Lino Vitti - Príncipe dos Poetas Piracicabanos

Lino Vitti - Príncipe dos Poetas Piracicabanos
Lino Vitti- Príncipe dos Poetas Piracicabanos

O Príncipe e sua esposa, professora Dorayrthes S. S. Vitti

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Bodas de Prata

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Lino Vitti e seus pais

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Lino Vitti e seus vários livros

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BISNETA ALICE

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O Príncipe agradece a visita e os comentários

60 anos de Poesia


terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

ALGUMA CRÔNICA (LXXVIII)



O DOCE

Lino Vitti

       Falar em doce é lembrar  de menino. Esses caretinhas que só  pensam em brinquedos e gulodices são loucos por uma cocada. Mel então nem se fala! Melado , que delícia! Um doce de leite, coisa de dar água na boca! O simples açúcar ao natural, isto é, saído da biquinha da usina, algo estonteante para o paladar do moleque !
      A respeito , tenho algo a contar. Criança da roça, antigamente, só consumia açúcar batido que é o nome que se dava ao produto saído do engenho, tempos em que usina era coisa muito rara pelas bandas da minha terra  natal. As famílias recebiam o açúcar fabricado aí mesmo , no  engenho das próprias, em sacas volumosos  que eram guardadas na despensa, local propício para as furtadelas  da meninada. Em chegando o escurecer, quando os
idosos batiam papo  num local reservado para as tertúlias  crepusculares, os meninos mais afoitos pulavam a janela da despensa , um a um , sacando valentes punhados do saboroso batido e se mandavam a sugá-lo , com sofreguidão, em esconderijo adrede determinado , longe da vista do pessoal todo  distraído em conversar sobre as peripécias do trabalho do dia.
        Outro motivo do consumo doceiro ocorria quando da realização das festas religiosas nas igrejas dos bairro infantis. Ao  longo do caminho  que dava acesso aos povoados, os doceiros da cidade montavam suas mesas  de iguarias dulcíferas, onde  se podiam adquirir , por alguns tostões (devem ser os centavos de hoje) gostosos doces de batata, cocadas brancas ou morenas, pés-de-moleque, pudins, nacos de bolo, e uma infinidade de doçuras de fazer inveja a qualquer paladar.
         Meninos e meninas viviam atormentando os pais , visando angariar os tostões com que matar a vontade  de saborear qualquer doce que fosse  nas banquinhas dispersas à beira  do caminho. Meu saudoso velho  não era fácil no alongamento das moedas, o que   fazia com que Guilherme, Lino, Valter, Artur , de paladar aceso para degustar um pé-de-moleque , ficassem rodeando  os “banqueti”, como em dialeto se chamava a geringonça montada pelos vendedores da cidade. Lembro-me que de olho comprido na parafernália  doceira, em caso de conseguirmos arrancar do pai, os desejados tostões, escolhíamos  dentre  os maravilhosos (ao nosso olhar) espécimes, os mais vistosos e que poderiam ser também os mais gostosos..
           Assim aconteceu.. Com dois tostões no bolso  deliciei-me com  uma cocada, reservando a Segunda moeda  para o final da tarde, algo assim como uma sobremesa, de olho num tubinho de papel recheado de qualquer coisa. E quando “a tarde morria”, julgado asado o momento para a aquisição  do quitute  final , lá me fui, todo lampeiro, à conquista da “mercadoria” desejada, com o último tostão da festa .
             Que tristeza! Que decepção! O secreto canudinho , que a minha fantasia infantil supunha conter algo nunca visto nem saboreado , nada mais era do que  amendoim torrado, por sinal exageradamente  salgado! Uma  droga! Sem outro remédio para a desdita , fui até onde se encontravam Guilherme e Valter , em cujas mãos, num gesto desolado depus os intragáveis amendoins , acompanhados de um  tristonho “en vôt” que traduzido do  dialeto para o português  nada mais quer dizer do  que “você quer “?

              E eu que esperava encontrar no enigmático canudo  uma  dulçorosa  peça melífera para encerrar  mais um dia de festa , das minhas saudosas festas de infância , fui enganado .pela aparência.

domingo, 14 de fevereiro de 2016

PATATIVA DA TABELA


ALGUMA CRÔNICA (LXXXI)



Lino Vitti

        Na localidade chamada Tabela de Recreio, em distrito do Município de Charqueada, fica o bairro Santa Luzia, onde tem moradia um poeta   chamado José Birollo. O Birollo me conheceu , ou melhor , me conhece, desde os longínquos tempos em que detinha no “Jornal de Piracicaba” uma coluna denominada “Prato do Dia”, onde extravasava eu todo o meu pendor pela crônica, de modo especial aquelas que falavam da roça, dos tempos da infância, das pessoas e famílias  conhecidas então, ao lado de uma verdadeira louvação das coisas e personagens roceiros . O nosso poeta de Santa Luzia lia tudo quanto eu desovava naquelas crônicas, de modo especial quando focalizavam a roça, seus animais, suas aves, seus sitiantes e não há de ver que depois de tantos anos de ausência de “O Prato Do Dia”, o Birollo, que muito o apreciava, mesmo não sendo nenhuma macarronada,  me cotuca a saudade com uma poesia de sua lavra, num estilo caboclo, rememorando tempos idos. A última por ele remetida é assim, transcrita em linhas seguidas, com a devida sinalização separando os versos e as estrofes;
        “Bairro Santa Luzia, 03-08-200l – Para o aniversário de Piracicaba. – Hoje eu levantei cedinho| e fui revirando a memória| antes qud de tudo esqueça| um pedaço da minha história| guardado em minha cabeça.|| Eu naci em Pau D Alhinho| num ranchinho de sapé |perto da capela e de uma mina| no sítio do vovô José | e da vovó Catarina.||  De noite o salto roncava, | quando acordava se ouvia| na casa a gente arrepiava |parecia que o mundo acabava | de medo a criançada tremia .||  Cresci e o medo acabou | me lembro desde menino | aquele rio que me assustou | era lindo e maravilhoso| quando havia Festa do Divino.| Meu prazer nunca se acaba | de ver a Noiva da Colina | nossa linda Piracicaba | que conheci e passeava| quando ela ainda era menina. || Depois fiz a morada | ao lado da igreja Bom Jesus| aquelas árvores plantadas | para deixar a Casa de Deus emfeitada | passaram por minhas mãos. || Mas um pouco do que fiz | nessa linda cidade nossa  | Eu,  Luiz, Toninho e Beatriz | que vinte anos de feirante | trazendo frutas e verduras da roça.||  Da banca do Birollo na Feira | prá quem tiver recordação | a nossa gratidão verdadeira,| o nosso muito obrigado | e um beijo de coração, || Quero homenagear a Lino Vitti | poeta da minha simpatia | moro aqui no Jardim Elite ,| bairro de Santa Luzia .|| Em dezembro faço oitenta anos |mas não esqueço minha oração | a Jesus, Maria, José |  que livre a juventude  do engano | e aumente a nossa fé. || Viva a família do nosso prefeito Machado,| os jornais da terra famosos| oo nosso Bispo Eduardo | e nosso Pai do céu Amoroso | nos mande um futuro formoso”.  – aa) José Birollo e Maria Aparecida M. Birollo.” 

           Muito bem, patativa de Santa Luzia, aí fica seu poema, com os agradecimentos do “príncipe da poesia de Piracicaba”. Algum dia, Deus querendo, vou tomar um cafezinho  no seu “ninho”entre árvores e flores. Até lá.  

sábado, 6 de fevereiro de 2016

SONHOS E ILUSÕES

Lino Vitti

           
Dou-me por feliz por haver-me Deus conduzido até aqui. (Muitos dizem e afirmam até que Deus não se imiscuiria na vida do Homem (maiúscula porque me refiro a todas as pessoas, seja homem, seja mulher, seja criança). Ora, interrogo, se não existe uma força ciclopo-cósmica que dirige o destino dos homens, quem ou o que atuaria de forma tão presente e constante sobre nossos passos, nossos pensamentos, nossa inteligência, nossa compreensão, nosso conhecer e amar? A razão repudia a negação existencial dessa forma universal e eterna, pois falta-lhe outra convicção melhor, para me dizer que Deus não existe ou que não governe essa coisa que aí está: a vida, o universo, o entendimento, a morte, o esquecimento.
Não é apenas isso que nos torna crentes da eternidade. Pergunto-me muitas vezes, quando a insônia chega e persiste, o que devo pensar sobre o sonho. E por que sonhamos? Dão-se mil e uma explicações biológicas sobre esse estranho pensar e agir enquanto se dorme. Enfileiram-se incontáveis explicações psicológicas. Todas porém se desmancham como bolha saponácea, porque o sonho está fora de qualquer explicação humana.
Sonha-se muitas vezes com coisas impossíveis e irrealizáveis! Sonha-se outras tantas com contrasensos e irrealidades! Sonha-se, uma noite, algo como estar no céu enquanto muitas outras  é o pesadelo que nos ronda e estraga as noites indormidas.
É o sonho, - meus incorrigíveis sonhadores -, viver fatos, pessoas ou coisas fora de nós mesmos, em plena inconsciência da verdade, mas que às vezes deixam rasto. Rasto que pode durar alguns minutos, horas, dias, talvez muito tempo, entretanto, fatalmente desaparecerá tão rápido como rápidos são os sonhos que nos vêm perturbar.
Há, porém, sonhos e sonhos. Há os que nos visitam durante o dormir. Voláteis, imprecisos, insensatos quiçá. Sobram-lhes impossibilidades de realização. Dizem os poetas que são fementidos, enganosos, imprevisíveis. Os melhores, todavia, são os que sonhamos acordados, de olhos abertos, vendo o mundo ao nosso redor, vendo a vida caminhar através do mundo.
Existirá alguém sob o céu que jamais tenha sonhado acordado? Creiam que não. É próprio até do bípede edênico ficar horas, dias, meses e anos, sonhando, sonhando, olhos abertos para tudo quanto o circunda.
Quando sonhamos acordados, é sempre bom. Nessa hora sonha-se azul, sonha-se com a felicidade, sonha-se com um belo e grande amor, sonha-se com alegrias e alegrias, com maravilhas e maravilhas!
Uns arquitetam viagens; outros, a solidão. Este, com a vida no campo; aquele, com o tropel citadino. Eu quero uma profissão que me dê muito dinheiro, você se contenta com a singeleza de servir, por qualquer forma seus concidadãos. Todavia, como devem ser felizes aqueles que fazem, agem e vivem, indiferentes ao sonhar, ao supôr, ao esperar!
 A ilusão é companheira inseparável dos sonhos. E é porque os sonhos presentes ao dormir não se realizam nunca, o que já é motivo mais que suficiente para taxarmo-los de ilusórios. São isto porque, mal despertamos nós, são eles esquecidos, desfazem-se com a rapidez de um relâmpago, ou estouram como as bolhas coloridas de sabão que costumamos locupletar do sopro que nos vem do peito.
Os sonhos com que a vida nos brinda quando despertos, assumem maior realidade do que aqueles, geram esperanças, e podem ser perseguidos por pouco ou por muito tempo, segundo têm eles a capacidade de nos atrair e enganar.
Ah! Quantas coisas almejamos! Por quantas coisas oferecemos nossas ânsias sonhadas, nossa ventura entressonhada, nossa felicidade fugidia, “nossas esperanças malogradas” (segundo o poeta santista)!

Quem de nós, acaso, nunca sonhou?! Quem de nós, repito, deixou jamais de perseguir esse vagalume enorme que é o sonho da felicidade terrena! Quantos, por outro lado, não sonham esperançosos e confiantes numa eternidade suprema de um Céu?!

PRÍNCIPE DOS POETAS DE PIRACICABA

CURRICULUM VITAE
( Síntese de Vida)
NOME – Lino Vitti
IDADE – 08/02/1920
ESTADO CIVIL – Casado, em únicas núpcias, há 56 anos, com a Professora Dorayrthes Silber Schmidt Vitti
FILIAÇÃO – José e Angelina Vitti
NATURALIDADE – Piracicaba, Estado de São Paulo –Brasil
Bairro Santana , Distrito de Vila Rezende
VIDA FAMILIAR
Casamento Civil e Religioso em comunhão de bens, Pai de sete filhos: Ângela Antónia, Dorinha Miriam, Rosa Maria, Fabíola , Lina, Rita de Cássia, Eustáquio.
VIDA PROFISSIONAL
Aposentado como Diretor Administrativo da Câmara de Vereadores de Piracicaba, e como Redator do “Jornal de Piracicaba”. Exerceu atividades no comércio, no Magistério, na lavoura até os l3 anos, na municipalidade local, como bibliotecário, lançador de impostos, protocolista, Secretário Municipal.

VIDA CULTURAL
ESCOLA PRIMÁRIA –
Grupo Escolar “Dr. Samuel de Castro Neves”, Santana, seminarista vocacional ao sacerdócio por seis anos, no Colégio Santa Cruz, da cidade de Rio Claro (SP), onde cursou humanidades, línguas, religião, ciências, matemáticas, música.
CURSOS –
Formou-se Técnico em Contabilidade, lecionou latim, francês, datilografia.

VIDA RELIGIOSA
Católico, Apostólico, Romano, fez curso de religião em seminário dos Padres Estigmatinos, foi organista da Catedral e da Igreja de São Benedito, de Piracicaba, e Congregado Mariano.
VIDA LITERÁRIA
Bafejado por ensinamentos de sábios sacerdotes em colégio de formação religiosa, recebeu extraordinário acervo literário que lhe propiciou enveredar pelo caminho da poesia, da crônica, dos contos, do jornalismo, havendo editado de l959 a 200l sete livros de poesias e contos, com edições em milheiros de volumes, os quais estão aí para satisfazer o gosto daqueles que apreciam a arte literária.
São seus livros : “Abre-te, Sésamo”, l959; “Alma Desnuda”, l988; “A Piracicaba, Minha Terra”, l99l; “Sinfonia Poética”, de parceria com o poeta Frei Timóteo de Porangaba; “Plantando Contos, Colhendo Rimas”, l992; “Sonetos Mais Amados”, l996 e “Antes que as Estrelas brilhem”, 200l. O poeta conta ainda com o prazer de haver composto hinos para diversos municípios, bairros rurais, entidades sociais diversas, continuando a colaborar ainda, após os 83 anos em colunas literárias e com artigos de ordem geral em jornais da terra.
Faz parte da Academia Piracicabana de Letras que lhe outorgou o título honorífico de “PRÍNCIPE DOS POETAS DE PIRACICABA’.
Foi-lhe concedida Pelo Município de Piracicaba, através de sua Secretaria da Ação Cultural, a MEDALHA DE MÉRITO CULTURAL, “ Prof. OLÊNIO DE ARRUDA VEIGA’; é detentor do TROFÉU IMPRENSA, concedido pelo Lions Clube de Piracicaba, centro, e da MEDALHA ITALIANA, concedida pelo governo italiano de Benito Mussolini aos alunos de escolas e seminários de origem daquele país que tivessem se destacado em redação de trabalhos literários escritos na língua de Dante.
O Município de Saltinho, para o qual contribuiu com o Hino dessa comunidade municipal , conferiu-lhe o título de “Cidadão Saltinhense”.

DISCURSO

Por ocasião do lançamento do livro de poesias “Antes que as estrelas brilhem “, pelo poeta Lino Vitti foi proferido o seguinte discursos:

Exmo. Sr. Heitor Gauadenci Jr. dd Secretário da Ação Cultural

Exmo. sr. António Osvaldo Storel. dd. Presidente da Câmara de

Vereadores de Piracicaba

Exmo.sr. Moacyr Camponez do Brasil Sobrinho, dd. Presidente do Instituto Histórico e Geográfico

Exmo,. sr. Henrique Cocenza, dd. Presidente da Academia Piracicabana de Letras

Exmo.. Sr. Ésio Pezzato , anfitrião desta solenidade

Senhoras e Senhores

Pela sétima vez (graças a Deus) em minha vida lítero-poética vejo-me guindado a uma tribuna improvisada (o que é bom porque torna o fato mais popular), para proferir um discurso de agradecimento, ao lado da oferta de um novo livro de versos. É teimosia essa de poetas em desovar sua produção para que mais gente participe de suas tiradas, muitas vezes fora de forma e de ambiente, mas que o poeta não vê porque , ao editar um novo livro está cego pela emoção , como se fosse a vez primeira. Está aí o Ésio Pezzato, responsável por mais esta minha invasão no mundo das letras poéticas, para dizer se não é assim. Para dizer se não sofre também dessa doença feliz de editar livros e mais livros a ponto de perder a conta, já que a esta altura ele não sabe se já está no décimo ou décimo primeiro. E ainda continua batendo dedos de métrica, sabemos lá por quantos anos ainda !

Tenho um ex-colega de seminário, prof. Hildebrando André, aposentado como professor universitário e com o qual mantenho longa e pródiga correspondência, que não se cansa de enaltecer a felicidade de Piracicaba contar com tantos poetas e poetisas. Tem razão ele, pois se apenas dois deles já conseguiram editar l8 livros de poesia, imagine-se as centenas que seriam necessárias para dar um pouco de vazão a essa raridade intelectual que toma conta da minha terra!

Este meu livro vem à lume por obra e arte do prefeito José Machado , seu Secretário da Ação Cultural e de seu zeloso servidor Ésio Pezzato que se entusiasmaram diante da recitação de diversos poemas meus por um grupo de jograis, alunos da UNIMEP, e impressionados decidiram patrocinar a publicação deste livro, pois entenderam que Piracicaba poética merecia conhecer em mais profundidade o seu príncipe da poesia. E aí está, lindo e impecável, entregue às mãos do povo de Piracicaba, que indistintamente de cor, estudos, intelectualização , posses financeiras, categoria de trabalho, com religião ou agnóstico, jovem ou adulto, roceiro ou citadino, aí está, para quiçá, momentos de lazer e sonho. Sonho , sim, porque a poesia é terrivelmente sonhativa , vive no mundo da fantasia, alicerça-se nas bases da emoção e brota do âmago mais profundo do poeta, e para que as filhas de Eva não reclamem, da poetisa também.

Alguém me perguntará? Como é ser poeta? Juro, nunca pensei nisso. Acho que ninguém consegue ser poeta. Já é. Nasce feito, como dizem.

não é verdade Maria Cecilia, Ivana Maria, Ésio Pezzato , Prata Gregolim, Marina Rolim, Valter Vitti, Mario Pires, Saconi, e tutti quanti enfeitam com seus lindos versos as páginas do “ Jornal de Piracicaba, ou da “Tribuna Piracicabana , e assim também esse cacho imenso de livros poéticos que quase semanalmente são dados ao conhecimento e sentimento público de nossa terra ? Tornando-se um privilégio de uma cidade, como disse alhures o supra citado meu colega seminarístico Hildebrando André. ?

Não se suponha que para ser poeta é preciso ter nascido em berço de ouro ou em centros intelectuais de enorme repercussão. Nada disso. Tenho um soneto que define bem esse fato. É assim: “Eu não sou o poeta dos salões / de ondeante, basta e negra cabeleira] não me hás de ver nos olhos alusões / de vigílias, de dor e de canseiras. // Não trago o pensamento em convulsões,/ de candentes imagens, a fogueira. / não sou o gênio que talvez supões/ e não levo acadêmica bandeira.// Distribuo os meus versos em moedas/ que pouco a pouco na tua alma hospedas / - raros , como as esmolas de quem passa. / Mas hei de me sentir feliz um dia/ quando vier alguém render-me graça/ por o fazer ricaço de poesia. // “ . Poetas e poetisas saem do nada , devem trazer o selo ou o bilhete de entrada nesse reino encantado desde o útero materno, embora ouse eu afirmar que a vida é também uma grande mestra , as influências da mentalidade circunvizinha,

o próprio meio ambiente, podem , em circunstâncias outras , plasmar um poeta .

Eu fui plasmado , por exemplo, por entre maravilhas campestres. A roça ou o campo são fantásticos criadores de poesia. Ela anda atapetando por todos os cantos a natureza, as gentes, os animais, os atos e fatos. e a cabeça daqueles com quem ela convive. E o poeta, criador por excelência, se abebera de todas as belezas esparsas pelas colinas, serras, vales e descampados , para transformar tudo em versos e rimas, ou em versos simplesmente, onde pululam , como cabritos silvestres, as figuras literárias, os tropos, as sínteses, as comparações, e todos os anseios que lhe vão no imo da alma. Para satisfação própria e para satisfação dos que convivem com o poeta. E´ por isso que se botardes olhos curiosos sobre meus poemas havereis de tropeçar a todo o momento com um motivo roceiro, pois trago uma alma plasmada pelas belezas rurais de Santana, Santa Olímpia , Fazenda Negri, e especialmente por aquela colina encimada ,no cocuruto, pelo prédio do grupo escolar, onde aprendi a ler e escrever e a poetar.

Peço desculpas por haver-me prolongado um pouco nestas elucubrações poéticas, desobedecendo aos conselhos do amigo Ésio que continua exigindo de mim discursos improvisados, o que seria tão para os ouvintes , que ansiosamente aguardam o momento de bater palmas acabando assim com a verborragia oratória.

Não posso entretanto encerrar esta breve alocução sem deixar consignados meus agradecimentos do fundo do coração ao prefeito José Machado ,ao seu Secretário da Ação Cultural Heitor Gaudenci Junior, ao seu sub-secretário poeta Ésio Pezzato, ao prefaciador Moacyr de Oliveira Camponez do Brasil sobrinho, aos queridos opinadores Maria Cecília Bonachella, Maria Ivana França de Negri, exímias poetisas, prof. Elias Salum e a minha filha Universitária Fabíola Vitti Moro, pela maravilhosa capa, Editores e toda equipe de funcionários , à minha esposa pela sugestão transmitida ao prefeito com relação ao advento desta obra, aos digitadores Nair , minha nora e neto Leonardo, e outros que possa ter esquecido, como é fácil em cachola idosa, - meus agradecimentos repito, pela reunião de esforços e trabalho que tornaram possível o advento de mais um livro de minha lavra.

Obrigado “ em geralmente” como dizem nossos cururueiros, aos que ilustraram com sua arte musical esta solenidade e assim também a todos quantos acharam um tempinho para vir prestigiar-me nesta tarefa de cultura e arte. Levem a certeza de que nada mais desejo do que engrandecer com minha poesia a terra que me viu nascer, a terra que me viu crescer, a terra que me proporcionou oportunidade para chegar a um cargo tão nobre quão dignificante de “Príncipe dos Poetas de Piracicaba”

Meu carinhoso obrigado também aos meios de comunicação, de modo especial “Jornal de Piracicaba”, na pessoa de seu Editor Chefe Joacyr Cury , de “A Tribuna Piracicabana”, na de seu diretor Evaldo Vicente, pela divulgação caprichosa deste evento que afinal nada mais é do que mais uma demonstração da exuberância cultural da Noiva da Colina.

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