Lino Vitti - Príncipe dos Poetas Piracicabanos

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O Príncipe e sua esposa, professora Dorayrthes S. S. Vitti

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domingo, 23 de maio de 2010

Caprichos da Vida - Conto


CAPRICHOS DA VIDA
Lino Vitti

Ao longo daquele trecho de rua, quase central, a casinha de Zé Minguante assumia
antes o aspecto de casebre. Tão granfinos eram os edifícios de um e de outro lado
erguidos, galgando o espaço, que davam a impressão de se estarem acotovelando para
espiar lá embaixo a humildade da casinhola. Explico as razões do "Minguante". Não era
sobrenome, mas apelido vindo desde a infância, sugerido pela sua extrema pequenez, que,
agora, com a velhice, quase poderia ser classificado entre a família dos anões. É um
divertimento esse do acúmulo dos anos em apequenar as pessoas, certo pelo peso de serem
muitos, acontecendo com o Zé Minguante, nesse particular, o mesmo que acontecia com
sua casinha em relação aos sobrados vizinhos; ambos, casa e proprietário, sentiam-se
asfixiados: um pelo peso dos dias, outro pelo concreto circunvizinho. E toda essa massa,
equilibrada na rigidez arquitetônica das suas linhas, tinha um só dono: Gervásio Cabral,
Dr. Gervásio Cabral.
Bafejado que fora pelas graças da fortuna, esse personagem que se compraz em
dividir as posses a seu bel prazer, presenteando a uns em demasia, a outros comprazendo-se em ser sumamente mofina, - seu Cabral, Moloch de dinheiro, - foi devorando um a um, saboreando lentamente os pratos que a sorte lhe oferecia, todos os prédios daquele quarteirão, transformando-o no aglomerado de residências finas que, também, cautelosamente, ia se apoderando, em avalanche de pedra e cal, das construções vizinhas.
E, uma a uma, desapareciam desfeitas em cacos, mastigadas pelo mastim do progresso as casas acachapadas ao rez do chão. Alguém, porém, resistiu às mandíbulas do dragão: - Zé Minguante.
Não conseguiram arredá-lo de sua choupana as fabulosas ofertas de dr. Cabral. Não,
porque aquele pequeno amontoado de pedras, à feição de presepe entre os arranha-céus,
constituía legado de família, guardava em si o repositório histórico de seus antepassados, era, enfim, o único bem material que os anos não lhe puderam roubar. Além do mais,
servia de ninho aos seus: dona Cesarina, a mulher, e Jovita, a filha, alegria e razão de ser da sua vida.
- Como é, seu Zé, dou Cr$ 200.000,00, insistia o dr. Cabral. E propositadamente
quase lhe raspava o passeio da calçada com a Cadilac reluzente.
- Impossível, dr. Cabral, retrucava a humildade acanhada de Zé Minguante. Seria
vender o coração.
E a Cadilac sumia adiante, doida por aquele cantinho de chão, pois, o dr. Cabral, em
cujo cérebro fervilhava um grande plano industrial, a montagem de uma fábrica
gigantesca, ou cousa que o valha, tinha necessidade dele. Daquela nesguinha de espaço.
E monologava o espírito do homem: “Sujeito teimoso. Pago-lhe bem pago, e não
quer. Mais dias menos dias, boto-o a muque para fora daquela vergonha. Onde se viu
mesquinhez daquela a enfeiar todo o quarteirão”. Buzinava, quebrando a esquina.
Atrás, no entanto, Zé Minguante ficava meditando: “Arre, também, que isso é
demais. Tanta casa, tanto terreno, e ele aí a querer me alijar deste cantinho que é meu. E
prá ir aonde depois? Não. Nem por milhões”. Entrava soturno e pensativo. Lá dentro
vicejava a primavera na beleza e juventude da filha. Rescendia nos 17 anos. Era ela, a bem dizer, o sustentáculo da família. Tresdobrava-se a fim de garantir aos velhos pais alimento e roupa para o corpo; desfazia-se em sorrisos e carinhos, para atenuar-lhes a amargura dos últimos dias.
Entretanto, Jovita era carne e osso. Apesar de uma alma imensa habitar-lhe o corpo,
sentia também o império da mocidade a sacudir-lhe os instintos. Amava. Mas o amor de
Jovita, pelo seu objeto, revestia-se da condição da impossibilidade. Porque o seu príncipe encantado era, nada mais, nada menos, do que o Cabralzinho, filho do dr. Cabral.
Leitor, ou leitora, aí está mais uma artimanha da vida, mais uma forma de que é
pródiga, para espezinhar o ser ou seres humanos. Por que haveria ela, dona dessa imensa sementeira do amor, botar a migalha de uma de suas sementezinhas no coração de Jovita?
Por que?Não sabia acaso a dona vida, que haveria de surgir a ave má do impossível para querer beliscar o rebento da semente mal tentasse romper o solo em que fora lançada? Se o sabia ou não, é difícil dizêrmo-lo, o certo, contudo é que a vida doidivana achou de brincar com o coração do dr. Cabralzinho e lá também enterrou a sementinha fatal. E ali enraizou, cresceu, frondejou e, resultado lógico, passou a namorar Jovita. Amam-se, agora, apesar da divergência e diversidade de classe social, consideradas, por muitos, entrave insuperável para o casamento. Amam-se, porque a mocidade não vê empecilhos ao amor que floresce em seu coração. Infelizmente, porém, nem sempre é fácil. De contínuo esbarra em milhares de tropeços, distendem-se-lhe à frente incontáveis e imprevistas peias, detém-no, travam-no, ameaçam-no, matam-no, muitas vezes.
E qual seria a sorte daquele que apenas desabrochava esperançoso nos dois jovens enamorados? Frutificará? Ou não?
****
Os meses se escoaram. Jovita e o filho do milionário entendiam-se às maravilhas,
forjando projetos, sonhando, furtando, às escondidas, da vida e dos pais, um pouco de
felicidade para a sua juventude. Doiravam castelos, construíam um mundo só para sí, para sua suposta eterna ventura.
Apesar do azul do céu, que os cobria, ao longe, como um ponto a princípio, crescendo ao depois, lenta e pronunciadamente, surgia uma nuvem negra, prenúncio de
tempestade. Que não tardou a chegar, toldar o céu, cair sobre aquele seu mundo em
bátegas vergastantes e tempestuosas. Era a oposição paterna que se fazia presente,
trovejando, esbravejando, derribando ao solo os castelos de ouro de seu amor.
- Como?! Então você, meu filho, (era o dr. Cabral que fuzilava), você a meter-se com
aquele caco de moça, você, multi-milionário, descer a tanto?! Francamente... meu filho,
francamente nego-o, nego-o, ouviste? Queres enlamear a estirpe? Ora, ora... essa é boa!...
Saia furibundo, para voltar logo mais com novas catilinárias sobre o rapaz.
De outro lado, Zé Minguante também esbravejava. Mas as bravatas deste eram, como
não podiam deixar de ser, humildes queixas:
- Jovita, minha filha, porque você fez isso? Não viu que era impossível? Nós somos
pobres, você bem sabe... Essa gente...
Não podia concluir porque o pranto da filha abafava qualquer argumento.
E assim, ao que parece, murchava e morria a linda roseira de sonhos que dona vida,
num de seus momentos de loucura, plantara naqueles corações.
Morria?
Não, não morria!
E não morria porque o espírito ultra-prático e capitalista do dr. Cabral vislumbrava
genialmente uma fresta, uma saída. Digamos, comparando: Cabral despejava sobre a
roseira emurchecida um eflúvio refrescante, o orvalho rejuvenescedor de interesse próprio.
Ora, tão fácil! Como é que não lhe bacorejara no bestunto a mais tempo solução tão a
jeito?...
- Que se amassem, os louquinhos, que se amassem, vá. Mas, (aqui a genial ideia) com
a condição, sine que non, de se pôr abaixo o casebre teimoso. Era o sumo de ocasião: ou
agora, ou nunca. Entre a espada de sua imposição e a parede da felicidade da filha, Zé
Minguante, desta feita, cederia...
E um sorriso sarcástico de vitória lhe vincou de leve a boca burguesa.
****
Foi num misto de espanto, de ódio e de temor, que a notícia estourou lá pelos arraiais
pacíficos de Zé Minguante. Assombro, pelo imprevisto de que se revestiam os
acontecimentos, em face da hipótese armada pelo Cabral: ódio, contra a forma impositiva de que se revestia a solução proposta pelo doutor; aproveitando-se de sua pobreza e da falta de armas iguais para combater; temor, pelas consequências que adviriam, quer aceitando, quer negando as exigências do capitalista.
Este, saboreando charutos, bestificado; estirado sobre um sofá, aguardava, não com
impaciência, mas com laivos de perversa superioridade o resultado da luta em que, a estas horas, se debatiam pai e filha: Zê Minguante e Jovita, ambos coração imenso, disputavam a palma do sacrifício. De um lado, a renúncia ao amor, todo sonhos e primaveras; de outro, a renúncia daquela nesga de chão, daquele amontoado de tijolos humildes, é verdade, mas que representavam para o seu dono, um pedaço de sua própria vida, um naco de sua própria carne. Na íntima arena de Jovita, sobre o tablado de sua luta interior, defrontavam-se - exímios lutadores - o amor filial e o amor ao seu príncipe. Travavam grandiosos duelos, esmurravam-se um ao outro, com intensidade e afã, cada qual tentando curvar a seu favor a vitória.
No coração de Zé Minguante não menor, nem menos intensa ia a batalha. Se adorava
a filha, se valia o sacrifício para vê-la venturosa, o faria, sem dúvidas. Doía-lhe, porém,
como punhalada, a idéia de abandonar a sua casinha, a cuja sombra vivera toda uma
existência, despreocupada e quase feliz.
Bosquejamos assim, nas pinceladas precedentes, o estado de três almas, protagonistas
de um único drama humano, cujo epílogo, nem nós poderíamos prevê-lo e transmiti-lo a
quem nos seguiu os passos ao longo desta narrativa, não fosse a entrada em cena de outro ator, ou melhor de outra atriz, dessa trágica e derradeira personagem de todos os dramas e comédias da humanidade - a morte.
Gervásio Cabral, repentinamente, falecera. Eterna e ferrenha adversária da vida, a
magra colhera-o no exato momento em que aquela que ia propiciar quiçá uma das suas
mais árduas conquistas, pois, o poder do milionário, dono de arranha-céus, para quem tudo fôra fácil conseguir, esbarrara diante da resistência do minguado Zé Minguante.
Gervásio falecido, o herdeiro universal, Cabralzinho, entra na posse de tudo, manda
às favas as convenções e implicâncias paternas e apodera-se também, sem mais aquelas,
daquilo de que mais necessitava o seu coração: Jovita.
Casou e fez questão de que no registro legal do ato constasse: em regime de comunhão de bens, porque assim, pelo sim, pelo não, roubava do Zé Minguante a linda
Jovita, dando a esta em troca entretanto, a possibilidade de uma incomensurável fortuna e àquele, sogro agora, devolvia o sossego para os últimos dias de sua vida.
Sobretudo, aprendiam uns e outros, que tanto a vida como a morte, andam por aí, mundo a fora, a tecer e destecer dramas, e semear toda a sorte de imprevistos, bons e maus, para a pobre humanidade, trazendo-a, de contínuo, em justificados sobressaltos,
Ricos e pobres, Cabrais ou Zés Minguantes, Jovitas e Cabraizinhos, ninguém lhes escapa às tramas fatais.

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PRÍNCIPE DOS POETAS DE PIRACICABA

CURRICULUM VITAE
( Síntese de Vida)
NOME – Lino Vitti
IDADE – 08/02/1920
ESTADO CIVIL – Casado, em únicas núpcias, há 56 anos, com a Professora Dorayrthes Silber Schmidt Vitti
FILIAÇÃO – José e Angelina Vitti
NATURALIDADE – Piracicaba, Estado de São Paulo –Brasil
Bairro Santana , Distrito de Vila Rezende
VIDA FAMILIAR
Casamento Civil e Religioso em comunhão de bens, Pai de sete filhos: Ângela Antónia, Dorinha Miriam, Rosa Maria, Fabíola , Lina, Rita de Cássia, Eustáquio.
VIDA PROFISSIONAL
Aposentado como Diretor Administrativo da Câmara de Vereadores de Piracicaba, e como Redator do “Jornal de Piracicaba”. Exerceu atividades no comércio, no Magistério, na lavoura até os l3 anos, na municipalidade local, como bibliotecário, lançador de impostos, protocolista, Secretário Municipal.

VIDA CULTURAL
ESCOLA PRIMÁRIA –
Grupo Escolar “Dr. Samuel de Castro Neves”, Santana, seminarista vocacional ao sacerdócio por seis anos, no Colégio Santa Cruz, da cidade de Rio Claro (SP), onde cursou humanidades, línguas, religião, ciências, matemáticas, música.
CURSOS –
Formou-se Técnico em Contabilidade, lecionou latim, francês, datilografia.

VIDA RELIGIOSA
Católico, Apostólico, Romano, fez curso de religião em seminário dos Padres Estigmatinos, foi organista da Catedral e da Igreja de São Benedito, de Piracicaba, e Congregado Mariano.
VIDA LITERÁRIA
Bafejado por ensinamentos de sábios sacerdotes em colégio de formação religiosa, recebeu extraordinário acervo literário que lhe propiciou enveredar pelo caminho da poesia, da crônica, dos contos, do jornalismo, havendo editado de l959 a 200l sete livros de poesias e contos, com edições em milheiros de volumes, os quais estão aí para satisfazer o gosto daqueles que apreciam a arte literária.
São seus livros : “Abre-te, Sésamo”, l959; “Alma Desnuda”, l988; “A Piracicaba, Minha Terra”, l99l; “Sinfonia Poética”, de parceria com o poeta Frei Timóteo de Porangaba; “Plantando Contos, Colhendo Rimas”, l992; “Sonetos Mais Amados”, l996 e “Antes que as Estrelas brilhem”, 200l. O poeta conta ainda com o prazer de haver composto hinos para diversos municípios, bairros rurais, entidades sociais diversas, continuando a colaborar ainda, após os 83 anos em colunas literárias e com artigos de ordem geral em jornais da terra.
Faz parte da Academia Piracicabana de Letras que lhe outorgou o título honorífico de “PRÍNCIPE DOS POETAS DE PIRACICABA’.
Foi-lhe concedida Pelo Município de Piracicaba, através de sua Secretaria da Ação Cultural, a MEDALHA DE MÉRITO CULTURAL, “ Prof. OLÊNIO DE ARRUDA VEIGA’; é detentor do TROFÉU IMPRENSA, concedido pelo Lions Clube de Piracicaba, centro, e da MEDALHA ITALIANA, concedida pelo governo italiano de Benito Mussolini aos alunos de escolas e seminários de origem daquele país que tivessem se destacado em redação de trabalhos literários escritos na língua de Dante.
O Município de Saltinho, para o qual contribuiu com o Hino dessa comunidade municipal , conferiu-lhe o título de “Cidadão Saltinhense”.

DISCURSO

Por ocasião do lançamento do livro de poesias “Antes que as estrelas brilhem “, pelo poeta Lino Vitti foi proferido o seguinte discursos:

Exmo. Sr. Heitor Gauadenci Jr. dd Secretário da Ação Cultural

Exmo. sr. António Osvaldo Storel. dd. Presidente da Câmara de

Vereadores de Piracicaba

Exmo.sr. Moacyr Camponez do Brasil Sobrinho, dd. Presidente do Instituto Histórico e Geográfico

Exmo,. sr. Henrique Cocenza, dd. Presidente da Academia Piracicabana de Letras

Exmo.. Sr. Ésio Pezzato , anfitrião desta solenidade

Senhoras e Senhores

Pela sétima vez (graças a Deus) em minha vida lítero-poética vejo-me guindado a uma tribuna improvisada (o que é bom porque torna o fato mais popular), para proferir um discurso de agradecimento, ao lado da oferta de um novo livro de versos. É teimosia essa de poetas em desovar sua produção para que mais gente participe de suas tiradas, muitas vezes fora de forma e de ambiente, mas que o poeta não vê porque , ao editar um novo livro está cego pela emoção , como se fosse a vez primeira. Está aí o Ésio Pezzato, responsável por mais esta minha invasão no mundo das letras poéticas, para dizer se não é assim. Para dizer se não sofre também dessa doença feliz de editar livros e mais livros a ponto de perder a conta, já que a esta altura ele não sabe se já está no décimo ou décimo primeiro. E ainda continua batendo dedos de métrica, sabemos lá por quantos anos ainda !

Tenho um ex-colega de seminário, prof. Hildebrando André, aposentado como professor universitário e com o qual mantenho longa e pródiga correspondência, que não se cansa de enaltecer a felicidade de Piracicaba contar com tantos poetas e poetisas. Tem razão ele, pois se apenas dois deles já conseguiram editar l8 livros de poesia, imagine-se as centenas que seriam necessárias para dar um pouco de vazão a essa raridade intelectual que toma conta da minha terra!

Este meu livro vem à lume por obra e arte do prefeito José Machado , seu Secretário da Ação Cultural e de seu zeloso servidor Ésio Pezzato que se entusiasmaram diante da recitação de diversos poemas meus por um grupo de jograis, alunos da UNIMEP, e impressionados decidiram patrocinar a publicação deste livro, pois entenderam que Piracicaba poética merecia conhecer em mais profundidade o seu príncipe da poesia. E aí está, lindo e impecável, entregue às mãos do povo de Piracicaba, que indistintamente de cor, estudos, intelectualização , posses financeiras, categoria de trabalho, com religião ou agnóstico, jovem ou adulto, roceiro ou citadino, aí está, para quiçá, momentos de lazer e sonho. Sonho , sim, porque a poesia é terrivelmente sonhativa , vive no mundo da fantasia, alicerça-se nas bases da emoção e brota do âmago mais profundo do poeta, e para que as filhas de Eva não reclamem, da poetisa também.

Alguém me perguntará? Como é ser poeta? Juro, nunca pensei nisso. Acho que ninguém consegue ser poeta. Já é. Nasce feito, como dizem.

não é verdade Maria Cecilia, Ivana Maria, Ésio Pezzato , Prata Gregolim, Marina Rolim, Valter Vitti, Mario Pires, Saconi, e tutti quanti enfeitam com seus lindos versos as páginas do “ Jornal de Piracicaba, ou da “Tribuna Piracicabana , e assim também esse cacho imenso de livros poéticos que quase semanalmente são dados ao conhecimento e sentimento público de nossa terra ? Tornando-se um privilégio de uma cidade, como disse alhures o supra citado meu colega seminarístico Hildebrando André. ?

Não se suponha que para ser poeta é preciso ter nascido em berço de ouro ou em centros intelectuais de enorme repercussão. Nada disso. Tenho um soneto que define bem esse fato. É assim: “Eu não sou o poeta dos salões / de ondeante, basta e negra cabeleira] não me hás de ver nos olhos alusões / de vigílias, de dor e de canseiras. // Não trago o pensamento em convulsões,/ de candentes imagens, a fogueira. / não sou o gênio que talvez supões/ e não levo acadêmica bandeira.// Distribuo os meus versos em moedas/ que pouco a pouco na tua alma hospedas / - raros , como as esmolas de quem passa. / Mas hei de me sentir feliz um dia/ quando vier alguém render-me graça/ por o fazer ricaço de poesia. // “ . Poetas e poetisas saem do nada , devem trazer o selo ou o bilhete de entrada nesse reino encantado desde o útero materno, embora ouse eu afirmar que a vida é também uma grande mestra , as influências da mentalidade circunvizinha,

o próprio meio ambiente, podem , em circunstâncias outras , plasmar um poeta .

Eu fui plasmado , por exemplo, por entre maravilhas campestres. A roça ou o campo são fantásticos criadores de poesia. Ela anda atapetando por todos os cantos a natureza, as gentes, os animais, os atos e fatos. e a cabeça daqueles com quem ela convive. E o poeta, criador por excelência, se abebera de todas as belezas esparsas pelas colinas, serras, vales e descampados , para transformar tudo em versos e rimas, ou em versos simplesmente, onde pululam , como cabritos silvestres, as figuras literárias, os tropos, as sínteses, as comparações, e todos os anseios que lhe vão no imo da alma. Para satisfação própria e para satisfação dos que convivem com o poeta. E´ por isso que se botardes olhos curiosos sobre meus poemas havereis de tropeçar a todo o momento com um motivo roceiro, pois trago uma alma plasmada pelas belezas rurais de Santana, Santa Olímpia , Fazenda Negri, e especialmente por aquela colina encimada ,no cocuruto, pelo prédio do grupo escolar, onde aprendi a ler e escrever e a poetar.

Peço desculpas por haver-me prolongado um pouco nestas elucubrações poéticas, desobedecendo aos conselhos do amigo Ésio que continua exigindo de mim discursos improvisados, o que seria tão para os ouvintes , que ansiosamente aguardam o momento de bater palmas acabando assim com a verborragia oratória.

Não posso entretanto encerrar esta breve alocução sem deixar consignados meus agradecimentos do fundo do coração ao prefeito José Machado ,ao seu Secretário da Ação Cultural Heitor Gaudenci Junior, ao seu sub-secretário poeta Ésio Pezzato, ao prefaciador Moacyr de Oliveira Camponez do Brasil sobrinho, aos queridos opinadores Maria Cecília Bonachella, Maria Ivana França de Negri, exímias poetisas, prof. Elias Salum e a minha filha Universitária Fabíola Vitti Moro, pela maravilhosa capa, Editores e toda equipe de funcionários , à minha esposa pela sugestão transmitida ao prefeito com relação ao advento desta obra, aos digitadores Nair , minha nora e neto Leonardo, e outros que possa ter esquecido, como é fácil em cachola idosa, - meus agradecimentos repito, pela reunião de esforços e trabalho que tornaram possível o advento de mais um livro de minha lavra.

Obrigado “ em geralmente” como dizem nossos cururueiros, aos que ilustraram com sua arte musical esta solenidade e assim também a todos quantos acharam um tempinho para vir prestigiar-me nesta tarefa de cultura e arte. Levem a certeza de que nada mais desejo do que engrandecer com minha poesia a terra que me viu nascer, a terra que me viu crescer, a terra que me proporcionou oportunidade para chegar a um cargo tão nobre quão dignificante de “Príncipe dos Poetas de Piracicaba”

Meu carinhoso obrigado também aos meios de comunicação, de modo especial “Jornal de Piracicaba”, na pessoa de seu Editor Chefe Joacyr Cury , de “A Tribuna Piracicabana”, na de seu diretor Evaldo Vicente, pela divulgação caprichosa deste evento que afinal nada mais é do que mais uma demonstração da exuberância cultural da Noiva da Colina.

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