Lino Vitti - Príncipe dos Poetas Piracicabanos

Lino Vitti - Príncipe dos Poetas Piracicabanos
Lino Vitti- Príncipe dos Poetas Piracicabanos

O Príncipe e sua esposa, professora Dorayrthes S. S. Vitti

Casamento

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Bodas de Prata

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Lino Vitti e seus pais

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Lino Vitti e seus vários livros

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Bisneta Alice

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BISNETA ALICE

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O Príncipe agradece a visita e os comentários

60 anos de Poesia


quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

"AMOR VERUS"


Lino Vitti

Potência que duas almas unifica,
Que de dois corações, faz um apenas.
Cadeia que une, eleva, santifica,
Em que duas vidas sofrem iguais penas.

Grata fonte que faz jorrar em bica
Bálsamo santo às aflições terrenas.
Força que impera e suave dulcifica,
E milagres de amor faz às centenas.

Luz que aquece o recôndito dos lares,
Lhes empresta dos ninhos o calor,
Que concatena risos e pesares.

Olhai, que todo o lar é uma ara santa
Onde um par de criaturas faz do amor
O sacrifício que celebra e canta.

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

MATINAL URBANO

Lino Vitti

A cidade desperta. Há frêmitos alados
No ambiente pensativo e imóvel dos quintais.
Um alegre ruído (o bando de empregados
Rumo às fábricas) cresce e cresce sempre mais.

A cidade desperta. Há gestos apressados
Em cada alguém que passa a passos desiguais..
E aquelas chaminés com fumos azulados
Serão naves, talvez, logo a partir do cais?!

Rolam rodas rodando arredondadamente:
E' o matinal rumor das carrocinhas; "Leite". . .
"Verduras"... "Olha o pão"... Buzinas... Quanta gente!

Negócios... Discussão: - “ Vamos, senhora, aceite"
E na glória da luz surgindo inteiramente
Conta a cidade ao sol : "O' sol, eu sempre amei-te!"

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Deserção


Lino Vitti

Fogem as aves quando a noite se aproxima
tangidas pelo horror das trevas abissais
Fogem da alma a amizade, os afetos, a estima.
para não retornar, quem sabe, nunca mais!

Muitas vezes também some a devida rima
ao poema, aos sonetos, aos rondeis, aos haicais.
Foge a vergonha humana e qual boxeur esgrima
e os remorsos se vão fugindo fantasmais.

Home da terra, uma dia à terra voltarás.
carregado de dor, de maus ideais, suponho,
sem espada, sem fé, ao nada tombarás.

Disto tudo, porém, mais tétrico e medonho
será o drama a que tu, sozinho, assistirás

da fuga atropelada e insólita do Sonho!

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

QUANDO FORMOS VELHINHOS...



"Quando formos velhinhos" - tu me dizes,
Numa voz de encantada ingenuidade,
''Lembraremos os dias tão felizes
De nossa fugitiva mocidade".

Tens razão. Mas somente cicatrizes
Restarão do sonhar que nos invade.
E em nossos corações fundas raízes
Terá posto a roseira da saudade.

Quando formos velhinhos. . . Já suponho
Os cabelos em flocos cor de neve
E certa mágoa em nosso olhar tristonho.

Curvados sob a cruz de muitos anos. . .
E a nossa alma, coitada, também deve
Já estar branca de velhos desenganos.

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

BANCO DE JARDIM

Lino Vitti

Às vezes, divagando a fantasia
Pelo mundo encantado do impossível,
Fico a pensar na original poesia
De um banco de jardim, mudo e insensível.

Não sente. . . e ter parece uma alma pia.
E'caridoso e bom, quanto possível.
A ninguém nega a sua serventia
Seja de qualquer classe ou qualquer nível.

Agora uma criança. . . Um moço agora. . .
Uma jovem, um pobre, uma senhora.. .
Depois um velho solitário e a êsmo. . .

Depois, ninguém. . . Depois, todo carinho,
Toma ares delicados, feito ninho ,
A um par de namorados. . . sempre o mesmo.




segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

OLHARES



És, poeta, na vida, estranho artista
Tentando esculturar feições e olhares.
Rostos pálidos! Olhos de conquista!
Faces magras! Pupilas cor de mares!

Semblantes velhos onde a dor se avista!
Semblantes moços, limpos de pesares!
Olhos vivos de amor jovem e egoísta!
Olhos dúbios, senis, crepusculares!

Em todos, cicatrizes desenhadas
De longas agonias suportadas
Na lenta via-crucis do viver. . .

E nem sabes, talvez, que levas, junto,
Um rosto lívido, um olhar defunto,
Exibindo-os aos outros sem querer. . .

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Hibernal

Lino Vitti

Tarde pálida. A brisa enregelada
Passou junto da copa da mangueira
Que fremiu, colossal, friorenta fada,
Sua negra e compacta cabeleira.

Viajando ao longe, na mudez da estrada,
Ninguém... Um joão-de-barro na porteira
Soltou uma estridente gargalhada
Em coro alegre com a companheira.

Outra aragem soprou. Uma paineira
Desfolhou-se tristonha e amargurada.
E um bando de andorinhas, em ligeira

Revoada, demandava outra morada...
Inverno. Treme a natureza inteira
E minha alma, também, desconsolada.


segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Ruínas


Lino Vitti

Caminho entre ruínas. Muge o vento
Ao passar entre os muros denegridos.
Pesa a opressão fatal do esquecimento,
Ambulam sombras de entes esquecidos.

Caminho. . . Desce do alto o lenimento
De um luar sedativo, pois, feridos
São os muros, o teto, o pavimento,
Por onde trilam grilos escondidos.

Destroços de ilusão, de ideais, de sonhos,
Trapos de corações rotos, tristonhos,
Foi tudo o que encontrei em muitas vidas.

Que nem tinham sequer o lenitivo
De um luar de consolo, branco, vivo,

Levemente a pensar-lhes as feridas

PRÍNCIPE DOS POETAS DE PIRACICABA

CURRICULUM VITAE
( Síntese de Vida)
NOME – Lino Vitti
IDADE – 08/02/1920
ESTADO CIVIL – Casado, em únicas núpcias, há 56 anos, com a Professora Dorayrthes Silber Schmidt Vitti
FILIAÇÃO – José e Angelina Vitti
NATURALIDADE – Piracicaba, Estado de São Paulo –Brasil
Bairro Santana , Distrito de Vila Rezende
VIDA FAMILIAR
Casamento Civil e Religioso em comunhão de bens, Pai de sete filhos: Ângela Antónia, Dorinha Miriam, Rosa Maria, Fabíola , Lina, Rita de Cássia, Eustáquio.
VIDA PROFISSIONAL
Aposentado como Diretor Administrativo da Câmara de Vereadores de Piracicaba, e como Redator do “Jornal de Piracicaba”. Exerceu atividades no comércio, no Magistério, na lavoura até os l3 anos, na municipalidade local, como bibliotecário, lançador de impostos, protocolista, Secretário Municipal.

VIDA CULTURAL
ESCOLA PRIMÁRIA –
Grupo Escolar “Dr. Samuel de Castro Neves”, Santana, seminarista vocacional ao sacerdócio por seis anos, no Colégio Santa Cruz, da cidade de Rio Claro (SP), onde cursou humanidades, línguas, religião, ciências, matemáticas, música.
CURSOS –
Formou-se Técnico em Contabilidade, lecionou latim, francês, datilografia.

VIDA RELIGIOSA
Católico, Apostólico, Romano, fez curso de religião em seminário dos Padres Estigmatinos, foi organista da Catedral e da Igreja de São Benedito, de Piracicaba, e Congregado Mariano.
VIDA LITERÁRIA
Bafejado por ensinamentos de sábios sacerdotes em colégio de formação religiosa, recebeu extraordinário acervo literário que lhe propiciou enveredar pelo caminho da poesia, da crônica, dos contos, do jornalismo, havendo editado de l959 a 200l sete livros de poesias e contos, com edições em milheiros de volumes, os quais estão aí para satisfazer o gosto daqueles que apreciam a arte literária.
São seus livros : “Abre-te, Sésamo”, l959; “Alma Desnuda”, l988; “A Piracicaba, Minha Terra”, l99l; “Sinfonia Poética”, de parceria com o poeta Frei Timóteo de Porangaba; “Plantando Contos, Colhendo Rimas”, l992; “Sonetos Mais Amados”, l996 e “Antes que as Estrelas brilhem”, 200l. O poeta conta ainda com o prazer de haver composto hinos para diversos municípios, bairros rurais, entidades sociais diversas, continuando a colaborar ainda, após os 83 anos em colunas literárias e com artigos de ordem geral em jornais da terra.
Faz parte da Academia Piracicabana de Letras que lhe outorgou o título honorífico de “PRÍNCIPE DOS POETAS DE PIRACICABA’.
Foi-lhe concedida Pelo Município de Piracicaba, através de sua Secretaria da Ação Cultural, a MEDALHA DE MÉRITO CULTURAL, “ Prof. OLÊNIO DE ARRUDA VEIGA’; é detentor do TROFÉU IMPRENSA, concedido pelo Lions Clube de Piracicaba, centro, e da MEDALHA ITALIANA, concedida pelo governo italiano de Benito Mussolini aos alunos de escolas e seminários de origem daquele país que tivessem se destacado em redação de trabalhos literários escritos na língua de Dante.
O Município de Saltinho, para o qual contribuiu com o Hino dessa comunidade municipal , conferiu-lhe o título de “Cidadão Saltinhense”.

DISCURSO

Por ocasião do lançamento do livro de poesias “Antes que as estrelas brilhem “, pelo poeta Lino Vitti foi proferido o seguinte discursos:

Exmo. Sr. Heitor Gauadenci Jr. dd Secretário da Ação Cultural

Exmo. sr. António Osvaldo Storel. dd. Presidente da Câmara de

Vereadores de Piracicaba

Exmo.sr. Moacyr Camponez do Brasil Sobrinho, dd. Presidente do Instituto Histórico e Geográfico

Exmo,. sr. Henrique Cocenza, dd. Presidente da Academia Piracicabana de Letras

Exmo.. Sr. Ésio Pezzato , anfitrião desta solenidade

Senhoras e Senhores

Pela sétima vez (graças a Deus) em minha vida lítero-poética vejo-me guindado a uma tribuna improvisada (o que é bom porque torna o fato mais popular), para proferir um discurso de agradecimento, ao lado da oferta de um novo livro de versos. É teimosia essa de poetas em desovar sua produção para que mais gente participe de suas tiradas, muitas vezes fora de forma e de ambiente, mas que o poeta não vê porque , ao editar um novo livro está cego pela emoção , como se fosse a vez primeira. Está aí o Ésio Pezzato, responsável por mais esta minha invasão no mundo das letras poéticas, para dizer se não é assim. Para dizer se não sofre também dessa doença feliz de editar livros e mais livros a ponto de perder a conta, já que a esta altura ele não sabe se já está no décimo ou décimo primeiro. E ainda continua batendo dedos de métrica, sabemos lá por quantos anos ainda !

Tenho um ex-colega de seminário, prof. Hildebrando André, aposentado como professor universitário e com o qual mantenho longa e pródiga correspondência, que não se cansa de enaltecer a felicidade de Piracicaba contar com tantos poetas e poetisas. Tem razão ele, pois se apenas dois deles já conseguiram editar l8 livros de poesia, imagine-se as centenas que seriam necessárias para dar um pouco de vazão a essa raridade intelectual que toma conta da minha terra!

Este meu livro vem à lume por obra e arte do prefeito José Machado , seu Secretário da Ação Cultural e de seu zeloso servidor Ésio Pezzato que se entusiasmaram diante da recitação de diversos poemas meus por um grupo de jograis, alunos da UNIMEP, e impressionados decidiram patrocinar a publicação deste livro, pois entenderam que Piracicaba poética merecia conhecer em mais profundidade o seu príncipe da poesia. E aí está, lindo e impecável, entregue às mãos do povo de Piracicaba, que indistintamente de cor, estudos, intelectualização , posses financeiras, categoria de trabalho, com religião ou agnóstico, jovem ou adulto, roceiro ou citadino, aí está, para quiçá, momentos de lazer e sonho. Sonho , sim, porque a poesia é terrivelmente sonhativa , vive no mundo da fantasia, alicerça-se nas bases da emoção e brota do âmago mais profundo do poeta, e para que as filhas de Eva não reclamem, da poetisa também.

Alguém me perguntará? Como é ser poeta? Juro, nunca pensei nisso. Acho que ninguém consegue ser poeta. Já é. Nasce feito, como dizem.

não é verdade Maria Cecilia, Ivana Maria, Ésio Pezzato , Prata Gregolim, Marina Rolim, Valter Vitti, Mario Pires, Saconi, e tutti quanti enfeitam com seus lindos versos as páginas do “ Jornal de Piracicaba, ou da “Tribuna Piracicabana , e assim também esse cacho imenso de livros poéticos que quase semanalmente são dados ao conhecimento e sentimento público de nossa terra ? Tornando-se um privilégio de uma cidade, como disse alhures o supra citado meu colega seminarístico Hildebrando André. ?

Não se suponha que para ser poeta é preciso ter nascido em berço de ouro ou em centros intelectuais de enorme repercussão. Nada disso. Tenho um soneto que define bem esse fato. É assim: “Eu não sou o poeta dos salões / de ondeante, basta e negra cabeleira] não me hás de ver nos olhos alusões / de vigílias, de dor e de canseiras. // Não trago o pensamento em convulsões,/ de candentes imagens, a fogueira. / não sou o gênio que talvez supões/ e não levo acadêmica bandeira.// Distribuo os meus versos em moedas/ que pouco a pouco na tua alma hospedas / - raros , como as esmolas de quem passa. / Mas hei de me sentir feliz um dia/ quando vier alguém render-me graça/ por o fazer ricaço de poesia. // “ . Poetas e poetisas saem do nada , devem trazer o selo ou o bilhete de entrada nesse reino encantado desde o útero materno, embora ouse eu afirmar que a vida é também uma grande mestra , as influências da mentalidade circunvizinha,

o próprio meio ambiente, podem , em circunstâncias outras , plasmar um poeta .

Eu fui plasmado , por exemplo, por entre maravilhas campestres. A roça ou o campo são fantásticos criadores de poesia. Ela anda atapetando por todos os cantos a natureza, as gentes, os animais, os atos e fatos. e a cabeça daqueles com quem ela convive. E o poeta, criador por excelência, se abebera de todas as belezas esparsas pelas colinas, serras, vales e descampados , para transformar tudo em versos e rimas, ou em versos simplesmente, onde pululam , como cabritos silvestres, as figuras literárias, os tropos, as sínteses, as comparações, e todos os anseios que lhe vão no imo da alma. Para satisfação própria e para satisfação dos que convivem com o poeta. E´ por isso que se botardes olhos curiosos sobre meus poemas havereis de tropeçar a todo o momento com um motivo roceiro, pois trago uma alma plasmada pelas belezas rurais de Santana, Santa Olímpia , Fazenda Negri, e especialmente por aquela colina encimada ,no cocuruto, pelo prédio do grupo escolar, onde aprendi a ler e escrever e a poetar.

Peço desculpas por haver-me prolongado um pouco nestas elucubrações poéticas, desobedecendo aos conselhos do amigo Ésio que continua exigindo de mim discursos improvisados, o que seria tão para os ouvintes , que ansiosamente aguardam o momento de bater palmas acabando assim com a verborragia oratória.

Não posso entretanto encerrar esta breve alocução sem deixar consignados meus agradecimentos do fundo do coração ao prefeito José Machado ,ao seu Secretário da Ação Cultural Heitor Gaudenci Junior, ao seu sub-secretário poeta Ésio Pezzato, ao prefaciador Moacyr de Oliveira Camponez do Brasil sobrinho, aos queridos opinadores Maria Cecília Bonachella, Maria Ivana França de Negri, exímias poetisas, prof. Elias Salum e a minha filha Universitária Fabíola Vitti Moro, pela maravilhosa capa, Editores e toda equipe de funcionários , à minha esposa pela sugestão transmitida ao prefeito com relação ao advento desta obra, aos digitadores Nair , minha nora e neto Leonardo, e outros que possa ter esquecido, como é fácil em cachola idosa, - meus agradecimentos repito, pela reunião de esforços e trabalho que tornaram possível o advento de mais um livro de minha lavra.

Obrigado “ em geralmente” como dizem nossos cururueiros, aos que ilustraram com sua arte musical esta solenidade e assim também a todos quantos acharam um tempinho para vir prestigiar-me nesta tarefa de cultura e arte. Levem a certeza de que nada mais desejo do que engrandecer com minha poesia a terra que me viu nascer, a terra que me viu crescer, a terra que me proporcionou oportunidade para chegar a um cargo tão nobre quão dignificante de “Príncipe dos Poetas de Piracicaba”

Meu carinhoso obrigado também aos meios de comunicação, de modo especial “Jornal de Piracicaba”, na pessoa de seu Editor Chefe Joacyr Cury , de “A Tribuna Piracicabana”, na de seu diretor Evaldo Vicente, pela divulgação caprichosa deste evento que afinal nada mais é do que mais uma demonstração da exuberância cultural da Noiva da Colina.

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