esse cacho imenso de livros poéticos que quase semanalmente são dados ao conhecimento e sentimento público de nossa terra ? Tornando-se um privilégio de uma cidade, como disse alhures o supra citado meu colega seminarístico Hildebrando André. ?

Não se suponha que para ser poeta é preciso ter nascido em berço de ouro ou em centros intelectuais de enorme repercussão. Nada disso. Tenho um soneto que define bem esse fato. É assim: “Eu não sou o poeta dos salões / de ondeante, basta e negra cabeleira] não me hás de ver nos olhos alusões / de vigílias, de dor e de canseiras. // Não trago o pensamento em convulsões,/ de candentes imagens, a fogueira. / não sou o gênio que talvez supões/ e não levo acadêmica bandeira.// Distribuo os meus versos em moedas/ que pouco a pouco na tua alma hospedas / - raros , como as esmolas de quem passa. / Mas hei de me sentir feliz um dia/ quando vier alguém render-me graça/ por o fazer ricaço de poesia. // “ . Poetas e poetisas saem do nada , devem trazer o selo ou o bilhete de entrada nesse reino encantado desde o útero materno, embora ouse eu afirmar que a vida é também uma grande mestra , as influências da mentalidade circunvizinha,

o próprio meio ambiente, podem , em circunstâncias outras , plasmar um poeta .

Eu fui plasmado , por exemplo, por entre maravilhas campestres. A roça ou o campo são fantásticos criadores de poesia. Ela anda atapetando por todos os cantos a natureza, as gentes, os animais, os atos e fatos. e a cabeça daqueles com quem ela convive. E o poeta, criador por excelência, se abebera de todas as belezas esparsas pelas colinas, serras, vales e descampados , para transformar tudo em versos e rimas, ou em versos simplesmente, onde pululam , como cabritos silvestres, as figuras literárias, os tropos, as sínteses, as comparações, e todos os anseios que lhe vão no imo da alma. Para satisfação própria e para satisfação dos que convivem com o poeta. E´ por isso que se botardes olhos curiosos sobre meus poemas havereis de tropeçar a todo o momento com um motivo roceiro, pois trago uma alma plasmada pelas belezas rurais de Santana, Santa Olímpia , Fazenda Negri, e especialmente por aquela colina encimada ,no cocuruto, pelo prédio do grupo escolar, onde aprendi a ler e escrever e a poetar.

Peço desculpas por haver-me prolongado um pouco nestas elucubrações poéticas, desobedecendo aos conselhos do amigo Ésio que continua exigindo de mim discursos improvisados, o que seria tão para os ouvintes , que ansiosamente aguardam o momento de bater palmas acabando assim com a verborragia oratória.

Não posso entretanto encerrar esta breve alocução sem deixar consignados meus agradecimentos do fundo do coração ao prefeito José Machado ,ao seu Secretário da Ação Cultural Heitor Gaudenci Junior, ao seu sub-secretário poeta Ésio Pezzato, ao prefaciador Moacyr de Oliveira Camponez do Brasil sobrinho, aos queridos opinadores Maria Cecília Bonachella, Maria Ivana França de Negri, exímias poetisas, prof. Elias Salum e a minha filha Universitária Fabíola Vitti Moro, pela maravilhosa capa, Editores e toda equipe de funcionários , à minha esposa pela sugestão transmitida ao prefeito com relação ao advento desta obra, aos digitadores Nair , minha nora e neto Leonardo, e outros que possa ter esquecido, como é fácil em cachola idosa, - meus agradecimentos repito, pela reunião de esforços e trabalho que tornaram possível o advento de mais um livro de minha lavra.

Obrigado “ em geralmente” como dizem nossos cururueiros, aos que ilustraram com sua arte musical esta solenidade e assim também a todos quantos acharam um tempinho para vir prestigiar-me nesta tarefa de cultura e arte. Levem a certeza de que nada mais desejo do que engrandecer com minha poesia a terra que me viu nascer, a terra que me viu crescer, a terra que me proporcionou oportunidade para chegar a um cargo tão nobre quão dignificante de “Príncipe dos Poetas de Piracicaba”

Meu carinhoso obrigado também aos meios de comunicação, de modo especial “Jornal de Piracicaba”, na pessoa de seu Editor Chefe Joacyr Cury , de “A Tribuna Piracicabana”, na de seu diretor Evaldo Vicente, pela divulgação caprichosa deste evento que afinal nada mais é do que mais uma demonstração da exuberância cultural da Noiva da Colina.

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