Lino Vitti - Príncipe dos Poetas Piracicabanos

Lino Vitti - Príncipe dos Poetas Piracicabanos
Lino Vitti- Príncipe dos Poetas Piracicabanos

O Príncipe e sua esposa, professora Dorayrthes S. S. Vitti

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Bodas de Prata

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Lino Vitti e seus pais

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Lino Vitti e seus vários livros

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O Príncipe agradece a visita e os comentários

60 anos de Poesia


quarta-feira, 29 de junho de 2011

FINADOS


 Lino Vitti

A quietude eternal do triste Campo Santo
Hoje se anima, e, vem buscar-lhe a soledade,
E rasgar-lhe o silêncio - esse lutuoso manto -
Em longa romaria, a inquieta humanidade.

As flores põem por tudo um dolorido encanto;
Desfolham-se por terra em lágrimas... quem ha-de
Penetrar este mundo extinto, e, no entretanto,
Não vislumbrar, aqui, os umbrais da Eternidade?

Mortos! Em cada olhar renasce antigo pranto,
De cada alma, a chorar um ai de dor se evade,
Ressurge uma visão amiga em cada canto. . .

Finados! Que contraste e que doce verdade:
Morrem, por um momento, os que vivem, enquanto,
Um morto, em cada qual, revive na Saudade!

segunda-feira, 27 de junho de 2011

CIGARRAS



Lino Vitti

Sob a glória do sol da tarde agonizante
ouço a estrídula voz da cigarra cigana
ás vezes em coral, barulhento, rascante,
ás vezes triste e só, doridamente insana.

A cigarra a cantar, tal qual um sonho errante
e angustioso ritual, machucando a alma humana.
Alvoroço febril, orquestração ovante,
sonoridade verde, estulta e doidivanas.

Quando a mata recolhe o ouro do poente
a cigarra reluz as asas cor de prata
e canta, canta, canta... E morre estultamente.

E só resta a impressão, no recesso da mata,
do eco azucrinador a morrer lentamente,
da vida que se esvai efêmera e insensata.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

O último soneto?



Lino Vitti

Assustaram-se amigos e poetas,
Assustaram-se as nobres poetisas,
Todos eles reais, grandes estetas,
Suaves e cantantes como brisas.

Eu sei que a um belo verso te hipnotisas,
E à Poesia alma e coração afetas.
Caro leitor, acaso os sonhos visas,
E numa estrofe, apenas, te completas?

“Meu último soneto” alhures disse:
Não creias nessa estúpida tolice,
Pois poetas não param de cantar.

Caríssimos colegas rimadores,
Cantemos pois belezas, sonhos, dores,
Poetemos toda a vida sem parar.

terça-feira, 21 de junho de 2011

RECORDAR É VIVER





Lino Vitti
a Elias Salum

“Recordar é viver”, muitas vezes me dizes,
como estimado irmão, como prezado amigo.
“Recordar é viver”, de coração eu digo,
é tão bom recordar os momentos felizes!

É viver. E esquecer dores e cicatrizes
sob o mais encantado e fraternal abrigo.
Em sonhos repassar tudo o que foi antigo,
– à tona lhe trazer as mais fundas raízes.

“Recordar é viver”. Vivamos pois aquilo
que é lembrança, é ternura, e saudades de outrora,
tão doce é recordar o passado, e senti-lo.

Senti-lo como força e prazer, vida afora,
e não deixar jamais que algo possa destruí-lo,
“recordar é viver”, antes, depois e agora!

domingo, 19 de junho de 2011

MIRAGEM

Lino Vitti

Caminho é a vida, longo, íngreme, escuro e torto,
abarrancado e poento, esquecido e medonho!
É caminho sem fim, dorido e ingrato sonho,
não saberás jamais se dará nalgum porto.

Vais por ele ao país do grande desconforto,
onde a semente pões, onde a semente ponho
da descrença e ilusão (oh! que país tristonho!)
Tudo ali finda em dor, tudo é árido e morto!

Se esperavas o Amor, nada encontraste; nada!
Felicidade foi-se em grande debandada,
nem sequer ver pudeste um tico de paisagem!

De tudo o que ficou ao rumor de teus passos,
uma certeza só trouxeste em teus cansaços:
é ver que atrás ficou nada além de miragem!

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Dádiva Divina

Lino Vitti

Quando, num espetáculo, inédito a cada dia, o sol começa seu curso iluminativo do mundo que ele ama, porque foi para isso que o Criador colocou o Sol no infinito, a vida universal desperta e com ela o homem se apresta para mais uma etapa de sua existência.
Muitas vezes, ao ver os primeiros raios solares nos lembramos de orar e com a oração formular agradecimentos à concessão divina de mais um dia, porque tudo aquilo, o céu dourado, o horizonte abrindo sua cortina, os pássaros cantando, os animais mugindo ou berrando suas vozes, também de alegria e de entusiasmo pela luz e pelo calor, tudo aquilo – repito – nos é concedido de graça, por pura bondade de Deus, por ordem Daquele mesmo que criou o Céu e a Terra, a luz e as trevas, a alegria e a tristeza, o pranto e o sorriso, a felicidade e o sofrimento, os rumores e o silêncio, o ver e o ouvir.
É difícil encontrar um lar onde não se ouça o riso ou o choro das crianças, onde não se escute a voz materna, onde não se alimente e se ore, onde não se trabalhe e mão se ganhe a vida, coisas todas que chegam com a mesma chegada da luz matinal, pois a tudo e a todos ela desperta e convoca. É mais um dia de vida!
Se estiverdes na roça, olhai a paisagem circundante. É a realidade de um sonho, é o prazer de viver, é o encanto de um universo que se move, que desperta, que se alegra, que canta, que vive enfim. Por tudo se vê o movimento, por tudo se ouvem vozes variadas e cantantes. Caminhai pelas estradas e pelos atalhos e vereis veadinhos ou lebres, saracuras ou inambus que cruzam a vossa frente e com seu modo de falar animalesco vos saúdam e vos dizem o bom dia. E o caminhante se curva aos encantos da presença de animais e pássaros, borboletas e vespas, trabalhadores e amigos. Tudo porque o Sol raiou e a luz voltou, tudo porque é necessário viver, se alegrar, cantar e sonhar.
Mais um dia do amanhecer da roça é certamente mais um dia de trabalho, mais um dia de colocar sementes na fofura do solo, mais um dia de colher as espigas e os frutos, mais um dia de combater as amarguras, as doenças, a infelicidade. A vida campestre se expande, se associa, se manifesta, sublima-se tudo ao vir do Sol, fonte de calor, de vida, de felicidade, motivo de amor à terra, ao trabalho, à amizade, à prece.
Justifica-se o espetáculo, porque nada é tão bom, nada é tão feliz, nada é tão vivificante como esse brilho que desce do céu e ilumina a terra, como o amanhecer de mais um dia de luta e vitórias. Esses rumores diversos e vivos que só ouvidos puros e rústicos sabem ouvir e amar, são a própria vida que chega com a luz, que se expande com os raios do Sol, que calorificam e dão felicidade ao mundo e ao homem que nele convive,
O amanhecer na cidade é árido e às vezes triste, pois faltam olhos para ver, para admirar, para se encantar, para sentir o calor que desce do céu e pousa sobre todos aqueles que têm olhos para ver a poesia do dia amanhecendo, a poesia do sol que chega novamente, a esperança de mais um dia de fé, esperança e amor ao homem e à natureza. E fiquem com o tradicional soneto final:

AMA A NATUREZA
Lino Vitti
( Príncipe dos Poetas Piracicabanos)

A cada despertar do dia jovem
Eis que desperta a luz de uma esperança.
Os sonhos, em tua alma, alegres chovem,
Chovem horas felizes de bonança.

Não importa que os outros desaprovem
Teus impulsos de amor e intemperança.
Tuas lágrimas, pobres, não comovem,
Nem sequer teu sorriso de criança.

Entanto aceita a luz que o dia manda,
Ouve a mensagem da carícia branda
Que traz consigo a brisa cortezã.

A cada vir do sol desperta e grita
E, se a alma tens preocupada e aflita,
Ama a luz, ama o sol, ama a manhã.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Sinos Silentes


Lino Vitti

Sinos madrugadores, onde estais?
Que é feito dos badalos cristalinos,
mandando para além sublimes hinos,
convites religiosos ou sociais?

O silêncio baniu-vos, já não mais
vos ouço badalar brados divinos.
Morrestes como todos os destinos,
é por isso que, agora, vos calais?

Ao vir do sol, ao despedir do ocaso,
tanger das torres era encanto até
(nessas saudades a minha alma abraso).

Os sinos estão mudos mas por que é?
Estão mortos os sinos por acaso,
ou estaria morta a nossa Fé?

domingo, 12 de junho de 2011

Sem Amor


Lino Vitti

A vida sem amor não é mais que um deserto
onde brada o simum da amargura e do tédio,
onde não há o sorrir de um céu azul aberto,
onde não há da chuva o bálsamo, o remédio.

A vida sem amor é jardim ressequido
de onde desertou a beleza das cores,
pois os beijos, o riso, o carinho incontido
são do amor, a meu ver, as olorosas flores.

E tudo, sem amor, é entardecer sem canto
de pássaros em coro a saudar o poente.
É o surgir da manhã sem o grato acalanto
das vozes do universo em orquestra fremente.

Onde não mora o amor, não pode ter guarida
o grandioso ideal que a alma humana acalenta
pois quem ama de fato, em si tem outra vida:
a de outro coração que a anima e aviventa.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Velhos e saudosos papéis

Lino Vitti

Isso mesmo. Velhos, com mais de 65 anos; saudosos a morarem ainda na memória e num cantinho escuro e ignorado da casa da gente. São cadernos incompletos e já encanecidos pela cor amarela do tempo, quase em frangalhos, ou avulsos desbotados em soberba desordem, em qualquer canto de uma estante, cômoda ou gaveta esquecida. Qualquer escritor, poeta, jornalista, romancista ou simples colaborador da imprensa reconhece a afirmativa.
Um dia, por qualquer ou nenhum motivo, o dono daquelas velhas garatujas, inventa de voltar no tempo e escarafunchar o que há anos e mais anos estava lá, em sossego, sepultado no âmago da memória e das recordação. E há como que uma luz de ressurreição. E o que era ontem vem para o hoje e o pior é que o amigo, ingenuamente, acha aquilo uma obra prima e resolve cutucar a paciência dos seus quiçá já saturados leitores (se os tiver ainda) com a antigalha escrita.
É o que, infelizmente e para desespero dos parcos leitores, estou fazendo aqui e hoje. Vou trazer-lhes(data vênia primeiramente) um dos meus primeiros poemas(?!), escrito lá pelos idos de 1935 ou 1936, quando ainda nos bancos do seminário vocacional, tentava rimar e metrificar alguma poesia, provocada pelo instinto poético que já então ansiava pular para fora da cabeça, instinto que me perseguiu a vida inteira, até hoje beirando os 91 aninhos, para desespero dos bons poetas e para gáudio daqueles que, como eu, sabem como é difícil ser um bom poeta. Se tiveres paciência, Paulo diretor amigo, e assim também os que perdem tempo correndo olhos por estas já insípidas crônicas - se tiverdes paciência – repito, vou transcrever o talvez quiçá meu primeiro, ou um dos primeiros poemas, postos em papel, medrosamente (no seminário em que estive não tinham vez os poetas) e encontrados, como disse, na barafunda da velha papelada numa velha gaveta de não menos velha mesa de”escritor”. O assunto é corriqueiro e a metrificação e rimas são pobres, mas mesmo assim acho que poderá alguém gostar(!).

AO ANOITECER

Esbraseia-se o poente,
Tomba o sol em agonia
E ao longe repicam sinos
Cantando a Ave-Maria.


As aves em bando fogem
À procura de seu lar,
E na espessa mata se ouve
Do regato o murmurar.

A boiada volta em fila
Depois de longo trabalho
E o carro geme pesado
Da floresta pelo atalho.

Tristonho o sabiá canta
No seio do laranjal
Não nunca mais haverá
Cantor triste assim igual.

Estende-se o negro véu
Os seres desaparecem
Mas eis os astros da noite
Logo no céu resplandecem.

No céu bordado de estrelas
tremula, serena, a lua
Como em oceano infinito
Deserta vaga a falua (barco)

As crianças no terreiro
Saúdam o astro da noite
Enquanto geme a floresta
Das auras ao brando açoite.

Sepulcral silêncio enfim
Faz-se ouvir por toda a terra.
mas uiva somente a onça
No esconderijo da serra.

As horas fogem depressa
Correm, e sempre a correr
Passam em céleres voos
Despertando o amanhecer.

Gostaram? De qualquer forma, muito obrigado. O que hoje voam são os anos, pois esse poemazinho foi escrito aos meus quinze anos, entremeio ao estudo do latim, francês, italiano, grego e ciências em geral.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

O Último Soneto

Lino Vitti

Tudo na vida, sob o tempo, passa
Voam os anos tal e qual as aves.
Pousam as cinzas, mas não a fumaça
A vida é oceano, somos nós as naves.

Hoje sucessos, amanhã desgraça,
Ora alegria, ora tristezas graves.
A dor profunda ao bem-estar se abraça...
Contrastes, ilusões, coisas instáveis.

Prossigamos porém que a vida é linda
Existe nela o amor que nunca finda,
Os sonhos, a esperança, o riso, o pranto.

Mais não queiramos pois a vida é curta,
O tempo é qual ladrão que tudo furta,
Dela nos rouba todo o bem e encanto.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

ATITUDES


Lino Vitti

Por que, vida, me condenas
Por meus sonhos e atitudes?
Que bom se ela fosse apenas
Santuário de virtudes.

Procurei por todo o mundo
Das virtudes as mais nobres.
Encontrei apenas pobres
E a dor a cada segundo,


Virtudes e mais virtudes
Me dizes que procuraste.
Mas sonhos e amores rudes
Foi somente o que encontraste.
Fiz melhor o quanto pude,
O quanto pude eu amei.
Será pecado ou virtude
O que na vida encontrei?

sábado, 4 de junho de 2011

Lino Vitti, Poeta


Lino Vitti em seu computador
 António Lázaro de Almeida Prado

O exímio poeta latino Ovídio (41 a C- 18 d C) confessava, talvez com modéstia, mas, certamente, com plena consciência de sua própria vocação e de sua maestria artesanal: “tudo quanto eu ensaiava dizer, resultava em verso”.
Exatamente o mesmo pode dizer de si, com inteira razão, nosso mestre de poesia, o piracicabano emérito Lino Vitti.
Muito difícil depararmos com uma vocação para a arte da Palavra, tão autenticamente comprovada, quanto a desse Poeta, que honra a Cultura Artística de Piracicaba.
Move-se ele, com igual competência enunciativa, na prosa de suas Crônicas e na , para ele, conatural na Poesia. Se não me equivoco, porém, é nas mais humanas das artes, a Poesia, que o vemos transitar com inteira à vontade.
Se bem notarmos, seu lúcido amor pela natureza, decorrente talvez de vivência rural ( em cujo seio se criou), marcou-o , para sempre, qual um Vergílio piracicabano, para lances muito eloqüentes da poesia rural. Mas, poeta autêntico, por sua formação e pelas circunstâncias de sua vida, mostra-se, a um só tempo, “rurbano” ou urbano, com dimensão de universalidade . “Social pelos pés, pássaro universal pelo pensamento”, dizia de si próprio o poeta Cassiano Ricardo (l895- 1974) e o poeta alemão Goethe declarou (nisso antecipando o espanhol Ortega y Gasset) que toda poesia é circunstancial”, segundo pensou e fazia.
Que a cidade, a nossa terra-mater Piracicaba, com tantos atributos da natureza, por decisão muito feliz da Providência, ofereça a Lino Vitti razões de muita alegria, mas, também , uma (por vezes) pungência no coração, de modo algum nos estranha de que toda a Beleza em si é triste, não é triste em si, mas pelo que nela há de precariedade e incerteza” como asseverou Manoel Bandeira (l886 –1968) e como sentimos todos os poetas dos quadrantes do mundo.
Justo é (e certíssimo) que Lino Vitti, no campo, louve a cidade : na cidade, celebre sua etiologia rural. Que assim, para nossa alegria, e a dele, Lino se aproxima do poeta mais santo e do mais santo dos poetas São Francisco d`Assis (1182 – 1226), louvando como o Poverello, toda as criaturas e o Criador, numa perfeita esferecidade do “Cântico di Fiesta Sole”, pois que o Bem Supremo é de, sua essência trinitária, expansivo. E, criado o mundo, “viu que tudo era bom”.
A poesia de Lino Vitti, com o traço unificado de sua arte poética, tem traços nítidos de superior Ecologia, defensor que é, das excelências da natureza e do homem, provindos da Suprema Beleza do Criador.
A par de sua inquestionável vocação (como um dom) o que torna ainda mais respeitável a Poesia, nas mãos e na voz (sagazes) de Lino Vitti é o perfeito domínio das palavras, que tornam humanamente excelentes os sons e os ruídos da fala humana na Poesia, supremo uso da Arte, que só admite calar-se e silenciar diante da “transumana” celebração da Mística, que silencia, não em virtude da carência da Infância, mas pela superabundância do destino humano, que para Dante Alighieri (1265 – 1321)- para mim o maior poeta que, até agora, o mundo pôde ouvir - consiste num “transumanare”, um ascender até “L`Amor che move il sole e le alte stelle”.
Lino Vitti, com sua prática artística, conferiu à Poesia Piracicabana um inegável atestado de maioridade. Que os piracicabanos ( por nascimento ou por adoção) saibam agradecer-lhe o dom de uma vocação poética generosa e eficaz, que, como é da essência da Arte da palavra, e da transitividade conatural a ela, busque a perfeição do produzido, como sabe faze-lo mestre Lino Vitti.
O quanto aprendi, praticando a palavra poética, e quase , provocação de crítico literário e por vocação Universitária, ensinando, humildemente, aos alunos quero pôr, neste singelo e autêntico reconhecimento, o valor da Poesia de meu conterrâneo Lino Vitti. E isso, independente da amizade que sempre nos uniu, mas com o rigor, objetivo de um crítico literário, quanto possível objetivo e lúcido.
A Lino Vitti, os louvores devidos e o abraço amigo de “ un hombre humilde y errante”, que na prática comum que me permite conhecer de Poesia, se faz seu conterrâneo e seu confrade, António Lázaro de Almeida Prado, da Academia Piracicabana de Letras e Professor Emérito da UNEEP = CAMPUS DE Assis. (Assis, 6/VII/2006).

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Soneto premiado na Itália

DESPEDIDA

(Premiada em 2º lugar em concurso da Itália)
Lino Vitti*

Quando entardece a vida e um sol pobre e enfermiço
diz adeuses ao sonho e aos encantos do amor,
eu me ponho a chorar (chorar por causa disso?)
porque as sombras já vêm, põe-se em fuga o calor.

Onde está tudo quanto, envolvido em feitiço,
foi um tesouro imenso espargindo luzor?
O passado interrogo e as saudades atiço,
tudo em vão...tudo em vão...Vem da noite o pavor!

Tarde minha que vens, frigidamente triste,
és, suponho, e talvez, gesto de despedida,
um anseio final que ainda em mim persiste.

Eu sei que levas junto, inteira, a minha vida,
és dolorido adeus a que ninguém resiste,
és despedida, sim... Então, adeus, querida!

quarta-feira, 1 de junho de 2011

PRATO DO DIA e etc

Lino Vitti
(O brilhante advogado dr. Olênio Sacconi, que é escritor e colaborador dos jornais da terra, em artigo publicado no JP, fez referências elogiosas às minhas crônicas naquele jornal publicadas, às quais respondi com o trabalho que segue:)

“Mexeram comigo, com a minha sensibilidade, com a minha mania escrevinhante, com meu passado jornalístico, com a minha saudade. Há de se entender portanto que me vejo na contingência inarredável de responder, ou melhor acrescentar algumas palavras ao trabalho do escritor, jurista e articulista exímio, dr. Olênio Sacconi, autor dessa coisa recordativa, na página 2 do JP, da edição de domingo, dia 6.
O estimadíssimo colaborador cometeu o crime de chacoalhar o ontem e mencionar-me como autor por muitos anos de uma crônica, de invenção de Losso Netto, redação, inicialmente, de Nelson Barreiro, saudoso Tuca, e continuada anos a dentro por mim que, com honra e felicidade, tentei substituir o querido editor da página policial do JP.
Dos meus 25 anos de Redator do Jornal de Piracicaba, a responsabilidade da crônica O Prato do Dia, foram os melhores, pois tinha certeza inconteste de que era lido, apreciado, comentado e guardado na memória pela legião de leitores, de modo especial, pelo incentivo do Diretor Losso Netto que, diariamente - me confidenciou certa vez - lia em primeiro lugar, antes mesmo dos próprios editoriais, a saudosa crônica. Isso, Sacconi amigo, que deve ter herdado as qualidades articulísticas do progenitor Eugênio, é o que foi você mexer, trazendo à tona dos tempos uma tempestade de emoções e recordações. Não sei se devo lhe agradecer ou puxar as orelhas, pois a saudade, dizem os caboclos, mata e eu não sei me defender das lancetadas dessa coisa que só tem nome em nosso idioma.
Vou acrescentar, ou melhor, repetir nestas linhas, o que aconteceu depois da morte tristonha do “Prato do Dia”. Muitos leitores conhecidos e desconhecidos por mim, depois de l5 ou mais anos da extinção da crônica me encontravam na rua, em consultórios, em atos cívicos ou religiosos, em reuniões de toda sorte, e ao me saberem autor da inesquecível crônica, se achegavam e, como que a exigir, perguntavam: “Seu Vitti por que acabou o Prato do Dia?”. “Seu Vitti, quando vai voltar o Prato do Dia? “Como gostava do “O Prato do Dia”. E por aí, num desfile de manifestações de velhos leitores do JP.
Afinal de que tratava esse tal de Prato do Dia: De tudo e de todos. De todos os assuntos do dia-a-dia. Da vida e da morte, do Bem e do Mal, das alegrias e tristezas, do silêncio e dos rumores, da natureza e do homem, de cultura, de poesia, de história, de tudo quanto acontecia no perpassar dos dias de uma cidade e dos sempre esquecidos homens e amores do campo. Era assim como uma imensa câmera cinematográfica, filmando tudo quanto pudesse ocorrer à vista do redator da crônica.
Poetas, cronistas, jornalistas, escritores e todos quantos lidam com as maravilhas da escrita, sentem-se felizes quando recebem de leitores manifestações como as que deixei acima. Não é assim, nobre Olênio Sacconi? Por isso, obrigadão pelas saudosas referências, pois sei que lia O Prato do Dia. E que maior honra do que ter um brilhante e valoroso escritor e advogado como leitor e nobre crítico?

PRÍNCIPE DOS POETAS DE PIRACICABA

CURRICULUM VITAE
( Síntese de Vida)
NOME – Lino Vitti
IDADE – 08/02/1920
ESTADO CIVIL – Casado, em únicas núpcias, há 56 anos, com a Professora Dorayrthes Silber Schmidt Vitti
FILIAÇÃO – José e Angelina Vitti
NATURALIDADE – Piracicaba, Estado de São Paulo –Brasil
Bairro Santana , Distrito de Vila Rezende
VIDA FAMILIAR
Casamento Civil e Religioso em comunhão de bens, Pai de sete filhos: Ângela Antónia, Dorinha Miriam, Rosa Maria, Fabíola , Lina, Rita de Cássia, Eustáquio.
VIDA PROFISSIONAL
Aposentado como Diretor Administrativo da Câmara de Vereadores de Piracicaba, e como Redator do “Jornal de Piracicaba”. Exerceu atividades no comércio, no Magistério, na lavoura até os l3 anos, na municipalidade local, como bibliotecário, lançador de impostos, protocolista, Secretário Municipal.

VIDA CULTURAL
ESCOLA PRIMÁRIA –
Grupo Escolar “Dr. Samuel de Castro Neves”, Santana, seminarista vocacional ao sacerdócio por seis anos, no Colégio Santa Cruz, da cidade de Rio Claro (SP), onde cursou humanidades, línguas, religião, ciências, matemáticas, música.
CURSOS –
Formou-se Técnico em Contabilidade, lecionou latim, francês, datilografia.

VIDA RELIGIOSA
Católico, Apostólico, Romano, fez curso de religião em seminário dos Padres Estigmatinos, foi organista da Catedral e da Igreja de São Benedito, de Piracicaba, e Congregado Mariano.
VIDA LITERÁRIA
Bafejado por ensinamentos de sábios sacerdotes em colégio de formação religiosa, recebeu extraordinário acervo literário que lhe propiciou enveredar pelo caminho da poesia, da crônica, dos contos, do jornalismo, havendo editado de l959 a 200l sete livros de poesias e contos, com edições em milheiros de volumes, os quais estão aí para satisfazer o gosto daqueles que apreciam a arte literária.
São seus livros : “Abre-te, Sésamo”, l959; “Alma Desnuda”, l988; “A Piracicaba, Minha Terra”, l99l; “Sinfonia Poética”, de parceria com o poeta Frei Timóteo de Porangaba; “Plantando Contos, Colhendo Rimas”, l992; “Sonetos Mais Amados”, l996 e “Antes que as Estrelas brilhem”, 200l. O poeta conta ainda com o prazer de haver composto hinos para diversos municípios, bairros rurais, entidades sociais diversas, continuando a colaborar ainda, após os 83 anos em colunas literárias e com artigos de ordem geral em jornais da terra.
Faz parte da Academia Piracicabana de Letras que lhe outorgou o título honorífico de “PRÍNCIPE DOS POETAS DE PIRACICABA’.
Foi-lhe concedida Pelo Município de Piracicaba, através de sua Secretaria da Ação Cultural, a MEDALHA DE MÉRITO CULTURAL, “ Prof. OLÊNIO DE ARRUDA VEIGA’; é detentor do TROFÉU IMPRENSA, concedido pelo Lions Clube de Piracicaba, centro, e da MEDALHA ITALIANA, concedida pelo governo italiano de Benito Mussolini aos alunos de escolas e seminários de origem daquele país que tivessem se destacado em redação de trabalhos literários escritos na língua de Dante.
O Município de Saltinho, para o qual contribuiu com o Hino dessa comunidade municipal , conferiu-lhe o título de “Cidadão Saltinhense”.

DISCURSO

Por ocasião do lançamento do livro de poesias “Antes que as estrelas brilhem “, pelo poeta Lino Vitti foi proferido o seguinte discursos:

Exmo. Sr. Heitor Gauadenci Jr. dd Secretário da Ação Cultural

Exmo. sr. António Osvaldo Storel. dd. Presidente da Câmara de

Vereadores de Piracicaba

Exmo.sr. Moacyr Camponez do Brasil Sobrinho, dd. Presidente do Instituto Histórico e Geográfico

Exmo,. sr. Henrique Cocenza, dd. Presidente da Academia Piracicabana de Letras

Exmo.. Sr. Ésio Pezzato , anfitrião desta solenidade

Senhoras e Senhores

Pela sétima vez (graças a Deus) em minha vida lítero-poética vejo-me guindado a uma tribuna improvisada (o que é bom porque torna o fato mais popular), para proferir um discurso de agradecimento, ao lado da oferta de um novo livro de versos. É teimosia essa de poetas em desovar sua produção para que mais gente participe de suas tiradas, muitas vezes fora de forma e de ambiente, mas que o poeta não vê porque , ao editar um novo livro está cego pela emoção , como se fosse a vez primeira. Está aí o Ésio Pezzato, responsável por mais esta minha invasão no mundo das letras poéticas, para dizer se não é assim. Para dizer se não sofre também dessa doença feliz de editar livros e mais livros a ponto de perder a conta, já que a esta altura ele não sabe se já está no décimo ou décimo primeiro. E ainda continua batendo dedos de métrica, sabemos lá por quantos anos ainda !

Tenho um ex-colega de seminário, prof. Hildebrando André, aposentado como professor universitário e com o qual mantenho longa e pródiga correspondência, que não se cansa de enaltecer a felicidade de Piracicaba contar com tantos poetas e poetisas. Tem razão ele, pois se apenas dois deles já conseguiram editar l8 livros de poesia, imagine-se as centenas que seriam necessárias para dar um pouco de vazão a essa raridade intelectual que toma conta da minha terra!

Este meu livro vem à lume por obra e arte do prefeito José Machado , seu Secretário da Ação Cultural e de seu zeloso servidor Ésio Pezzato que se entusiasmaram diante da recitação de diversos poemas meus por um grupo de jograis, alunos da UNIMEP, e impressionados decidiram patrocinar a publicação deste livro, pois entenderam que Piracicaba poética merecia conhecer em mais profundidade o seu príncipe da poesia. E aí está, lindo e impecável, entregue às mãos do povo de Piracicaba, que indistintamente de cor, estudos, intelectualização , posses financeiras, categoria de trabalho, com religião ou agnóstico, jovem ou adulto, roceiro ou citadino, aí está, para quiçá, momentos de lazer e sonho. Sonho , sim, porque a poesia é terrivelmente sonhativa , vive no mundo da fantasia, alicerça-se nas bases da emoção e brota do âmago mais profundo do poeta, e para que as filhas de Eva não reclamem, da poetisa também.

Alguém me perguntará? Como é ser poeta? Juro, nunca pensei nisso. Acho que ninguém consegue ser poeta. Já é. Nasce feito, como dizem.

não é verdade Maria Cecilia, Ivana Maria, Ésio Pezzato , Prata Gregolim, Marina Rolim, Valter Vitti, Mario Pires, Saconi, e tutti quanti enfeitam com seus lindos versos as páginas do “ Jornal de Piracicaba, ou da “Tribuna Piracicabana , e assim também esse cacho imenso de livros poéticos que quase semanalmente são dados ao conhecimento e sentimento público de nossa terra ? Tornando-se um privilégio de uma cidade, como disse alhures o supra citado meu colega seminarístico Hildebrando André. ?

Não se suponha que para ser poeta é preciso ter nascido em berço de ouro ou em centros intelectuais de enorme repercussão. Nada disso. Tenho um soneto que define bem esse fato. É assim: “Eu não sou o poeta dos salões / de ondeante, basta e negra cabeleira] não me hás de ver nos olhos alusões / de vigílias, de dor e de canseiras. // Não trago o pensamento em convulsões,/ de candentes imagens, a fogueira. / não sou o gênio que talvez supões/ e não levo acadêmica bandeira.// Distribuo os meus versos em moedas/ que pouco a pouco na tua alma hospedas / - raros , como as esmolas de quem passa. / Mas hei de me sentir feliz um dia/ quando vier alguém render-me graça/ por o fazer ricaço de poesia. // “ . Poetas e poetisas saem do nada , devem trazer o selo ou o bilhete de entrada nesse reino encantado desde o útero materno, embora ouse eu afirmar que a vida é também uma grande mestra , as influências da mentalidade circunvizinha,

o próprio meio ambiente, podem , em circunstâncias outras , plasmar um poeta .

Eu fui plasmado , por exemplo, por entre maravilhas campestres. A roça ou o campo são fantásticos criadores de poesia. Ela anda atapetando por todos os cantos a natureza, as gentes, os animais, os atos e fatos. e a cabeça daqueles com quem ela convive. E o poeta, criador por excelência, se abebera de todas as belezas esparsas pelas colinas, serras, vales e descampados , para transformar tudo em versos e rimas, ou em versos simplesmente, onde pululam , como cabritos silvestres, as figuras literárias, os tropos, as sínteses, as comparações, e todos os anseios que lhe vão no imo da alma. Para satisfação própria e para satisfação dos que convivem com o poeta. E´ por isso que se botardes olhos curiosos sobre meus poemas havereis de tropeçar a todo o momento com um motivo roceiro, pois trago uma alma plasmada pelas belezas rurais de Santana, Santa Olímpia , Fazenda Negri, e especialmente por aquela colina encimada ,no cocuruto, pelo prédio do grupo escolar, onde aprendi a ler e escrever e a poetar.

Peço desculpas por haver-me prolongado um pouco nestas elucubrações poéticas, desobedecendo aos conselhos do amigo Ésio que continua exigindo de mim discursos improvisados, o que seria tão para os ouvintes , que ansiosamente aguardam o momento de bater palmas acabando assim com a verborragia oratória.

Não posso entretanto encerrar esta breve alocução sem deixar consignados meus agradecimentos do fundo do coração ao prefeito José Machado ,ao seu Secretário da Ação Cultural Heitor Gaudenci Junior, ao seu sub-secretário poeta Ésio Pezzato, ao prefaciador Moacyr de Oliveira Camponez do Brasil sobrinho, aos queridos opinadores Maria Cecília Bonachella, Maria Ivana França de Negri, exímias poetisas, prof. Elias Salum e a minha filha Universitária Fabíola Vitti Moro, pela maravilhosa capa, Editores e toda equipe de funcionários , à minha esposa pela sugestão transmitida ao prefeito com relação ao advento desta obra, aos digitadores Nair , minha nora e neto Leonardo, e outros que possa ter esquecido, como é fácil em cachola idosa, - meus agradecimentos repito, pela reunião de esforços e trabalho que tornaram possível o advento de mais um livro de minha lavra.

Obrigado “ em geralmente” como dizem nossos cururueiros, aos que ilustraram com sua arte musical esta solenidade e assim também a todos quantos acharam um tempinho para vir prestigiar-me nesta tarefa de cultura e arte. Levem a certeza de que nada mais desejo do que engrandecer com minha poesia a terra que me viu nascer, a terra que me viu crescer, a terra que me proporcionou oportunidade para chegar a um cargo tão nobre quão dignificante de “Príncipe dos Poetas de Piracicaba”

Meu carinhoso obrigado também aos meios de comunicação, de modo especial “Jornal de Piracicaba”, na pessoa de seu Editor Chefe Joacyr Cury , de “A Tribuna Piracicabana”, na de seu diretor Evaldo Vicente, pela divulgação caprichosa deste evento que afinal nada mais é do que mais uma demonstração da exuberância cultural da Noiva da Colina.

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