Lino Vitti - Príncipe dos Poetas Piracicabanos

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quarta-feira, 7 de abril de 2010

A PIRACICABA, MINHA TERRA - Em disparada


“EM DISPARADA”
(Cap. XXXVII)
Lino Vitti

E como, meu leitor, o poema vai longo
e já merecedor de buzinada ou gongo
correrei tal qual fez o nobre historiador.
Escreverei que foi o século tão cheio
de vitórias totais que fico com receio
de deixar para trás adventos de valor.
Não direi que houve até turismo gatinhando,
novas escolas vêm às outras se juntando,
empresas comerciais em profusão gostosa.
E nem revelarei que o correio chegara
qual coisa necessária e extremamente rara
já que a correspondência era bem numerosa.
Calarei, por respeito, a vinda da cadeia
que falar de prisão eu acho coisa feia
Vez que a todos o crime entristece e anuvia.
Deixarei de escrever sobre templos e igrejas,
nem preciso dizer das coisas benfazejas
plantadores que são da fé que salva e cria.
Nem descrever preciso a chegada da imprensa
tão gloriosa e imortal eu lhe vejo a presença,
tão fantástica eu vejo a história dos jornais.
A imprensa a história faz, seja bela ou sinistra,
é a imprensa a vigilar que tudo nos registra
e lega e imortaliza os fatos atuais.
Deixo aqui, como prova especial de respeito,
aos jornais desta terra o mais profundo preito
de amor, de gratidão, de amizade e carinho.
Para quem nela crê, para quem nela lida,
a imprensa é qual banquete, é célica comida,
atraente e teimosa, igual bacante vinho.
Envolto nessa teia iluminada e viva
o jornalista tem na imprensa a alma cativa,
tem manhas divinais do polvo de GIILIAT. (Vitor Hugo)
E quanto mais o suga e quanto mais o fere
a vítima se agarra e mais profundo adere
e nunca mais, a imprensa, o pobre deixará.

O gênio que a inventou e que hoje ainda se ergue
nas luzes do passado - o imortal Gutemberg -
reverencio agora e lhe rendo a homenagem.
Que receba de nós - gerações que caminham -
que ao longo do viver as forças não definham
dizendo-lhe que a imprensa é doce vassalagem.
Dizendo-lhe que ela é qual ave peregrina
- condor que o ninho fez no topo da colina -
onde Piracicaba ergueu-se e prosperou.
O “Jornal”, o “Diário”, a “Tribuna”, trindade
Para mostrar ao mundo, à plena saciedade,
Que a imprensa aqui floresce e aqui se alcandorou.
Foi ela, unida à Escola em sólida simbiose,
Dos tempos através que nos deu farta dose
De poetas gentis, de gentis escritores,
Jogando com a rima em folguedos diversos,
Da poesia tecendo os colares de versos,
Brinquedos de cristal de jovens sonhadores.
Na cidade se canta em líricos poemas,
O roceiro compõem em versos seus dilemas
Temperando de amor trovas sentimentais.
É pródiga, auroral, dos livros a colheita
Dando a impressão que em cada esquina nos espreita
Um poeta a compor sonetos tropicais.
Não falta nesse rol de amantes da poesia
a seresta com toda a sua fantasia,
com violas e violões, pandeiros e violinos.
Romântico, o luar, se põe a ouvir de cima
a terrestre canção onde floresce a rima
em versos a chorar impossíveis destinos.
Novidade a seguir os ventos do progresso
da seresta, depois, se deu brilhante ingresso
com todo seu cartaz, a banda musical.
Foi concretização de um intenso desejo.
foi festa a não poder, foi o maior ensejo
de propiciar ao povo um grande festival.
E, a tempo, ainda chega a ferrovia, a linha,
a Maria-fumaça impôs-se qual rainha,
com gare, a demonstrar alcantilado status.
E a cada vir de trem os ares apitavam,
cada vez de partir as caldeiras bufavam
reboando muito além nos recantos pacatos.

O povaréu vibrava em sibilantes gritos,
o vapor estrilante assobiava apitos
e o ferro contra ferro era um surdo rumor.
O piracicabano engolfou-se em viagens
para outros centros ia atolado em bagagens,
querendo conhecer o mundo com furor.
Única mancha negra a envergonhar-nos era
a escravatura atroz em compasso de espera
pois liberdade havia lampejando ao redor.
Depois de tantos choro e lágrimas frementes
floriram, certo dia, as risonhas sementes,
a escravidão sorriu em lídimo esplendor.
O escravo viu cair as terríveis argolas
e pôde freqüentar as públicas escolas,
tomar-se cidadão, viver a própria vida.
A esperança de ser afinal também livre,
de poder saborear a pinga com gengibre
concretizou-se enfim, em risos convertida.
“Ave, libertas” - viva a liberdade - disse
a “Gazeta” de então, expressa de meiguice,
com que o jornal saudou o fim da escravidão.
E o braço escravo foi nova força e potência,
melhora o trabalhar sem chula prepotência
do chicote feroz que brandia o patrão.
Depois da escravidão outra importante data
veio ferir do povo a quietude pacata,
mexer no sentimento e na vidinha pública.
A notícia festiva e altamente política
sem ter contestação, sem polêmica ou crítica,
foi a Proclamação da Primeira República.
E foi Piracicaba, exatamente a nossa
que já sentia em si rajadas dessa bossa
que cedeu o civil primeiro Presidente.
Os nossos cidadãos ciosos da liberdade,
puseram-se à vanguarda em favor da cidade
dando vazão à fé no governo nascente.
Gloriosa primazia e especial deferência,
Prudente de Moraes galgando a Presidência,
um filho cultural desta Piracicaba.
Honra insigne, decerto, a orgulhar este solo,
pois foi quem o embalou em seu cívico colo,
foi índio deste mato e pagé desta taba.

Não há como deixar neste curto resumo
cuja pobre autoria, ousadamente, assumo
o nome dos mortais ilustres desta história.
São muitos, grandes são, falta fôlego e engenho
para contar aqui o seu cívico empenho,
para um pouco mostrar de sua eterna glória.
Reporte-se o leitor ao Manual do mano
para certo saber o piracicabano
nome que dignifica o rol desses ilustres.
Política é uma escada arrojada e comprida,
esses homens talvez (a imagem não tem vida)
o mesmo apoio dão que à escada os balaustres.
Que glória para nós termo-los no Congresso
onde, só homens de bem deviam ter acesso!
Tivemo-los, eu sei, empenhados e justos.
Intendente, prefeito, alcaide, executivo
é tudo uma só coisa - o pensamento vivo,
o deflagrar de ideais valorosos e augustos.

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PRÍNCIPE DOS POETAS DE PIRACICABA

CURRICULUM VITAE
( Síntese de Vida)
NOME – Lino Vitti
IDADE – 08/02/1920
ESTADO CIVIL – Casado, em únicas núpcias, há 56 anos, com a Professora Dorayrthes Silber Schmidt Vitti
FILIAÇÃO – José e Angelina Vitti
NATURALIDADE – Piracicaba, Estado de São Paulo –Brasil
Bairro Santana , Distrito de Vila Rezende
VIDA FAMILIAR
Casamento Civil e Religioso em comunhão de bens, Pai de sete filhos: Ângela Antónia, Dorinha Miriam, Rosa Maria, Fabíola , Lina, Rita de Cássia, Eustáquio.
VIDA PROFISSIONAL
Aposentado como Diretor Administrativo da Câmara de Vereadores de Piracicaba, e como Redator do “Jornal de Piracicaba”. Exerceu atividades no comércio, no Magistério, na lavoura até os l3 anos, na municipalidade local, como bibliotecário, lançador de impostos, protocolista, Secretário Municipal.

VIDA CULTURAL
ESCOLA PRIMÁRIA –
Grupo Escolar “Dr. Samuel de Castro Neves”, Santana, seminarista vocacional ao sacerdócio por seis anos, no Colégio Santa Cruz, da cidade de Rio Claro (SP), onde cursou humanidades, línguas, religião, ciências, matemáticas, música.
CURSOS –
Formou-se Técnico em Contabilidade, lecionou latim, francês, datilografia.

VIDA RELIGIOSA
Católico, Apostólico, Romano, fez curso de religião em seminário dos Padres Estigmatinos, foi organista da Catedral e da Igreja de São Benedito, de Piracicaba, e Congregado Mariano.
VIDA LITERÁRIA
Bafejado por ensinamentos de sábios sacerdotes em colégio de formação religiosa, recebeu extraordinário acervo literário que lhe propiciou enveredar pelo caminho da poesia, da crônica, dos contos, do jornalismo, havendo editado de l959 a 200l sete livros de poesias e contos, com edições em milheiros de volumes, os quais estão aí para satisfazer o gosto daqueles que apreciam a arte literária.
São seus livros : “Abre-te, Sésamo”, l959; “Alma Desnuda”, l988; “A Piracicaba, Minha Terra”, l99l; “Sinfonia Poética”, de parceria com o poeta Frei Timóteo de Porangaba; “Plantando Contos, Colhendo Rimas”, l992; “Sonetos Mais Amados”, l996 e “Antes que as Estrelas brilhem”, 200l. O poeta conta ainda com o prazer de haver composto hinos para diversos municípios, bairros rurais, entidades sociais diversas, continuando a colaborar ainda, após os 83 anos em colunas literárias e com artigos de ordem geral em jornais da terra.
Faz parte da Academia Piracicabana de Letras que lhe outorgou o título honorífico de “PRÍNCIPE DOS POETAS DE PIRACICABA’.
Foi-lhe concedida Pelo Município de Piracicaba, através de sua Secretaria da Ação Cultural, a MEDALHA DE MÉRITO CULTURAL, “ Prof. OLÊNIO DE ARRUDA VEIGA’; é detentor do TROFÉU IMPRENSA, concedido pelo Lions Clube de Piracicaba, centro, e da MEDALHA ITALIANA, concedida pelo governo italiano de Benito Mussolini aos alunos de escolas e seminários de origem daquele país que tivessem se destacado em redação de trabalhos literários escritos na língua de Dante.
O Município de Saltinho, para o qual contribuiu com o Hino dessa comunidade municipal , conferiu-lhe o título de “Cidadão Saltinhense”.

DISCURSO

Por ocasião do lançamento do livro de poesias “Antes que as estrelas brilhem “, pelo poeta Lino Vitti foi proferido o seguinte discursos:

Exmo. Sr. Heitor Gauadenci Jr. dd Secretário da Ação Cultural

Exmo. sr. António Osvaldo Storel. dd. Presidente da Câmara de

Vereadores de Piracicaba

Exmo.sr. Moacyr Camponez do Brasil Sobrinho, dd. Presidente do Instituto Histórico e Geográfico

Exmo,. sr. Henrique Cocenza, dd. Presidente da Academia Piracicabana de Letras

Exmo.. Sr. Ésio Pezzato , anfitrião desta solenidade

Senhoras e Senhores

Pela sétima vez (graças a Deus) em minha vida lítero-poética vejo-me guindado a uma tribuna improvisada (o que é bom porque torna o fato mais popular), para proferir um discurso de agradecimento, ao lado da oferta de um novo livro de versos. É teimosia essa de poetas em desovar sua produção para que mais gente participe de suas tiradas, muitas vezes fora de forma e de ambiente, mas que o poeta não vê porque , ao editar um novo livro está cego pela emoção , como se fosse a vez primeira. Está aí o Ésio Pezzato, responsável por mais esta minha invasão no mundo das letras poéticas, para dizer se não é assim. Para dizer se não sofre também dessa doença feliz de editar livros e mais livros a ponto de perder a conta, já que a esta altura ele não sabe se já está no décimo ou décimo primeiro. E ainda continua batendo dedos de métrica, sabemos lá por quantos anos ainda !

Tenho um ex-colega de seminário, prof. Hildebrando André, aposentado como professor universitário e com o qual mantenho longa e pródiga correspondência, que não se cansa de enaltecer a felicidade de Piracicaba contar com tantos poetas e poetisas. Tem razão ele, pois se apenas dois deles já conseguiram editar l8 livros de poesia, imagine-se as centenas que seriam necessárias para dar um pouco de vazão a essa raridade intelectual que toma conta da minha terra!

Este meu livro vem à lume por obra e arte do prefeito José Machado , seu Secretário da Ação Cultural e de seu zeloso servidor Ésio Pezzato que se entusiasmaram diante da recitação de diversos poemas meus por um grupo de jograis, alunos da UNIMEP, e impressionados decidiram patrocinar a publicação deste livro, pois entenderam que Piracicaba poética merecia conhecer em mais profundidade o seu príncipe da poesia. E aí está, lindo e impecável, entregue às mãos do povo de Piracicaba, que indistintamente de cor, estudos, intelectualização , posses financeiras, categoria de trabalho, com religião ou agnóstico, jovem ou adulto, roceiro ou citadino, aí está, para quiçá, momentos de lazer e sonho. Sonho , sim, porque a poesia é terrivelmente sonhativa , vive no mundo da fantasia, alicerça-se nas bases da emoção e brota do âmago mais profundo do poeta, e para que as filhas de Eva não reclamem, da poetisa também.

Alguém me perguntará? Como é ser poeta? Juro, nunca pensei nisso. Acho que ninguém consegue ser poeta. Já é. Nasce feito, como dizem.

não é verdade Maria Cecilia, Ivana Maria, Ésio Pezzato , Prata Gregolim, Marina Rolim, Valter Vitti, Mario Pires, Saconi, e tutti quanti enfeitam com seus lindos versos as páginas do “ Jornal de Piracicaba, ou da “Tribuna Piracicabana , e assim também esse cacho imenso de livros poéticos que quase semanalmente são dados ao conhecimento e sentimento público de nossa terra ? Tornando-se um privilégio de uma cidade, como disse alhures o supra citado meu colega seminarístico Hildebrando André. ?

Não se suponha que para ser poeta é preciso ter nascido em berço de ouro ou em centros intelectuais de enorme repercussão. Nada disso. Tenho um soneto que define bem esse fato. É assim: “Eu não sou o poeta dos salões / de ondeante, basta e negra cabeleira] não me hás de ver nos olhos alusões / de vigílias, de dor e de canseiras. // Não trago o pensamento em convulsões,/ de candentes imagens, a fogueira. / não sou o gênio que talvez supões/ e não levo acadêmica bandeira.// Distribuo os meus versos em moedas/ que pouco a pouco na tua alma hospedas / - raros , como as esmolas de quem passa. / Mas hei de me sentir feliz um dia/ quando vier alguém render-me graça/ por o fazer ricaço de poesia. // “ . Poetas e poetisas saem do nada , devem trazer o selo ou o bilhete de entrada nesse reino encantado desde o útero materno, embora ouse eu afirmar que a vida é também uma grande mestra , as influências da mentalidade circunvizinha,

o próprio meio ambiente, podem , em circunstâncias outras , plasmar um poeta .

Eu fui plasmado , por exemplo, por entre maravilhas campestres. A roça ou o campo são fantásticos criadores de poesia. Ela anda atapetando por todos os cantos a natureza, as gentes, os animais, os atos e fatos. e a cabeça daqueles com quem ela convive. E o poeta, criador por excelência, se abebera de todas as belezas esparsas pelas colinas, serras, vales e descampados , para transformar tudo em versos e rimas, ou em versos simplesmente, onde pululam , como cabritos silvestres, as figuras literárias, os tropos, as sínteses, as comparações, e todos os anseios que lhe vão no imo da alma. Para satisfação própria e para satisfação dos que convivem com o poeta. E´ por isso que se botardes olhos curiosos sobre meus poemas havereis de tropeçar a todo o momento com um motivo roceiro, pois trago uma alma plasmada pelas belezas rurais de Santana, Santa Olímpia , Fazenda Negri, e especialmente por aquela colina encimada ,no cocuruto, pelo prédio do grupo escolar, onde aprendi a ler e escrever e a poetar.

Peço desculpas por haver-me prolongado um pouco nestas elucubrações poéticas, desobedecendo aos conselhos do amigo Ésio que continua exigindo de mim discursos improvisados, o que seria tão para os ouvintes , que ansiosamente aguardam o momento de bater palmas acabando assim com a verborragia oratória.

Não posso entretanto encerrar esta breve alocução sem deixar consignados meus agradecimentos do fundo do coração ao prefeito José Machado ,ao seu Secretário da Ação Cultural Heitor Gaudenci Junior, ao seu sub-secretário poeta Ésio Pezzato, ao prefaciador Moacyr de Oliveira Camponez do Brasil sobrinho, aos queridos opinadores Maria Cecília Bonachella, Maria Ivana França de Negri, exímias poetisas, prof. Elias Salum e a minha filha Universitária Fabíola Vitti Moro, pela maravilhosa capa, Editores e toda equipe de funcionários , à minha esposa pela sugestão transmitida ao prefeito com relação ao advento desta obra, aos digitadores Nair , minha nora e neto Leonardo, e outros que possa ter esquecido, como é fácil em cachola idosa, - meus agradecimentos repito, pela reunião de esforços e trabalho que tornaram possível o advento de mais um livro de minha lavra.

Obrigado “ em geralmente” como dizem nossos cururueiros, aos que ilustraram com sua arte musical esta solenidade e assim também a todos quantos acharam um tempinho para vir prestigiar-me nesta tarefa de cultura e arte. Levem a certeza de que nada mais desejo do que engrandecer com minha poesia a terra que me viu nascer, a terra que me viu crescer, a terra que me proporcionou oportunidade para chegar a um cargo tão nobre quão dignificante de “Príncipe dos Poetas de Piracicaba”

Meu carinhoso obrigado também aos meios de comunicação, de modo especial “Jornal de Piracicaba”, na pessoa de seu Editor Chefe Joacyr Cury , de “A Tribuna Piracicabana”, na de seu diretor Evaldo Vicente, pela divulgação caprichosa deste evento que afinal nada mais é do que mais uma demonstração da exuberância cultural da Noiva da Colina.

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